sexta-feira, 23 de agosto de 2013

0 PASSE ESPÍRITA– TIPOS, MECANISMOS E TÉCNICAS - Por Alex Bonafini


Estimados amigos de jornada no planeta Terra, amigos do ideal espírita a cerca de 05 anos atrás  na Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, tivemos uma palestra proferida pelo médium, orador, e espírita Alexander Kelly Bonafini, nosso companheiro da União Espírita de Piracicaba.


O amigo que vem percorria naquele tempo as casas espíritas de Piracicaba e região, e algumas cidades do Brasil, e falava do PASSE ESPÍRITA.

Alex, nos enviou uma síntese deste assunto, claro que abaixo após o fim dos textos, estarão as fontes de onde suas pesquisas, e portanto sua palestra foi proferida, foi uma noite magnifica, para MAGNETISTAS, claro nós ESPÍRITAS, a respeito desta matéria, e por isto trouxemos o companheiro que passa a integrar o quado de colaboradores deste Blog que divulga a Doutrina Espírita de acordo a codificação de Allan Kardec.

Trata-se de um momento deveras importante para todos entenderem o que PASSE QUE NÃO PODE CURAR SE A PESSOA NÃO TIVER MERECIMENTO, MODIFICAÇÕES DE ATITUDES, NO ENTANTO É PRECISO SABER O QUE É MAGNETISMO, E ESPIRITISMO, EIS A MATÉRIA PALESTRA DO COMPANHEIRO....

“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isto te dou.
Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.”
(Atos, 3:6)


À porta do templo, chamada Formosa, o apóstolo Pedro e o deficiente físico.
Entre ambos um momento de expectativa.
Da alma cansada e sofrida – que espera.
Da alma plena de fé e estuante de amor – que doa.
Não há indagações nem hesitações.
Apenas a sublime doação.
Eis aí o significado profundamente belo e sublimado do passe: a doação de alma para alma.








1) A ANTIGUIDADE DO PASSE:


O passe é terapia amplamente utilizada desde priscas eras. Nasceu como um ritual das crenças primitivas. As bênçãos foram as primeiras manifestações típicas dos passes.
No Antigo Testamento, em II Reis, encontramos a expectativa de Naamá: “...pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso”.
Na Caldéia e na Índia, os magos e brâmanes, respectivamente, curavam pela aplicação do olhar, estimulando a letargia e o sono. No Egito, no templo da deusa Ísis, as multidões aí acorriam, procurando o alívio dos sofrimentos junto aos sacerdotes, que lhes aplicavam a imposição das mãos.
Dos egípcios, os gregos aprenderam a arte de curar. O historiador Heródoto destaca, em suas obras, os santuários que existiam nessa época para a realização das fricções magnéticas.
Em Roma, a saúde era recuperada através de operações magnéticas. Conta Celso que Asclepíades de Pruse adormecia, magneticamente, as pessoas atacadas de frenesi.
Quem obteve, porém, maior fama nessa matéria foi Simão, o mago, que soprando nos epilépticos, destruía o mal de que estavam atacados.
Na Gália, os druidas e as druidesas possuíam em alto grau a faculdade de curar, como atestam muitos historiadores, sua medicina magnética tornou-se tão célebre que os vinham consultar de todas as partes do mundo. Na Idade Média, o magnetismo foi praticado principalmente pelos sábios.
Com o passar dos tempos, curandeiros, bruxas, mágicos, faquires e até mesmo reis, utilizavam os toques reais.
Van Helmont dizia que o magnetismo só tem de novo o nome.
Franz Anton Mesmer, médico, passou a utilizar-se do magnetismo animal para curar, tornando-se o nome principal dessa ciência e terapia alternativa, tendo como uma das técnicas principais o baquet ou a tina das convulsões que era um grande tanque de água em que "duas garrafas cheias de água magnetizada correm convergentes para uma barra provida de pontas condutoras móveis, das quais os pacientes podem aplicar algumas nas regiões doentes."
O trabalho de Mesmer desencadeou uma série de escolas que sucederam-no na tentativa de trabalhar com a ampla fenomenologia levada a público pela mesmeromania. Observam-se algumas tendências através do esquema abaixo:
1) Escola Fluidista. Explica os fenômenos pela exalação de uma substância nervosa corporal. Dos muitos ramos que esta escola possui podemos citar Deleuze, Reichembach, entre outros.
2) Escola Animista. Explica os fenômenos pela atuação da vontade sobre a consciência. Podemos citar os trabalhos de Barbarin (sugestão), James Braid (hipnose) e os desencadeados por eles como os de Charcot e Bernheim.
3) Escola Espiritualista. Explica os fenômenos pela ação de entidades extracorpóreas sobre a consciência. Podemos citar a Teosofia (Blavatsky) e o Espiritismo (Kardec).
O trabalho de Kardec cabe nas três classificações, uma vez que ele relativiza os fenômenos e atribui causas diferentes a fenômenos diferentes. A grande ênfase do seu trabalho, entretanto, reside no desenvolvimento da terceira hipótese, que ele desenvolve no sentido de diferenciá-la do seu objeto de trabalho e não buscando aprofundar-se nela.




