segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Uma nova ordem social - Marcelo Henrique





Sociedades e leis evoluem com o tempo. Em algumas épocas, marcantemente influenciados pelo desenvolvimento individual e pela disseminação de conceitos e propostas, se percebe uma maior suscetibilidade ao processo construtivo e progressivo. Alteram-se os costumes e destes à reestruturação das normas o passo é natural e consequente. A nova ordem social, assim, instaura-se pouco a pouco, produzindo efeitos, em contrapartida, nos próprios homens e agrupamentos sociais que os criaram ou desenvolveram.

A encarnação de criaturas dotadas de um maior nível evolutivo e, comprometidas com tarefas específicas, em distintas áreas de atuação, assumem missões junto às coletividades, fomentando a veiculação de ideias e a realização de ações em benefício de destacados contingentes populacionais. São exemplos: atividades assistenciais, projetos de preservação do meio-ambiente, comitês de cidadania, entre outros, proporcionando o acesso à informação e o benefício específico e individualizado.






A proposta filosófica da Doutrina Espírita encampa a difusão do serviço ao semelhante, calcado na palavra-ação CARIDADE. Esta, por sua vez, já na cátedra de Jesus de Nazaré, abandona o conceito de esmola (distribuir o excedente) para atingir a benemerência e a beneficência, perspectivas em que cada um contribui dentro de sua área de especialidade, com base em capacidades e/ou habilidades desenvolvidas, no serviço para o semelhante. Dissocia-se, assim e, em consequência, a velha cátedra do “fazer espiritismo somente entre os limites físicos da Casa Espírita”, de uma nova postura comportamental e edificadora do espírita, que concretiza o envolvimento de todos, nas comunidades, contribuindo para as mudanças e à redução da exclusão social.
Deixar de lado os interesses prosélitos de “fazer adeptos” ou engrossar fileiras, lotando instituições e alcançando contingentes numéricos expressivos e trabalhar pela real difusão da mensagem espiritista sem imposição de credo, sem arregimentação de adeptos, sem violação de consciências ou violência de qualquer tipo, muito menos a que resulta de uma possível coação moral. É hora de dar um basta às ameaças e às prescrições do “como proceder”, bem como aos dedos apontados para aqueles que não se moldam a padrões de conduta que idealmente são concebidos e apresentados por alguns, com base nos ensinos espíritas, olvidando a diretriz que é a da liberdade incondicional, o livre-arbítrio nos procedimentos usuais – na carne e fora dela.

Se das consciências aclaradas desponta a viabilização de propostas reais de crescimento coletivo, com a ampliação de direitos e garantias e à socialização dos bens materiais, é preciso que os espíritas sejam agentes competentes para fomentar as mudanças de paradigmas nas associações e instituições humanas em que os mesmos estiverem inseridos. A nova ordem social que se consolida, todavia, não se opera sem traumas ou rupturas. Esta nova massa, então, deve estar constituída de muitos espíritas, não os de carteirinha ou os que apenas ocupam cargos gerenciais em instituições espíritas, mas, verdadeiramente, todos os que, diante a verossímil proposta qualitativa de reengenharia de nosso mundo material, a partir do paradigma espírita-espiritual, levam as mãos ao arado que sulca a terra no preparo do lançamento de novas sementes na edificação da Nova Era, sem deixar que as mesmas restem ofuscadas entre espinhos, ou repousem em terreno ainda arenoso e pouco favorável. No replantio de hoje, inspiramo-nos naquele Galileu...



Façamos a nossa parte, lembrando Bezerra, no labor que é “urgente, mas sem pressa”. Quiçá nossa tarefa, em dias presentes, possa ser abençoada e competentemente exercida. Engajemo-nos, pois, na construção de uma nova ordem social, espiritualizada e plena de felicidade!





