quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

KARDEC ESTARIA SUPERADO ? POR ROOSEVELT ADOLPHATO TIAGO




Pelo impulso de se estudar menos do que deveria, alguns companheiros chegam a questionar a possibilidade de que Allan Kardec estivesse superado diante da atual modernidade. 
Entretanto, para que algo fique superado, ele deve estar finalizado, concluído, e observando a obra do Codificador, vemos claramente que ele não colocou ponto final em nada, muito pelo contrário, estruturou bases sólidas sabendo que um grande edifício seria construído sobre elas no correr dos anos.





Em “A Gênese” capítulo I – item 55 encontramos: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” evidenciando além de extrema humildade uma segurança na própria obra.

Sendo assim, podemos aceitar novidades que certamente o progresso trará, mas respeitando sempre as bases, pois toda construção edificada fora da base, certamente ruirá, como tantos modismos que passaram. Jesus chamaria de “casa edificada sobre a areia” registrado em Mateus 7:24. 

Como pode estar superado o que nem sequer entendemos, senão na superficialidade? Certamente que aqueles que realmente estudam as obras da Codificação sabem que quanto mais se estuda, mas se percebe a profundidade do Espiritismo, evidenciando que para seu entendimento profundo, isso pediria muitas experiências físicas dedicadas a isso.






Aos que alegam que a Doutrina é do século passado, lembramos que as grandes filosofias do mundo são seculares ou milenares, a exemplo o Tao Te Ching, escritos chineses de 600 a.C., o Vedanta possui registros de mais de 3.000 a.C., o Bhagavad-Gita é datado de 400 a.C. sem falar que se Kardec é do outro século, Jesus é do outro milênio, conclusão, a Doutrina Espírita é uma jovem desconhecida.


da a obra da Codificação é lúcida e transparece o caráter do Codificador, que sem querer ser dono da verdade, nos deixou um volumoso e fantástico conteúdo, que os interessados em estudar não terão tempo para questionar, muito menos para reinventar preceitos trazidos por Espíritos superiores e entregues a uma mente preparada e acima de tudo moralizada.


Encontramos em “Obras Póstumas”, no capítulo Constituição do Espiritismo, item II - Dos cismas, uma nova expressão do Codificador, sempre lúcida e que acalma tanto os fiéis em Kardec quanto aos que tentam reinventar o espiritismo: “Se tenho razão, todos acabarão por pensar como eu; se estou em erro acabarei por pensar como os outros”. Aguardemos então, mas com bom senso, é claro e acima de tudo, nos comportando como irmãos diante dos que pensam diferente.


Emmanuel, na obra “Religião dos Espíritos”, afirma: “Toda crença é respeitável. No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negue fidelidade”.


Dizer que Kardec está superado é a mesma coisa que dizer que a água não mata mais a sede – experimenta para ver!




Roosevelt Thiago, é espírita, seguidor da doutrina na codificação de Allan Kardec, é escritor, diretor de uma editora Espírita, é palestrante sendo um dos mais requisitados do País, escreveu obras que são grande sucesso de vendas, sempre dentro do que orientou Allan Kardec, um de seus livros Se faltar vento Reme, salvou vidas, alimentou espíritos, tem o site www.roosevelt.net.br, é colaborador do blog e um dos mais lidos desde que aqui chegou este ano, contatos para palestra roosevelt@solidumeditora.com.br.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UMA RESPOSTA - POR ORSON PETER CARRARA






Em artigo publicado no jornal O Paraná, de Cascavel-PR, no dia 7 de julho de 2004, o Dr. Wilson Meiler (www.wilsonmeiler.com.br), ofereceu resposta a e-mail recebido de um de seus leitores. A pessoa que escreveu encontrava-se aflita, indecisa, apresentou sua dificuldade e perguntou o que devia fazer. A resposta transcrevemos aos leitores:




O que você não deve fazer?  Não deve mais repetir: Minha vida não é fácil. Mesmo que não seja fácil e você saiba disso, o seu subconsciente não sabe distinguir daquilo que lhe dizemos e a realidade. Assim, quanto mais você falar que tem motivos para se sentir infeliz, que sua vida não é fácil, que está assustada com a situação por causa da filha, do filho, da mãe, do marido, da esposa, enfim, tudo o que possa imaginar de ruim que se passa em sua vida, experimente adotar uma postura positiva. Quanto mais negativas forem suas palavras, mais negativas serão suas atitudes, sua energia, e as substancias que o seu cérebro fica liberando em seu corpo também. O Universo não gosta de pessoas negativas. Assim, a primeira coisa a fazer é parar de falar e pensar negativo. Isso atrai cada vez mais desgraças e infelicidade.

O que deve fazer? Atividade. Há muita gente precisando de ajuda. Ajude os outros, faça tudo o que puder para amparar as pessoas. Ocupe o seu tempo o tempo todo até cair exausta(o) para dormir. Ajude. Há muita gente em situação muito pior do que você precisando da sua ajuda no mundo. Afaste-se de pessoas pessimistas e reclamadoras. Ninguém gosta de pessoas chorosas, reclamadoras, pessimistas e acabam fugindo delas.







Lembre-se: O último depósito da noite é a primeira retirada da manhã. À noite faça depósitos bons, positivos. Chega de se auto lamentar e ficar se sentindo um(a) "coitadinho(a) de mim". Eu sei e reconheço que sua vida não deve ser fácil. Mas olhe para os lados e para trás. Veja o que o mundo faz para certas pessoas. Você tem os dois braços e as duas pernas? Você tem os dois olhos para enxergar? Que tal o que a vida fez com o Super Homem?

LEMBRE-SE: A vida é difícil porque a vida é difícil. É difícil para você, para o padeiro da esquina e para o resto do mundo. Nossos entes queridos morrem, nós ficamos sem dinheiro, alguns ficam sem trabalho, outros não têm o que comer, outros vivem a miséria e o sofrimento da guerra, perdem pais, mães, filhos. Mesmo aqueles milionários que no fim acabam se suicidando ou se transformando em drogados, para eles também a vida é difícil. É difícil para todo mundo. A única coisa que muda É A FORMA COMO ENCARAMOS OS DESAFIOS QUE A VIDA NOS APRESENTA.


 Na vida, nós fazemos escolhas. Não temos outra alternativa a não ser escolher. Podemos escolher ficar sofrendo, lamentando, ficando doentes para que os outros tenham pena de nós e assim recebamos atenção, ou ESCOLHEMOS ENFRENTAR TUDO DE CABEÇA ERGUIDA SABENDO QUE SE CAIRMOS SÓ TEMOS DUAS ALTERNATIVAS: OU FICAMOS DEITADOS CHORANDO ESPERANDO A MORTE, OU NOS LEVANTAMOS E VAMOS À LUTA. SE ESTAMOS AQUI, É POR QUE TEMOS UMA MISSÃO A CUMPRIR. Então amigo (a), levante-se e lute !!!



            Alguém tem algo mais a dizer? Com a clareza de Jesus: Sois Deuses! ainda nos damos o direito ao desânimo? É incoerente! Com a lógica da Lei do Progresso tão bem expressa em O Livro dos Espíritos, como estacionar? A lei é de evolução! Sigamos adiante, determinados e destemidos. 




