segunda-feira, 28 de maio de 2012

DE PADRE A ESPIRITA - A VIDA DE TORRES PASTORINO

Amigos de ideal Espirita e companheiros de jornada, a Doutrina Espirita na Europa e no Brasil sempre teve grande nomes hoje falaremos do autor de um dos livros de bolso mais vendido no Brasil, Torres Pastorino que foi Padre, não terminou deixando a Igreja Católica e se torna Espirita e um dos maiores divulgadores da DOUTRINA ESPIRITA DE ALLAN KARDEC.
Eis sua História:

Biografia de Carlos Juliano Torres Pastorino

José Basílio
Nascido em 4 de novembro de 1910 e desencarnado em Brasília - DF em 13 de junho de 1980.
Era mais conhecido por Prof. Pastorino e era filho de José Pastorino e Eugênia Torres Pastorino. Desde criança demonstrou inusitada inteligência e vocação para a vida eclesiástica com apenas 14 anos de idade, em 1924, recebeu os diplomas de Geografia, Corografia e Cosmografia, do Colégio D. Pedro II e, logo em seguida, ainda no mesmo ano, o diploma de Bacharel em Português, no mesmo colégio. Viajou para Roma a fim de cursar o Seminário, onde, em 1929, foi diplomado pelo Cardeal Basilio Pompili, para a Ordem Menor de Tonsura. Formou-se em Filosofia e Teologia em 1932, sendo ordenado sacerdote em 1934.
Abandonou a vida eclesiástica da Igreja Católica Romana, quando, em 1937, aguardava promoção para diácono. Surpreendeu-se com a recusa do Papa Pio XII, em receber o Mahatma Gandhi em seu tradicional traje branco. O Colégio Cardinalício exigia que o grande líder da India vestisse casaca, para não quebrar a tradição das entrevistas dos chefes de Estado. O Prof. Pastorino, diante dessa recusa, imaginou que se Jesus visitasse o Vaticano, não se entrevistaria com o Papa, pois vestia-se de forma similar a Gandhi, e jamais se sujeitaria ao rigor exigido pela Igreja.
Regressou de imediato ao Brasil e desenvolveu intensa atividade pedagógica. Ingressou no Instituto Italo-Brasileiro de Alta Cultura, como professor de Latim e Grego, cargo que exerceu de 1937 a 1941. Em 1938, recebeu o registro de Professor de Psicologia, Lógica e História da Filosofia do Ensino Secundário. Foi também professor de Espanhol.
Em paralelo com o magistério, exercia atividades jornalísticas, como correspondente dos Diários Associados . Foi Adido Cultural e Jornalístico da Academia Brasileira de Belas Artes. Sócio de inúmeras Sociedades Esperantistas, no Brasil e no exterior. Delegado especializado (Faka Delegito) da Universidade Esperanto Asocio, com sede na Holanda foi fundador da Sociedade Brasileira de Esperanto, no Rio de Janeiro. Sua bibliografia é extensa, com mais de 50 livros publicados e outros tantos inéditos.
Escritor, jornalista, teatrólogo, radialista, historiador, filólogo, filósofo, professor, poliglota, poeta e compositor. Falava fluentemente vários idiomas, legando-nos inúmeros livros didáticos. Traduziu obras de vários autores ingleses, franceses, espanhóis, italianos, clássicos latinos e gregos.
No dia 31 de maio de 1950, terminava a leitura de O Livro dos Espíritos , de Allan Kardec, que recebera por empréstimo de um seu colega do Colégio D. Pedro II. Nesse dia declarou-se espírita, data que guardava com muito carinho. Passou a freqüentar o Centro Espírita Júlio César, no Grajaú, o qual foi sua escola inicial de Espiritismo. No dia 8 de janeiro de 1951, com um grupo de abnegados companheiros, fundava o Grupo Espírita Boa Vontade, posteriormente mudado para Grupo de Estudos Spiritus, para não haver confusão com a Legião da Boa Vontade.
No Grupo de Estudos Spiritus, nasceu o Lar Fabiano de Cristo, o boletim SEI (Serviço Espírita de Informação). Fundou a Livraria e Editora Sabedoria e a revista com o mesmo nome, prestando relevantes serviços à Doutrina, no terreno cultural.
O professor Carlos Torres Pastorino realizou muitas palestras no Rio de Janeiro e em vários outros Estados. Participou ativamente de Congressos, Semanas Espíritas, Simpósios, Cursos e tantos outros eventos. Fez-se sócio de inúmeras instituições espíritas e colaborou com a imprensa espírita nacional e do exterior. De sua vasta bibliografia espírita, destaca-se Minutos de Sabedoria , que bate todos os recordes de vendagem, já em várias edições Sabedoria do Evangelho , publicado em fascículos na revista Sabedoria e Técnicas da Mediunidade , excelente livro sobre o assunto.
O grande sonho do Prof. Pastorino era criar uma Universidade Livre, para ensinar Sabedoria. Em 1973 recebeu, por doação, do Dr. Miguel Luz, famoso médico paulista, já desencarnado, magnífico terreno numa área suburbana de Brasília, denominada Park Way , onde iniciou as obras da Universidade. Já com algumas dependências construídas, passou a residir no local, para administrá-la. Chegou a realizar vários cursos, estando a sua Biblioteca em pleno funcionamento, com o respeitável número de 8000 volumes, adquiridos ao longo de sua existência, toda voltada para a cultura geral e o bem-estar da Humanidade.
Foi casado com Da. Silvana de Santa M. Pastorino, deixando três filhos maiores e sete netos. Deixou também um casal de filhos menores do segundo casamento.
Baseado no livro: Personagens do Espiritismo de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy - Ed. FEESP - 1ª ed. - 1982 - SP - Brasil

