quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MÚRMURIO DE MÉMORIAS - POR ORSON PETER CARRARA



O acúmulo das experiências dos anos não evita o saudosismo, ou aquele “murmúrio de memórias” que relata o tempo que passou. Uma certa sensação de que faltou algo por fazer e até mesmo uma decepção com a crescente decrepitude das forças físicas; uma saudade indefinível dos que se foram antes, uma inquietude interior.




Isto pode ser a velhice, mas não é regra. Há velhos e velhos. E peço ao leitor não considerar a expressão como pejorativa, apenas indica uma das fases da existência humana. Conheci idosos otimistas, alegres, sempre dispostos, longe do saudosismo ou da ausência do algo por fazer. Preencheram os dias com a dedicação a nobres causas, fazendo-se mais felizes e felicitando terceiros.




O conhecido compositor Taiguara tem uma bela música, O Velho e o Moço, que inspirou-me este pequeno artigo. Transcrevo a letra na íntegra para reflexão do leitor:

Deixa o velho em paz com as suas histórias de um tempo bom.

Quanto bem lhe faz murmurar memórias num mesmo tom.

A sua cantiga revive a vida que já se esvai

Uma velha amiga, outra velha amiga e um dia a mais vão nascendo as rugas

Morrendo as fugas e as ilusões, tateando as pregas se deixa entregue às recordações em seu dorso farto

Carrega o fardo de caracol, mas espera atento que o céu cinzento lhe traga o sol

Ele sabe o mundo, o saber profundo de quem se vai.

O que não faria pudesse um dia voltar atrás

Range o velho barco o lamento amargo do que não fez

E o futuro espelha Esse mesmo velho que são vocês.

Leitor amigo, volte a ler a letra da música. Leia, por favor, com bastante atenção. Todos nos situaremos nestas sábias linhas, à medida que formos meditando sobre elas.


Por outro lado, sábias frases de um texto conhecido por Ser Idoso ou Ser Velho, de autoria desconhecida, bem definem a situação de quem se deixa abater pela vida ou de quem determina a própria harmonia interior. Em três trechos que destacamos aos leitores, poderemos ter uma ideia do que estamos tentando dizer:

a) Idosa é pessoa que tem muita idade; velha é a pessoa que perdeu a jovialidade; b) Nem todo idoso é velho, e há velho que nem chega a ser idoso;

c) Você é velho quando só sente ciúmes e desejo de posse.

Pois é bem isso mesmo. Conheço vários idosos que nunca chegaram à velhice.

Se levarmos o assunto para outro âmbito de análise, encontraremos infindáveis considerações, entre outras tantas respostas como estas:

a) A idade mais avançada significa, entre outras experiências, uma fase de reavaliação do que se fez ou se viveu, visando uma auto aceitação e reflexão sobre a própria vida, o próprio comportamento;

b) O desgaste é apenas do corpo físico. O espírito conservará sua própria característica de idoso ou velho no corpo, lembrando a sabedoria das frases acima selecionadas;

c) A idade física avançada apenas indica a proximidade da constatação da própria imortalidade ou de um breve retorno para nova existência, em corpo novo, sobre a face do planeta... Por isso, nada de temores, pois a vida continua, apesar das diferentes existências.




E, para aqueles que ainda não chegamos a esta fase, preparemo-nos para ela principalmente com o respeito para aqueles que agora nela vivem. Se a desencarnação não vier antes, chegaremos também a esta importante fase da vida, que amadurece as experiências e prepara para novo recomeço, até que aprendamos a viver...






          Orson Peter Carrara, é escritor, palestrante, dirigente espírita, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil, está presente em inúmeros videos no You Tube, escreve em suas páginas, é da Rede Espírita, de O Consolador, colabora com o Espiritismo Piracicaba, sua página no Facebook é Orson Carrara, e seu e-mail de contato é orsonpeter92@gmail.com

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