 Orson Peter Carrara, é escritor, espírita, palestrante, um dos maiores divulgadores da doutrina espírita no Brasil de acordo a codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog.
Orson Carrara no Facebook e e-mail para contato orsonpeter92@gmail.com




domingo, 23 de fevereiro de 2014

VÁ COM DEUS - POR CHICO XAVIER






Chico veste-se humildemente. Possui apenas dois ternos, um do uso e outro da reserva. Certo médium de São Paulo, que o visitava, vendo-o tão mal vestido, exclama:


— Pensava em encontrá-lo, como o maior médium de todos os tempos, bem vestido, bem ALOJADO, vivendo uma vida folgada e o encontro assim, maltrapilho. Não está certo. Precisamos fundar a SOCIEDADE DOS MÉDIUNS. O Chico sorri e nada responde...


Lembrando-se, conosco, deste caso, pondera-nos...


— Vivo assim e sempre hei de viver, enquanto estiver aqui, vivendo a minha prova. E ainda assim me criticam, achando-me rico, com dinheiro nos bancos... Imagine se vivesse diferentemente, o que não diriam... Depois, reportando-se ao passado, conta-nos:

Tempos atrás, passou momentos críticos. Um infeliz irmão, dado ao vício de tirar coisas alheias, entrou no seu quarto, e, na sua ausência, levou-lhe o único terno, que possuía de reserva. 


Ficou aflito mas não desesperado. Seus irmãos, sabendo do acontecido, reagiram. 


Combinaram uma armadilha para pegar o viciado, certos de que ele voltaria, tanta facilidade encontrou para agir... E fizeram uma trouxa de roupas usadas e a colocaram à janela de seu quarto, bem à vista. 


Traduzindo-lhe as intenções, ofereceu-lhes o Chico para ficar de guarda. Aceitaram. E por algumas noites, vigiou. Quando menos esperava, alta hora da noite, vê alguém entrar no seu quintal, dirigir-se à sua janela, pegar na trouxa e levá-la. Deixou passar alguns minutos e, depois, deu o alarme. Levantaram-se os familiares apressadamente, inteiraram-se do ROUBO, e deram uma busca. Tudo em vão. Não encontraram o ladrão. 


— Mas, Chico, como deixou o ladrão fugir, advertiu-lhe um dos irmãos. 


— Estava cansado e dormi. Quando acordei já a trouxa não estava na janela, respondeu-lhe. 



Mas, todos, ficaram contrafeitos, achando que, diante do acontecido, não deviam ter dó do Chico; que, por castigo, deveriam deixar que ele andasse só com um terno, até que, de sujo, se apodrecesse no seu corpo.
O caso morreu. Uma tarde, vinha o Chico na sua charrete, de volta da Fazenda, quando alguém fê-lo parar e lhe implora:

— Irmão Chico, pare, desejo lhe pedir perdão.

— Perdão de quê, meu irmão.

— Fui eu quem lhe roubou as roupas... E, quando fui verificá-las, encontrei seu bilhete, que me tocou o coração, pois que me dizia: VÁ COM DEUS! E até hoje sinto que estou com Deus e Deus está comigo e não posso roubar mais. 


O Chico abraçou-o comovido, perdoou-lhe a falta e, satisfeito por vê-lo reformado, tornou a dizer-lhe: 


— VÁ COM DEUS, meu Irmão!







Da obra: Lindos Casos de Chico Xavier - Ramiro Gama









Nota Especial do editor : "Confesso que se não fosse o papo de sábado com Nubor Orlando Facure, amigo de Chico, detentor de histórias e segredos do maior médium Brasileiro, Nubor viveu 50 anos ao lado dele como amigo e seguidor, talvez não tivesse editado esta conhecida passagem do médium.

Enquanto aguardo uma matéria exclusiva de Chico(o médium deixou anotações especiais para seus diretos amigos), refleti no que Nubor disse da obra de Paschoal Nunes meu amigo, e um dos maiores dirigentes espíritas que conheci.

Poderia dizer que tinha preparado, mas não foi. Sim falo com espíritos o tempo todo neste trabalho, claro, sou médium e ao contrario de alguns eu nunca neguei, até para provar minha imperfeição,. De Mesmer á Kardec muita coisa mudou no Magnetismo, eu diria que de Kardec á Chico Xavier também.

Sem dúvida Kardec só existe no Brasil pela alavanca Chico Xavier, e não podemos jamais macular a integridade deste maravilhoso homem, por divisões com relatos sejam de Emmanuel, ou mesmo de André Luiz, Chico era puro, sincero, verdadeiro qualquer um o enganava, sobrinha, melhor amiga, filho adotivo, médium aproveitador que quer apenas dinheiro(este ainda vive), mas Chico tem que ser rotulado como ainda o maior espírita Brasileiro de todos os tempos, sem ele, sua simplicidade eu não estaria aqui.

Então quis declarar isto antes da matéria aos meus amigos, e seguidores, Neusa Maria espírita e escritora pegou em seus arquivos de pesquisa o texto escrito por Chico Xavier, e escolhi para neste domingo, dizer ao Nubor Orlando Facure, poucas pessoas em minha vida me convenceram de sua sinceridade,você e Paschoal Nunes Filho continuam fazendo a diferença dentro da Doutrina no Brasil dedico á todos, em especial a vocês dois este presente da escritora e amiga espírita Neusa Maria, em Arquivos de Chico, que começo a publicar semanalmente aqui. (David Chinaglia)


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

NOSSOS "CAMPOS" PSÍQUICOS - POR NUBOR ORLANDO FACURE





Não há palavras que preencham o espectro inteiro das nossas experiências psíquicas. Usei o termo “campos” aleatoriamente. A neurologia usa níveis de consciência, a psicologia fala em expansão da consciência, a psicanálise em limites do inconsciente e filósofos em cisão da personalidade.
É fácil de se perceber a ação dos fenômenos que nos afetam fisicamente – você toca a panela quente no fogão, queima as pontas dos dedos e sente subir uma dor atroz insuportável.
Num exemplo simples como esse, podemos perguntar: o que acontece internamente em nosso psiquismo?




Há uma dor física registrada no cérebro e a reação emocional de uma dor psíquica: dor que irrita, causa sofrimento, raiva, revolta, sentimento de vingança ou, toleramos o incômodo e deixa passar.
No dia a dia nos vemos trabalhando, estudando, transitamos pela cidade enfrentando mil dissabores, compromissos familiares com filhos e esposa – e mal damos conta das reações físicas e psíquicas que nos atinge continuamente. Em todas essas situações nossos “campos” psíquicos estão ativamente funcionantes. 

Didaticamente distinguimos 4 “campos” psíquicos que apontaremos a seguir, destacando sua anatomia simplificadamente:



A consciência:

A consciência pode ser aceita como uma função, uma posse de determinadas competências ou, uma propriedade do complexo cérebro/mente mas, classicamente é tratada como um “estado” – modo de estar, situação, condição – Consciência é um estado de alerta que mantém desperto nosso tônus psíquico.