2) O QUE É O PASSE ESPÍRITA:
Segundo Emmanuel “O Passe é uma transfusão de energias fisiopsíquicas”.
Acrescenta ainda o digno mentor: “O Passe é equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos”, comparando sua ação à do antibiótico e à da assepsia, que servem ao corpo, frustrando a instalação de doenças.
André Luiz, de forma magistral o define “...Como gênero de auxílio, invariavelmente aplicável sem qualquer contra-indicação, é sempre valioso no tratamento devido aos enfermos de toda classe”.
Dessa forma, podemos definir que o passe é uma terapia tão grandiosa, que em verdade, a maioria dos espíritas utilizam-na sem saber de fato sua capacidade curadora.
Elemento íntimo do Espírito, sendo a metabolização do fluido universal, transformada em fluido vital, carreando consigo as características boas ou más de seu detentor, pode aliviar e consolar, bem como curar, realizando fatos que consideraríamos, sem o conhecimento que o Espiritismo nos possibilita, verdadeiros milagres.

É o passe, desta feita, medicamento que se transmite de perispírito a perispírito, tendo como fulcros energéticos, de absorção e emanação, os centros de força ou chakras.
Citam algumas almas sem o devido conhecimento que o passe não é matéria de uso do espiritismo, haja vista não ser mencionado nas obras básicas por Kardec. Enganam-se, estrondosamente aqueles que pensam assim, pois se tomarem conhecimento que o magnetismo iniciou o mestre lionês no conhecimento espírita e puderam vislumbrar todas as suas obras, principalmente O Livro dos Médiuns, A Gênese e a Revista Espírita, entre outras, verificarão seu engano.

Afirma Kardec: “É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional”. Diz ainda: “Pela prece sincera, que é uma magnetização espiritual, provoca-se a desagregação mais rápida do fluido perispiritual”. Vai ainda mais além: O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos”.
O eminente codificador não só divulgou sua ação terapêutica, bem como utilizou-a frequentemente, apenas designando-a sob outra terminologia.




3) TIPOS, TÉCNICAS E MECANISMOS:

