Prodigioso e astuto parou para planejar o seu intento de disseminar o amor e a paz, antes de começar a espalhar suas sementes.
Montou um quadro no qual detinha cuidadosamente todos os caminhos a
seguir. Elencou bravamente seus objetivos e separou, de modo preciso, os
pequeninos germens de sua obra. Esperava contar com todos, mas entendia
que os seus ajudantes não viriam a ter com ele os mesmos objetivos e
intenções. Apesar disso, conseguiu a simpatia de um auxiliar, um
aprendiz, que aceitou cooperar com o seu intento.
Quando
discutiam quais sementes iriam usar em primeira ocasião, o aprendiz e o
semeador pensaram que seria necessário, de início, levantar informações
sobre a qualidade do solo. Depois de algum tempo, o mestre, mais
experiente, fez a seguinte pergunta ao iniciante, com o intuito de
fazê-lo raciocinar sobre o que estavam planejando:
- Amigo, o que achas de usarmos estas sementes tão aureoladas, que parecem estar envoltas por uma luz indescritível?
E o principiante, surpreendido e admirado, inquiriu:
- As sementes da razão?
O senhor insistiu:
-
Sim. Parece-me, em meus estudos e conjecturas, que o solo, no qual
pretendemos plantar o amor e a paz, funciona à base de razão, pois
sabemos que todos os seres humanos possuem esse mecanismo de construção
de pensamentos.
- Mas… Como, do uso dessas sementes, podemos fazer brotar sentimentos tão sublimes nos corações das pessoas?
-
Quando nascemos, trazemos do berço as qualidades de sentir e pensar.
Muitas vezes só sentimos, outras vezes somente pensamos, raciocinamos.
Precisamos fazer com que as pessoas pensem no que sentem, e ainda mais,
sintam o que pensam. Sem a razão, o sentimento não tem rumo. Ante a
ausência de sentimento, a razão perde a força propulsora que nos levará
ao êxito.
- Interessante! – admirou-se o aprendiz – Mas como espalhar o amor e a paz através dessas sementes? Como iremos fazer?
-
Se verificarmos mais atentamente, o amor sempre foi repelido da vida
dos seres humanos, porque não foi entendido. Se pararmos para
raciocinar, chegaremos fielmente à conclusão de que devemos amar ao
nosso Criador, buscar amar ao nosso irmão, tudo isso tendo por base o
amor a nós mesmos. Devemos seguir as ilustres dissertações dos nossos
irmãos do Século das Luzes, que conseguiram instituir o raciocínio como
forma libertadora de consciências, mas não poderemos tomar a direção na
qual eles adentraram. Como todo e qualquer mecanismo que trazemos
acoplado ao nosso modo de ser, a razão deve ser usada para o nosso
engrandecimento, para a construção de nossa paz. Somente parando para
pensar é que veremos que o crescimento do amor e da paz depende da
maneira como usamos nossas ações para com a criação, representada pelos
seres humanos e pela natureza.
O
aprendiz, extasiado e decidido, entendeu tudo o que lhe foi dito e,
extremamente motivado, perguntou do início do trabalho da semeadura, o
que lhe foi dito imediatamente, por seu instrutor, que ocorreria em
curto período de tempo.
Desse modo, as Sementes da Razão foram
espalhadas na Terra, com o objetivo de fazer brotar, nas mentes
humanas, a necessidade de amar, obedecendo sempre à fertilidade do solo.
Escrito por: Helton de Olivera Santos
Administrador do Blog Sementes da Razão
http://sementesdarazao.y33.com.br/
sementesdarazao@gmail.com
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