A Consciência normal é preenchida por um conteúdo fornecido pelo ambiente e pelo meio interno nosso corpo, nosso organismo. Ela só é completa quando estão ativas a atenção, as memórias e a linguagem. Os quadros patológicos são interessantíssimos, certos pacientes apresentam-se conscientes mas, sem conteúdo e, outros, não tem consciência da presença de uma parte do seu corpo – nas chamadas heminegligências o doente não reconhece como seu a metade esquerda do seu corpo, ela o incomoda como um intruso ao seu lado.


O INCONSCIENTE:

Depois de Freud o termo inconsciente merece ser escrito em letras maiúsculas. Ele remodelou o nosso psiquismo como Copérnico revolucionou o firmamento e Darwin determinou a posição do homem na escala animal.





O Inconsciente de Freud é descrito exaustivamente como uma entidade a parte, construída por desejos censurados e reprimidos, inaceitáveis socialmente, criando situações insustentáveis para o indivíduo, permitindo eclodir manifestações neuróticas de diversos coloridos.
Não importa o quanto Freud é hoje aceito ou rejeitado – nossa mente não é mais a mesma depois dos fatos que ele escarafunchou revelando dentro de nós um mundo promiscuo e incestuoso – é claro que a sociedade se escandalizou, mas nada foi tão chocante e pior que a pequenez que a psicanálise nos posicionou, inferiorizados nas tomadas de decisões que sempre imaginamos ser do nosso completo domínio consciente – puro engano, somos traídos por desejos proibidos, inconscientes, na maioria das vezes.
O inconsciente da psicopatologia constrói quadros clínicos variados – expressões de neuroses diversas, quadros grotescos nas paralisias e contorções histéricas, sintomas sutis de anestesias nalguma parte do corpo e perversões libidinosas criativas.
Não é preciso mergulharmos em exemplos doentios, o que escandaliza a sociedade é percebermos em nós mesmos os sonhos confusos, os atos falhos, os sintomas neuróticos disfarçados, especialmente nos chefes déspotas, nos pais autoritários, nas tias solteironas exigentes, nas mães condescendentes, nos maridos dominadores, nos filhos agressivos – melhor saber que desse inconsciente indomável nenhum de nós tem como escapar. 



Subconsciente:

É assustador o que a literatura vulgar e pseudocientífica tem publicado sobre o papel e poderes do nosso subconsciente, é melhor não perdermos tempo com isso.

Pierre Janet, um dos gigantes da escola francesa de Charcot, tentou fazer com o subconsciente o que Freud conseguiu com o inconsciente. Nas crises histéricas ele fala numa cisão da personalidade com manifestação do subconsciente. Pierre Janet foi muito confuso na apresentação da sua teoria, não conseguindo o sucesso de Freud.
Na psicanálise o subconsciente é uma região intermediária entre a consciência e o inconsciente. Haveria uma comunicação mais pronta entre os dois, sem os conflitos incômodos, reprimidos no inconsciente

O Magnetismo e o subconsciente

Foi Mesmer (1779), que introduziu, em Paris, a aplicação do magnetismo animal, produzindo as “crises” denominadas de crises mesméricas, para tratamento de suas pacientes. 
Nessas crises, ocorria um franco estado torporoso, que seu discípulo, Marquês de Puysegur denominou de sonambulismo, foi daí em diante que se difundiu o termo “crise sonambúlica”. 
Nessas situações de sonambulismo provocado, ficou claro a manifestação de um novo conteúdo mental constatado no paciente em crise e, que demonstrou-se tratar-se de um conteúdo subconsciente, já que uma vez desperto o paciente não mais o possui.
O caso emblemático de exposição do subconsciente ocorreu em Maio de 1784 na propriedade rural de Puysegur. Um jovem de pouco mais de 15 anos, Victor Race, foi magnetizado para tratamento de uma dor nas costas – ele era pastor de ovelhas – durante o transe ele falava com um palavreado superior a sua condição cultural, manifestou capacidade de clarividência e colaborava com Puyseguir revelando moléstias internas nos demais participantes dos experimentos com o magnetismo. Foi dando uma determinada ordem ao garoto que Puysegur descobriu a existência de um fenômeno extraordinário que chamou de sugestão pós-sonambúlica – uma vez desperto do transe sonambúlico o garoto cumpria as ordens que Puysegur lhe havia determinado.





Inconsciente neurológico


Usei esse termo para me referir a uma série de competências do nosso cérebro para realizar tarefas sem a participação ostensiva da consciência.
Classicamente os mais conhecidos são os automatismos motores – podemos caminhar, digitar, tocar o violão, dirigir o automóvel, andar de bicicleta e mesmo atividades simples como pentear o cabelo, escovar os dentes, virar as páginas de um livro, acender um cigarro, fazer um tiauzinho com a mão, jogar um beijo, estender a mão para cumprimentar.




Atividade sensitiva também pode ser subconsciente – estou assentado e a pressão da cadeira me faz mudar constantemente de posição sem me dar conta do que está acontecendo, a explosão de um foguete me faz virar rapidamente a cabeça para o lado do barulho
As funções cognitivas de caráter emocional são frequentemente inconscientes – O artilheiro chuta o pênalti na trave, há um lamento geral percorrendo a arquibancada. Uma martelada no dedo me solta um grito de dor e um palavrão. Cruzo apressado com um amigo e aquele “olá, tudo bem” sai automaticamente sem comando da consciência.






Nubor Orlando Facure, médico neurologista, espírita, um dos maiores pesquisadores do cérebro humano no Brasil, conviveu com Chico Xavier durante 50 anos, tem relatos e foi testemunha viva
do que ocorreu em Uberaba na Doutrina Espírita, foi médico e amigo da grande médium Therezinha de Oliveira em Campinas, viveu e ainda vive a maior experiência espírita ao estudar até hoje a Doutrina, escreveu vários livros, faz palestras, e colabora com o nosso blog.

Facebook: Nubor Orlando Facure   -  E-mail para contato: ifacure@uol.com.br


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

INCIPIENTE OU INSIPIENTE ? - POR ORSON PETER CARRARA





Note o leitor o que é a língua portuguesa. Duas palavras com a mesma pronúncia, ambas adjetivos e com apenas uma das letras alteradas ("s"ou "c") tem significados diferentes, embora ligados entre si, como veremos. A primeira delas, segundo o dicionário (www.uol.com.br/michaelis), é a qualidade de quem começa, principiante. Já a segunda palavra, designa aquele que é ignorante, insensato, imprudente, ou que não é sapiente, que designa aquele é sábio, conhecedor...
O assunto surge para breve análise em virtude de notícia divulgada há alguns anos pela imprensa escrita e virtual. É que a notícia informava que o governo russo contratou marroquinos para assentar assoalhos de madeira em seu país (por falta de mão de obra especializada), enquanto que nos Estados Unidos havia russos efetuando o mesmo trabalho para americanos. Por outro lado, pedreiros mexicanos e brasileiros atuando nos Estados Unidos estariam executando com maior perfeição os serviços da área de construção civil com mais competência que nos seus países de origem.

