sexta-feira, 9 de março de 2018

A Mediunidade e a visão das cores- Por Nubor Orlando Facure











Visão das cores Estão diante de mim 3 objetos ; Uma maçã vermelha, uma caneta preta e um beija flor azul. Como posso ver a cor de cada um deles?

Primeiro a luz que eles refletem atingem minha retina onde estimulam pequenos terminais nervosos que conhecemos como cones. Ali ocorrem reações químicas que produzem uma corrente elétrica que atinge os nervos ópticos. Essa corrente entra pelo cérebro a dentro em busca das área occipitais onde existem regiões específicas para registrar os estímulos que vieram de cada um dos meus objetos Como os 3 objetos serão “vistos” pelo cérebro?

Eles são apresentados juntos na minha frente, mas, no cérebro não estarão enfiados numa mesma gaveta. A palavra chave no cérebro é distribuição.





Cada objeto irá para um determinado lugar. E, descobertas surpreendentes, mostraram que, as propriedades de cada objeto serão fragmentadas e arquivadas em locais específicos Assim, como cada objeto tem uma forma diferente, as cores próprias, suas dimensões particulares, seus movimentos e suas finalidades, além da possibilidade de já serem nossos conhecidos, cada uma dessas característica irá marcar grupos de neurônios diferentes.

O processo é tão complexo que a visão ocupa 30 áreas diferentes do cérebro Mais surpreendente ainda é que a imagem da minha maçã vermelha está arquivada também com a aparência branco e preto, num determinado local que é diferente de onde ela me aparecerá colorida. Teoricamente, eu posso ter acesso independente a cada um desses registros e faço associações independentes com cada maçã parecida com a minha. 





Em pacientes com epilepsia, no momento de uma crise, eles podem registrar a maçã sem cor, a suas dimensões, se ela está longe ou perto de mim. Analisando o que se passa com a minha caneta, tenho até uma área para registrar o dia em que ganhei de presente do meu neto. Já o beija flor, além das suas propriedades físicas, que também serão fragmentadas e repartidas pelo cérebro, tenho imagens dos seus voos no meu quintal com a graciosidade dos seus movimentos A vidência e a clarividência Esses são dois modelos mediúnicos ótimos para compreendemos o que se passa no cérebro dos médiuns quando relatam sua visões da espiritualidade. 

Esse fenômeno mediúnico não é o mesmo fenômeno visual que relatamos para as vias nervosas e para o cérebro físico que todos nós nos servimos nesse mundo por onde circulamos. Diz-se, popularmente, que os médiuns “enxergam com os olhos da mente”. Cientificamente sabemos que é o corpo espiritual (perispírito) que está captando as imagens. Allan Kardec ensina que o Espirito se apropria das propriedade dos objetos – mais ou menos como anotamos acima sobre a fragmentação dos objetos que atingem nossa visão. Entretanto, após o registro anotado pelo cérebro espiritual, precisamos tomar conhecimento do que foi visto. E, do perispírito para nós, é o nosso cérebro que terá de ser acionado para que nossa percepção se processe. 





E como o perispírito transfere as informações para o cérebro físico? Só ha uma maneira: distribuindo as características dos objetos para que o cérebro possa compreender o que foi visto do outro lado da vida. Como então o médium vê?

Está do outro lado, na dimensão espiritual uma maçã, uma caneta e um beija flor – os mesmos objetos que nos serviu de exemplo no campo físico. Os videntes e os clarividentes verão os vários aspectos, as características de cada objeto em questão, também, em separado. Por isso, os relatos mediúnicos podem divergir quanto a ocorrência ou não de cores, localização, movimento, dimensões, utilidade, a quem pertenceria e as experiências prévias com esses objetos – cada médium pode ver apenas um ou mais dos fragmentos da informação Isso revela a complexidade do fenômeno da vidência e da clarividência e principalmente do grau de dificuldade de se aceitar a fidelidade dos seu relatos Lição de casa Allan Kardec ensina que a mediunidade é um fenômeno que se processa através do cérebro do médium (As interpretações que aqui coloco são apenas minhas sugestões para estudo – não constam do corpo doutrinário da Doutrina Espírita).


Nubor Orlando Facure, 77, médico, escritor, palestrante, ex diretor da Unicamp, onde por anos foi o primeiro médico a falar sobre a Doutrina espírita, Facure, nos dá livros e livros para entendermos a mente, e o espiritismo, amigo pessoal de Chico Xavier, viveu o milagre de Uberaba, por 50 anos conviveu com os maiores médiuns da Doutrina no Brasil, é colaborador deste blog, e segue sempre nos ensinando em sua missão de professor também do espiritismo.

lfacure@uol.com.br

quinta-feira, 8 de março de 2018

CIRURGIA PLÁSTICA - Por Richard Simonetti





Perguntaram a Chico Xavier:

– Você faria uma plástica facial?

