quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O VÁCUO ABSOLUTO EXISTE EM ALGUMA PARTE DO ESPAÇO UNIVERSAL - POR PASCHOAL NUNES FILHO

"O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?"
“Não, não há vácuo, O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa”.
Aos “sentidos e aos instrumentos.”
(“ALLAN KARDEC - O Livro dos Espíritos”, Pergunta 36,).




Adeptos há da Doutrina Espírita que rejeitam, até hoje, a versão intimamente muito ventilada pelos Espíritos desencarnados, através de obras ditadas psicogràficamente, de um mundo material, invisível aos olhos carnais, mundo esse vibrátil e intenso, Onde existirá, em estado aperfeiçoado, ampliado até à vertigem, muito do que na Terra existe. Respeitamos, certamente, a opinião dos refratários a essa revelação, visto que, se é dever de qualquer cidadão respeitar opiniões alheias, ao espírita, com muito maior razão, assistirá o dever de consideração à opinião do próximo, ainda quando antagônica ao seu modo de vir e pensar. Não seria, porém, ocioso raciocinarmos sobre ensinamentos particulares aos domínios da Doutrina Espírita, raciocínios que, se nenhuns proveitos trouxerem à instrução que nos cumpre dilatar diariamente, ao menos nos auxiliarão no aprendizado da meditação, exercitando-nos o pensamento para voos mais arrojados. Estas páginas, como as demais que compõem o presente volume, não são frutos do nosso raciocínio pessoal, como os nãos são de nossas concepções doutrinárias, visto que temos o cuidado de jamais estabelecer concepções pessoais em assuntos de Espiritismo. Certa da nossa fragilidade, renunciámos bem cedo à vaidade das opiniões próprias, para nos achegarmos aos mestres e grandes vultos da Doutrina e junto deles buscar o ensinamento seguro, aceitando igualmente o que o Invisível espontaneamente nos revela, quando concorde com os ensinamentos básicos, revelações que, algumas vezes, têm contrariado mesmo as ideias que havíamos feito sobre mais de um assunto. Temos sido, portanto, tão somente um Veículo transmissor das ideias e do noticiário do Espaço, e, a mercê de Deus, empenhamo-nos.
esforçadamente em ser passiva aos dedicados amigos invisíveis, ao se valerem da nossa faculdade. E, por isso mesmo, o que aqui se afigura escrito por nossa pena mais não será do que o murmúrio das vozes de amigos espirituais que nos dirigem o cérebro e impulsionam o lápis, depois de haverem arrebatado o nosso Espírito a giros instrutivos pelo Mundo Invisível, as mais das vezes.
Desde o advento da Doutrina Espírita, os nobres habitantes do mundo espiritual que se têm comunicado com os homens, através de grande variedade de médiuns, afirmam ser a Terra um pálido reflexo do Espaço. 


O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, no belo capítulo VIII - "Do Laboratório do Mundo Invisível" - é fecundo em explicações que oferecem base para estudos e conclusões muito profundas quanto à vertiginosa intensidade do plano invisível, a possibilidade de realizações, ali, por assim dizer, "materiais", que as entidades desencarnadas sempre afirmaram e que nos últimos tempos vêm confirmando com insistência e pormenores dignos de  atenção. E no precioso compêndio "A Gênese", também de Allan Kardec, lemos o seguinte, no capítulo XIV, sob o título - Ação dos Espíritos sobre os fluidos - Criações fluídicas - Fotografias  do pensamento: "Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram
os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som.
“Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens”. Manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade.
Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. " (Parágrafos 13 e 14.)
E, no parágrafo 3, desse mesmo capítulo, encontraremos:
"No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme: sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados, e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes." Os próprios Espíritos ditos sofredores, até mesmo os criminosos, que se costumam apresentar em bem dirigidas sessões práticas, narram acontecimentos reais, positivos, que no Invisível se sucedem, um modo de viver e de agir, no Espaço, muito distanciado daquele estado vago, indefinível, inexpressivo, que muitos entendem seja o único verdadeiro, quando a Revelação propala, desde o início, um mundo de vida intensa, mundo real e de realidades, onde o trabalho se desdobra ao infinito e as realizações não conhecem ocasos. Nas entrelinhas de grandes e conceituadas obras
doutrinárias, existem claras alusões a sociedades, ou "colônias", organizadas no Além-Túmulo, onde avultam cidades, casas, palácios, jardins, etc., etc.


