quarta-feira, 6 de junho de 2012

A PUREZA DOUTRINÁRIA É NOSSA RESPONSABILIDADE


 
Logo após a publicação do Livro dos Espíritos no dia 1 de abril de 1857 em Paris, Allan Kardec fez questão de dar prosseguimento à divulgação da Doutrina. Iniciando a 1 de abril de 1858 a Publicação da Revista Espírita, através da qual poderia discutir apresentar as informações doutrinárias e ampliar o campo disseminando a terceira Revelação.

Imediatamente compreendeu a necessidade de criar um núcleo no qual fosse possível a continuidade dos estudos, análise das comunicações espirituais, e educação mediúnica, a prática da caridade, a convivência saudável entre os dois planos da Vida: O material e o Espiritual.
Deste modo fundou no dia 1 de abril de 1858 a Sociedade Parisiense de Estudos Espírita, em cujo Regulamento, no primeiro artigo declara enfaticamente.


Foto da sede em Paris, França, no dia citado, Allan Kardec disse: "
“A extensão por assim dizer universal que tomam diariamente as crenças espíritas faziam desejar vivamente a criação de um centro regular de observações. Esta lacuna acaba de ser preenchida. A Sociedade cuja formação temos o prazer de anunciar, composta exclusivamente de pessoas sérias, isentas de prevenções e animadas do sincero desejo de esclarecimento, contou, desde o início, entre os seus associados, com homens eminentes por seu saber e por sua posição social. Estamos convictos de que ela está chamada a prestar incontestáveis serviços à constatação da verdade. Sua lei orgânica lhe assegura uma homogeneidade sem a qual não haverá vitalidade possível; está baseada na experiência dos homens e das coisas e no conhecimento das condições necessárias às observações que são o objeto de suas pesquisas. Vindo a Paris, os estranhos que se interessam pela doutrina espírita terão um centro ao qual poderão dirigir-se e comunicar suas próprias observações”
A Sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas.

Estava inaugurado o primeiro Centro Espírita do mundo, a célula abençoada que iria multiplicar-se em favor da construção da futura Sociedade terrestre mais Feliz.

Costumamos a freqüentar o Centro Espírita durante anos sem atentarmos para os aspectos mais profundos da sua importância, pois o vemos apenas como o local onde vamos buscar ajuda, consolo, amparo e esclarecimentos e onde se tem um bom ambiente espiritual, apropriado para as reuniões espíritas.

Muitas vezes nos decepcionamos com as praticas que vem ocorrendo no movimento espírita, talvez ocorra com a Doutrina Espírita o mesmo que ocorreu com o Cristianismo primitivo, legado por Jesus aos homens puros e espiritualizado, mas no momento que foi admitido pelo poder temporal de Roma e as massas ignorantes o aceitaram, estas foram impondo suas crendices, suas superstições trazidas do fetichismo e do paganismo. Foram nele infiltrando seus rituais, explicações infantis ou nebulosas, solenidades, mistérios, palavras exóticas e sacramentais.

Como o espiritismo há o perigo de acontecer o mesmo. À medida que as palavras dos Espíritos passaram a ser ouvida em toda a parte, e que grandes médiuns começaram a atrair multidões, e os livros espíritas iluminaram o mundo os princípios da Terceira Revelação, multidões correram aos Centros Espíritas.  

Queria encontrar, dentro do movimento espírita, os mesmos rituais e solenidades aos quais estava acostumado deixando levar pelo atavismo religioso.

Muitos dirigentes, temendo ficar com as Casas vazias, vão cedendo, fazendo sempre uma pequena concessão, aparente inócua, amanha outra, e assim por diante. Quando se perceber, a pratica mediúnica e as reuniões estarão totalmente deturpados, com a introdução de vestes especiais, defumação, cantos e hinos, bustos e estatuas, oferendas, títulos nobiliárquicos, casamentos espíritas, batizados, posições especiais para orar, etc. 
“As deturpações da Doutrina são de duas modalidades: A Primeira é ingênua, não tem intuito doloso à segunda intenção, é exploração e possui uma finalidade oculta”. 
Na primeira, consideramos o uso da mediunidade para assuntos mundanos, seu cultivo como rotina e sem orientação, a fantasiosa referente às personalidades dos espíritos comunicantes, o cerimonial que se enxerta na pratica espírita, o uso das sessões de passes e de curas, a falta de critica no relato e nas publicações dos fenômenos supranormais, as idéias estranhas do espiritismo que nele querem ser enxertados, trata-se de idéias dogmáticas, esotéricas ou teosóficas.
 Como exemplo de deturpação doloroso, com intuito de lucro ou propaganda, encontramos os anúncios de médiuns receitistas, as falsas operações, visando questões materiais. 
Precisam os freqüentadores saber que os espíritos não nos procuram, para tratar de coisas materiais, e sim, de assuntos espirituais, de interesse comum e universal. Não vem resolver nossos problemas particulares, mas relembrar-nos de que somos seres imortais em evolução e que devemos cogitar de algo acima das coisas mundanas e passageiras.
O espiritismo é a luz, é bússola, é a maior Doutrina que veio para o progresso da humanidade terrena. Não é um conjunto de praticas ritualísticas que deslumbram as mentes primitivas, nem oferece, para solução do problema, rituais ou formulas cabalísticas.