– Claro, se me fosse possível, pois assim não assustaria tanto meus semelhantes.

A resposta bem-humorada do médium nos conduz à problemática dessa especialidade médica, bastante desenvolvida na atualidade.

Técnicas modernas tornaram os procedimentos mais simples e acessíveis.

Há, porém, sob o ponto de vista espiritual, a impertinente questão:

Será lícita essa iniciativa, buscando-se a beleza física, quando o que importa é o embelezamento espiritual?

Bem, amigo leitor, costuma-se dizer que para sermos felizes devemos gostar de nós mesmos.

Obviamente, isso envolve, também, a aparência.

Razoável, portanto, que a pessoa não satisfeita com seu visual trate de melhorá-lo.

Argumentam os opositores que seria incensar a velha vaidade humana, tão prejudicial à evolução do Espírito.

Se assim considerarmos, deveremos renunciar aos cuidados com a roupa, os sapatos, os cabelos, a higiene pessoal…

Todos apreciam uma pessoa bem trajada, cabelos bem penteados, suave perfume…

Igualmente desejável boa postura, ar saudável, expressão jovial, harmonia nos traços, ausência das rugas que tanto incomodam a alma feminina.

Há profissionais que devem observar cuidadosamente esses aspectos: modelos e artistas, por exemplo, cujo trabalho exige apuro com o visual.

Condenável seria o excesso.

Vejo pessoas que se submetem a tantas recauchutagens faciais que ficam com a aparência de uma boneca de cera, pele esticada, face inexpressiva.

Ouvi, certa feita, famosa atriz já na madureza, a proclamar que jamais se submeteria a cirurgia rejuvenescedora facial, por considerar que rugas dão dignidade e respeitabilidade à velhice.

Exemplar sua postura, embora não devamos levar sua observação a extremos, suprimindo até mesmo os recursos de preservação da saúde.

Afinal, de certa forma contrariamos a Natureza quando lutamos contra a morte, buscando longevidade.



***



Há a questão do carma.

A cirurgia plástica estaria interferindo na programação cerâmica.

Será?

Consideremos a herança genética.

Herdamos de nossos pais suas características físicas e não me parece que toda uma ancestralidade tenha enfiado o nariz onde não devia ou não ouviu os avisos da vida, justificando o nariz adunco ou as orelhas de abano.

Mesmo quando há legítimo problema cármico, relacionado com a aparência ou a funcionalidade física, isso não significa que não possamos corrigi-lo ou amenizá-lo.

Na contabilidade espiritual, quando se trata do pagamento de débitos cármicos, a Medicina, com seus avanços, é a própria Misericórdia Divina a nos oferecer generosos descontos, amenizando as dores do resgate.






***



Consideremos, ainda, que a dor é apenas o estágio primário no processo de reajuste quando contrariamos as leis divinas e nos comprometemos no mal.

Num segundo estágio, há os prejuízos que causamos.

Um exemplo:

Num exercício de vandalismo, chuto a vitrine de uma loja, fazendo-a em pedaços. No ato corto a perna e vou parar no hospital.

Dependendo dos recursos que venha a mobilizar, inclusive cirurgia plástica, posso demorar mais ou menos na recuperação, ficar ou não com antiestética cicatriz ou limitação de movimentos, mas o resgate de minha dívida com o comerciante será o meu compromisso maior.

Somente estarei liberado quando ressarcir os prejuízos que lhe causei.

Ainda que ele não necessite dessa reparação, sentir-me-ei em débito com minha própria consciência, obrigando-me a ações compensatórias dirigidas ao bem comum.





***



Podemos considerar a cirurgia plástica uma espécie de maquiagem para o homem perecível, sem nenhum efeito na economia do Espírito imortal.

Portanto, caro leitor, use-a, se o desejar, sem abusar, e lembre-se:

O bisturi melhora precariamente o visual físico.

Para melhorar o visual espiritual é preciso usar largamente outro bisturi: o empenho de renovação, extraindo mazelas e imperfeições de nossa alma, mão firme no esforço do Bem.



Richard Simonetti, 82, escritor, espírita, por mais de 63 anos divulgando a Doutrina Espírita pelo Brasil e pelo Mundo, é palestrante, tem canais na Internet, é colaborador deste blog semanalmente.

quinta-feira, 1 de março de 2018

SABEDORIA E O BOM SENSO - POR RICHARD SIMONETTI






O sábio indiano passava com um discípulo, às margens do Ganges. Em dado momento, viu um escorpião que se afogava.