 Na erudita e encantadora obra "Depois da Morte", do eminente colaborador de Allan Kardec, Léon Denis, o qual, como sabemos, além de primoroso escritor foi um grande inspirado pelos Espíritos de escol, à página 235 da 7ª edição (FEB), Cap. XXXV, a exposição dessa tese não somente é fecunda e
expressiva, como também mesclada de grande beleza, como tudo o que passou por aquele cérebro e aquela pena. Diz Léon Denis, na citada obra:
O Espírito, pelo poder da sua vontade, opera sobre os fluidos do Espaço, combina-os e os dispõe a seu gosto, dá-lhes as cores e as formas que convêm ao seu fim. É por meio desses fluidos que se executam obras que desafiam toda comparação e toda análise. Construções aéreas, de cores brilhantes, de zimbórios resplandecentes: circos imensos onde se reúnem em conselho os delegados do Universo; templos de vastas proporções, donde se elevam acordes de uma harmonia divina; quadros variados, luminosos: reproduções de vidas humanas, vidas de fé e de sacrifício, apostolados dolorosos, dramas do Infinito (1). Como descrever magnificências que os próprios Espíritos se declaram impotentes para exprimir no vocabulário humano? É nessas moradas fluídicas que se ostentam as pompas das festas espirituais. Os Espíritos puros, ofuscantes de luz, se agrupam em famílias. Seu brilho e as cores variadas de seus invólucros permitem medir a sua elevação, determinar os seus atributos. E ainda outros trechos desse belo volume trazem informações a respeito do assunto, bastando que o leiamos com a devida atenção, bem assim vários capítulos de outra obra sua - "O Problema do Ser, do Destino e da Dor".
Em outro magnífico livro do grande Denis - "No Invisível" -, à página 470, no cap.
XXVI, da 3ª edição (FEB), há também este pequeno trecho, profundo complexo, sugestivo, descortinando afirmações grandiosas:
"Dante Alighieri é médium incomparável. Sua "Divina Comédia" é uma peregrinação através dos mundos invisíveis. Ozanã, o principal autor católico que já analisou essa obra genial, reconhece que o seu plano é calcado nas grandes linhas da iniciação nos mistérios antigos, cujo princípio, como é sabido, era a comunhão com o oculto." (Os grifos são nossos.)
Assim se expressa o grande inspirado Léon Denis, (1) São essas reproduções de vidas humanas que os Instrutores Espirituais dão a ver aos médiuns, no Espaço, durante o sono letárgico, ou desdobramento, e dos quais se originam os romances mediúnicos, sempre tão atraentes. Vêde capitulo VI. Em suas obras, e, se mais não transcrevemos aqui, será por economia de espaço, que precisaremos atender. Do exposto, no entanto, deduziremos que a "Divina Comédia" não apresenta tão somente fantasias, como imaginaram os próprios eruditos, mas ocorrências reais do Além-Túmulo, que o poeta visionário mesclou de divagações, talvez propositadamente, numa época de incompreensões e preconceitos ainda mais intransigentes que os verificados em nossos dias (2). Os preciosos volumes escritos pelo sábio psiquista italiano Ernesto Bozzano, produto de severa análise científica, são férteis em apontar esses mesmos locais do Invisível, revelados por Espíritos desencarnados de adiantamento moral-espiritual normais, cujas comunicações, psicografadas por vários médiuns desconhecidas uns
dos outros, alguns até completamente alheios ao Espiritismo, foram examinadas e cientificamente analisadas por aquele ilustre autor. Ser-nos-á impossível transcrever, aqui, muitos trechos de Bozzano a respeito, visto que em suas obras encontramos fartas observações em torno da tese em apreço. Limitar-nos-emos a citar alguns trechos do interessante livro "A Crise da Morte", onde substancioso noticiário encontrará sobre o assunto,
além de alguns "detalhes fundamentais" da sua análise sobre comunicações com Espíritos desencarnados. Assim é que, no "Décimo-quarto caso", analisando uma das comunicações inseridas no mesmo volume, Bozzano observa que - “a paisagem “astral” se compõe de duas séries de (2) Dante Alighieri”. -Ilustre poeta e pensador italiano, nascido em 1265 e falecido em 1321, autor do poema épico "Divina Comédia", considerado "uma das mais altas concepções do espírito humano". Esse poema contém as ideias e a filosofia da Idade Média e se divide em três pontos: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, e figura uma viagem do poeta ao Mundo Invisível. Pode-se acrescentar que essa obra imortal criou a poesia e a linguagem italianas. objetivações do pensamento, bem distinta uma da outra. A primeira é permanente e imutável, por ser a objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, prepostas ao governo das esferas espirituais inferiores; a outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento e da vontade de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato. " (3) (Os grifos são nossos.) À página 153 da referida obra, nas "Conclusões" relativas ao último caso, leremos o seguinte, no "detalhe fundamental"