                   Alguns dirigentes de Centro Espirita, sob o argumento de que o espiritismo é uma Doutrina Universalista e abrangente, e citam que Kardec está ultrapassado, e precisam ser revisto e, assim  consideram natural a incorporação nas suas atividades de certas práticas que não condizem com os princípios Espirita e nem se ajustam às finalidades da Instituição .

                   O certo seria esses Dirigentes dizer que os Espíritos que transmitiram a Codificação é que esta ultrapassado e a Doutrina Espírita  descartável , para se moldar ao gostos de certos Dirigentes .
                  

                   Em GÊNESE , Kardec faz uma citação das verdades práticas do Doutrina Espírita. “O Espiritismo, marchando com o progresso, jamais será ultrapassado porque, se novas descobertas demonstrassem estar em erro sobre certo ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará. ( A gênese pagina 37 Ed. Lake).
                  
                   Esse procedimento tem-se agravado nos últimos tempos com a introdução na Casa espirita de processos alternativos de  tratamento e cura, tais como terapias de vidas passadas, cromoterapia , cristalografia, pirâmides , projectologia e outros.

                   O compromisso do Centro Espirita e dos seus Dirigentes é para com a Doutrina, estudada e aplicada em consonância com o Evangelho de Jesus. A adoração de teorias e práticas exóticas ou não afinadas com a  simplicidade e a pureza dos trabalhos espíritas compromete-lhe o objetivo e desorienta seus freqüentadores e assistidos .

                   Dispõe a Casa Espírita de inestimáveis recursos para atendimento dos que procuram em busca de lenitivos para seus males psicofísicos. Entre esse recursos estão a prece, o passe, a água fluidificada, a desobsessão, além da imprescindível orientação Doutrinária. Buscar reforço em estranhos tipos de tratamento indica falta de fé na terapêutica do Consolador.

           Todos nós profissionais nos preocupamos em manter a seriedade e a  honestidade  em nossa profissão , seja ele médico, cientista, advogado , engenheiro e outros, então o por quê de não aplicarmos os mesmos critérios em nossa Casa espírita , porque temos que nos tornar infantis aceitando de pronto tudo aquilo que é  dito nos trabalhos , sem passar pela análise racional do dirigente .

                A maioria das Casas Espíritas ministra cursos que por ano formam mais ou menos uns trezentos médiuns , e mesmo assim não encontramos dirigente conhecedor das causas espiritas .

               Allan kardec demonstrou  preocupação e zelo pelos Núcleos espiritas em todo o período de sua vida missionária, conforme se pode constatar em “ O Livro dos Médiuns”, “Obras Póstumas”, na Revista Espírita  nos discursos proferidos quando de suas viagens de 1862 ( a Lyon e Brodeaux) e 1864 (Bruxelas e Anturépia). Isto porque reconhecia nas Sociedades Espíritas (grandes ou pequenas) às células de disseminação do espiritismo e congraçamento dos seus objetos.



      Não nos damos conta de toda a complexa estrutura espiritual que mantém uma sede de atividades espirituais âmbito dos encarnados, para que ela possa atuar nos dois planos da vida. 
      Templo, lar, hospital. Oficina, escola. O Centro Espírita reúne tudo isso, sendo essencialmente o ponto de encontro de almas  que buscam por respostas, que buscam Paz e que despertaram para a necessidade de se renovarem interiormente sob a luzes do Consolador prometido por Jesus.

      Almas cansadas, desiludidas, sofridas: almas sem rumos, perdidas em si mesmas, em busca da própria espiritualidade. Em certo momento de sua vida percebem que são imortais, que são espíritos, provisoriamente revestido de um corpo físico e que a vida no plano terreno é passageira curta e rápida na trajetória evolutiva.