O contraste faz pensar. Tanto na Rússia como no Brasil (usados aqui como exemplos), a deficiência de formação ou de valorização da mão de obra ocasiona um grave problema social: a fuga dessa mão de obra para locais onde é valorizada. Mas o pior ainda não é isso. O que mais impressiona no nosso caso brasileiro é a ausência de uma mentalidade de transmissão de conhecimentos e/ou experiência. Será egoísmo, retenção de informação, desinteresse, omissão? Seja lá qual a designação que dermos, o fato é que nossos jovens - principiantes no mercado de trabalho - estão "meio que" abandonados na aquisição de oportunidades, experiência e conhecimentos. Apesar de várias iniciativas nesse sentido como as do SESI, entre outras – inclusive de iniciativa privada.

Para desenvolver-se em qualquer campo (seja ele profissional ou não), os indivíduos necessitam de experiências vivas que lhe proporcionem a formação. Como esperar que alguém aprenda algo se não tem a oportunidade do exercício? Isto ocorre com tudo. Para aprender a dirigir um veículo, precisamos exercitar. Para aprender a andar, uma criança precisa exercitar-se, etc. etc. Com jovens ou adultos, a questão é a mesma. Não adianta ficarmos na crítica designando incompetência, desinteresse, ignorância. É preciso mesmo oferecer experiências reais de aprendizado. Somente estas formarão pessoas capazes em qualquer área de atividade.
Para que o incipiente não seja um insipiente, pensemos nisso e comecemos a valorizar aqueles que convivem conosco e de quem esperamos o melhor... Afinal, conhecer nunca é demais.




Orson Peter Carrara, é espírita, escritor, palestrante, um dos maiores divulgadores pelo You Tube em videos, internet com suas páginas sobre o espiritismo, e colaborador do nosso blog.
Contato pelo e-mail orsonpeter92@gmail.com e pelo Facebook no Orson Carrara.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A ESPIRITUALIDADE E O UNIVERSO - POR CARLOS BRITO IMBASSAHY



Através dos tempos, o tema sobre a Espiritualidade tem sido exclusividade das religiões, com seus dogmas e leis estabalecidas pela vontade de um soberano dito Deus, geralmente antropomórfico que justificaria por si, exclusivamente, a existência de tudo.


A Ciência que só admite o que seja devidamente verificado e comprovado, nunca aceitou a existência de um Deus criador corporificado pelas religiões com todo poder e sabedoria como causa e origem do Universo por total falta de comprovação de quais afirmações, todavia, ainda pendente de estudos ou de técnicas capazes de tal estudo.


Deus é uma crença: respeitemo-la.








As religiões, contudo, sempre foram inimigas da Ciência porque esta, em suas descobertas, sempre acaba destruindo algum dogma das ditas seitas e citando um exemplo, podemos lembrar da antiga Bíblia que afirmava que o Sol e a Lua giravam em torno da Terra, o Sol para alumiar o dia e a Lua para clarear a noite - afirmativa da qual nasceu o geocentrismo de Pitolomeu - o que fez com que a Igreja condenasse a alma de Copérnico a arder nas chamas da eternidade, já que, na época da condenação, o astrônomo já havia falecido.


Posteriormente, já no séc. XX, os astrônomos chegaram à conclusão de que o Universo é um sistema cíclico (repetitivo) e anisotrópico (a retração não é inversa da expansão) - o pêndulo, que vai e volta pela mesma trajetória é isotrópico - o que elimina por completo a tese da criação divina. Ele vem a ser uma nova fase de sua existência. O Supremo Agente Físico que comanda tudo isso e que substitui o Deus religioso é inteiramente incompatível com qualquer tipo de divindade religiosa do tipo das que comandariam as vidas dos humanos e os julgaria, a seu critério, pelos atos que os mesmos cometessem.


Os estudos de Edwin Huble mostraram que o Universo se encontra numa fase de expansão e que, como tal, irá se esvair. Dessarte, esse Agente Astrofísico que o comanda, fará com que ele, Universo, novamente se retraia a um fulcro central para que, sob ação de um efeito ainda desconhecido - o Big bang - volte novamente a se expandir e nós, humanos, evidentemente, sob proteção de um Ente superior iremos estar novamente sujeitos ao processo evolutivo universal.



Neste ciclo, habitamos a Terra, um medíocre planeta de um sistema solar de quinta categoria, perdido na Via Lactea, uma das menores constelações do cosmo. Assim, um "Deus" que só se preocupe conosoco é um Ente restrito à Terra e que não deva ter acesso a mundos superiores.



Kardec, em A Gênese, ao declarar que, quando evocamos Deus, é sempre um Espírito amigo que vem em nosso socorro, sugerindo, assim, que, de fato, a criatura humana necessita da crença em um Ente Supremo que vele por nós e que, de fato,nos ajuda a viver.


No planetário de Washington-DC há um programa baseado em estudos da NASA com apoio das equipes de Palomar que estuda a formação do Universo a partir do Big bang mostrando-o como processo evolutivo o que contraria qualquer tese religiosa da Criação de Deus, motivo pelo qual os cristãos fanáticos e os islâmicos saem de lá aos brados, revoltados, julgando que seja artimanha dos ateus.



O que vem revolucionando o conhecimento nesta área são os estudos de Sten Odenwald, à frente do Keck II, observatório espacial no Haway onde descobriu a existência da matéria escura e do "peso sem massa", agente estruturador que age no Universo, sobre a poeira cósmica, modulando as formas de estrutura astral, na sua "criação".



Ao mesmo tempo ele afirma que o Universo é composto de 27% de energia cósmica e 73% de "nada" e ele próprio o compara a uma tina cheia de espuma de sabão, onde, na verdade o colóide ocupa uma pequena parte da mesma e a maior parte é a do vazio interno da bolha.

No caso da bolha o vazio é o ar, mas, no Universo, ainda não se pôde detectar do que seja, com o recurso dos aparelhos de que dispomos, ou o que nele contenha, se formas, se agentes, enfim, o que seja.
Os mais ousados pressupõem que este seja o domínio dos estruturadores que atuam sobre a energia cósmica dando-lhe forma e "vida" (existência) já que a energia universal, por si só, não se altera e, para que se condense em forma de partícula ou elemento atômico material e´preciso que sobre ela, energia, atue algo que a modifique de seu estado fundamental.



Deve-se a Murray Gell Mann, o descobridor dos Quarks, à frente do acelerador de partículas (fermilab) da Stanford University os estudos da hipótese de que as ditas partículas atômicas têm comando próprio, admitindo, de forma indireta, que as mesmas sejam comandadas pelos próprios agentes que a tenham estruturado.
Já Werner Heisenberg, físico do regime nazista de Hitler, ao estudar o bombardeio de um alvo com partículas emitidas por aparelhos atômicos, existia sempre uma ou outra partícula rebelde que não respeitava o comando e saía de sua trajetória "qual ovelha desgarrada" e não atingia o alvo, a seu critério, o que levou o seu descobridor a enunciar o "Princípio da Incerteza".





Os parapsicólogos espiritualistas admitem que tais agentes sejam os estruturadores primitivos das formas e que, gradativamente conforme o corpo material elaborado, vão-se transformando em agentes de formação mais elevada até chegarem ao Espírito humano. É uma hipótese que merece estudo, todavia, depende de muita evolução e muito conhecimento, não só de aparelhagens como ainda de técnicas e condições de conhecimento humano.