"Terem-se achado (os Espíritos recém-desencarnados) num meio espiritual radioso e maravilhoso (no caso de mortos moralmente normais), e num meio tenebroso e opressivo (no caso de mortos moralmente depravados)." No "detalhe" n 97: Certa vez, durante um transporte em corpo astral, tivemos ocasião de visitar, no Espaço, conduzida pelo Espírito de nossa mãe, uma tia falecida havia três anos, Sra. Ernestina Ferraz, de quem fôramos muito amigas e de quem recebêramos, sempre, muitas provas de dedicação e ternura maternal, sobre a Terra. Recebeu-nos em "um meio imediato", segundo as expressões de Bozzano, criado por ela própria, pois havia um salão de visitas idêntico ao de sua antiga residência terrena, com o velho piano de carvalho que fora seu (ou a sua reprodução fluidica), e que, presentemente, se encontra em nosso poder. Aberto, com a partitura no local devido, o piano fluídico era dedilhado por sua irmã caçula, Luísa, também já falecida, a qual ela própria educara, inclusive ensinando-lhe música. Tal a realidade da criação que, talvez perturbada com a situação frisante, exclamámos, algo vexada:
- Oh, titia! O seu piano está necessitado de um reparo.., está desafinado.., mas prometo que o mandarei consertar.
E ela, prontamente:
- Não te incomode, minha filha, com este meu piano...
Presentemente, o piano, devidamente conservado, é mantido como recordação da boa amiga que tanto nos serviu.
"Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo mundo objetivo, substancial, real, análogo ao meio terrestre espiritualizado. "
No "detalhe" n 98:
"Haverem aprendido que isso era devido ao fato de que, no mundo espiritual, o pensamento constitui uma força criadora, por meio da qual todo Espírito existente no
mundo "astral" pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordações."
No "detalhe" n' 12:
"Terem aprendido que os Espíritos dos mortos gravitam fatalmente e automaticamente para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da lei de afinidades." E ponderamo-nos: Se os Espíritos dos mortos fatalmente e automaticamente gravitam para a esfera espiritual que lhes convém, é que tais esferas existiam mesmo antes de eles para lá gravitarem, criadas, certamente, por outros Espíritos, com os quais passarão a colaborar, na medida das próprias forças. Com efeito. No "detalhe secundário" 11' 4, do mesmo caso, Bozzano analisa:
"Acham-se de acordo (as almas dos mortos) em afirmar que, embora os Espíritos
tenham a faculdade de criar mais ou menos bem, pela força do pensamento, o que lhes seja necessário, todavia, quando se trata de obras complexas e importantes, a tarefa é confiada a grupos de Espíritos que nisso se especializaram. " Dentre as comunicações analisadas por Bozzano, ressaltaremos as concedidas pelo Espírito do inesquecível artista cinematográfico Rodolfo Valentino, falecido em Agosto de 1926, à sua esposa Natacha Rambowa, nas sessões realizadas em Nice, na França, e consideradas cientificamente muito importantes, nas quais são citados pormenores desse mundo espiritual, e que muito edificam os estudiosos. Não nos furtaremos ao prazer de oferecer ao leitor um substancioso trecho das mesmas comunicações. Assim se expressa o Espírito do célebre "astro", através da psicografia do médium norte-americano, Jorge Benjamim Wehner, dirigindo-se à sua esposa:
"Aqui, tudo o que existe parece constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerce a força do pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontram, naturalmente, para conceber semelhante coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar-se de criações formadas de uma matéria vaporosa; elas, porém, são, ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos os gabaritos mentais de seus desejos.



