segunda-feira, 25 de junho de 2012

FESTAS JUNINAS E VENDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS PELAS CASAS ESPÍRITAS




Amigos do ideal espírita, trazemos hoje ao ultrapassarmos a marca de 2.200 pessoas em nosso Blog, o amigo Pedro Camilo de Figueiredo Neto, advogado, escritor, Pedro Camilo é advogado e professor universitário. Trabalhador do Núcleo Espírita Teles de Menezes, de Salvador-BA, é também é escritor e expositor espírita. Colabora com os jornais Leitura Espírita, de Bragança Paulista, e Correio Fraterno, de São Bernardo do Campo. Palestrante com atuação nacional, possui 5 livros publicados, sendo MEDIUNIDADE: PARA ENTENDER E REFLETIR, seu mais recente lançamento, pela Editora Mente Aberta.



O tema escolhido para sua primeira participação como convidado é BEBIDAS ALCOÓLICAS EM FESTAS DE CASAS ESPÍRITAS,  o companheiro da doutrina tem viajado o Brasil na divulgação de sua obra e traz aqui sua opinião sobre estes fato.
Vamos ao texto de PEDRO CAMILO, que nos envia direto de SALVADOR - BAHIA





Tenho conversado com confrades de toda parte sobre a realização de festas juninas e semelhantes pelas Casas Espíritas, com venda de bebida alcoólica. Perguntam-me o que penso de uma e de outra, como vejo a questão.
Inicialmente, as festas juninas. Realizadas com o fim de integrar os trabalhadores e angariar fundos para construções, têm se multiplicado, tornando-se tradicionais em alguns grupos. Tal como elas, jantares italianos, feijoadas, cafés da manhã e semelhantes.
Particularmente, nada contra. Penso que, como todo movimento filosófico e religioso, o Movimento Espírita também sofre influência dos elementos culturais de cada região. É natural que as referências pessoais e coletivas determinem a assimilação de costumes e sua incorporação saudável aos hábitos de certos grupos espíritas.
Assim, jantares comemorativos, almoços confraternativos, eventos para angariar recursos, haja vista que as Casas Espíritas têm contas a pagar, são naturais e devem ser mantidos dentro dos padrões de bom comportamento, boa organização e bom senso, para não estimular a sensualidade, a glutonaria e os excessos de todo tipo.
Entretanto, é preciso boa reflexão sobre a venda de bebidas alcoólicas nessas ocasiões. Temos assistido ao grande estrago que o vício do álcool tem ocasionado a pessoas e famílias. A própria legislação de trânsito, atenta a isto, tem intensificado o rigor no combate ao uso de álcool na direção de veículos automotores.
Pessoas, cada vez mais dependentes, utilizam-se do álcool como fuga da realidade, mergulham nas drogas mais pesadas estimuladas pelo seu uso, adoecem física e espiritualmente e comprometem a própria existência em sua razão.
As reuniões mediúnicas, laboratório de almas que são, assistem à manifestação de alcoolistas desencarnados que acusam o grande estragam que o vício causou em suas existências, concitando-nos à temperança, à vigilância.
Será certo que nós, como espíritas, estimulemos o seu consumo, a ponto de vender bebidas alcoólicas em nossas comemorações? Será que os fins – arrecadação de fundos – justificam os meios – estímulo à viciação? Estaremos, de fato, atendendo aos desígnios superiores que o Espiritismo encerra?
Que cada um tem o direito de querer beber, e na quantidade que quiser, isso não se nega. O livre-arbítrio está aí e não devemos ser sensores do comportamento alheio. Contudo, não devemos ocupar o papel espúrio daqueles que exploram as misérias alheias, locupletando-nos com os vícios que alimentam. Se nos convier fazê-lo, também o foi para os católicos que, na Idade Média, venderam um pedaço do Céu, como ainda o é para certos grupos, que vendem a felicidade em seus arraias religiosos, sob diversas formas.
A proposta espírita é consolar e esclarecer, nunca estimular o erro ou perpetrá-lo. Cuidemos de nossos grupamentos espíritas e de suas realizações, frente às graves responsabilidades que assumimos perante a nossa própria consciência.
Não nos transformemos em vendilhões do templo, pois correremos o risco de ser recebidos, pelo Cristo, não de braços abertos, mas de chicote em punho, na qualidade de hipócritas.
Conhecemos uma verdade que escapa à grande maioria das pessoas – a imortalidade da alma – e devemos libertá-las, como propõe Jesus, quando recomenda o conhecimento da verdade como instrumento de libertação. Ou deveremos aprisioná-las, explorando seus vícios e limitações sob o discurso de que é preciso “fazer dinheiro”, a todo custo, para promover o Bem?
 


Pedro Camilo






Editou esta matéria com imagens : David Guilherme Chinaglia,
espírita, pesquisador, radialista,
é co-produtor e colaborador
do Blog que divulga o Espiritismo
tambem via Facebook pelo:
Espiritismo Piracicaba, e pelo
David Chinaglia e pelo Tweter
@DavidChinaglia e 
@EspiritismoPira
davidchinaglia@gmail.com






3 comentários:

  1. Prezado amigo Pedro Camilo,

    Concordo plenamente com sua opinião, a casa espírita tem responsabilidade sobre seus atos, tem responsabilidade com a sua imagem diante a sociedade.

    Espero que os dirigentes das casas avaliem melhor as suas escolhas.

    Agradeço o texto de grande importância, e polemico.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Estimado Pedro desde a Publicação, o tema teve vários apoios de espíritas das mais variadas casas.
    Muito embora eu não faça parte de diretoria de casa nenhuma que frequento é uma das questões que mais sou contra em todos os lugares.
    Vi isto em Santos, São Vicente, São Paulo, e Piracicaba, e acredito que é responsabilidade dos dirigentes e dos participes encontrar uma renda alternativa.
    Nestes eventos de festas apoio plenamente sua colocação, não combina, com a doutrina, e com o que todos falam.
    Recentemente disse a uma amiga sobre isto, se cobra conduta de pessoas fora das casas, mas não se pratica a partir das festas e outras questões,.
    Como diz aquele juiz futebol também na vida A REGRA É CLARA, na doutrina também, parabéns e é com muito prazer que recebemos sua grande contribuição apra este nosso Blog humilde que vem falando sobre a doutrina e nossas opiniões e as questões dentro das casas espíritas.
    Grande Abraço.

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