    As realidades da Importância do Centro espírita aos poucos se evidenciam, conferindo aos dirigentes de serem as “Vozes” no plano terreno, dos Benfeitores da vida maior, estes que numa visão mais profunda e avançada, são em verdades, aqueles que dirigem, orientam, sustentam e inspiram os tarefeiros encarnados.

     Portanto, é no âmbito do Centro espírita que exercitamos o amor, em suas várias gradações, que aprendemos a perdoar, que treinamos a paciência e a tolerância aprendemos simultaneamente ter respeito e disciplina no trato com as coisas espirituais.
Há alguns anos, estamos sendo conscientizados, principalmente através de mensagens dos instrutores espirituais, do que é na realidade o Centro Espírita. Preservá-lo de acordo com as Diretrizes da Codificação.


As suas Bases, os seus alicerces espirituais, assim argamassados farão com que a obra se erga firme na Terra e permaneça de pé vencendo as tormentas e vicissitudes humanas.

É “A casa edificada sobre a rocha” de que nos fala Jesus. Capaz de resistir através dos tempos. 
Mas que só se materializara se a equipe encarnada colocar dia a dia os tijolos do Amor e o cimento da perseverança. Se os labores ali efetuados levarem o sinete da caridade e do desinteresse pessoal, transformando-se assim em Templo e Lar, Hospital e escola.

 O Centro Espírita – Unidade fundamental do Movimento Espírita para bem atender às suas finalidades, deve ser núcleo de estudo, de fraternidade de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita.

Desviá-lo dessa diretriz é comprometer a causa a que se pretender servir.
J Herculano Pires ( O centro Espírita) . Suely Calda Schubert ( Dimensões do Centro espírita), podem ser referenciadas pela  doutrina no Brasil.


                   O Centro Espírita – Unidade fundamental do Movimento Espírita para bem atender às suas finalidades, deve ser núcleo de estudo, de fraternidade de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita.
                   Desviá-lo dessa diretriz é comprometer a causa a que se pretender servir.

Após estudarem os requisitos das sessões bem orientadas, enumeram aquilo que consideram falhas na prática espírita. Destacamos os seguintes erros, que são talvez os mais freqüentes;


a)    Uso de túnica branca pelo dirigente dos trabalhos.
b)   Proibição do estudo dos Livros da Obras básicas, sob alegação de queou  o Guia é competente para tudo ensinar;
c)   Distribuição de preces impressas, para se evitarem desarranjos na vida,
d)    Abstinência de carne no dia da sessão espírita;
e)     Realização de casamentos, batizados e crisma espírita;
f)      Promessas aos espíritos, para se conseguirem favores;
g)    Médiuns de mãos dadas ou espalmadas sobre a mesa;
h)    Comunicação de dois ou mais espíritos ao mesmo tempo;
i)       Proibição de cruzarem as pernas;
j)      Cantos extravagantes, velas, defumações;
k)    Assistência obrigada a se conservar de olhos fechados;
l)       Obrigação de receber passes ao entrar na casa espírita;
m) Perguntas aos espíritos para satisfazerem a curiosidade.
n)    Implantação de terapias, cromoterapia, Reik e outras.   

Mas Infelizmente não foram em busca de uma iluminação interior, de uma explicação para as torturantes duvidas filosófica, foram em busca de remédio pronto e fácil para todas as mazelas do corpo e do espírito. Essa grande massa de raciocínio simplista não possuía o menor interesse na Doutrina espírita e, sim, no que poderia obter de imediato e material. E fazem do Centro Espírita velhas catacumbas onde os cristãos antigos se reuniam ás escondidas, no mais completo anonimato. 


O texto acima foi produzido a convite do BLOG Divugação do Espiritismo pelo dirigente Espírita Paschoal Nunes Filho, 50, empresário, administrador, atual Presidente e diretor de Doutrina da Sociedade Espírita Casa do Caminho em Piracicaba, Paschoal é também médium, orador, ex-vice presidente da USE   Fundador de três Casas Espiritas, tem 36 anos dentro da Doutrina codificada por ALLAN KARDEC, e sempre que possível estará conosco para divulgar a DOUTRINA ESPIRITA.

Um comentário:

  1. Muito bem centrado prezado companheiro de jornada, que todos que estão a frente de Casas Espíritas possam entender seu texto e suas obersavações, com as quais concordo com todas, estamos indo sem termos conhecimento ainda sobre a BASE, parabéns.

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