Será que a Espiritualidade é o domínio do nada?






   

Carlos Brito Imbassahy, é espírita, fiel seguidor da doutrina nos preceitos e conceitos da codificação de Allan Kardec, é físico, Engenheiro, escritor, pesquisador e divulgador da Doutriba Espírita, sendo um dos seus mais conceituados participantes a nível de leitura, conhecimento, dedicou sua vida as profissões, é uma lenda viva da Doutrina, mora hoje nos Estados Unidos da América, de onde é colaborador do nosso blog.

Facebook : Carlos Imbassahy








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O VÁCUO ABSOLUTO EXISTE EM ALGUMA PARTE DO ESPAÇO UNIVERSAL - POR PASCHOAL NUNES FILHO

"O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?"
“Não, não há vácuo, O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa”.
Aos “sentidos e aos instrumentos.”
(“ALLAN KARDEC - O Livro dos Espíritos”, Pergunta 36,).




Adeptos há da Doutrina Espírita que rejeitam, até hoje, a versão intimamente muito ventilada pelos Espíritos desencarnados, através de obras ditadas psicogràficamente, de um mundo material, invisível aos olhos carnais, mundo esse vibrátil e intenso, Onde existirá, em estado aperfeiçoado, ampliado até à vertigem, muito do que na Terra existe. Respeitamos, certamente, a opinião dos refratários a essa revelação, visto que, se é dever de qualquer cidadão respeitar opiniões alheias, ao espírita, com muito maior razão, assistirá o dever de consideração à opinião do próximo, ainda quando antagônica ao seu modo de vir e pensar. Não seria, porém, ocioso raciocinarmos sobre ensinamentos particulares aos domínios da Doutrina Espírita, raciocínios que, se nenhuns proveitos trouxerem à instrução que nos cumpre dilatar diariamente, ao menos nos auxiliarão no aprendizado da meditação, exercitando-nos o pensamento para voos mais arrojados. Estas páginas, como as demais que compõem o presente volume, não são frutos do nosso raciocínio pessoal, como os nãos são de nossas concepções doutrinárias, visto que temos o cuidado de jamais estabelecer concepções pessoais em assuntos de Espiritismo. Certa da nossa fragilidade, renunciámos bem cedo à vaidade das opiniões próprias, para nos achegarmos aos mestres e grandes vultos da Doutrina e junto deles buscar o ensinamento seguro, aceitando igualmente o que o Invisível espontaneamente nos revela, quando concorde com os ensinamentos básicos, revelações que, algumas vezes, têm contrariado mesmo as ideias que havíamos feito sobre mais de um assunto. Temos sido, portanto, tão somente um Veículo transmissor das ideias e do noticiário do Espaço, e, a mercê de Deus, empenhamo-nos.
esforçadamente em ser passiva aos dedicados amigos invisíveis, ao se valerem da nossa faculdade. E, por isso mesmo, o que aqui se afigura escrito por nossa pena mais não será do que o murmúrio das vozes de amigos espirituais que nos dirigem o cérebro e impulsionam o lápis, depois de haverem arrebatado o nosso Espírito a giros instrutivos pelo Mundo Invisível, as mais das vezes.
Desde o advento da Doutrina Espírita, os nobres habitantes do mundo espiritual que se têm comunicado com os homens, através de grande variedade de médiuns, afirmam ser a Terra um pálido reflexo do Espaço. 


O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, no belo capítulo VIII - "Do Laboratório do Mundo Invisível" - é fecundo em explicações que oferecem base para estudos e conclusões muito profundas quanto à vertiginosa intensidade do plano invisível, a possibilidade de realizações, ali, por assim dizer, "materiais", que as entidades desencarnadas sempre afirmaram e que nos últimos tempos vêm confirmando com insistência e pormenores dignos de  atenção. E no precioso compêndio "A Gênese", também de Allan Kardec, lemos o seguinte, no capítulo XIV, sob o título - Ação dos Espíritos sobre os fluidos - Criações fluídicas - Fotografias  do pensamento: "Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram
os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som.
“Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens”. Manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade.
Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. " (Parágrafos 13 e 14.)
E, no parágrafo 3, desse mesmo capítulo, encontraremos:
"No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme: sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados, e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes." Os próprios Espíritos ditos sofredores, até mesmo os criminosos, que se costumam apresentar em bem dirigidas sessões práticas, narram acontecimentos reais, positivos, que no Invisível se sucedem, um modo de viver e de agir, no Espaço, muito distanciado daquele estado vago, indefinível, inexpressivo, que muitos entendem seja o único verdadeiro, quando a Revelação propala, desde o início, um mundo de vida intensa, mundo real e de realidades, onde o trabalho se desdobra ao infinito e as realizações não conhecem ocasos. Nas entrelinhas de grandes e conceituadas obras
doutrinárias, existem claras alusões a sociedades, ou "colônias", organizadas no Além-Túmulo, onde avultam cidades, casas, palácios, jardins, etc., etc.


