Chico veste-se humildemente. Possui apenas dois ternos, um do uso e outro da reserva. Certo médium de São Paulo, que o visitava, vendo-o tão mal vestido, exclama:
— Pensava em encontrá-lo, como o maior médium de todos os tempos, bem vestido, bem ALOJADO, vivendo uma vida folgada e o encontro assim, maltrapilho. Não está certo. Precisamos fundar a SOCIEDADE DOS MÉDIUNS. O Chico sorri e nada responde...
Lembrando-se, conosco, deste caso, pondera-nos...
— Vivo assim e sempre hei de viver, enquanto estiver aqui, vivendo a minha prova. E ainda assim me criticam, achando-me rico, com dinheiro nos bancos... Imagine se vivesse diferentemente, o que não diriam... Depois, reportando-se ao passado, conta-nos:
Tempos atrás, passou momentos críticos. Um infeliz irmão, dado ao vício de tirar coisas alheias, entrou no seu quarto, e, na sua ausência, levou-lhe o único terno, que possuía de reserva.
Ficou aflito mas não desesperado. Seus irmãos, sabendo do acontecido, reagiram.
Combinaram uma armadilha para pegar o viciado, certos de que ele voltaria, tanta facilidade encontrou para agir... E fizeram uma trouxa de roupas usadas e a colocaram à janela de seu quarto, bem à vista.
Traduzindo-lhe as intenções, ofereceu-lhes o Chico para ficar de guarda. Aceitaram. E por algumas noites, vigiou. Quando menos esperava, alta hora da noite, vê alguém entrar no seu quintal, dirigir-se à sua janela, pegar na trouxa e levá-la. Deixou passar alguns minutos e, depois, deu o alarme. Levantaram-se os familiares apressadamente, inteiraram-se do ROUBO, e deram uma busca. Tudo em vão. Não encontraram o ladrão.
— Mas, Chico, como deixou o ladrão fugir, advertiu-lhe um dos irmãos.
— Estava cansado e dormi. Quando acordei já a trouxa não estava na janela, respondeu-lhe.
Mas, todos, ficaram contrafeitos, achando que, diante do acontecido, não deviam ter dó do Chico; que, por castigo, deveriam deixar que ele andasse só com um terno, até que, de sujo, se apodrecesse no seu corpo.
O caso morreu. Uma tarde, vinha o Chico na sua charrete, de volta da Fazenda, quando alguém fê-lo parar e lhe implora:
— Irmão Chico, pare, desejo lhe pedir perdão.
— Perdão de quê, meu irmão.
— Fui eu quem lhe roubou as roupas... E, quando fui verificá-las, encontrei seu bilhete, que me tocou o coração, pois que me dizia: VÁ COM DEUS! E até hoje sinto que estou com Deus e Deus está comigo e não posso roubar mais.
O Chico abraçou-o comovido, perdoou-lhe a falta e, satisfeito por vê-lo reformado, tornou a dizer-lhe:
— VÁ COM DEUS, meu Irmão!
Da obra: Lindos Casos de Chico Xavier - Ramiro Gama
Nota Especial do editor : "Confesso que se não fosse o papo de sábado com Nubor Orlando Facure, amigo de Chico, detentor de histórias e segredos do maior médium Brasileiro, Nubor viveu 50 anos ao lado dele como amigo e seguidor, talvez não tivesse editado esta conhecida passagem do médium.
Enquanto aguardo uma matéria exclusiva de Chico(o médium deixou anotações especiais para seus diretos amigos), refleti no que Nubor disse da obra de Paschoal Nunes meu amigo, e um dos maiores dirigentes espíritas que conheci.
Poderia dizer que tinha preparado, mas não foi. Sim falo com espíritos o tempo todo neste trabalho, claro, sou médium e ao contrario de alguns eu nunca neguei, até para provar minha imperfeição,. De Mesmer á Kardec muita coisa mudou no Magnetismo, eu diria que de Kardec á Chico Xavier também.
Sem dúvida Kardec só existe no Brasil pela alavanca Chico Xavier, e não podemos jamais macular a integridade deste maravilhoso homem, por divisões com relatos sejam de Emmanuel, ou mesmo de André Luiz, Chico era puro, sincero, verdadeiro qualquer um o enganava, sobrinha, melhor amiga, filho adotivo, médium aproveitador que quer apenas dinheiro(este ainda vive), mas Chico tem que ser rotulado como ainda o maior espírita Brasileiro de todos os tempos, sem ele, sua simplicidade eu não estaria aqui.
Então quis declarar isto antes da matéria aos meus amigos, e seguidores, Neusa Maria espírita e escritora pegou em seus arquivos de pesquisa o texto escrito por Chico Xavier, e escolhi para neste domingo, dizer ao Nubor Orlando Facure, poucas pessoas em minha vida me convenceram de sua sinceridade,você e Paschoal Nunes Filho continuam fazendo a diferença dentro da Doutrina no Brasil dedico á todos, em especial a vocês dois este presente da escritora e amiga espírita Neusa Maria, em Arquivos de Chico, que começo a publicar semanalmente aqui. (David Chinaglia)
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