                                                             Ernesto Bozzano
                                                                
 "  Um livro ainda mais antigo do que as obras de Bozzano - "A Vida Além do Véu" -
obtido também mediunicamente pelo pastor protestante Rev. G. Vale Owen, tornou-se célebre no assunto, pois que o Espírito da genitora do próprio médium narra ao filho, em comunicações periódicas, as mesmas construções fluídicas do mundo espiritualismo é, jardins, estradas pitorescas, habitações, cidades, etc. Semelhante médium é, certamente, insuspeito, visto que, como protestante, seriam bem outras as ideias que alimentaria quanto à vida espiritual. Tais comunicações, em sua maioria, datam do ano de 1913. Convém deliciarmos, ainda, as nossas almas com alguns pequenos trechos de tão interessante livro:
- "Pode agora fazer-me o favor de descrever sua casa, paisagens, etc. ? pergunta o
Rev. Vale Owen
ao Espírito de sua mãe.
E este responde:
“E’ a Terra aperfeiçoada”. Certo, o que chamais quarta dimensão, até certo ponto existe aqui, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios, belas florestas, e muitas casas; tudo foi preparado pelos que nos precederam. Trabalhamos, atualmente, por nossa vez, construindo e regulando tudo para os que, ainda durante algum tempo, têm que continuar a sua luta na Terra. Quando eles vierem, encontrarão tudo pronto e preparado para recebê-los. - “O tecido e a cor do nosso vestuário tomam a sua qualidade do estado espiritual e do caráter de quem o usa”. (O grifo é nosso.) O nosso ambiente é parte de nós mesmos e a luz é um importante componente do nosso ambiente. Entretanto, é de poderosa aplicação, debaixo de certas condições, como poderemos ver naqueles salões “Não teriam de ser demolidas (as edificações), para aproveitar-se depois o material em nova construção”. Seria ele aproveitado com o prédio em pé. O tempo não tem ação de espécie alguma sobre as nossas edificações. Elas não se desfazem nem se arruínam. Sua durabilidade depende apenas da vontade dos donos, e, enquanto eles quiserem, o edifício ficará de pé, podendo ser alterado ou modificado consoante seus desejos.
- "...porque estas esferas são espirituais e não materiais." E o livro todo assim prossegue, em revelações belas e simples, lógicas e edificantes, o que confirma o noticiário de muitos médiuns, que também chegam a verificar tais realidades do mundo invisível durante seus desdobramentos em espírito. Mas não é só. Um livro encantador, "No Limiar do Etéreo", publicado em 1931, de autoria do ilustre Dr. J. Arthur Findlay, pesquisador dos fenômenos espíritas na erudita Inglaterra tantos excelentes investigadores do Psiquismo concedeu ao mundo, conta, no capítulo X - Noites de Instrução" -, o diálogo mantido, durante uma sessão íntima com o célebre médium Sloan, com um Espírito que lhe respondia através do fenômeno da voz direta e do qual destacamos os seguintes trechos:
- “Poderá dizer-me algo com relação ao vosso mundo”?