6 comentários:

  1. Acredito que o título do texto é muito impreciso, uma vez que, como refere-se o autor:
    (...)Abandonou a vida eclesiástica da Igreja Católica Romana, quando, em 1937, aguardava promoção (sic) para diácono.
    Se o referido objeto da postagem - Sr. Pastorino - foi ordenado sacerdote em 1934 jamais poderia aguardar qualquer "promoção" ao diaconato, uma vez que este é um grau inferior ao do sacerdócio. Ninguém sobe descendo, não é mesmo?

    Quanto ao relato de Pio XII não querer receber Gandhi. É preciso considerar muitas coisas igualmente imprecisas:

    - Pio XII foi papa de 1939-1958
    - Sr. Pastorino deixou o sacerdócio em 1937, portanto 2 anos antes de Pio XII "existir".
    - Gandhi jamais deixou a Índia depois de 1915, quando retornou da África do Sul, portanto nunca esteve na Itália, muito menos no Vaticano.
    - Jesus não se vestia como Ghandi. Para isso basta ver as fotos das roupas (ou pouca roupa) que Ghandi trajava.
    Afirmar isso -que Jesus se vestia de forma similar à Ghandi - vai contra não só a iconografia tradicional, mas atenta contra o próprio contexto climático da região, predominantemente seco e árido, onde vestimentas mínimas seriam razão de morte por insolação.

    De fato as túnicas eram o traje mais comum e elas cobriam o corpo todo, não sendo nem um pouco parecidas com fraudas, como é o caso de Ghandi. No caso dos sacerdotes hebreus se colocava ainda o "Ketonet", por cima da túnica. Tudo atado com um cinto de couro e por último o manto, como relatado biblicamente (cf Mt 27, 35). Portanto, nada similar a Ghandi.

    De fato, se Jesus fosse ao Vaticano, com as suas vestes tradicionais, seria muito bem recebido lá, justamente pelo rigor das vestimentas Vaticanas. Dentro das muralhas vaticanas, por força de Lei, todo clérigo deve usar batina, todo monge(ja) deve usar o hábito. Jesus, trajando a típica vestimenta do povo hebreu, pareceria-se muito com um padre norbertino de batina ou um trapista.