Marcelo Henrique, é professor, advogado, espírita, escritor, palestrante, colabora com este blog, divulga a doutrina espírita, de acordo com a codificação de Allan Kardec.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Mediunidade Por que nos afastamos tanto de Kardec ? - Por Marcelo Henrique






O Espírito é uma realidade! O século 21, em seus primeiros albores, tem consagrado a presença das temáticas de teor espiritual na grande mídia, em seus mais diversos veículos, além de ocupar espaço entre as alternativas de entretenimento (teatro, cinema, novelas, músicas, etc.). Inegável o interesse de milhares de pessoas por saberem mais sobre a realidade "do outro lado da vida", com espaço, inclusive, para a busca por meio das diversas "ferramentas" disponíveis ao homem contemporâneo.
Se pararmos para pensar, a necessidade pela informação de cunho espiritual data de tempos imemoriais. Nestes tantos séculos de caminhada, a Humanidade entrou em contato com um sem-número de filosofias, crenças ou religiões, dispostas a interpretar os chamados "sinais" da transcendência, ainda que limitados, muitas vezes, em função dos atavismos, das idiossincrasias, e dos fundamentalismos.
Estudiosos do comportamento humano e, mais especificamente, das técnicas de comunicação não se cansam de afirmar que os diálogos travados entre os seres - de nosso tempo, ou dos anteriores - quase sempre se destinam ao convencimento do outro, a persuasão e, até, a cooptação - por meio daquilo que se convenciona chamar de doutrinação.
Assim sendo, quase todos os que se enveredam por codificar ou interpretar os "sinais" espirituais, disponíveis através do intercâmbio mediúnico - mesmo que, em muitos casos, não se mencione explicitamente o termo mediunidade, recorrendo a conceitos como dons, revelações, mistérios, milagres, etc. - apõem-lhes traços muito particulares, condicionados à sua visão das coisas, dos fenômenos, do mundo, enfim. Daí, por exemplo, existirem, só em relação ao Cristianismo, um sem-número de facções que mantém entre si certa sintonia (ligação com o Evangelho, a Boa Notícia ou Boa Nova), mas possuem antinomias interpretativas ou diferenças inconciliáveis.




Voltando ao mote inicial deste artigo, o mesmo momento favorável à disseminação das informações espirituais é pródigo para o aparecimento de enxertias, de neologismos e adulterações, comuns em relação ao nível precário de entendimento não só dos encarnados como dos Espíritos que, alegadamente, possam estar transmitindo várias mensagens - muitas das quais levadas ao mercado por meio de editoras espíritas ou não. Herculano Pires, a seu turno, por diversas vezes levantou-se contra diversas tentativas malogradas de alteração dos textos originais de Kardec e sempre se posicionou, independente e fiel à Codificação, contra qualquer "novidade" que as lideranças e os médiuns tentassem sugerir ou implementar no movimento espírita. Não é à toa que o Professor ganhou a alcunha de "síndico do Espiritismo", uma referência ao controle e à supervisão atenta de tudo o que ocorria em sede de Espiritismo.






Qualquer visita a um stand de livros, seja em livraria espírita ou genérica, nos permite identificar um sem-número de títulos classificados como "espíritas", não obstante tratarem de temas que não o sejam verdadeiramente, e que ficariam mais adequadamente denominados como espiritualistas. Em paralelo, há editoras que, percebendo o enorme filão de vendas que os produtos de natureza espiritual têm na atualidade, não têm critérios claros e objetivos na seleção do material que recebem e, muitas vezes, embalados pelo desejo de lançarem outros títulos para aproveitarem os já consumidores, editam novos livros dos autores contratados ou de novos que apareçam.
O título deste nosso ensaio enquadra justamente esse cenário: a falta de cuidado na seleção dos textos mediúnicos e a necessária e pontual correlação destes com o edifício doutrinário espírita. Evidentemente, não há, na Doutrina Espírita, censores ou controladores, que fariam um prévio exame do que foste apresentado, no sentido de posterior divulgação. Por ser uma doutrina aberta, dinâmica, evolutiva, o Espiritismo permite que novos conceitos sejam apresentados e até agregados à estrutura originária, naquilo que atualmente se convencionou chamar de atualização doutrinária. De outro modo, o caráter livre-pensador da filosofia espírita não está sujeito à chancela de pessoas ou instituições, sendo faculdade de cada indivíduo o livre exame de tudo o que chegue às suas mãos, selecionando o que for bom, útil e verdadeiro, conforme critérios pessoais. O estudioso espírita, no entanto, terá um maior embasamento teórico para tal seleção e a verdade, assim considerada, estará mais robusta e planificada.
Como, entretanto, são diversos os níveis de entendimento e valoração, há que se pensar em critérios de aferição, os quais não são "inventados" pelos espíritas da atualidade, nem mesmo por aqueles que se autodenominam "livres-pensadores". Eles estão alinhados nos próprios textos kardequianos, em especial em “O que é o espiritismo”, “O livro dos espíritos” e “O livro dos médiuns”, além de serem repetidos, complementados e detalhados em várias das dissertações contidas na Revista espírita (“RevueSpirite”).


