sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PARÁBOLA DO MOÇO RICO


V. 16 -  “ Eis que um mancebo dele se aproximando, lhe disse: Bom Mestre, que bem devo fazer para alcançar a vida eterna? – 17 – Jesus lhe respondeu: Porque me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. – 18 – Perguntou-lhe o mancebo: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não darás falso testemunho, - 19 – honra o teu pai e a tua mãe e ama o teu próximo como a ti mesmo. – 20 – Retrucou o mancebo: Todos esses mandamentos tenho guardado desde a minha juventude; que mais me falta? – 21 – Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, desfaze-te do que tens e depois vem  e segue-me. – 22 – Ao ouvir essas palavras, o mancebo se retirou triste porque muitos eram os bens que possuía. – 23 – Disse, então, Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo, que difícil é um rico entrar no reino dos céus. – 24 – Digo-vos mais ainda. É mais fácil passar um camelo por um fundo de agulha, do que um rico entrar no reino dos céus. – 25 – Ouvindo isto, seus discípulos muito espantados, perguntaram: Quem pode, então, ser salvo? – 26 – Jesus, fitando neles o olhar, disse: Impossível é isto para os homens, mas para Deus tudo é possível.” Mateus, XIX, 16-26.


 DISSERTAÇÃO

           
            - “É mais fácil um camelo passar por um fundo de agulha, do que um rico entrar no reino dos céus.”
            Essas palavras foram pronunciadas por Jesus, mas como sabemos o Mestre sempre falava por parábolas.
Ouvisse quem tivesse ouvidor para ouvir; visse quem tivesse olhos para ver e entendesse quem tivesse inteligência para entender. Quer dizer: quem estivesse à altura de entender o que Ele dizia, entendesse o sentido verdadeiro das Suas palavras.
            Jesus, quando se referiu à dificuldade de um rico entrar no reino dos céus, foi para chamar a atenção daqueles que O ouviam, para o apego às coisas materiais.



O moço que O procurou para fazer parte da Sua comitiva era entendido da matéria religiosa; fora criado obedecendo às leis de Moisés, sabia todas as leis dos Mandamentos e julgava-se fiel cumpridor das determinações; mas, quando Jesus recomendou que se desfizesse dos seus bens e voltasse para Ele, que fez o mancebo?   Afastou-se triste, porque compreendeu ser impossível trocar a sua vida de fausto, pela escassez de conforto que lhe exigia aquela peregrinação.



E, por isso, muito embora admirasse e amasse o Rabi, afastou-se dEle, para não mais voltar.
            O Divino Mestre compreendeu a luta que se travou no íntimo daquele espírito.        Compreendeu e perdoou, porque sabia o quanto era difícil à criatura poderosa, detentora de fartos bens materiais, desprender-se de tudo para voltar-se de coração liberto e tranquilo à vida do espírito, tão difícil, embora não impossível, como uma corda naqueles tempos chamada camelo, por associação ao camelo, pelo seu alto valor, passar no fundo de uma agulha ou ainda, por associação também, um camelo verdadeiro, passar numa das portas estreitas que costumava haver, fazendo a comunicação entre as cidades vizinhas e a que davam o nome de agulha.
            Naquela época, o emprego desses nomes tornava fácil a interpretação das palavras do Mestre.
            Para se seguir a doutrina do Pai, podia se ser rico ou pobre, o necessário era ter-se puro o coração.



A simplicidade, a humildade, o desprendimento pelas coisas terrenas, o amor e a caridade são virtudes indispensáveis àquele que se deseja ser incluído no rebanho do Divino Pastor.
            O moço da parábola, embora crente e seguidor dos mandamentos da lei de Deus, o era apenas em teoria, não apresentando as condições exigidas para fazer parte dos eleitos.
            Tinha muito ainda que lutar para aprender.




O egoísmo, a vaidade, a presunção, o amor desmedido aos bens materiais precisavam perder a importância que lhe dava nesta vida, o mancebo afortunado.

 (Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE -1982)

                                                                      
                                                                      Júlio Flávio Rosolem, é Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, espírita, diretor da Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, e colaborador deste BLOG.   

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