sexta-feira, 6 de julho de 2012

EIS QUE O SEMEADOR SAIU A SEMEAR



 Prodigioso e astuto parou para planejar o seu intento de disseminar o amor e a paz, antes de começar a espalhar suas sementes.
Montou um quadro no qual detinha cuidadosamente todos os caminhos a seguir. Elencou bravamente seus objetivos e separou, de modo preciso, os pequeninos germens de sua obra. Esperava contar com todos, mas entendia que os seus ajudantes não viriam a ter com ele os mesmos objetivos e intenções. Apesar disso, conseguiu a simpatia de um auxiliar, um aprendiz, que aceitou cooperar com o seu intento.
Quando discutiam quais sementes iriam usar em primeira ocasião, o aprendiz e o semeador pensaram que seria necessário, de início, levantar informações sobre a qualidade do solo. Depois de algum tempo, o mestre, mais experiente, fez a seguinte pergunta ao iniciante, com o intuito de fazê-lo raciocinar sobre o que estavam planejando:
- Amigo, o que achas de usarmos estas sementes tão aureoladas, que parecem estar envoltas por uma luz indescritível?
E o principiante, surpreendido e admirado, inquiriu:
- As sementes da razão?
O senhor insistiu:
- Sim. Parece-me, em meus estudos e conjecturas, que o solo, no qual pretendemos plantar o amor e a paz, funciona à base de razão, pois sabemos que todos os seres humanos possuem esse mecanismo de construção de pensamentos.
- Mas… Como, do uso dessas sementes, podemos fazer brotar sentimentos tão sublimes nos corações das pessoas?
- Quando nascemos, trazemos do berço as qualidades de sentir e pensar. Muitas vezes só sentimos, outras vezes somente pensamos, raciocinamos. Precisamos fazer com que as pessoas pensem no que sentem, e ainda mais, sintam o que pensam. Sem a razão, o sentimento não tem rumo. Ante a ausência de sentimento, a razão perde a força propulsora que nos levará ao êxito.
- Interessante! – admirou-se o aprendiz – Mas como espalhar o amor e a paz através dessas sementes? Como iremos fazer?
- Se verificarmos mais atentamente, o amor sempre foi repelido da vida dos seres humanos, porque não foi entendido. Se pararmos para raciocinar, chegaremos fielmente à conclusão de que devemos amar ao nosso Criador, buscar amar ao nosso irmão, tudo isso tendo por base o amor a nós mesmos. Devemos seguir as ilustres dissertações dos nossos irmãos do Século das Luzes, que conseguiram instituir o raciocínio como forma libertadora de consciências, mas não poderemos tomar a direção na qual eles adentraram. Como todo e qualquer mecanismo que trazemos acoplado ao nosso modo de ser, a razão deve ser usada para o nosso engrandecimento, para a construção de nossa paz. Somente parando para pensar é que veremos que o crescimento do amor e da paz depende da maneira como usamos nossas ações para com a criação, representada pelos seres humanos e pela natureza.
O aprendiz, extasiado e decidido, entendeu tudo o que lhe foi dito e, extremamente motivado, perguntou do início do trabalho da semeadura, o que lhe foi dito imediatamente, por seu instrutor, que ocorreria em curto período de tempo.
Desse modo, as Sementes da Razão foram espalhadas na Terra, com o objetivo de fazer brotar, nas mentes humanas, a necessidade de amar, obedecendo sempre à fertilidade do solo.
Escrito por: Helton de Olivera Santos
Administrador do Blog Sementes da Razão
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sementesdarazao@gmail.com

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