segunda-feira, 11 de junho de 2012

MATERIALISMO E RESPONSABILIDADE


Será que não estamos supervalorizando os bens materiais em detrimento de nossas aquisições espirituais? 
Nosso carro, ao invés de ser encarado como um meio de transporte virou um símbolo de status: queremo-lo cada vez maior, mais caro, muitas vezes nem sequer podemos pagá-lo, mas queremos porque queremos e nos endividamos só para exibi-lo por aí.  Depois, quando chega a primeira prestação, começam os problemas e nos torturamos maldizendo a vida, a sorte, etc.


Nessa esteira, seguindo os nossos exemplos, vão os nossos jovens, a maioria sem acreditar em nada, julgam que a vida acaba nos portais do túmulo, nada mais havendo depois, a não ser o nada. Então, passam a gozar dos prazeres ilusórios da vida o máximo possível, pois na sua lógica tudo pode acabar de vez amanhã......(e pode mesmo, como consequência do abuso das bebidas alcoólicas, das drogas que se alastram assustadoramente, da falta, enfim, de esperança).

No labor mediúnico, comparecem nossos irmãos que enveredaram por esse caminho de ilusões e, ao darem-se conta que continuam vivos, lamentam dolorosamente o tempo e a oportunidade perdidos e choram copiosamente. Mas o Pai é infinitamente bom e misericordioso, como diz o Profeta Ezequiel: Ele não quer a morte do ímpio, e sim que ele se converta e viva, por isso, novas oportunidades de volta serão dadas a esses irmãos, talvez em condições mais difíceis, mas de acordo com as suas necessidades de retificação da sua trajetória, enquanto espírito imortal.


Mas então, como agir?  Cairbar Schutel no seu livro Parábolas e Ensinos de Jesus, tem uma frase que nos responde bem à questão: “Viver no mundo sem ser do mundo”, isto é, devermos dar às coisas materiais o seu justo valor, sermos moderados em nossos hábitos, usar sabiamente a riqueza que foi confiada a alguns, multiplicando as oportunidades para aqueles que desejam  produzir e se elevar pelo trabalho honesto, ajudar os desamparados e inválidos. No mais das vezes é só usar de boa educação, respeitar as leis, ser bom cidadão, usar da palavra para o bem, com diz o sábio provérbio popular: “falar é prata, calar é ouro”.
Muitas vezes é melhor calar-se. Outras vezes é necessário falar para esclarecer fraternalmente o irmão em erro, a fim de não sermos omissos e, consequentemente, coadjuvantes, mesmo sem querer, dos seus enganos.
Acima de tudo e de todos Deus, pacientemente, aguarda que ganhemos experiência com os nossos erros, que soframos as consequências de nossos próprios atos, que aprendamos a humildade, que dominemos o nosso orgulho e o nosso egoísmo. Por certo temos muito ainda a caminhar. 


Cabe-nos a escolha: trilharmos caminhos menos ásperos e mais rápidos ou, então, aqueles aparentemente mais fáceis, mas que na realidade nos levam a desvios íngremes, obscuros, tornando a jornada mais longa. A escolha está sempre em nossas mãos e não adianta querer culpar os outros pelas nossas más escolhas. A responsabilidade é nossa e só nossa.



JÚLIO FLÁVIO ROSOLEN,
Sobre o autor: participa da Diretoria da Sociedade Espírita Casa do Caminho (2º  Tesoureiro),  é Coronel (da Reserva) do Corpo de Bombeiros e Espírita.



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