Neste dia 02 de Julho de 2015, aos 83 anos de idade, morreu na Foz Iguaçu, Waldo Vieira, eu procurei entender e conhecer um pouco deste homem que um dia foi espírita.
Ao contrário da maioria que segue Allan Kardec e Chico Xavier, nunca achei que ele fosse um mal, nem a doutrina, nem ao Chico Xavier, e devia ser mais respeitado no meio pelo que fez de bom.
Aliás se as pessoas respeitassem o sentimento de Chico Xavier, teriam respeitado o direito de discordar de Waldo Vieira.
Seu atual trabalho era no O Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC) que não tem nada a ver com sua passagem pelo movimento espírita.
Concordo que ele tenha sido um gênio multi dotado, os livros que escreveu tanto na Concienciologia como no Espiritismo, e na medicina mostram isto.
Penso que o ser humano não pode ser chamado de "louco" só porque tomou outros rumos, e teve coragem de falar o que ninguém falou, ou teve, não lembro do qual processo que ele recebeu que tenha sido condenado.
Sabemos de um diário de vida dele, onde fala sobre sua passagem pelo Espiritismo, aliás diário este que se for publicado deixará muitos líderes da Federação de cabelo em pé, muito embora Waldo mantivesse com eles uma relação política até porque recebia até hoje os direitos das obras que ele assinou, com André Luiz e Chico Xavier.
Acusado de plágio no tal processo arquivado de Mensageiros da Luz (a obra teria textos de um romance Russo escrito em 1955) nada foi provado, talvez este fosse a maior polemica a ser esclarecida, algo que nem a FEB, nem Chico Xavier quiseram falar, então como o processo terminou em nada, nada a relatar, caso concluso.
Particularmente sou sabedor que muitos termos técnicos, de medicina Chico Xavier aprendeu com Waldo Vieira, ele foi seu amigo, seu consultor e companheiro durante 10 anos, tanto ele como Chico defendiam a ídeia que foram irmãos na vida passada o que explicava a forte relação dos dois no atual momento.
Considero algo que Waldo Vieira fez como muito importante mais importante do que André Luiz, ou seja, trazer Chico Xavier de volta ao Brasil.
Como diz a história Chico depois de conhecer Londres e os amigos Brasileiros da Inglaterra não queria mais ver tanto sofrimento que vira no Brasil e pensou em se radicar na terras da Rainha, tanto diretores da Federação, como Waldo em especial, convenceram Chico Xavier a retornar, e aí me pergunto se Chico tivesse ido e se radicado na Inglaterra onde estaria o movimento hoje?
Foi sim um homem além do seu tempo muitas de suas previsões se tornaram realidade, ás críticas que ele fez ao movimento espírita de que se tornara uma religião uma igreja não é mentirosa, vemos hoje mais uma extensão do igrejismo no MEB do que tinhamos a muitos anos.
Na foto acima vemos o grande J.Herculano Pires, ao lado de Waldo Vieira e Chico Xavier, quero lembrar algo sobre disciplina que tanto Herculano como Vieira falavam: "esta doutrina somente se solidifica se tiver disciplina se seguir regras".
Penso de igual maneira, por isto, vou mais destacar a obra e a colaboração de Waldo do que fazer de conta que foi mais um, no meu entender, ele foi muito importante, no entanto tinha razão sobre a falta de organização do espiritismo, que hoje perde como ele disse um dia para os espiritualistas da Umbanda que aliás crescem mais, por estarem mais focados e organizados do que os seguidores de Kardec e Chico Xavier.
O movimento tomou uma vertente perigosa ou seja, a de tentar se separar da base de Allan Kardec, isto o tornará numa religião fraca e vulneravel como disse Chico, e não na doutrina cientifica, e espiritual que se propuserem os amigos da vida além da vida.
Existem diferenças no texto de Chico Xavier e André Luiz, e de Chico Xavier com Waldo Vieira, e de Waldo Vieira com André Luiz, a própria medicina não oficialmente consultou Waldo que era médico sobre as considerações do Espírito de André com ele, logo não podemos deixar de lamentar sua morte e de que alguns avisos deixados sejam hoje vistos de forma mais adequada, sobretudo a questão do estudo, Vieira dizia, o espírita não gosta de estudar, quer milagre.
Eu pergunto e não é verdade ?
Eis a relação das obras de Waldo Vieira dentro do Movimento Espírita Brasileiro:
Relação de obras solo ou em parceria com o médium Chico Xavier, Todos os livros listados foram psicografados, inclusive o romance de Balzac (Cristo Espera por Ti).
A Vida Escreve (1960)
Bem-Aventurados os Simples (1962)
De Coração Para Coração (1962)
Timbolão (livro infantil - 1962)
Cristo Espera por Ti (1965),
Cristo Espera por Ti, Edição Comentada por Ramos Filho
(2007),
Espírito da Verdade (1962)
Leis de Amor (1963)
Opinião Espírita (1964)
Estude e Viva (1965)
Entre Irmãos de Outras Terras (1966)
Seareiros de Volta (1966),
Sonetos de Vida e Luz (1966)
Técnica de Viver (1967), Obras atribuídas ao espírito André Luiz com ele são:
Evolução em Dois Mundos (1958)
Mecanismos da Mediunidade (1960)
Conduta Espírita (1960)25
Sexo e Destino (1963),
Sol nas Almas (1964)
Desobsessão (1964)
Acredito que temos muito mais a agradecer do que lamentar ou entrar em guerras, segundo Vieira Chico só deixou Pedro Leopoldo, porque ele abriu as portas a Chico em Uberaba, depois das denúncias do sobrinho de Chico de fraude em algumas sessão de Pedro Leopoldo, versão sempre contestada pelos seguidores de Chico Xavier.