O principal deles, repetido e decantado inúmeras vezes nas páginas deste periódico, é o da Metodologia Científica da Mediunidade, segundo Kardec, que pressupõe, para a aferição de veracidade e pertinência das "novas revelações" (novas informações que forem obtidas através do intercâmbio mediúnico), os seguintes parâmetros: 1) concordância entre as informações recebidas e os princípios doutrinários básicos; 2) recebimento das mesmas por médiuns diferentes, isentos, insuspeitos e idôneos, tanto do ponto de vista moral, quanto em relação à pureza de suas faculdades e da assistência espiritual; 3) coerência das comunicações e do teor da linguagem utilizado pelos Espíritos; 4)  confronto das novas observações com as verdades científicas demonstradas, afastando-se o que não possa ser logicamente justificado; 5) o Consenso Universal dos Ensinos dos Espíritos, ou seja a concordância/concomitância entre os relatos obtidos em diferentes lugares, ao mesmo tempo, por médiuns distintos.




Nosso compromisso diuturno e inafastável deve ser o do resgate da metodologia de Kardec e da progressividade do Espiritismo, evitando que a divulgação de dadas obras e autores, pós-kardecianos, sobretudo sob a formatação de literatura mediúnica, não assuma o papel principal, sem critério de concordância, apondo enxertias e acréscimos indevidos ao conteúdo fundamental espiritista.
Sem tais balizas, corre-se o risco de validar informações inverídicas/inverossímeis quanto cair no ridículo, fazendo afirmações que, muitas vezes, em pouquíssimo tempo, serão desmentidas/desmascaradas em função de novas comunicações espirituais ou do próprio progresso material (científico) da Humanidade.
Kardec, como homem de ciência e pedagogo, cunhou este verdadeiro “certificado de qualidade”, legítima “norma de certificação” para as produções mediúnicas, no sentido da aferição da boa procedência e da utilidade das comunicações mediúnicas, sob o método científico da produção (e análise) mediúnica. Convém não nos afastarmos dele, se não desejamos que o Espiritismo se transforme em qualquer coisa, menos o que Kardec e os Espíritos Superiores desejavam: o caminho interpretativo das distintas situações da vida espiritual (física ou extra-física) e suas conseqüências no sentido do aprimoramento moral de indivíduos e Sociedades.




Cada um é livre para escrever, publicar e divulgar o que bem entenda. Mas adicionar ao conteúdo espírita "verdades" não-demonstradas, não-aferidas ou não-certificadas, é caminhar no sentido inverso da oportuna recomendação do Espírito Erasto (ao próprio Kardec): "É preferível rejeitar nove verdades do que aceitar uma única mentira".





Marcelo Henrique,de Santa Catarina,  é advogado, professor, pesquisador, palestrante e escritor espírita, concede seus conhecimentos e estudos em várias páginas no Facebook, e vídeos, é seguidor da Doutrina Espírita nos conceitos de Allan Kardec, e colabora com este blog.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A Religião – milagres, profecias, prodígios e dogmas irracionais. - Por Nubor Orlando Facure





Na condenação de Galileu ele foi obrigado a refugiar-se em sua própria casa e renunciar aos princípios científicos que divulgava. A Igreja da época estava dando o recado de que não suportaria a perversão dos fundamentos aristotélicos que ela adotava.
O sistema do mundo criado por Deus correspondia ao que Aristóteles e Ptolomeu haviam decifrado. “Deus como Ser supremo e onipotente, criou e pôs o mundo em movimento e, desde então, tudo funciona com perfeição e harmonia, com ou sem a sua presença”. 
“Ele estabeleceu a ordem para o Universo e nada pode mudá-la”. “As estrelas que estão fixadas e imóveis nas abóbadas do firmamento são formadas de uma substância divina diferente da que existe no mundo sublunar”. “A Terra ocupa o centro do Universo e o Sol, que vai de um extremo ao outro do horizonte, serve de lâmpada que ilumina o céu”. “Tudo que é perfeito e escapa ao entendimento humano é obra de Deus”. “O círculo é tido como a figura perfeita, submetendo os planetas a uma órbita circular nas suas trajetórias em volta do Sol”. “Não há qualquer ligação entre a vida do homem e a dos animais, eles fazem parte da criação apenas para povoarem o mundo”. “O Homem conhecido na época era o homem branco, originado de um casal criado no paraíso, de onde foi expulso por ceder à tentação do sexo”. “Condenado a viver na Terra, terá de seguir os mandamentos da Lei de Deus, que só a Igreja é competente para revelar, podendo ser salvo ou condenado a penas eternas conforme sua submissão”. 