 Na erudita e encantadora obra "Depois da Morte", do eminente colaborador de Allan Kardec, Léon Denis, o qual, como sabemos, além de primoroso escritor foi um grande inspirado pelos Espíritos de escol, à página 235 da 7ª edição (FEB), Cap. XXXV, a exposição dessa tese não somente é fecunda e
expressiva, como também mesclada de grande beleza, como tudo o que passou por aquele cérebro e aquela pena. Diz Léon Denis, na citada obra:
O Espírito, pelo poder da sua vontade, opera sobre os fluidos do Espaço, combina-os e os dispõe a seu gosto, dá-lhes as cores e as formas que convêm ao seu fim. É por meio desses fluidos que se executam obras que desafiam toda comparação e toda análise. Construções aéreas, de cores brilhantes, de zimbórios resplandecentes: circos imensos onde se reúnem em conselho os delegados do Universo; templos de vastas proporções, donde se elevam acordes de uma harmonia divina; quadros variados, luminosos: reproduções de vidas humanas, vidas de fé e de sacrifício, apostolados dolorosos, dramas do Infinito (1). Como descrever magnificências que os próprios Espíritos se declaram impotentes para exprimir no vocabulário humano? É nessas moradas fluídicas que se ostentam as pompas das festas espirituais. Os Espíritos puros, ofuscantes de luz, se agrupam em famílias. Seu brilho e as cores variadas de seus invólucros permitem medir a sua elevação, determinar os seus atributos. E ainda outros trechos desse belo volume trazem informações a respeito do assunto, bastando que o leiamos com a devida atenção, bem assim vários capítulos de outra obra sua - "O Problema do Ser, do Destino e da Dor".
Em outro magnífico livro do grande Denis - "No Invisível" -, à página 470, no cap.
XXVI, da 3ª edição (FEB), há também este pequeno trecho, profundo complexo, sugestivo, descortinando afirmações grandiosas:
"Dante Alighieri é médium incomparável. Sua "Divina Comédia" é uma peregrinação através dos mundos invisíveis. Ozanã, o principal autor católico que já analisou essa obra genial, reconhece que o seu plano é calcado nas grandes linhas da iniciação nos mistérios antigos, cujo princípio, como é sabido, era a comunhão com o oculto." (Os grifos são nossos.)
Assim se expressa o grande inspirado Léon Denis, (1) São essas reproduções de vidas humanas que os Instrutores Espirituais dão a ver aos médiuns, no Espaço, durante o sono letárgico, ou desdobramento, e dos quais se originam os romances mediúnicos, sempre tão atraentes. Vêde capitulo VI. Em suas obras, e, se mais não transcrevemos aqui, será por economia de espaço, que precisaremos atender. Do exposto, no entanto, deduziremos que a "Divina Comédia" não apresenta tão somente fantasias, como imaginaram os próprios eruditos, mas ocorrências reais do Além-Túmulo, que o poeta visionário mesclou de divagações, talvez propositadamente, numa época de incompreensões e preconceitos ainda mais intransigentes que os verificados em nossos dias (2). Os preciosos volumes escritos pelo sábio psiquista italiano Ernesto Bozzano, produto de severa análise científica, são férteis em apontar esses mesmos locais do Invisível, revelados por Espíritos desencarnados de adiantamento moral-espiritual normais, cujas comunicações, psicografadas por vários médiuns desconhecidas uns
dos outros, alguns até completamente alheios ao Espiritismo, foram examinadas e cientificamente analisadas por aquele ilustre autor. Ser-nos-á impossível transcrever, aqui, muitos trechos de Bozzano a respeito, visto que em suas obras encontramos fartas observações em torno da tese em apreço. Limitar-nos-emos a citar alguns trechos do interessante livro "A Crise da Morte", onde substancioso noticiário encontrará sobre o assunto,
além de alguns "detalhes fundamentais" da sua análise sobre comunicações com Espíritos desencarnados. Assim é que, no "Décimo-quarto caso", analisando uma das comunicações inseridas no mesmo volume, Bozzano observa que - “a paisagem “astral” se compõe de duas séries de (2) Dante Alighieri”. -Ilustre poeta e pensador italiano, nascido em 1265 e falecido em 1321, autor do poema épico "Divina Comédia", considerado "uma das mais altas concepções do espírito humano". Esse poema contém as ideias e a filosofia da Idade Média e se divide em três pontos: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, e figura uma viagem do poeta ao Mundo Invisível. Pode-se acrescentar que essa obra imortal criou a poesia e a linguagem italianas. objetivações do pensamento, bem distinta uma da outra. A primeira é permanente e imutável, por ser a objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, prepostas ao governo das esferas espirituais inferiores; a outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento e da vontade de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato. " (3) (Os grifos são nossos.) À página 153 da referida obra, nas "Conclusões" relativas ao último caso, leremos o seguinte, no "detalhe fundamental"
"Terem-se achado (os Espíritos recém-desencarnados) num meio espiritual radioso e maravilhoso (no caso de mortos moralmente normais), e num meio tenebroso e opressivo (no caso de mortos moralmente depravados)." No "detalhe" n 97: Certa vez, durante um transporte em corpo astral, tivemos ocasião de visitar, no Espaço, conduzida pelo Espírito de nossa mãe, uma tia falecida havia três anos, Sra. Ernestina Ferraz, de quem fôramos muito amigas e de quem recebêramos, sempre, muitas provas de dedicação e ternura maternal, sobre a Terra. Recebeu-nos em "um meio imediato", segundo as expressões de Bozzano, criado por ela própria, pois havia um salão de visitas idêntico ao de sua antiga residência terrena, com o velho piano de carvalho que fora seu (ou a sua reprodução fluidica), e que, presentemente, se encontra em nosso poder. Aberto, com a partitura no local devido, o piano fluídico era dedilhado por sua irmã caçula, Luísa, também já falecida, a qual ela própria educara, inclusive ensinando-lhe música. Tal a realidade da criação que, talvez perturbada com a situação frisante, exclamámos, algo vexada:
- Oh, titia! O seu piano está necessitado de um reparo.., está desafinado.., mas prometo que o mandarei consertar.
E ela, prontamente:
- Não te incomode, minha filha, com este meu piano...
Presentemente, o piano, devidamente conservado, é mantido como recordação da boa amiga que tanto nos serviu.
"Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo mundo objetivo, substancial, real, análogo ao meio terrestre espiritualizado. "
No "detalhe" n 98:
"Haverem aprendido que isso era devido ao fato de que, no mundo espiritual, o pensamento constitui uma força criadora, por meio da qual todo Espírito existente no
mundo "astral" pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordações."
No "detalhe" n' 12:
"Terem aprendido que os Espíritos dos mortos gravitam fatalmente e automaticamente para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da lei de afinidades." E ponderamo-nos: Se os Espíritos dos mortos fatalmente e automaticamente gravitam para a esfera espiritual que lhes convém, é que tais esferas existiam mesmo antes de eles para lá gravitarem, criadas, certamente, por outros Espíritos, com os quais passarão a colaborar, na medida das próprias forças. Com efeito. No "detalhe secundário" 11' 4, do mesmo caso, Bozzano analisa:
"Acham-se de acordo (as almas dos mortos) em afirmar que, embora os Espíritos
tenham a faculdade de criar mais ou menos bem, pela força do pensamento, o que lhes seja necessário, todavia, quando se trata de obras complexas e importantes, a tarefa é confiada a grupos de Espíritos que nisso se especializaram. " Dentre as comunicações analisadas por Bozzano, ressaltaremos as concedidas pelo Espírito do inesquecível artista cinematográfico Rodolfo Valentino, falecido em Agosto de 1926, à sua esposa Natacha Rambowa, nas sessões realizadas em Nice, na França, e consideradas cientificamente muito importantes, nas quais são citados pormenores desse mundo espiritual, e que muito edificam os estudiosos. Não nos furtaremos ao prazer de oferecer ao leitor um substancioso trecho das mesmas comunicações. Assim se expressa o Espírito do célebre "astro", através da psicografia do médium norte-americano, Jorge Benjamim Wehner, dirigindo-se à sua esposa:
"Aqui, tudo o que existe parece constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerce a força do pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontram, naturalmente, para conceber semelhante coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar-se de criações formadas de uma matéria vaporosa; elas, porém, são, ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos os gabaritos mentais de seus desejos.