Existem quatro tipos de passes espíritas:
a) MAGNÉTICO: Quando ministrado somente com os recursos fluídicos do próprio passista (magnetismo animal);
b) ESPIRITUAL: Quando ministrado pelos Espíritos unicamente com seus próprios recursos (magnetismo espiritual), sem o concurso de intermediário (médium passista);
c) MISTO: Quando os Espíritos combinam seus fluidos com os do médium-passista, dando-lhes características especiais;
d) MEDIÚNICO: Quando os Espíritos atuam através de um médium. Vale lembrar, referente a essa modalidade, que haverá ocasiões em que seja bom e mesmo necessário o passista atuar inteiramente mediunizado, mas, nos serviços comuns de passe num Centro, isso é desaconselhável, pelo constrangimento que pode acarretar. “Interromper as manifestações mediúnicas no horário de transmissão do passe curativo. Disciplina é a alma da eficiência.”
O Passe espírita pode ser aplicado de acordo com as seguintes técnicas a seguir:
a) LONGITUDINAL: Realizado mediante um passe de dispersão e posteriormente uma imposição para fixar as energias novas. Tem como objetivo principal movimentar os fluidos, eliminando aqueles negativos, restabelecendo a harmonia das vibrações anímicas e físicas, fazendo desaparecer dores e até curando de imediato certas afecções, auxiliando ainda na manifestação de espíritos, bem, como excluindo sua segunda parte, interrompendo transes. “Depois de três dias de passes e de imposição das mãos sobre a cabeça, os rins e o peito, efetuadas a título de lições, mas feitas com alma a criança pedia para se levantar; a febre tinha passado e todos os sintomas (dor de cabeça contínua, febre, tosse frequente com expectoração e dor viva do lado esquerdo, também viva nos olhos, que de vez em quando se cobriam de uma substância leitosa. Deprimida e abatida, a menina não comia nem dormia) desapareceram ao cabo de dez dias;”
b) IMPOSIÇÃO DAS MÃOS: Tem a função precípua de fixar energias novas, dispersando pela qualidade dos fluidos emanados, as energias nocivas. Nesse caso sua substituição depende da força moral do médium e do seu estado emocional, fatores que nem sempre estarão a contento, tendo ainda o agravante no caso de sua aplicação muito demorada, ocorrer a grande concentração de fluidos que pode ser prejudicial ao receptor;
c) TRANSVERSAL: Estando de frente para o paciente, o médium-passista estende os braços na direção do seu tórax, abre os braços até ficarem em linha reta com o corpo, em forma de cruz, volta então à posição inicial, num movimento vivo e rápido, devendo ser repetido várias vezes, servindo como dispersor de fluidos acumulados e para interromper transes;
d) O SOPRO CURADOR: André Luiz refere-se a essa modalidade de passe onde o instrutor espiritual diz: “Nos círculos carnais, para que o sopro se afirme suficientemente, é imprescindível que o homem tenha estômago sadio, a boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal, e mente reta, interessada em auxiliar. Obedecendo a esses requisitos, teremos o sopro calmante e revigorador, estimulante e curativo. Através dele, poder-se-á transmitir, também na Crosta, a saúde, o conforto e a vida”;
e) O AUTO-PASSE: É quando a própria pessoa procura medicar-se magnética e fluidicamente. Nem todos os doentes podem recorrer ao auto-passe, pois é necessário concentração, mesmo que momentânea, para se colocar em condição receptiva, e quem está em aflição, dores agudas, sistema nervoso abalado, jamais poderá ficar em boa concentração;
f) IRRADIAÇÃO À DISTÂNCIA OU VIBRAÇÕES: Quando o passe é transmitido mentalmente para pessoas ou grupo de pessoas que se encontram longe de nós;
g) ÁGUA FLUIDIFICADA: Não sendo obviamente um tipo de passe, está aqui inserido  pois trata-se de um tipo de magnetização, em que através do passe tanto misto, como espiritual ou magnético, modificam-se as propriedades da água, transformando-a em medicamento salutar e necessário. Uma colher de água fluidificada serve para transformar um copo de água comum e um copo, para um litro. Deve ser ingerida com parcimônia, pois se trata de medicamento, podendo ser fluidificada para uso geral, como ocorre nos Centros Espíritas, bem como para uso individual, quando se reserva invólucro específico, com o objetivo de tratar todos os tipos de doenças, podendo ser utilizada ainda de forma interna ou externa, no caso de feridas e contusões.
Apesar de todas essas técnicas serem extremamente válidas, cabe ressaltar que não são determinantes, pois que o que vale realmente é a intenção de cada um, passista e paciente, no êxito do fenômeno. Cabe aos médiuns-passistas, na aplicação do passe:
a) FISICAMENTE: Ter saúde e boa disposição. Manter a higiene; boa alimentação, sem excessos, adequada ao organismo, com alimentos que ofereçam maior concentração energética; abolir vícios de toda natureza, vaso impuro não pode derramar água limpa, pois prejudicam o rendimento do passista, impregnando-o de fluidos intoxicantes e atraindo Espíritos inferiores;
b) ESPIRITUALMENTE: Cultivar virtudes e manter conduta cristã, potencializando o SENTIMENTO FRATERNO, pois num ato de caridade, em que as relações sociais se realizam, a falta de amor acaba com a humanização; a , em si e na Espiritualidade Superior, sendo mecanismo necessário e indispensável; a REFORMA ÍNTIMA, sem a qual, o ser não se transforma intimamente; o EQUILÍBRIO EMOCIONAL, necessário para lidar com todos os tipos de pessoas, lembrando-se que são os doentes que necessitam de remédio, não os sãos e a PERSEVERANÇA NO TRABALHO, pois a perseverança é fruto da fé;
c) INTELECTUALMENTE: Ter conhecimentos especializados sobre o passe e noções de anatomia e fisiologia, para, sabendo o que fazer, melhor fazer. “Este poder (o de curar) pode ser transmitido?-O poder, não; mas o conhecimento das coisas necessárias para exercê-lo, se o possuirmos”.
Ao paciente, cabem as seguintes atitudes:
a) ESPIRITUALMENTE: ter para se tornar receptivo, sem a qual nada conseguimos; MERECIMENTO, pois sendo derivado das condutas diárias desta ou de outras reencarnações e de seu estado de espírito, torna-se receptivo ou refratário, caso de pessoas que querem a cura ou minorização dos efeitos danosos de doenças, sem modificar seus hábitos e suas condutas e NECESSIDADE, pois pode parecer estranho, mas existem algumas doenças que aparecem para nos impulsionar para modificarmo-nos interiormente, moralmente e se forem extirpadas, perdem seu caráter regenerador. É o que chama André Luiz de Dor-auxílio. Possuindo problemas espirituais, deve-se abstrair de entrar em transe, interrompendo as manifestações mediúnicas durante o passe curativo;
b) FISICAMENTE: No dia aprazado para o recebimento do passe, evitar vícios de qualquer natureza; alimentação frugal; boa disposição e higiene adequada. Se portador de doença contagiosa, evitar o auxílio em grupo, sendo realizada a aplicação em regime de separação. “A fé não exclui a previdência”.