    Espero ter ajudado a tornar a informação acima mais precisa.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Estimado Sérgio, nossas biografias são baseadas em textos coletadas de várias publicações, sendo como citamos noutro comentário do amigo, a Wilképedia e a Universal de Paris, a FEB(Federação Espirita do Brasil), a defesa da igreja no caso de Ghandi é pessoa.
    Sua maneira de ver, se olhar do ponto de vista católico eles estão certos, do ponto de vista humano e politico faltou diplomacia claro que é uma opinião minha pessoal em relação aos fatos, cada povo se veste da sua maneira(quero lembrar que em Londres Ghandi como estudante usava terno, em suas pesquisas junto a igreja também, já na visita ao Papa ele tinha mudado seu jeito "Ingles" e retornou as suas origens.)
    Nas visitas dos Indios Americanos a presidentes dos EUA, ou aqui mesmo nossos Indios com o presidente somente o cacique Juruna trocou de roupa para atender o protocolos(usado como exemplo) a propria Igreja recebeu líderes do Tibet com a vestimenta deles, e outros líderes, que o Papa recebeu.
    No caso de presidentes e protocolos sim ficam sujeitas as regras no caso em especial de Ghandi tem toda uma questão politica, envolvendo sua posição com relação ao Paquistão, India e contra os interesses de países com os quais a IGREJA mantinha suporte politico sendo ou não a fé oficial. Uma questão técnica que hoje pode ser vista da vossa forma se olharmos a explicação da Igreja, se vermos os interesses politicos e socias, veremos erros, na conduta do evento em si, mantemos a redação em face as bases, porém consideramos válido para que os demais possam ter sua visão, seus comentários, isto no caso de Ghandi, no caso de Torres Padre ele o foi, a questão é apenas probatória que ele era um católico atuante antes de reconher a doutrina espirita, e famoso o que também deu no Brasil a mesma tématica no passado de Victor Hugo na França.
    Do ponto de vista técnico da Igreja e dos catolicos existe uma posição e democraticamente existe outras, a história em si são fatos, não técnica ou democracia.
    Muito agradecido por vossa participação, e esperao ter contemplado vossos anseios continue nos apoiando com suas visitas, e com sua forma sempre gentil e técnica de apresentação sua opinião contraria, isto mostra seu grau de elevada cultura.
    Abraços

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    1. Prezado
      Acredito que não fui muito claro, portanto esclareço.
      A questão toda não é se um Papa, qualquer que seja, recebe uma pessoa, qualquer que seja, no seu traje típico, religioso ou secular.

      O ponto fulcral é justamente a inexistência de um evento afirmado pelo texto em questão. Não houve encontro, nem tentativa de encontro, entre Pio XII e Gandhi.

      A questão não é religiosa, filosófica ou política. A questão é mais simples, felizmente. Não houve tal encontro.

      Segundo a própria Wikipedia, Gandhi esteve em Londres quando tinha 19 anos e voltou para a casa (Índia) aos 22, após cursar direito. Depois da Índia foi para a África do Sul, onde representou uma empresa indiana como advogado.

      Em 1915, com 46 anos, retorna à Índia de forma permanente e de lá não sai até desencarnar.

      O que estou querendo mostrar, caro David, é que não há razão para indignação - do Sr. Pastorino ou de qualquer pessoa - pela "deselegância" do Papa Pio XII em não receber Gandhi, uma vez que o fato não aconteceu.

      Algo na construção do texto me deixa "com a pulga atrás da orelha". Admitamos que Pastorino seja um padre da década de 30. Neste período causaria muita estranheza se um Papa, qualquer que fosse, recebesse um não-cristão. De fato nesta época os papas recebiam, por condições políticas, poucas pessoas leigas.

      Então deduzo que um padre da década de 30 surpreender-se com a recusa do Papa em receber um não cristão (lembrando que isso nunca aconteceu) é uma parte equivocada da biografia em questão.

      O texto biográfico está errado. Isto está claríssimo. A questão agora é entender por que está errado, com qual intenção.

      Não estou dizendo que você, caro David, é o autor disso. Longe de mim tal acusação!

      Chequei as referências, tanto na Wikipedia como em outros sites espíritas e o texto é exatamente o mesmo.