                                                             Ernesto Bozzano
                                                                
 "  Um livro ainda mais antigo do que as obras de Bozzano - "A Vida Além do Véu" -
obtido também mediunicamente pelo pastor protestante Rev. G. Vale Owen, tornou-se célebre no assunto, pois que o Espírito da genitora do próprio médium narra ao filho, em comunicações periódicas, as mesmas construções fluídicas do mundo espiritualismo é, jardins, estradas pitorescas, habitações, cidades, etc. Semelhante médium é, certamente, insuspeito, visto que, como protestante, seriam bem outras as ideias que alimentaria quanto à vida espiritual. Tais comunicações, em sua maioria, datam do ano de 1913. Convém deliciarmos, ainda, as nossas almas com alguns pequenos trechos de tão interessante livro:
- "Pode agora fazer-me o favor de descrever sua casa, paisagens, etc. ? pergunta o
Rev. Vale Owen
ao Espírito de sua mãe.
E este responde:
“E’ a Terra aperfeiçoada”. Certo, o que chamais quarta dimensão, até certo ponto existe aqui, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios, belas florestas, e muitas casas; tudo foi preparado pelos que nos precederam. Trabalhamos, atualmente, por nossa vez, construindo e regulando tudo para os que, ainda durante algum tempo, têm que continuar a sua luta na Terra. Quando eles vierem, encontrarão tudo pronto e preparado para recebê-los. - “O tecido e a cor do nosso vestuário tomam a sua qualidade do estado espiritual e do caráter de quem o usa”. (O grifo é nosso.) O nosso ambiente é parte de nós mesmos e a luz é um importante componente do nosso ambiente. Entretanto, é de poderosa aplicação, debaixo de certas condições, como poderemos ver naqueles salões “Não teriam de ser demolidas (as edificações), para aproveitar-se depois o material em nova construção”. Seria ele aproveitado com o prédio em pé. O tempo não tem ação de espécie alguma sobre as nossas edificações. Elas não se desfazem nem se arruínam. Sua durabilidade depende apenas da vontade dos donos, e, enquanto eles quiserem, o edifício ficará de pé, podendo ser alterado ou modificado consoante seus desejos.
- "...porque estas esferas são espirituais e não materiais." E o livro todo assim prossegue, em revelações belas e simples, lógicas e edificantes, o que confirma o noticiário de muitos médiuns, que também chegam a verificar tais realidades do mundo invisível durante seus desdobramentos em espírito. Mas não é só. Um livro encantador, "No Limiar do Etéreo", publicado em 1931, de autoria do ilustre Dr. J. Arthur Findlay, pesquisador dos fenômenos espíritas na erudita Inglaterra tantos excelentes investigadores do Psiquismo concedeu ao mundo, conta, no capítulo X - Noites de Instrução" -, o diálogo mantido, durante uma sessão íntima com o célebre médium Sloan, com um Espírito que lhe respondia através do fenômeno da voz direta e do qual destacamos os seguintes trechos:
- “Poderá dizer-me algo com relação ao vosso mundo”?
- Todos os que estão num mesmo plano podem, como já disse, ver e tocar as mesmas nossos sentidos. "
Tão explicativo esse X capítulo de "No Limiar do Etéreo", que temos pesar de não
ser possível transcrever mais alguns trechos para as nossas páginas, os quais, acreditamos, edificariam os leitores, se se tornassem conhecidos. Também os livros recebidos pela médium Zilda Gama, ditados pelo Espírito de Vítor Hugo, num total de cinco boas obras, referem os mesmos noticiários, não obstante o fazerem mui discretamente, destacando-se, dentre todos, um que já se tornou célebre, porque editado em Esperanto pela FEB (tradução do Prof. Porto Carreiro Neto) e correndo o mundo inteiro: "Nas coisas. Se olhamos para um campo, é um campo o que todos veem. Cada coisa é a mesma para os que se acham nas mesmas condições de desenvolvimento mental. Não é um sonho. Tudo é real para nós outros. Podemos sentar-nos juntos e gozar da companhia uns dos outros, precisamente como fazeis na Terra. Temos livros e podemos lê-los. Temos as mesmas sensações que vós. Podemos dar longos passeios por uma região e encontrar um amigo a quem não víamos desde muito tempo. Das
flores e dos campos aspiramos aos aromas, como vós aí. Apanhamos flores, como o fazeis. Tudo é tangível, porém num grau mais alto de beleza do que tudo na Terra.
- Assemelha-se à nossa a vossa vegetação?
- De certo modo, mas é muito mais linda.
- Como são as vossas casas?
- São quais as queremos. As vossas aí são primeiro concebidas em mente, depois do que se junta a matéria física para construí-las de acordo com o que imaginastes.
Aqui, temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. “E’ uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibrações, conservaremos o objeto que, durante todo esse tempo, é objetivo para a Sombra e na Luz”.






Não relataremos aqui, por muito conhecidas dos leitores, as obras ditadas pela entidade desencarnada André Luiz, e tão-pouco "Memórias de um Suicida", onde o assunto é pormenorizado com as maiores franquezas. Fica ao leitor o cuidado de estudar, portanto, as obras básicas, em geral, e as comunicações isoladas, mesmo as provenientes de entidades sofredoras, com atenção e amor, meditando e refletindo sobre tudo, sem espírito de prevenção, porque nas suas entrelinhas e nos seus detalhes encontrará referências positivas sobre o interessante assunto. E vale, ainda, declarar que não deveremos julgar sejam tais revelações realidades existentes em outros planetas. Não! Os termos dos Espíritos são categóricos: trata-se de esferas fluídicas do mundo invisível. Ao contrário, aos médiuns inclinados a acreditarem que aquelas descrições traduziriam a vida em diferentes planetas, os próprios Espíritos instrutores advertiram, chamando--lhes à atenção para o fato de que não se tratava de planetas materiais e sim do Mundo Espiritual, a verdadeira pátria do Espírito.