Isto nunca foi esclarecido devidamente pela Federação, e passa sempre omitida dentro da história de Chico, seja como for, nem só de acertos vive um médium, um homem, devemos lembrar dele, como um trabalhador e divulgador desta doutrina sim, aliás muito mais que muitos que estão do lado da doutrina e escrevendo um monte de asneira em livros em nome da ciência.
Fecho esta matéria com a ajuda do grande J.Herculano Pires, para que nós espíritas pensemos mais no que falamos e escrevemos.
Uso a carta endereçada ao jornalista Agnelo Morato, em 08 de Julho de 1971, para que as pessoas que não entenderam entendam bem o que é falar de espiritismo, ou o que seja o proprio espiritismo.
escreveu Herculano Pires:
"A doutrina é o que de mais importante existe no mundo. Sua missão é divina – a do Consolador. As trevas lutam contra ela por todos os meios, servindo-se particularmente dos elementos que podem fascinar em nosso próprio movimento. Se não estivermos alertas e não soubermos discernir iremos de roldão. A massa espírita é ingênua, simplória, invigilante. Se nós que estamos nas primeiras linhas não soubermos guardar-nos e repelir as manobras das trevas, terminaremos responsáveis pelo fracasso da Doutrina. Seremos os novos Judas, inquietos e invigilantes como ele o foi."
Cerca de quinze anos depois, relembrando sua intervenção no caso da teoria corpuscular, Herculano Pires abordou em um artigo a questão da crítica no Espiritismo, do qual pinçamos, à guisa de ilustração, este trecho:
"Sem crítica não há correção de erros, não há renovação de conceitos nem abertura de perspectivas para a evolução. Pode o espírita desprezar e condenar a crítica? Se o pode, como julgar a legitimidade ou não das comunicações mediúnicas, como poderá passar as mensagens pelo crivo da razão, segundo a recomendação de Kardec, como enfrentará as mistificações que hoje, mais do que nunca, brotam e se propagam como tiririca no meio da seara? Como apreciará o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado? Quem renuncia a julgar (e, portanto, a criticar) está condenado a viver no erro e a ajudar a divulgação da mentira contra a verdade. (...) Quando critiquei uma teoria esdrúxula que apareceu em São Paulo, sob a responsabilidade de um companheiro culto, muitos espíritas se escandalizaram. Mas hoje muitos dos escandalizados me dão a mão à palmatória. A falsa teoria não conseguiu manter-se em pé. A crítica serviu para abrir os olhos a muitas pessoas de boa vontade, mas desprovidas de senso crítico, que estavam se deixando fascinar pela novidade."
O que tem isto a ver com Viera e Chico, pensem senhores, pensem, sou apenas um escritor, com alguns espíritos falando ao ouvido, pelo menos pensem, e verão que devemos entender um homem além do seu tempo da mesma forma que devemos impedir em todos nós a fascinação.
David Chinaglia, 57, é espírita, escritor, palestrante, pesquisador e seguidor nos termos da codificação de Allan Kardec, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com
Fecho esta matéria com a ajuda do grande J.Herculano Pires, para que nós espíritas pensemos mais no que falamos e escrevemos.
Uso a carta endereçada ao jornalista Agnelo Morato, em 08 de Julho de 1971, para que as pessoas que não entenderam entendam bem o que é falar de espiritismo, ou o que seja o proprio espiritismo.
escreveu Herculano Pires:
"A doutrina é o que de mais importante existe no mundo. Sua missão é divina – a do Consolador. As trevas lutam contra ela por todos os meios, servindo-se particularmente dos elementos que podem fascinar em nosso próprio movimento. Se não estivermos alertas e não soubermos discernir iremos de roldão. A massa espírita é ingênua, simplória, invigilante. Se nós que estamos nas primeiras linhas não soubermos guardar-nos e repelir as manobras das trevas, terminaremos responsáveis pelo fracasso da Doutrina. Seremos os novos Judas, inquietos e invigilantes como ele o foi."
Cerca de quinze anos depois, relembrando sua intervenção no caso da teoria corpuscular, Herculano Pires abordou em um artigo a questão da crítica no Espiritismo, do qual pinçamos, à guisa de ilustração, este trecho:
"Sem crítica não há correção de erros, não há renovação de conceitos nem abertura de perspectivas para a evolução. Pode o espírita desprezar e condenar a crítica? Se o pode, como julgar a legitimidade ou não das comunicações mediúnicas, como poderá passar as mensagens pelo crivo da razão, segundo a recomendação de Kardec, como enfrentará as mistificações que hoje, mais do que nunca, brotam e se propagam como tiririca no meio da seara? Como apreciará o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado? Quem renuncia a julgar (e, portanto, a criticar) está condenado a viver no erro e a ajudar a divulgação da mentira contra a verdade. (...) Quando critiquei uma teoria esdrúxula que apareceu em São Paulo, sob a responsabilidade de um companheiro culto, muitos espíritas se escandalizaram. Mas hoje muitos dos escandalizados me dão a mão à palmatória. A falsa teoria não conseguiu manter-se em pé. A crítica serviu para abrir os olhos a muitas pessoas de boa vontade, mas desprovidas de senso crítico, que estavam se deixando fascinar pela novidade."
O que tem isto a ver com Viera e Chico, pensem senhores, pensem, sou apenas um escritor, com alguns espíritos falando ao ouvido, pelo menos pensem, e verão que devemos entender um homem além do seu tempo da mesma forma que devemos impedir em todos nós a fascinação.
David Chinaglia, 57, é espírita, escritor, palestrante, pesquisador e seguidor nos termos da codificação de Allan Kardec, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com
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