Como doutrina que esclarece o início e o fim do Homem, a Religião da época era um sistema acabado, pronto e que não admitiria mudanças desnecessárias. Seu conteúdo era completo e suficiente para consolar e aliviar nossas dores, ensinar a tolerância aos nossos sofrimentos, justificar a incoerência aparente da Justiça divina e garantir a salvação para os fiéis submissos aos seus sacerdotes. As desigualdades também ocorrem por obra e vontade de Deus e não nos compete desafia-Lo em seus desígnios.
Conseguindo “explicar” os mistérios do mundo e da vida, as concepções religiosas desempenhavam um papel superior ao da ciência iniciante que Galileu inaugurava na época. A religião com esse formato fornece segurança, conforta no sofrimento, alivia nossos medos, faz troca com nossos “pecados” e assegura a esperança numa vida futura, onde conseguiremos obter o que a Terra não nos privilegiou.






A Ciência – o estatuto do conhecimento verdadeiro, racionalidade, indeterminação, pensamento livre para criar a sua verdade.

Galileu criou um novo sistema de entendimento do mundo, daí o perigo que ele representava para a Igreja. Usa o raciocínio matemático para comprovar as tese de Copérnico deslocando o Sol para o centro e colocando a Terra no cortejo dos planetas ao seu redor. Num mundo tido como regular e perfeito ele descobre as irregularidades da superfície lunar onde viu suas crateras. Num sistema tido como imutável ele acrescentou luas acompanhando o planeta Júpiter que não foram descritas por Aristóteles.



















Ao mesmo tempo, o alicerce da Igreja via-se abalado por novas descobertas que sucederam rápidas. Ticho Brahe testemunhou por dois meses a passagem de uma estrela nova no firmamento que a Igreja supunha fixo e invariável. Johanes Kepler comprovou matematicamente que as órbitas dos planetas são elípticas e não círculos perfeito como se supunha.














                 










René Descartes construiu um sistema filosófico que permitiria separar o corpo da Alma e André Vessálius inaugurou o estudo da anatomia humana num corpo que lhe parecia comportar-se como uma máquina, capaz de mover-se com músculos sem a ajuda do Espírito.
Mais tarde, Isaac Newton, identificou a “força atrativa” que mantém os astros em suas órbitas, que movimenta as águas dos oceanos no sobe e desce das marés e provoca a queda os corpos.
Gradativamente as “forças imateriais” que produziriam o movimento e a ordem do Universo foram reconhecidas como “forças da gravidade”. As Leis divinas que mantém a regularidade dos fenômenos físicos foram substituídas por princípios matemáticos. Os “mistérios” que sustentam a vida foram compreendidos como combustão do oxigênio, fermentação dos alimentos ou metabolismo celular. Os “espíritos animais” que transitam pelo corpo humano produzindo seus reflexos e movimentos, foram identificados quimicamente como neuro-transmissores. A regularidade dos acontecimentos foi violada pelo princípio da incerteza. O determinismo linear de uma causa para cada efeito foi abalado pela casualidade circular em que o padrão de resposta determina a intensidade da causa.











