Consta, de acordo com Jacolliot, o enciclopedista que a mais primitiva doutrina reencarnacionista conhecida teria sido pregada por Kung Fou Tséu (Confúcio) que falava da passagem do homem pela vida terrena em ciclos, motivo porque, sua moral recomendava que, em cada uma existência, o indivíduo procurasse se aperfeiçoar nos conhecimentos humanos como acervo para as próximas existências. E que só estaria livre delas quando tivesse o domínio do conhecimento absoluto.
Posteriormente, na Índia, como podemos verificar nas obras de Vjasa - Bagavad Ghita, Puranas e outros livros - Krishna, para eles, o guia do planeta Terra, teria enviado seu discípulo dileto, Iésu, em nome Brahma, a Criação, para que restabelecesse na Índia o direito humano contra as castas ditas brahmânicas, a fim de que a idéia da escória social fosse combatida e todos os humanos tivessem os mesmos direitos.
Para defender esta tese, o argumento foi o de que não temos apenas uma única vida em nosso planeta; assim como se nasce em uma vida, como pária ou como supremo, na seguinte, pode-se inverter os papéis. Vyasa ainda dizia que, quinhentos anos após, Iésu voltaria em Jerusalém para pregar os mesmos ensinamentos ao ocidente.
Buda, para explicar a tese reencarnacionista, estabeleceu o conceito da roda das existências onde a criatura, após viver sua vida, na passagem terrena, seria erguida aos páramos celestiais e lá permaneceria se sua alma - ou o conceito correspondente - ficasse livre dos seus erros e plena de virtudes; todavia, se ela continuasse pesada de falhas e defeitos, a mesma roda, como as rodas gigantes dos nossos parques, traria de volta à Terra o ímpio que não cumprira sua missão na existência tida, para continuar no resgate de seus débitos.
Todavia, as teses reencarnacionistas não entraram na Europa advindas da filosofia asiática.
A Encyclopèdie Française registra que os gregos é que a trouxeram do velho Egito e que, provavelmente, seria pregada por Osiris na antiguidade daquele país. E era conhecida na Grécia como palingênese - vidas sucessivas - com um cunho muito idêntico às filosofias asiáticas.
Foram dois europeus, um suiço e outro francês, este, frequentador do salão de festas da Sra Recamièr, esposa do maior banqueiro francês de sua época, que trouxera da Grécia tais estudos e que gerou a formação de diversos grupos, os mais distintos, dedicados a essa tese.
Foi assim, que o renomado professor Rivail, discípulo de Pestalozzi e reformador da didática francesa, com seus trabalhos de Metodologia do Cálculo e da nova gramática do idioma, pelo seu gabarito na área educacional, foi convidado por um desses grupos, a estudar com eles a verdade a respeito das existências ou vidas sucessivas dos seres vivos.
Esse aspecto tem sido analisado por diversos autores e focalizar o desenvolvimento da tecnica de Kardec seria mera repetitividade de tudo o que já se escrevera a esse respeito.
O que queremos observar é que Kardec, como mestre em didática, deu forma de estudo e transformou-o em uma doutrina onde os aspectos religiosos, até então empregados anteriormente, dariam lugar a uma forma metodológica de conhecimento, mais voltado para o lado científico com fins e conotações filosóficas, para pregar uma nova moral de vida, enfim, ensinar que nossos atos presentes se refletem na vida futura, tal como nossa vida presente é consequência de nossos atos passados.
A fim de torná-la Ciência, sua doutrina passou a admitir as técnicas de pesquisa para provar a existência da vida pregressa bem como da existência do Espírito dito imortal com capacidade para voltar à vida terrena em novo corpo.
Os estudos de vidas passadas tiveram grande desenvolvimento através da técnica de condicionamento e da volta da memória a idades mais jovens, até que o paciente acabe caindo em nova vida pretérita. O livro "Des Indes au planet Mars" deu a seus seguidores a técnica para se obter esse método de desenvolvimento da regressão da memória e na nossa literatura vamos encontrar no Dr. Ernani G. Andrade os subsídios necessários a tais estudos.
Atualmente, a reencarnação se baseia numa lei física que diz: - Todo fenômeno é repetitivo. - corolário: um agente físico capaz de realizar determinado fenômeno é capaz de reproduzi-lo tantas vezes quantas necessárias.
Allan Kardec viveu no séc. XIX onde nem sequer se sabia da existência do átomo, quanto mais da energia e muito menos que esta não poderia se alterar e se transformar em matéria sem que sobre ela atuasse um agente extranho a seu domínio. É o primeiro passo para se admitir a existência da Espiritualidade e sua influência sobre o domínio material do Universo.
Mas, aí, é outra área de estudos e pesquisas.
O Professor Carlos Imbassahy, é físico, espírita, escritor, autor de várias matérias em prol da Doutrina Espírita no Brasil, alto combatente de tudo que desvia o Espiritismo da codificação feita por Allan Kardec, é de Niteroi, Rio de Janeiro, hoje reside no Queens em New York, nos Estados Unidos, autor de inúmeras matérias pelo Mundo falando de Kardec, da física, da ciência, e de seu pai, o advogado e escritor Carlos Imbassahy que traduziu as obras básicas de Allan Kardec.
Casado com a escritora Carmen Imbassahy, aceitou nosso convite e agora colabora no nosso blog, trazendo suas experiências de mais de 60 anos dentro da Doutrina espírita, Carlos é profundo conhecedor das verdades do Movimento Espírita Brasileiro, viajou o Mundo falando de Kardec e até hoje defendendo todos os conhecimentos e conduta do Lionês, uma lenda viva da história do Espiritismo, a quem este editor agradece por ter voltado a escrever aos amigos sobretudo da Doutrina no Brasil e no Mundo.
Carlos e Carmen Imbassahy em New York USA
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