      Para um não-católico ou um ex-católico, que não está acostumado com a história da Igreja ou com a doutrina católica, a questão da "indignação do Pastorino" em relação à (falsa) recusa de Pio XII em receber Gandhi, é absurda!

      Seria interessante se você, como espírita, pudesse interrogar os seus diretores ou a própria FEB sobre essa gritante imprecisão na biografia do Sr Pastorino.

      Se realmente essa missiva procede do próprio Pastorino, então fica muito mais complicado entender como um então padre católico fica indignado pelo Papa fazer exatamente o que um papa deve fazer. Lembrando mais uma vez que tal encontrou não aconteceu, isto é historicamente provado, exceto se estamos tratando de um fenômeno de bilocação, o que não parece ser o caso.

      Seria como se você ficasse indignado e abandonasse o espiritismo porque o seu dirigente recomendou obras de Allan Kardec. Faz sentido? Claro que não! O que você espera do diretor da Casa? Justamente que indique as obras de Kardec.

      Então... a biografia é incoerente, para dizer o mínimo.

      Se tiver mais algum esclarecimento que nos ajude a entender essa flagrante incoerência, por favor não deixe de colocar aqui.
      Et veritas liberabit vos

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Estimado Sérgio, este é um blog de divulgação da doutrina espirita.

    emitindo opiniões pessoais de médiuns, dirigentes, escritores, ou pessoas que tenham tido contato com a obra de kardec.

    também divulgamos biografias que forem publicadas, e mantemos publicações com sites confiaveis e confirmado por mais de dois sites, que é o caso aqui.
    vários dirigentes espiritas estão contatando a nós e estamos aguardando o fato ser negado ou comprovado.

    o sr. torres pastorino membro reconhecido por milhões de católicos no brasil até defender a doutrina espirita, sempre perseguida sem entrarmos no mérito em questão.

    não sou historiador, sou um pesquisador, não sou padre, sou um homem de imprensa afastado dela a alguns anos, nossa pesquisa mostra hoje em respeito ao senhor mais de 04 biografias falando a mesma coisa.

    em vários sites espiritas e não espiritas, logo todos eles estão errados?,
    por mais que respeite vossa opinião e respeito e muito, pedi como ex radialista a um membro da igreja que me posione oficialmente, mesmo sendo um blog aberto e sem compromisso jornalistico, temos responsabilidade em lhe dar uma resposta.

    não sairei em defesa do papa pio xii porque a história não lhe é muito feliz, tb nao podemos responder a credibilidade em cheque é da wilkpédia, e dos sites espiritas e dos demais consultados que relatam a mesma coisa.

    se existe erro cabe a eles informarem.

    se acertaram ou se erram o nome do papa, ou o fato vamos informar em respeito ao amigo, internauta e a voce sergio.
    historiadores erraram em muitas biografia, não acredito que o sr. torres pastorino se, repito se houve erro estivesse no meio destes fatos,.
    estamos aguardando uma posição oficial com amigos da igreja catolica, e com uma empresa de radio de sao paulo que mantenho relacionamento, a fim de melhor esclarecer, como estamos com base na distribuição e não é nossa autoria, tal biografia, não posso alterar o conteudo até que seja de fato desmentido pela partes envolvidas na questão de 1930.

    garantimos ao internauta o direito livre de debate como vem fazendo de forma explicativa e educada e iremos sim lhe posicionar um fato é claro existe duvida entre os historiadores brasileiros e italianos.
    vou usar o beneficio do direito, em dúvida pró reu, portanto mantemos até que tenhamos provas que está errado, nao tenho dados para desmentir 4 sites espiritas.
    fora isto mais 2 de pesquisas, assim que tive-lo vou enviar os dados.
    faço a ressalva que o senhor pode estar certo, mas no meu caso, se eles estiverem certo deverão provar para o bem da melhor informação, não cabe aqui ser ou não católico gostar ou não do papa pio ou de ghandi, fato, o que de realmente aconteceu ? que agora temos a dúvida.
    muito obrigado senhor sérgio pela participação, e estou respondendo agora somente pela demora de todos em nos responderem.
    muito grato e assim que puder lhe informo publicamente.

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