1 – “Naquele dia, saindo Jesus de casa,
foi sentar-se à beira do mar. – 2 – E grande multidão se lhe reuniu em torno.
Entrando, então, para uma barca, Ele se sentou, ficando a multidão na praia. –
3 – E começou a dizer muitas coisas por parábolas, falando assim: Eis que o
semeador saiu a semear. – 4 – Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à
margem do caminho; os pássaros do céu vieram e as comeram. – 5 – Uma outra
parte, caiu em terreno pedregoso, onde muito pouca terra havia; as sementes
germinaram prontamente, pois que a terra não tinha ali, profundidade. – 6 – O
sol nascendo, crestou-as; e, como não tinham raízes, secaram. – 7 – Uma outra
caiu entre os espinheiros, que cresceram e as abafaram. – 8 – Uma outra,
finalmente, caiu em terra boa e as sementes frutificaram, produzindo aqui
cem, ali sessenta, acolá trinta por um.
– 9 – Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça. – 10 – Os discípulos aproximando-se
lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? – 11 – Respondeu Ele: É
porque a vós vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles
não. – 12 – Àquele que tem, mais ainda se dará ficando ele na abundância, mas
ao que não tem se tirará até o que tem. – 13 – Eis porque lhes falo por
parábolas. É que vendo, eles não veem, ouvindo, não ouvem nem compreendem.”
Mateus, XIII – 1, 13.
DISSERTAÇÃO
O
Divino Semeador, meus irmãos, é Deus.
Jesus
quis firmar nesta parábola a necessidade do amor ao Pai, através da segurança
dos sentimentos do amor e da fé.
Figurando
quatro exemplos, Ele representou em cada um deles uma forma diferente de
receber da humanidade.
Aqueles
que, levianos, em nada creem e a quem nada preocupa, assemelham-se à estrada
vazia, onde a semente do bem não encontra ambiente para criar raízes. Estão
eles ainda distantes do conhecimento da Verdade, precisando de muitas outras
reencarnações para se sentir despertados para a palavra do Mestre.
O
segundo exemplo é para aqueles que, amando a Deus ao seu modo, procuram ouvir
os Seus conselhos, mas ainda fracos, ao menor sofrimento, ao menor revés da
sorte, desiludem-se e perdem a confiança na Divina Providência e se afastam do
caminho certo. As raízes são ainda tenras demais e não resistem à força dos
vendavais e das intempéries que se abatem com frequência sobre as criaturas.
As
sementes atiradas aos espinheiros encontram terra suficiente para se fixarem e
se aprofundarem. São as criaturas que tem condições para se dedicarem ao bem,
fugindo do mal que as persegue, mas as influências negativas que as cercam,
subjugam-nas, sufocando-as ainda. As sementes brotam, crescem, mas não chegam a
frutificar, morrendo mirradas, asfixiadas pelas ambições, pelo orgulho, pela
vaidade do poder de que se julgam possuidoras, esquecendo que o verdadeiro
poder só em Deus, se encontra.
A terra
é fértil, é o espírito adiantado, que já havendo passado por todos esses
estágios naturais da evolução, apresenta-se pronto para seguir os caminhos que
levarão à escada luminosa da sua ascensão para o Pai.
A
semente nele plantada brota, cresce, frutifica; e os seus frutos são sazonados
e doces, porque são frutos de amor e de caridade. Precisamos ser todos a terra
fértil, meus irmãos, e para isso, enquanto não o conseguimos, preparemo-nos,
enriquecendo nosso íntimo com os pensamentos puros e os desejos sadios, para,
ao voltarmos, podermos realizar esses desejos, dando forma aos nossos
pensamentos.
Que
assim preparados hoje, possamos, amanhã, ser na realidade a terra humosa, onde
as sementes do bem atiradas pelo Divino Semeador possam enraizar e brotar
rápidas, crescer e oferecer aos nossos irmãos menos felizes os frutos
abençoados do amor.
(Extraído do livro: As Divinas Parábolas
– Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental
“Antonio de Pádua”, Recife, PE - 1982)
Julio Flávio Rosolen participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho,
em Piracicaba, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros,
Espírita e colabora com este BLOG.
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