O paradoxo: “ciência como religião” – dogmas, rituais, hierarquia, o sagrado e o profano

Historicamente a Religião tem base na tradição cultural dos seus seguidores. Seu conteúdo, que orienta o comportamento dos fiéis, está redigido em textos sagrados que persistem inalterados por séculos. A linguagem ai empregada é quase sempre simbólica permitindo interpretações conflitantes. Daí a importância do sacerdote e do sistema de hierarquia que os classifica. Entre esses sacerdotes são distribuídas as regalias materiais e o poder divino que os pressupõem representantes de Deus na Terra.
Por outro lado, a construção do saber produzido pela ciência é uma conquista do esforço individual ou de um grupo de pesquisadores. Seus textos, embora redigidos em linguagem técnica, procuram ser o mais claro possível para compreensão dos interessados. A verdade é procurada exaustivamente pela observação ou pela experimentação. Textos escritos ou opiniões pronunciadas por personalidades hierarquicamente destacadas têm importância relativa e, para serem aceitas, precisarão submeter-se a comprovação realizadas por experimentadores independentes. O conhecimento cientifico tem duração relativamente curta, costumam reunirem-se em um conjunto de proposições teóricas que constituem um paradigma e, de tempos em tempos, os cientistas envolvem-se na tentativa de proporem novos e mais adequados paradigmas.
A Ciência não deixou de ocupar-se, também, com dilemas que sempre estiveram sob o domínio das religiões. Ela tem, a seu modo, uma proposta para a origem do Universo e da vida na Terra. É apropriado para a Ciência pesquisar o mecanismo que desencadeia os fenômenos, como eles acontecem, mais do que tentar explicar porque eles acontecem. Ela se ocupa minuciosamente com a causa da dor e muito pouco com o porquê do sofrimento humano. A opção da Ciência é esclarecer, mais do que consolar.
Já é aceito por todos que para fazer ciência é preciso adotar o método científico. Classicamente a pesquisa precisa estar enquadrada na liturgia do método. Usa-se a dedução ou a indução; a observação ou a experimentação. Os fenômenos estudados fornecem os elementos que, aplicados a raciocínios matemáticos, fornecem o valor da verdade descoberta.
Algumas proposições científicas já estão de tal forma comprovadas e aceitas que deverão ter a duração eterna das verdades sagradas das religiões - a gravidade existe como força de atração em todo universo - a energia tem valor inviolável, ela se transforma, mas, não se cria nem se perde – o calor tende a se dispersar, assim como toda energia do universo onde a tendência é o caos - a luz é um fenômeno eletromagnético - a matéria visível em todo universo é da mesma natureza da matéria existente na Terra - as moléculas de todas as substâncias estão em constante movimento - a variedade das espécies se deve a evolução pela seleção natural.




A Ciência Espírita - Fundamentos teóricos, controle experimental, filosofia espiritualista e conteúdo moral.

O texto da Doutrina Espírita teve início com as revelações transmitidas por Espíritos desencarnados de natureza superior, com o propósito de esclarecerem e orientarem a humanidade.
Os objetos de estudo da Doutrina Espírita incluem o mundo espiritual, os seres que o habitam, suas relações com o mundo material e as conseqüências dessa relação.
Para o Espiritismo, a grandiosidade do Universo e as leis inteligentes que o governam são provas suficientes para comprovarem a existência de Deus.
Deus é criador de tudo que existe e sua criação é incessante. Na situação evolutiva em que se encontra a humanidade, ainda não temos condições de compreender a origem do Universo e da vida na Terra. O que se tem como certo é que Deus sempre criou e sempre continuará criando.
Existem dois elementos fundamentais no Universo, o espiritual e o material. O elemento espiritual tem início como “princípio inteligente”. Essa “centelha espiritual” transita do mundo espiritual ao mundo material ocupando corpos que lhe permite evoluir na escala da vida inteligente na Terra. O Universo é preenchido por um “fluido” de natureza sutil, com propriedades que ainda escapam ao nosso entendimento. È dele que se origina toda matéria conhecida. As propriedades das substâncias só existem em função desse fluido e pela sua atuação essas propriedades podem sofrer as mais diversas alterações. A acidez ou a alcalinidade é dada pela presença desse fluido e por sua atuação um copo de água pode curar ou produzir malefícios.
Existe um propósito divino na criação. Estamos todos destinados a caminhar pela extensa fieira das existências, na Terra ou em outros mundos, buscando a condição de espíritos angélicos que um dia atingiremos.
Deus atua através de Leis que a inteligência humana irá gradativamente descobrindo. Estamos todos “mergulhados no pensamento de Deus” e nada que ocorre no Universo escapa ao seu consentimento. Somos livres para agir e obrigados a arcar com as conseqüências dos nossos atos. Cada um é responsável pelo seu próprio destino. As Leis morais são pressentidas pela consciência de todos nós e à medida que a humanidade avançar na sua evolução o Homem será cada vez mais consciente da aplicação dessas Leis. 
O mundo espiritual está permanentemente em íntimo contato com o mundo material. Um e outro processam trocas fluídicas entre si e exercem influência sobre o outro. Essa interferência recíproca é tão intensa que não há como permanecer sem sua convivência. Uma multidão de espíritos desencarnados transita com cumplicidade em todos ambientes da Terra. Eles nos acompanham e nós os atraímos compartilhando com eles nossa intimidade. Os pensamentos, que freqüentemente temos como sendo nossos, são, muitas vezes, o pensamento deles. Dentro das Leis divinas está estabelecido que atraímos para nossa companhia aqueles com quem sintonizamos nossos propósitos. O bem atrai os bons e o mal conviverá com a ignorância. 



