sexta-feira, 1 de março de 2013

PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA E DO FERMENTO




“31 – Propôs-lhes uma outra parábola, dizendo: O reino dos céus se assemelha a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. – 32 – Esse grão, que é a menor de todas as sementes, quando cresce, torna-se planta maior do que todas as outras, torna-se árvore em cujos ramos os pássaros do céu vêm habitar. – 33 – Disse-lhes também esta outra parábola: O reino dos céus se assemelha ao fermento que uma mulher toma e mistura com três medidas de farinha, até que a massa fique totalmente levedada. – 34 – Jesus disse por parábola todas essas coisas à multidão; não lhe falava sem parábola – 35 – a fim de que se cumprissem essas palavras do profeta: Abrirei minha boca para falar por parábolas; revelarei coisas que estão ocultas, desde a formação do mundo.” Mateus, Cap. XIII, vv. 31-35."

INTERPRETAÇÃO

Que o sublime Rabi ilumine a todos vós, dando paz aos vossos corações.
Meus irmãos, minhas irmãs, mais uma vez aqui estamos para, juntos, recordarmos as sublimes palavras do Mestre em Sua passagem pelo orbe.
Como sabeis, a mostarda é um grão precioso, pois se transforma em alimento, matando a fome de todos que o buscam.




Jesus escolheu o grão de mostarda para mostrar que todos, sem exceção, do mais humilde, aquele que menor se considerar, pode crescer, subir e alcançar as sublimes esferas.
Veio Ele, com esta parábola, tecer um hino de louvor, de esperança, àqueles que, desprotegidos da sorte se sentirem.
Meus irmãos! É das pequeninas coisas que se fazem as grandes.
Todos nós nascemos pequeninos, formados por fluidos de luz divina e, através do nosso esforço, da nossa força de vontade, podemos, em desenvolvendo nossas virtudes, transformarmo-nos em fachos de luz, distribuindo amor e bênçãos a toda humanidade.




O grão de mostarda aí está para mostrar que se quisermos vencer, teremos de começar do nada, para que, construindo, elevando dentro de nós as forças vivas recebidas de Deus, possamos alcançar os páramos celestes.



A outra parábola, referindo-se ao fermento, também traz dentro de si, sublimes ensinamentos.
A farinha somos nós. São os nossos espíritos que triturados, amassados, transformados, estarão a caminho da salvação.
O levedo representa as bênçãos de Deus, os ensinamentos que Ele proporcionou a Seus filhos para que eles cresçam, se revelem a si mesmos, através da bondade, do amor, da tolerância e do perdão.
O levedo, meus irmãos, são as graças de Deus.


O levedo é um conjunto de tudo aquilo que recebemos e que muitas vezes não damos o merecido valor.
Quem ou bem poucos que, em sua mesa, ao comer um delicioso pedaço de pão, se lembra do levedo, daquele fermento que, aumentando, se transforma e cresce?



Assim somos nós. Há todos os instantes somos visitados pela bondade do Pai que procura nos transformar, trazendo às nossas almas o conhecimento dos nossos erros, das nossas imperfeições.
E eis que Ele se mistura aos nossos vícios, ao nosso amor próprio, instintivamente; mas, mesmo assim, Ele nos transforma, apesar das nossas imperfeições; apesar de não darmos a Ele o calor de nossas boas ações, Ele está dentro de nós, impulsionando-nos, elevando-nos, ajudando-nos a crescer sempre, para alcançarmos o beneplácito das hostes celestiais.
Eis que em dado momento, nós somos chamados para a verdadeira vida e levamos dentro de nós aquela massa, aquele conjunto de bênçãos e de erros para um repouso necessário.
Percebemos, então, o quanto de bom nos foi aquele fermento, fermento este, muitas vezes, transformado para nós em lágrimas, em sofrimentos, em dores.
Por quê? Porque o Senhor de misericórdia de tudo se serve para chegar até nós.


Ele se transforma no orvalho da prece; na mão amiga que consola; nas palavras ferinas que ouvimos; no julgamento precipitado que fazem das nossas ações.
Rápidos, porém, elevemos os nossos espíritos e alcancemos a felicidade eterna.




Meus irmãos! Abençoai sempre esses espinhos que vos vierem ferir. Não os amaldiçoeis; antes, procurai entender porque eles vos chegaram. Nada se passa em vão. Tudo será aproveitado, se assim o desejardes. E o Senhor, por muito nos amar, por desejoso de estar, que alcancemos a nossa perfeição, faz com que nos visitem esses pontos de luz, para que sirvam de experiências, de lições às nossas almas.
Muitas vezes, somente no mundo maior, como assim denominais o mundo dos espíritos, possais dar valor a essas pequenas coisas.
Vós, que estudais e procurais compreender os ensinamentos do Mestre Nazareno, deveis vos lembrar de que dependerá do vosso esforço de hoje, o dia de amanhã.


O amanhã é uma consequência do hoje, como hoje, é uma consequência de ontem.
Por isso, o Sublime Rabi, desejoso de levar aos Seus filhos palavras de estímulo, de compreensão, procurou o grão de mostarda e o fermento, para mostrar que nada se perde, tudo se transforma.
Não há desculpas para cruzardes os braços, nada fazendo, alegando que sois pequenos, que não possuis condições nem mérito para o bem espalhardes.

Todos vós sois grão, conduzindo em seu núcleo as bênçãos do Pai. Dependerão apenas de vós a germinação, o crescimento e a transformação dessas sementes.
Pelo que vistes, a mais humilde foi aquela que mais cresceu e recebeu em seus ramos os pássaros dos céus.
Que representam esses pássaros dos céus, senão as bênçãos de Deus para aqueles que, com amor, com devotamento, deram aos seus irmãos frutos e sombras, sem que nada os impedisse de fazê-lo?
Não houve tormentas da maldade, as chuvas de vingança, o lodaçal das paixões, nada que as arrastasse.
Ela firme, rendendo graças ao Pai, cresceu e frutificou.


Todos vós, tornamos a repetir, podeis assim agir.
Quando vos sentirdes dominados pela tormenta, abalados pelas paixões, esquecidos dos deveres a cumprir, lembrai-vos das palavras do Mestre Jesus e para Ele apelai; e, sentindo-vos como o grão de mostarda, começai outra vez a caminhada.
Não importam os tombos, as pedras, os espinhos do caminho.
Se tiverdes fé, se tiverdes compreensão e amor aos vossos semelhantes, tudo afastareis, porque o Senhor estará convosco, segurando-vos, amparando-vos, para que não sofrais tanto quanto mereceis.


Ele compartilha de vossas aflições, de vossos sofrimentos e, assim, unidos, de mãos dadas, alcançareis o Sol dos sóis, o Mestre dos mestres, através da força de vontade, da vossa persistência, principalmente da vossa humildade em querer subir através do amor, levar junto a vós todos os irmãos que convosco procurarem caminhar.
Que as bênçãos de Jesus vos iluminem para todo o sempre.
Graças a Deus!


(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 58-61)

                                                                       Julio Flávio Rosolem é membro da Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, São Paulo, é Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, e colaborador deste BLOG, na divulgação da DOUTRINA ESPÍRITA.

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