A doutrina Espírita, não só nos estudos, mas na troca de informações, sempre nos dá oportunidades, com espíritos encarnados, que jamais pensamos em nos relacionar.
Pedro, era um pesquisador dentro do MEB(Movimento Espírita Brasileiro), seguidor fiel de Kardec, depois de ver sandices serem pregadas em centenas de centros espíritas pelo Brasil.
Nas pesquisas, de Pedro, o que mais, se via, era sua vontade de levar a verdade, pesquisando o ontem, hoje, esperando que tanto a Doutrina, como o MEB tivessem um futuro melhor.
Pedro foi se relacionando com vários palestrantes, e médiuns famosos, em poucos anos tinha acesso a base espírita do Brasil.
Certa vez foi encontrar um velho conhecido, a diferença entre os dois, estava na história de vida dentro do Movimento, Pedro, um novato, e Paulo, um agora famoso, escritor, palestrante e médium, inclusive de assistência em curas, algo que poucos sabiam na Capital.
Paulo após sua palestra, para mais de 400 pessoas, um número grande em vários lugares do Brasil, trocou informações com Pedro, e passaram a ser amigos.
Paulo, seguia uma carreira brilhante em sua vida pessoal, sobretudo como escritor, e agora se via pela primeira vez em seus 75 anos diante de um adversário que jamais havia conhecido, um adversário cruel, geralmente fático, o câncer.
Paulo fora ao seu médico para uma consulta de rotina, e descobriu que um dos temidos adversários do ser humano agora vivia dentro de si, anos antes, esta mesma notícia fora dada, e depois os médicos disseram que a doença parou sem explicações, agora ela voltara com um tamanho maior, e que poderia ser fatal em pouco tempo.
Pensou ao receber a notícia:
.."não posso decepcionar meus seguidores, leitores, e meus amigos espíritas, e sobretudo minha família."
Ao longo dos anos, Paulo, percebeu que era melhor falar com alguém não muito famoso, sobre a vida, isto dava a oportunidade ao outro de ver que ele, era normal, como todos os outros, independente do sucesso profissional, e dos conhecimentos que passou a ter como espírita e escritor.
Paulo passou a vida dentro do MEB, viajou o Mundo, deu soluções, para casos dos mais complicados, mas, caiu em tristeza, ao saber da doença, nem sua esposa sabia, ele tentou administrar sozinho, se entendendo mais forte por tudo que aprendera.
Foi quando ao mexer em seus cartões, já abalado por um depressão, que o grande médium e escritor, viu Pedro, que o havia impressionado, por sua coragem de falar a verdade, mesmo, as mais complicadas.
Entrou em contato com o amigo, e todas as noites entre 22h30 e 23h40, hora dos escritores, passou a conversar com Pedro.
Num destes diálogos, o melhor instruído, mais capacitado entre os dois espíritas disse:
"Pedro, meu caro amigo, sabia que não tinha te conhecido ao acaso, mas, como sempre me esqueço de detalhes importantes, hoje entendi porque foi a minha palestra, e quero lhe dar um aviso, e um dia que você faça melhor uso desta informação, ou seja, que nenhum de nós está livre do medo, medo nem que seja por um instante de deixar as pessoas que amamos, o Mundo em que vivemos, e isto deve ser lembrado, pois, se tivermos uma fé maior, conseguiremos, passar por este instante, eis-me aqui, falando com um desconhecido e novo amigo, que senti medo, não de morrer, não, afinal estudei isto a minha vida toda, mas, de não terminar a obra como queria, de escrever mais, de ajudar mais, sobretudo minha família onde procurei fazer o melhor, e vi que ainda falta um pouco, além do que veio a tristeza de toda uma vida, achando que sairia do planeta, e assumiria minhas funções na nova vida, sem muito sofrer, mas, acredito que em algum lugar, não entendi, meus amigos espíritos, você não tenha medo, procure sempre manter sua fé, estranho logo eu dizer isto, mas, preciso, não posso falar assim com os meus."
Pedro que estudara bem menos que o famoso amigo, pensou rapidamente em sua amiga Roberta, pesquisadora, espírita, que dizia, nunca saberemos quando seremos convocados a algo importante, pensou e disse a Paulo:
"Pensei em ouvir isto de meus amigos pecadores, jamais de você, falta de fé ?medo? em ti, que sempre lutou contra o mal, firme e forte, e agora se preocupa com este "câncerzinho", meu querido Paulo, veja quantas vidas salvou, quantos espíritos chegaram ao plano, melhor informado, não tema, tudo passará dizia Chico, e temos que enfrentar isto, estarei aqui todas as noites, e te prometo que jamais alguém ficará sabendo de suas dúvidas, e de nossas conversas."
E assim ocorreu durante vários dias, o famoso espírita, e palestrante, renomado escritor, passou a falar com seu amigo não tão famoso, sobre os problemas, que nos cercam quando sabemos a data que iremos morrer.
Paulo acabou se recuperando, da depressão, e até sua morte física, enfrentou com coragem as dores da doença e suas duras lições, que foram também sofridas por toda sua família, e a história sempre ficou guardada, a sete chaves, como pedira o amigo famoso, assim ficou.
Pedro nunca viu necessidade de relatar os fatos, a não ser conversar com sua amiga Roberta, para que pudesse orienta-lo o que fazer.
Moral da história, melhor ou menos preparado, todos nós temos problemas de aceitação ou entendimento com a dor que passamos, sejamos ou não espíritas.
A certeza da data aproximada que deixaremos o planeta, é acreditem os senhores leitores uma experiência dura, que permite ao espírito que por isto passa, uma evolução e um aprendizado.E uma grande verdade, todos nós não importa o grau de aprendizado, precisamos de alguém, por menos preparado que achemos, um amigo que possa sempre nos ouvir, e com palavras sinceras, ajudar.
O que nos aproxima desta história destes dois amigos ?
Certamente a certeza que um dia iremos partir, mas que, muitas vezes, não saber quando é se torna um alívio, até para os mais preparados como era o caso de Paulo.
No entanto se ganhamos está dádiva nos melhoramos como pessoa, como espírita, Paulo morreu 04 anos depois da doença voltar, em estágio mais avançado, e procurou faze-lo da melhor forma, trabalhando nos centros espíritas, escrevendo novas obras, dando conselhos, fortes como recebera de Pedro, e sendo humilde.
Em algumas de suas assistências, Paulo usava uma frase de Pedro, "Seja forte, é isto que se espera de ti, mantenha sua fé, sem fé no futuro de nossa existência jamais viveremos."
Paulo partiu para a pátria espiritual sem conversar com Pedro, no melhor dia, de seu enfrentamento com a doença, até perguntou por ele junto a seus assessores, e resolveu não deixar nenhum recado, somente uma palavra a seu amigo de jornada, obrigado, por ter me ouvido.
Este relato com nomes trocados, me foi enviado por um amigo, para que possamos sempre entender duas coisas, ouça melhor as pessoas, se tiver um bom ouvido, poderá ajudar, até quem nunca imaginou precisar de ti, e a segunda, e talvez a mais importante, jamais perca sua fé, no que ensinou o mestre Jesus, e jamais desista de lutar, pela vida, pois realmente a vida é só um instante.
David Chinaglia,61, espírita,pesquisador, escritor, é editor deste blog desde 2011, segue a codificação do espiritismo de acordo com os ensinamentos de Allan Kardec.
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