- Todos os que estão num mesmo plano podem, como já disse, ver e tocar as mesmas nossos sentidos. "
Tão explicativo esse X capítulo de "No Limiar do Etéreo", que temos pesar de não
ser possível transcrever mais alguns trechos para as nossas páginas, os quais, acreditamos, edificariam os leitores, se se tornassem conhecidos. Também os livros recebidos pela médium Zilda Gama, ditados pelo Espírito de Vítor Hugo, num total de cinco boas obras, referem os mesmos noticiários, não obstante o fazerem mui discretamente, destacando-se, dentre todos, um que já se tornou célebre, porque editado em Esperanto pela FEB (tradução do Prof. Porto Carreiro Neto) e correndo o mundo inteiro: "Nas coisas. Se olhamos para um campo, é um campo o que todos veem. Cada coisa é a mesma para os que se acham nas mesmas condições de desenvolvimento mental. Não é um sonho. Tudo é real para nós outros. Podemos sentar-nos juntos e gozar da companhia uns dos outros, precisamente como fazeis na Terra. Temos livros e podemos lê-los. Temos as mesmas sensações que vós. Podemos dar longos passeios por uma região e encontrar um amigo a quem não víamos desde muito tempo. Das
flores e dos campos aspiramos aos aromas, como vós aí. Apanhamos flores, como o fazeis. Tudo é tangível, porém num grau mais alto de beleza do que tudo na Terra.
- Assemelha-se à nossa a vossa vegetação?
- De certo modo, mas é muito mais linda.
- Como são as vossas casas?
- São quais as queremos. As vossas aí são primeiro concebidas em mente, depois do que se junta a matéria física para construí-las de acordo com o que imaginastes.
Aqui, temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. “E’ uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibrações, conservaremos o objeto que, durante todo esse tempo, é objetivo para a Sombra e na Luz”.






Não relataremos aqui, por muito conhecidas dos leitores, as obras ditadas pela entidade desencarnada André Luiz, e tão-pouco "Memórias de um Suicida", onde o assunto é pormenorizado com as maiores franquezas. Fica ao leitor o cuidado de estudar, portanto, as obras básicas, em geral, e as comunicações isoladas, mesmo as provenientes de entidades sofredoras, com atenção e amor, meditando e refletindo sobre tudo, sem espírito de prevenção, porque nas suas entrelinhas e nos seus detalhes encontrará referências positivas sobre o interessante assunto. E vale, ainda, declarar que não deveremos julgar sejam tais revelações realidades existentes em outros planetas. Não! Os termos dos Espíritos são categóricos: trata-se de esferas fluídicas do mundo invisível. Ao contrário, aos médiuns inclinados a acreditarem que aquelas descrições traduziriam a vida em diferentes planetas, os próprios Espíritos instrutores advertiram, chamando--lhes à atenção para o fato de que não se tratava de planetas materiais e sim do Mundo Espiritual, a verdadeira pátria do Espírito.





Costumam alegar, os contraditores, que as obras ditadas mediunicamente, contendo tais conceitos, seriam mistificações (o eterno recurso, ou o escudo de que se servem aqueles que se sentem contrariados, sempre que assuntos novos e, sobretudo, inéditos, são apresentados), ou "fantasias do cérebro de médiuns ignorantes", como se expressam alguns, em oratórias entusiastas. Lembraremos, porém, que as obras de Léon Denis estão recheadas dessas informações, e Léon Denis, o grande continuador de Kardec, foi um filósofo, um escritor grande- mente inspirado pelas forças superiores do Alto, e não um ignorante; que Ernesto Bozzano afirmou, cientificamente, a mesma coisa, após suas admiráveis análises, e Bozzano era um sábio, dos mais ilustres psiquistas do século XX; que o Rev. Vale Owen, obtendo do Espírito de sua veneranda mãe as mesmas revelações, não poderia ser um "médium ignorante", cujocérebro criasse extravagâncias, porque, como pastor protestante inglês, teria curso brilhante de algum seminário e nem seria espírita; que o Sr. J. Arthur Findlay era um cérebro vigilante, eminente e idôneo perquiridor do Psiquismo experimental, escritor e intelectual de renome, não podendo, portanto, ser tachado de ignorante; que Zilda Gama, em cujas obras encontramos as mesmas revelações, conquanto mais discretas, é uma professora assaz culta e não um "médium ignorante" que Francisco Cândido Xavier não é douto, mas tem dado a público livros de valor incontestável, que honrariam a memória