Pressuroso, estendeu a mão e o retirou das águas.Previsivelmente, o escorpião deu-lhe uma ferroada. Não obstante a dor, o sábio, cuidadoso e paciente, o depositou em terra firme.


Teimoso, o bicho voltou ao rio. O discípulo, admirado, viu seu mestre salvá-lo novamente, submetendo-se a nova agressão.


O escorpião, que parecia orientado por vocação suicida, retornou às águas. Repetiu-se a cena.


A mão do sábio intumescia, lancinante dor. – Mestre – balbuciou, confuso, o discípulo, – não estou entendendo. Esse escorpião o atacou três vezes e o senhor continua empenhado em socorrê-lo?!


Ele sorriu. – Meu filho, é da natureza dele picar; a minha é salvar!


Grande sábio, não é mesmo, leitor amigo? Se responder negativamente, concordo com você. Faltou-lhe um componente essencial à sabedoria: O bom senso, a capacidade de avaliar uma situação e fazer o melhor.


Se o exercitasse, simplesmente apanharia um arbusto ou vareta, recolheria o escorpião e o deixaria longe do rio. Fácil, fácil, sem problemas, sem picadas, sem dores…



Camille Flammarion (1842-1925) famoso astrônomo francês, fazia o elogio fúnebre de Hippolyte León Denizard Rivail (1804-1869), emérito professor, imortalizado como Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita.


Destacava que Kardec não fora reconhecido pelos homens de ciência, já que não colecionara títulos acadêmicos; mas muito mais que o simples saber dos que frequentam as academias, revelara o atributo fundamental da sabedoria.


E o definiu em inesquecível epíteto: Foi o bom senso encarnado.


***


Desde tempos imemoriais, os homens colhem experiências envolvendo o sobrenatural.


No histórico de qualquer família, infalivelmente, há notícias relacionadas com o assunto. Em meados do século XIX, na França, estavam em efervescência fenômenos dessa natureza.


Envolviam mesas que se movimentavam e até se comunicavam, em insólita telegrafia, com pachorrenta indicação das letras do alfabeto, compondo instigantes diálogos com a madeira. As pessoas divertiam-se, sem questionar como era possível um móvel, sem nervos e sem cérebro, exercitar o pensamento.


Usando de bom senso, Kardec concebeu, de imediato, que havia seres inteligentes produzindo os fenômenos.


Imaginou, em princípio, fossem os próprios participante agir, inconscientemente, por artes de desconhecida província cerebral. Para comprovar essa tese, preparou perguntas sobre assuntos que só ele conhecia. A mesa respondeu com propriedade.


Certamente, sua própria mente interferia.


Formulou questões sobre assuntos que desconhecia A mesa, impávida, não vacilou.


Respostas absolutamente corretas. Fosse um parapsicólogo, desses que abominam avançar além dos estreitos limites de suas convicções materialistas, certamente formularia hipóteses mirabolantes, relacionadas com um ser onisciente a dormitar nos refolhos da consciência humana. Um deus interior, capaz de responder a qualquer pergunta, ainda que a resposta estivesse num livro enterrado em recôndita região, no Himalaia.


Ocorre que Kardec não era simples “sábio”.


Tinha bom senso.


Logo percebeu que, por trás daquelas manifestações, havia seres invisíveis, no mais vigoroso movimento jamais desenvolvido pelos poderes espirituais que nos governam, com o objetivo de combater o materialismo, estabelecendo uma ponte entre o além e o aquém.


Descobrindo os Espíritos, os seres pensantes da criação, Kardec empolgou-se com as perspectivas que aquele contato oferecia.


Mas, cuidadoso, escreve, em Obras Póstumas:






Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas idéias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspeção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir. Isso é bom senso. Sem ele, ficaremos sempre jungidos aos estreitos limites de nossa crença, engessados por princípios dogmáticos, como ocorre com muitos religiosos, que poderiam iluminar seu entendimento se tivessem o bom senso de avançar além das restrições que lhes são impostas. Muitos se recusam a tocar um livro espírita, como se fora ameaçador escorpião.


Não aprenderam o elementar: Escorpiões somos todos nós, dominados por tendências agressivas e viciosas, a nos debatermos nos turbilhões da ignorância. Salva-nos o livro espírita, quando temos o bom senso de ler suas luminosas páginas.



Richard Simonetti, 82, escritor, palestrante, médium, e divulgador da Doutrina Espírita, há mais de 62 anos, é colaborador deste blog, e tem em seu nome várias páginas na internet.