4) PASSE ESPÍRITA – TRANSFUSÃO DE AMOR:

Quando Pedro curou o paralítico, encheu-se de misericórdia e amor, alcançando o êxito que foi sua cura integral. Em Atos nos é revelado que os doentes eram colocados na sombra dos apóstolos para serem curados. A mulher que possuía uma hemorragia há doze anos apenas tocou na capa do Mestre para ser curada. Onde há amor, a vontade de Deus se processa, em atos grandiosos, que a alma fraca chamaria de milagres, mas que há verdadeiramente o amor materializado, transformando-se em caridade. Dia virá em que mentalmente curaremos nossos irmãos e por eles seremos curados, pois haverá sintonia entre todos, pois, em realidade, nos sentiremos irmãos, o que, realmente somos, haja vista sermos filhos do mesmo Pai, Deus, o Criador incriado.
A mãe que abençoa o filho, o irmão que abraça o irmão, os enamorados num abraço carregado de amor, emitem energias dulcificantes recíprocas, aplicando o passe amoroso, desprovido de segundas intenções, de interesses mesquinhos, apenas pelo simples fato de amar.
O amor projeta-se na Terra, bem como em todo o universo de formas diversas. O ato de curar é o amor em uníssono com o Pai amantíssimo, de forma quse sua aplicação denota como particularidade especial a doação de uma parte de si mesmo ao próximo, para que esse irmão em queda se recupere e viva em paz e felicidade. Já asseverou Jesus que deveMos nos amar como Ele nos amou. Desta feita, o passe espírita, em realidade além de ser terapêutica é a verdadeira transfusão de amor.

Alex Bonafini é colaborador deste Blog.


*** O autor do texto, e palestrante pesquisador que é, desta amada doutrina informa o nome dos Livros onde podem ser encontrados estas e outras afirmações, feita por ele aqui.

Livro dos Médiuns de Allan Kardec, Ação e Reação Chico Xavier pelo espírito de André Luiz, Conduta Espírita Chico Xavier pelo espírito de André Luiz, Revista Espírita de Junho de 1867, Os Mensageiros de Chico Xavier pelo espírito de André Luiz,Segue-me de Chico Xavier pelo espírito de Emmanuel, Mecanismos da Mediunidade de Chico Xavier pelo espírito de André Luiz, A Genese obra da codificação de Allan Kardec, O Céu e o Inferno obra da codificação de Allan Kardec, e o Evangelho Segundo o Espiritismo. Opinião Espírita de Chico Xavier pelo espírito de Emmanuel.***

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