de muitos doutos, se estes pudessem escrever coisas semelhantes; e os dois Espíritos - Emmanuel e André Luiz - que a esse médium ditam as obras, têm dado testemunhos de muita lucidez e sabedoria, abordando teses variadas, sempre analisadas por pessoas cultas e muito capazes, para serem tachados de mistificadores. . . E que os próprios livros de Allan Kardec, oferecendo, à farta, base para todas essas revelações e noticiários, conforme citámos linhas atrás, jamais foram considerados frutos de mistificações. De outro modo, se um médium que ama a Doutrina Espírita e por ela se sacrifica, sem outro interesse senão o de servi-la; que a tudo no mundo renuncia, a fim de conservar sua independência, para melhor se dedicar aos deveres que ela impõe, até mesmo as mais santas aspirações do coração; se um médium que moralmente se renova para Deus, através das mais duras provações e humilhações diárias, sofrendo ataques de adversários até no seio da própria Doutrina e padecendo, não raro, perseguições e vitupérios dentro do próprio lar; se um médium, que morreu para si mesmo, a fim de melhor ressurgir para Deus e tornar-se digno de se comunicar com os Espíritos iluminados, no intuito de bem servir ao próximo e à Causa, não obtiver do seu Mestre Jesus-Cristo e dos bons Espíritos, a quem procurou honrar, senão mistificações de tal vulto, será melhor a todos os adeptos do Espiritismo fechar os códigos da Doutrina e cuidar de vida nova! Atribuir as revelações sobre as realidades do mundo invisível a mistificações de entidades inferiores é desconhecer que, presidindo ao movimento do Consolador neste mundo - como tão bem esclareceu Allan Kardec - há um Espírito Celeste, a quem o Criador outorgou direitos sacrossantos sobre a Terra, o qual não seria capaz de consentir, certamente, que essa Humanidade, pela qual ele próprio se imolou em suplício numa cruz, fôsse tão grosseiramente iludida por tanta gente, deste e do outro mundo... Quando, afinal de contas, o Consolador, em si mesmo, é fruto tão só da mediunidade. Prosseguiremos, portanto, visto que o tema é profundo, prestando-se a desdobramentos.
Quem, dentre nós, já assistiu aos últimos momentos de um moribundo poderá, muitas vezes, observar os fatos aqui ventilados. O decesso de uma criatura que retorna à verdadeira pátria - a espiritual -, tais sejam as circunstâncias, oferece lições tão elucidativas quanto comoventes e belas. Durante o nosso longo trabalho de assistência a enfermos e moribundos, tivemos ocasião para as mais edificantes observações. Os tuberculosos, principalmente, que comumente expiram em plena consciência dos seus últimos momentos sobre a Terra, apresentam vasto cabedal para estudo. Durante o período da agonia, eles como que esmaiam. Será o chamado estado de coma. Um tênue fio fluídico os prende, ainda, ao fardo material que vai ser abandonado. Foge-lhes a pulsação mantenedora da vida orgânica. Palidez impressionante recobre suas feições, que descaem e se enrijecem. As pálpebras cerradas encobrem os olhos, que as nuanças da morte já velaram de um embarcamentos significativo, mas suores abundantes e fugitivo pulsar do coração avisam que não foi ainda de todo libertada
a pobre alma cativa naquele corpo. Ali estão, porém, à beira do leito mortuário, a mãe angustiada, o pai acabrunhado, a esposa lacrimosa, o filho inconsolável... Um choro violento, um brado de dor pungente, a grita atormentada dos que ficam, sem poderem reter o ser amado que se vai, quebra o silêncio augusto que deve presidir à cena patética de uma alma que
entrou em trabalho de libertação para a verdadeira vida. Então, o agonizante, a custo, descerra as pálpebras. Volta-lhe a pulsação, volta-lhe até mesmo a palavra. Um impulso de vontade e apego aos que lhe foram caros ao coração fá-lo reviver, por instantes, num corpo que se achava quase definitivamente abandonado. Com voz sussurrante, débil, balbucia:
- Oh! Porque me chamaram?... Eu estava tão bem.., num lugar tão belo!... Foram as frases que pronunciou, certa vez, uma jovem agonizante de dezoito primaveras, a cuja cabeceira nos postava em prece, quando sua mãe, inconsolável, e as irmãs se debulhavam em pranto desesperado... Ouvindo-a, perguntámos-lhe, baixinho, enquanto rogávamos a assistência dos seus tutelares, para que a ajudassem a desprender-se dos pesados liames carnais: (4) Em que lugar te encontravas, minha filha?...
