Prezados amigos do ESPIRITISMO, estamos publicando uma das inúmeras BIOGRAFIAS de CHICO XAVIER, escolhemos a da Wilkipédia pela riqueza de detalhes, e por sua recente atualização, é uma forma de nós falarmos deste médium e deste ESPÍRITA, se hoje o BRASIL É O MAIOR PÁIS DO MUNDO na doutrina deve-se ELE.
Francisco de Paula Cândido Xavier[1], conhecido como Chico Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002), foi um médium[2][3] e um dos mais importantes divulgadores do espiritismo no Brasil.[4] O seu nome de batismo Francisco de Paula Cândido[1], em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, foi substituído pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que psicografou os primeiros livros, mudança oficializada em abril de 1966,[5] quando chegou da sua segunda viagem aos Estados Unidos.
Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica.
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade,[6] quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles.
A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade.
Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela.
Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga
amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel,
vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por
qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o
diabo no corpo".
Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a
cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os
retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos
momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua
mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade [6]. O menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus".
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira,
que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três
sextas-feiras em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco.
Revoltado com a imposição, Francisco conversou novamente com o espírito
da mãe, que o aconselhou a "lamber com paciência". O espírito
explicou-lhe que a simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da
madrinha", esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os
espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de
Moacir, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.
O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista,
exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de
idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta,
o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito
de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas
despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da
casa.
Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco
continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário,
afirmou ter visto um homem, que lhe ditou as composições escolares, mas
ninguém lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma
redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições
escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922.
Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação
essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a provar os seus dons,
Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o
auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso,
o que realizou com êxito.
A madrasta Cidália pediu a Francisco que consultasse o espírito da
falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças
e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta,
conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos. Assustado com a
mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo.
O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a
internação, tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli
simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas
como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco,
então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi
submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou
sequelas para o resto da vida.
No ano de 1924, terminou o antigo curso primário
e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como
caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico devoto
e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre
confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.
Em 1927
então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália e
se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por
um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo.
No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga,
em um simples barracão de madeira de propriedade de seu irmão. Em
julho, por orientação dos espíritos seus mentores, iniciou-se na prática
da psicografia, escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931.
Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos
poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928, começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.
Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra Parnaso de Além-Túmulo. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel,
"...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR,
1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série
de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três
condições: "disciplina, disciplina e disciplina".
Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a
Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais
tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publio
Lêntulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do
cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre
jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil.
Em 1932, foi publicado o Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira
(FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas
brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública
brasileira e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas
opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O
impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um
"modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal
completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a
não responder aos críticos.
Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período, inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda nesse período, descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou pelo resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos.
Continuou com o seu emprego de escrevente-datilógrafo na Fazenda
Modelo da Inspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal,
iniciado em 1935
e a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo
aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do
Além. O administrador da fazenda era o engenheiro agrônomo Rômulo Joviano,
também espírita, que além de conseguir o emprego para Chico, o ajudava a
ter a paz necessária para os trabalhos de psicografia, além de
acompanhar as sessões do Centro Luiz Gonzaga, do qual se tornaria
presidente. Foi justamente no período em que psicografava nos porões da
casa de Joviano que foi escrita uma de suas maiores obras, intitulada Paulo e Estevão.[8].
Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e
distinções, que perdurará por toda a vida, como por exemplo a de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB.
Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam
desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que
inimigos espirituais buscavam atingi-lo com fluidos negativos e
tentações. Souto Maior relata uma tentativa de "linchamento pelos
espíritos", bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em
sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos
narrativos comuns à chamada "prova", comum em histórias de santidade.
O processo da viúva de Humberto de Campos
No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Essa última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via direitos autorais pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense.
A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no clássico A Psicografia Perante os Tribunais, do advogado Miguel Timponi.
Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à
obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição de o tribunal se
pronunciar sobre a existência ou não da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo Irmão X.
Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no Ministério da Agricultura. Vale salientar que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.
Em 1943, vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance Nosso Lar,
o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de
2010 se tornou um filme. Esse é o primeiro de uma série de livros cuja
autoria é atribuída ao espírito André Luiz.
Nesse período, a celebridade de Chico Xavier é crescente e cada vez
mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a
pequena cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação.
Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium
empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de
casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan
Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia".
(MACHADO, 1996:53).
o mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois. Em 1959, estabeleceu residência em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia,
as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro
de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas
com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período,
popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por
espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de
distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
Em 22 de maio de 1965,[9] Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.No alvorecer da década de 1970,
Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de
audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões,
passou a sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
1981, foi proposto para o Prêmio Nobel da Paz,
que não ganhou. Nesse período, a sua fama ampliou-se no exterior, com
diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como
ganhou adaptações para telenovelas. Ao final da década de 1990,
o médium contava com mais de quatrocentos títulos de livros
psicografados. Nesse período, estimava-se em aproximadamente cinquenta
milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais quinze
milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec (SANTOS,
1997:89).
No ano de 1994, o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário".[10] A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete[11], com o título de Secretário dos Fantasmas, onde se declarava que, segundo informava a National Examiner, o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".
A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a
admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas
'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo que Chico simplesmente
transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas
mortos e enterrados.[12]
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza,
editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à
revista em que informava utilizar os direitos autorais e a remuneração
pelas obras de Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se
passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são
cedidos gratuitamente, visando a tornar o livro espírita bastante
acessível e a contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina
Espírita".
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro
daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou
uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco
Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em
proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe.
No documento, as entidades representativas do espiritismo no Brasil
devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos
por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à
difusão e à prática do espiritismo, à orientação, ao atendimento e à
assistência espiritual e material aos seus semelhantes".
“'Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.'” (CHICO XAVIER) |
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O médium faleceu aos 92 anos de idade, em decorrência de parada cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de 2002, mesma data da morte de Chacrinha.
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a
Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estivessem muito
felizes e em que o país estivesse em festa, por isso ninguém ficaria
triste com seu passamento.
O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano, no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de nove horas depois da partida Brasil x Alemanha).
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