Costumam alegar, os contraditores, que as obras ditadas mediunicamente, contendo tais conceitos, seriam mistificações (o eterno recurso, ou o escudo de que se servem aqueles que se sentem contrariados, sempre que assuntos novos e, sobretudo, inéditos, são apresentados), ou "fantasias do cérebro de médiuns ignorantes", como se expressam alguns, em oratórias entusiastas. Lembraremos, porém, que as obras de Léon Denis estão recheadas dessas informações, e Léon Denis, o grande continuador de Kardec, foi um filósofo, um escritor grande- mente inspirado pelas forças superiores do Alto, e não um ignorante; que Ernesto Bozzano afirmou, cientificamente, a mesma coisa, após suas admiráveis análises, e Bozzano era um sábio, dos mais ilustres psiquistas do século XX; que o Rev. Vale Owen, obtendo do Espírito de sua veneranda mãe as mesmas revelações, não poderia ser um "médium ignorante", cujocérebro criasse extravagâncias, porque, como pastor protestante inglês, teria curso brilhante de algum seminário e nem seria espírita; que o Sr. J. Arthur Findlay era um cérebro vigilante, eminente e idôneo perquiridor do Psiquismo experimental, escritor e intelectual de renome, não podendo, portanto, ser tachado de ignorante; que Zilda Gama, em cujas obras encontramos as mesmas revelações, conquanto mais discretas, é uma professora assaz culta e não um "médium ignorante" que Francisco Cândido Xavier não é douto, mas tem dado a público livros de valor incontestável, que honrariam a memória de muitos doutos, se estes pudessem escrever coisas semelhantes; e os dois Espíritos - Emmanuel e André Luiz - que a esse médium ditam as obras, têm dado testemunhos de muita lucidez e sabedoria, abordando teses variadas, sempre analisadas por pessoas cultas e muito capazes, para serem tachados de mistificadores. . . E que os próprios livros de Allan Kardec, oferecendo, à farta, base para todas essas revelações e noticiários, conforme citámos linhas atrás, jamais foram considerados frutos de mistificações. De outro modo, se um médium que ama a Doutrina Espírita e por ela se sacrifica, sem outro interesse senão o de servi-la; que a tudo no mundo renuncia, a fim de conservar sua independência, para melhor se dedicar aos deveres que ela impõe, até mesmo as mais santas aspirações do coração; se um médium que moralmente se renova para Deus, através das mais duras provações e humilhações diárias, sofrendo ataques de adversários até no seio da própria Doutrina e padecendo, não raro, perseguições e vitupérios dentro do próprio lar; se um médium, que morreu para si mesmo, a fim de melhor ressurgir para Deus e tornar-se digno de se comunicar com os Espíritos iluminados, no intuito de bem servir ao próximo e à Causa, não obtiver do seu Mestre Jesus-Cristo e dos bons Espíritos, a quem procurou honrar, senão mistificações de tal vulto, será melhor a todos os adeptos do Espiritismo fechar os códigos da Doutrina e cuidar de vida nova! Atribuir as revelações sobre as realidades do mundo invisível a mistificações de entidades inferiores é desconhecer que, presidindo ao movimento do Consolador neste mundo - como tão bem esclareceu Allan Kardec - há um Espírito Celeste, a quem o Criador outorgou direitos sacrossantos sobre a Terra, o qual não seria capaz de consentir, certamente, que essa Humanidade, pela qual ele próprio se imolou em suplício numa cruz, fôsse tão grosseiramente iludida por tanta gente, deste e do outro mundo... Quando, afinal de contas, o Consolador, em si mesmo, é fruto tão só da mediunidade. Prosseguiremos, portanto, visto que o tema é profundo, prestando-se a desdobramentos.
Quem, dentre nós, já assistiu aos últimos momentos de um moribundo poderá, muitas vezes, observar os fatos aqui ventilados. O decesso de uma criatura que retorna à verdadeira pátria - a espiritual -, tais sejam as circunstâncias, oferece lições tão elucidativas quanto comoventes e belas. Durante o nosso longo trabalho de assistência a enfermos e moribundos, tivemos ocasião para as mais edificantes observações. Os tuberculosos, principalmente, que comumente expiram em plena consciência dos seus últimos momentos sobre a Terra, apresentam vasto cabedal para estudo. Durante o período da agonia, eles como que esmaiam. Será o chamado estado de coma. Um tênue fio fluídico os prende, ainda, ao fardo material que vai ser abandonado. Foge-lhes a pulsação mantenedora da vida orgânica. Palidez impressionante recobre suas feições, que descaem e se enrijecem. As pálpebras cerradas encobrem os olhos, que as nuanças da morte já velaram de um embarcamentos significativo, mas suores abundantes e fugitivo pulsar do coração avisam que não foi ainda de todo libertada
a pobre alma cativa naquele corpo. Ali estão, porém, à beira do leito mortuário, a mãe angustiada, o pai acabrunhado, a esposa lacrimosa, o filho inconsolável... Um choro violento, um brado de dor pungente, a grita atormentada dos que ficam, sem poderem reter o ser amado que se vai, quebra o silêncio augusto que deve presidir à cena patética de uma alma que
entrou em trabalho de libertação para a verdadeira vida. Então, o agonizante, a custo, descerra as pálpebras. Volta-lhe a pulsação, volta-lhe até mesmo a palavra. Um impulso de vontade e apego aos que lhe foram caros ao coração fá-lo reviver, por instantes, num corpo que se achava quase definitivamente abandonado. Com voz sussurrante, débil, balbucia:
- Oh! Porque me chamaram?... Eu estava tão bem.., num lugar tão belo!... Foram as frases que pronunciou, certa vez, uma jovem agonizante de dezoito primaveras, a cuja cabeceira nos postava em prece, quando sua mãe, inconsolável, e as irmãs se debulhavam em pranto desesperado... Ouvindo-a, perguntámos-lhe, baixinho, enquanto rogávamos a assistência dos seus tutelares, para que a ajudassem a desprender-se dos pesados liames carnais: (4) Em que lugar te encontravas, minha filha?...
Como era esse local?
Ela respondeu naturalmente, como se não fora uma agonizante:
- Ah! Mas era um jardim delicioso e fresco... Cheio de flores lindas e perfumosas... como nunca havia visto iguais... Um luar azul coloria-o todo...
- Viste alguém?
Sim... Umas sombras vaporosas me rodeavam...
Quem eram?
- Não pude reconhecê-las.., eu dormitava.., estou com tanto sono...
- Estavas sentada, caminhavas?
- Não, estava deitada, assim.., sobre a relva dos canteiros... E' um jardim tão
lindo.., estou tão cansada...



Cerrou novamente os olhos e silenciou. Alguns minutos depois, expirava, serena e docemente, sob nossas preces, sem que ninguém mais da família se animasse a perturbá-la na sua consoladora paz.
Na década de 1930, as revelações sobre as realidades do mundo espiritual já eram conhecidas dos adeptos Srta. Aldacira Figueiras, falecida na cidade de Barra do Pirai, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1942, filha do Sr. Sebastião Figueiras, antigo Comandante da Força Pública local, também já falecido.
Mais estudiosos da Doutrina Espírita, visto que elas foram concedidas aos homens, como vimos, desde muito. André Luiz, porém, a eminente entidade espiritual que tão substanciosos esclarecimentos nos vem ministrando através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, não aparecera ainda com as minudências explicativas da vida em Além-Túmulo. Guardávamos, pois, desencorajada de apresentá-las a público, três das nossas obras já hoje editadas (5), e isso em virtude de, na época em que foram as mesmas psicografadas, conhecermos poucos livros doutrinários, não tendo ainda meditado satisfatoriamente nem mesmo sobre as obras de Allan Kardec, como posteriormente os próprios instrutores espirituais nos levaram a fazer. Receávamos que as revelações nelas contidas fossem fruto de lamentável engano, e nos detínhamos, conservando as ditas obras no esquecimento, mas desencorajada de destruí-las. Também nós creditávamos a vida espiritual abstrata, indefinível,
e quando nosso Espírito era arrebatado, constatando a vida intensa dos planos espirituais, e suas belezas ambientes, supúnhamos haver gravitado para um planeta melhor, um mundo material, tais como Saturno, Júpiter ou outro qualquer, ignorando, pela época, quão difícil é isso, tanto para um encarnado como para um desencarnado, não obstante as suposições em contrário.
Nossos amigos espirituais, porém, corrigiam nosso entusiasmo interplanetário, se
Assim nos podemos expressar, e diziam, sem serem por nós acatados em tais asserções
durante muito tempo:
- Não se trata de ambientes planetários... São realizações fluídicas do próprio.
Texto extraído do Livro Devassando o Invisível de Ivone Pereira .
Considerações especiais de Paschoal Nunes Filho, que nos cede a colaboração ao blog




Paschoal Nunes Filho, tem 33 anos dentro da doutrina espírita, é palestrante, médium e dirigente, foi ex-vice presidente da USE Piracicaba, hoje é presidente da Sociedade Espírita Casa do Caminho, ao longo de sua jornada dentro do Movimento Espírita é fundador de 03 centros espíritas, e motivador de mais de dois, é pesquisador e divulga a doutrina espirita dentro dos preceitos codificados por ALLAN KARDEC.