“16. Disse-lhes então Jesus: Um homem preparou uma
grande ceia e convidou a muitas pessoas. — 17. A hora da ceia, mandou
que um servo fosse dizer aos convidados que viessem, pois que tudo estava
pronto. — 18.Todos, como de comum acordo, começaram a escusar-se. Disse o
primeiro: Comprei uma quinta e preciso ir vê-la; peço-te que me dês por
escusado. — 19. Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las, disse
outro. Rogo-te que me dês por escusado. — 20. Casei-me, disse um terceiro, e
por isso não posso ir. — 21. Voltando o servo, tudo relatou a seu Senhor.
Encolerizado, disse então o pai de família ao servo: Vai já às praças e ruas da
cidade e traze para aqui os pobres e estropiados, os coxos e os cegos. — 22.
Disse-lhe depois o servo: Senhor, está feito o que ordenaste e ainda há lugar
para outros mais. — 23. Retrucou-lhe o Senhor: Vai por essas estradas e veredas
e aos que encontrares obriga a entrar, a fim de que se encha minha casa. — 24.
Porque, eu vos declaro, nenhum daqueles homens que foram convidados provará da
minha ceia.” Lucas, Cap. XVI, vv. 16-23
INTERPRETAÇÃO
Que o Senhor bondoso
ilumine a todos vós, trazendo-vos paz e harmonia interior.
Meus irmãos, minhas
irmãs, aqui estamos nós, unidos e felizes, por termos a sublime oportunidade de
estudar nos dias de hoje as palavras do Mestre Nazareno, que a voragem do tempo
não destruiu e, até hoje, estão vivas para serem utilizadas em todas as épocas
e em todos os instantes.
Como sabeis, o Senhor da
parábola é o nosso Deus de bondade.
É aquele que, por amor,
deseja que todos os Seus filhos participem do banquete da felicidade eterna.
Por isso, eis que Ele
manda convidar a todos aqueles que julga dignos de a este festim comparecer,
mas, como sói acontecer, as criaturas nunca atendem ao primeiro chamado; nunca
comparecem quando Jesus chama as Suas ovelhas primeiro, através do amor, da
compreensão da bondade.
E as criaturas dominadas
pelo comodismo, muito dentro de si mesmo, contaram sempre com uma desculpa, tal
como a do exemplo da parábola: um alegou a compra de uma quinta, outro,
desejava ver os seus bois e mais outro, tinha casado.
E, assim, meus irmãos,
minhas irmãs, cada um encontra o mais variado pretexto para não ir à ceia do
Mestre.
E por quê? O que terá
este banquete para oferecer aos seus convidados?
Como sabeis, o Pai tem
sempre a alimentar os Seus, com a seiva do amor, a bebida da renúncia, o licor
da caridade.
E as criaturas, sem darem
valor a essas preciosas dádivas, não querendo enxerga-las, desculpam-se e não
comparecem.
Eis que mais além,
espíritos há que, vencidos pelas provas, carregando grandes sofrimentos morais
e materiais, aguardam a palavra de amor, esperam ansiosos o dia em que poderão
comparecer ao banquete divino, deixando atrás de si os seus males, as suas
dores.
E por quê? Porque esses
espíritos já compreendem o chamado divino, porque muito sofreram e porque,
talvez, já houvessem sido chamados e não deram ouvidos e, depois, sentindo a
oportunidade perdida, tiveram de ser chamados através das dores, das lágrimas,
dos males físicos.
Portanto, meus amigos
diletos, vede como a humanidade prefere sempre os caminhos tortuosos, mais
cheios de espinhos, para alcançar os mesmos lugares que poderiam fazê-lo se se
desapegassem de si mesmos, procurando dominar os seus maus pensamentos, as suas
más índoles, as suas fraquezas.
Meus irmãos, minhas irmãs,
eis que, como já dissemos, dois mil anos são passados e o Mestre, o Senhor de
Todas as Coisas, continua oferecendo o Seu banquete.
Todos, sem exceção, tiveram
ou terão a oportunidade, mas bem poucos, aceitam e comparecem ao primeiro
chamado, tal como mariposas envaidecidas, atraídas pela luz, perdem suas asas,
queimam-nas, trocando-as por inúmeras ilusões.
Meus irmãos, minhas irmãs,
permiti que vos diga também que já fostes convidados para este banquete.
Não nos cabe julgar, mas,
muitos de vós, também vos negastes a comparecer.
Passados os anos, tendo
como companheira a compreensão e, através do estudo, procurando vencer com
persistência vossos fracassos, implorastes ao Pai oportunidade de servirdes, de
interpretar o mundo espiritual e o Senhor misericordioso atendeu ao vosso
pedido e vos prepara outro banquete.
Se bem souberdes cumprir as
vossas lições, através da renúncia, através do sacrifício, através do amor que
puderdes espalhar aos vossos semelhantes, não espereis que lágrimas, tormentos,
vos sejam aplicados, porque o Pai não deseja que isto aconteça, mas, por
imposição de vossos próprios espíritos que assim o exigem, a justiça terá que
ser feita.
Enveredai, pois, meus
irmãos, minhas irmãs, pelo caminho do bem.
Não poupeis esforços; não
escolhais a quem deveis primeiro acudir; deixai para o Pai o julgamento do
merecimento dessa pobre alma.
Esforçai-vos por bem servir
ao Senhor; esforçai-vos por alijar do vosso espírito o carma pesado que vos
impede de caminhar e se assim o fizerdes, o Senhor caminhará convosco e vos
alimentará com a tolerância, com a humildade, para que possais sair vitoriosos
ao fim da jornada.
Que o Senhor esteja
convosco!
Graças a Deus!
(Extraído do livro: As
Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza –
Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 62-64)
Julio Flávio Rosolen
participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, Estado de São Paulo é Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, espírita, e colabora com o blog ESPIRITISMO PIRACICABA
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