Como era esse local?
Ela respondeu naturalmente, como se não fora uma agonizante:
- Ah! Mas era um jardim delicioso e fresco... Cheio de flores lindas e perfumosas... como nunca havia visto iguais... Um luar azul coloria-o todo...
- Viste alguém?
Sim... Umas sombras vaporosas me rodeavam...
Quem eram?
- Não pude reconhecê-las.., eu dormitava.., estou com tanto sono...
- Estavas sentada, caminhavas?
- Não, estava deitada, assim.., sobre a relva dos canteiros... E' um jardim tão
lindo.., estou tão cansada...



Cerrou novamente os olhos e silenciou. Alguns minutos depois, expirava, serena e docemente, sob nossas preces, sem que ninguém mais da família se animasse a perturbá-la na sua consoladora paz.
Na década de 1930, as revelações sobre as realidades do mundo espiritual já eram conhecidas dos adeptos Srta. Aldacira Figueiras, falecida na cidade de Barra do Pirai, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1942, filha do Sr. Sebastião Figueiras, antigo Comandante da Força Pública local, também já falecido.
Mais estudiosos da Doutrina Espírita, visto que elas foram concedidas aos homens, como vimos, desde muito. André Luiz, porém, a eminente entidade espiritual que tão substanciosos esclarecimentos nos vem ministrando através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, não aparecera ainda com as minudências explicativas da vida em Além-Túmulo. Guardávamos, pois, desencorajada de apresentá-las a público, três das nossas obras já hoje editadas (5), e isso em virtude de, na época em que foram as mesmas psicografadas, conhecermos poucos livros doutrinários, não tendo ainda meditado satisfatoriamente nem mesmo sobre as obras de Allan Kardec, como posteriormente os próprios instrutores espirituais nos levaram a fazer. Receávamos que as revelações nelas contidas fossem fruto de lamentável engano, e nos detínhamos, conservando as ditas obras no esquecimento, mas desencorajada de destruí-las. Também nós creditávamos a vida espiritual abstrata, indefinível,
e quando nosso Espírito era arrebatado, constatando a vida intensa dos planos espirituais, e suas belezas ambientes, supúnhamos haver gravitado para um planeta melhor, um mundo material, tais como Saturno, Júpiter ou outro qualquer, ignorando, pela época, quão difícil é isso, tanto para um encarnado como para um desencarnado, não obstante as suposições em contrário.
Nossos amigos espirituais, porém, corrigiam nosso entusiasmo interplanetário, se
Assim nos podemos expressar, e diziam, sem serem por nós acatados em tais asserções
durante muito tempo:
- Não se trata de ambientes planetários... São realizações fluídicas do próprio.
Texto extraído do Livro Devassando o Invisível de Ivone Pereira .
Considerações especiais de Paschoal Nunes Filho, que nos cede a colaboração ao blog




Paschoal Nunes Filho, tem 33 anos dentro da doutrina espírita, é palestrante, médium e dirigente, foi ex-vice presidente da USE Piracicaba, hoje é presidente da Sociedade Espírita Casa do Caminho, ao longo de sua jornada dentro do Movimento Espírita é fundador de 03 centros espíritas, e motivador de mais de dois, é pesquisador e divulga a doutrina espirita dentro dos preceitos codificados por ALLAN KARDEC.

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