Por envolver o mundo espiritual e os Espíritos que aí habitam, não temos controle da comunicação espiritual, e, os métodos da ciência humana, seu sistema de controle e experimentação, não se aplicam à ciência do Espírito. Entretanto, alguns homens têm em sua constituição uma disposição especial que lhes permite entrar em contato lúcido com os espíritos desencarnados. Trata-se do fenômeno da mediunidade que se registra em todos os povos e em todas as épocas da humanidade. A mediunidade é o grande campo de experimentação em que a doutrina espírita apóia-se para revelação e comprovação dos seus postulados. A expectativa futura é de que no decorrer dos séculos todos os homens possam estar conscientes do seu intercâmbio com o mundo espiritual. Os fenômenos mediúnicos explicam uma série de ocorrências frequentemente tidas como sobrenaturais ou produzidos por uma energia desconhecida. A transmissão do pensamento, a visão à distância, as premunições, a xenoglossia, a psicometria, a psicografia e a psicofonia são exemplos já bem estudados e esclarecidos pelo espiritismo.





Nubor Orlando Facure, 79, é médico, espírita, escritor, pesquisador e cientista, durante 50 anos esteve ao lado de Chico Xavier seu amigo e paciente, viveu como espírita o milagre de Uberaba MG, onde Chico Xavier passou maior parte da sua vida, praticando a caridade e o amor, conviveu e conheceu as lideranças espíritas do Brasil, recebe e-mails pelo lfacure@uol.com.br e colabora com este blog.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A POESIA DA MENTE - POR NUBOR ORLANDO FACURE










Quando olho uma cachoeira vejo suas águas fluindo e ouço o som agradável da água que bate nas pedras, quando uma informação visual ou auditiva atinge as áreas sensoriais no meu cérebro, são estimulados os lobos occipitais e temporais.





Essa informação vai até aos lobos patietais para acrescentar o movimento e a localização especial contidos no estímulo, daí em diante progride ao cérebro límbico onde compara informações da memória para dizer se já conheço esse lugar, e confere aos estímulos recebidos um valor emocional maior ou menor, afinal, é uma das belas cachoeiras das Minas Gerais.

O estímulo continua até ao lobo frontal mais precisamente, bem na sua frente, no córtex pré-frontal. Aqui, o estímulo adquire um componente semântico, simbólico, conceitual O córtex pré-frontal constrói nossa percepção do mundo à nossa volta, e Seleciona os aspectos mais importantes das informações, para nos permitir escolhas acertadas, decisões previsíveis conforme nossos interesses, vontades e desejos.






Como é refrescante esse banho de Cachoeira, essa é minha maior recompensa, mesmo com o perigo de escorregar nas pedras O mundo à nossa volta é uma construção bem elaborada dos nossos recursos cognitivos, sim, só existe para nós conforme nossas próprias escolhas.





 
Essa leitura é semelhante ao que afirma a filosofia hindu, que há séculos nos ensinou que a realidade é "maya", ou seja uma ilusão.








Nubor Orlando Facure, 79, é escritor, médico, Neurologista, espírita, durante 50 anos viveu como amigo e médico de Chico Xavier, o milagre de Uberaba, MG, recebe e-mails pelo lfacure@uol.com.br e colabora com este blog.