quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

PARÁBOLA DO SERVO INGRATO







“23 – Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. - 24 -Tendo começado a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.- 25 - Não tendo, porém, o servo com que pagar, ordenou o seu senhor que fossem vendidos ele, sua mulher, seus filhos e tudo quanto possuía, e que se pagasse a dívida.- 26 - O servo, pois, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei tudo.- 27 - O senhor teve compaixão daquele servo, deixou-o ir e perdoou-lhe a dívida.- 28 - Tendo saído, porém, aquele servo, encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia cem denários; e segurando-o, o sufocava, dizendo-lhe: Paga o que me deves. – 29 - Este, caindo-lhe aos pés, implorava: Tem paciência comigo, que te pagarei. – 30 - Ele, porém, não o atendeu; mas foi-se embora e mandou conservá-lo preso, até que pagasse a dívida. – 31 -Vendo, pois, os seus companheiros o que se tinha passado, ficaram muitíssimo tristes, e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. – 32 - Então o seu senhor, chamando-o, disse-lhe: Servo malvado, eu te perdoei toda aquela dívida, porque me pediste; - 33 - não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive de ti? – 34 - Irou-se o seu senhor e o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. – 35 - Assim também meu Pai celestial vos fará, se cada um de vós do íntimo do coração não perdoar a seu irmão. (Mateus, XVIII – 23, 35).


INTERPRETAÇÃO
Que o Meigo Rabi da Galiléia ilumine vossos espíritos para todo o sempre.
Graças à misericórdia divina, aqui estamos para continuar estudando e recordando as sábias parábolas de que se serviu o Mestre para chegar aos corações empedernidos da humanidade.
E eis que, dois mil anos são passados e muito já se debateu, mas foi por tão poucos guardados e por pouquíssimos exemplificado.
Como sabeis, o rei poderoso é o Pai de todas as coisas. Criador do Universo. Distribuiu Ele Seus filhos pelas diversas moradas do Seu reino. Cercou-os de todo cuidado. Deu-lhes parte de Si próprio para que encontrassem dentro de si o lado bom a ser cultivado e desenvolvido. E à humanidade se fez presente no orbe terrestre.
Uma vez integrado o homem no corpo físico, esqueceu a sua eterna morada e Aquele a quem devia retribuir o muito que tinha recebido. O homem veio e, sem querer agradecer as maravilhas que lhe foram concedidas, expandiu e desenvolveu o seu lado negativo. Fez ouvidos surdos aos apelos do Senhor e, malbaratando a fortuna de bens recebidos quando no momento de prestar contas, nada tinha para oferecer. Ao contrário, malbaratara todas as bênçãos e, por isso, ficou ele sendo duplamente responsável por não ter cuidado de tudo aquilo de que recebera a incumbência de guardar, cuidar e expandir.
No momento de se apresentar ao seu senhor, apelou para as lágrimas e, humilde, atirou-se-lhe aos pés.




Infelizmente, todos nós assim procedemos.
Todos nós nos esquecemos de agradecer a Deus a Sua bondade de nos conceder outras oportunidades para renovarmos o nosso eu espiritual, mas o Senhor é bondoso e perdoa a Seus filhos.
O poderoso amo, como magnânimo advogado, pela primeira culpa, absolveu o réu e este partiu feliz. Mais adiante encontrou ele quem lhe devesse. E o que fez? Exigiu, prendeu, maltratou, sem olhar para dentro de si mesmo porque na hora do julgamento alheio se olhássemos com amor para dentro de nós próprios, se ouvíssemos a voz da consciência, quantas atitudes erradas seriam impedidas, quantos crimes não deixariam de ser executados, quantos corações não seriam tangidos pela tolerância, se procurassem julgar não o seu irmão, mas a si próprio?


Oh! Humanidade! Oh! Criaturas que, por orgulho, por pretensão, apelais para as maldades sem vos lembrardes de que todos, sem exceção, já precisaram ajoelhar-se aos pés do Mestre para implorar o perdão dos seus pecados?
Oh! Almas no lodaçal dos próprios vícios em que vos situais e vos sentis feridos, não compreendeis a necessidade de expandir as bênçãos que recebestes aos vossos irmãos que para vós apelam, que se arrastam implorando uma migalha do vosso amor?


Parai! Meditai!
Como disse o meigo Rabi, podeis atirar a primeira pedra?
E se ela fosse atirada sobre vós não haveria ela de cair, em primeiro lugar?
A humanidade caminha, porém pensando apenas no seu eu, mas nada se passa despercebido aos olhos divinos.
Como sabeis, todos os atos, todos os pensamentos são pesados na balança da espiritualidade.
Para o Senhor, a tristeza se faz quando Seus filhos não aprendem a amar uns aos outros, como Ele os amou.
E, assim, esse servo ingrato, inconsciente das bênçãos recebidas, da próxima vez que comparecer perante o Pai será julgado da mesma maneira com que julgou. Eis que a justiça se faz. Quem cultiva o amor, distribui amor, receberá amor. Quem despreza os seus irmãos, maltratando-os, também será maltratado.

É necessário que compreendam, pois é comum dizer-se na Terra que o Pai é quem distribui os castigos. Mas, meus irmãos, não é assim. Apenas recebeis a paga dos serviços prestados.
Se não soubestes cultivar a tolerância, a docilidade, como podereis recebê-las, se não as plantastes?
Regate-as com o vosso carinho, amor e boa vontade?
Todos nós precisamos saber o que queremos e para a evolução das nossas almas é necessário perseverança e vigilância em todos os nossos atos.
É preciso que tenhamos boa vontade para que os erros alheios não venham influir em nossa conduta.
Se necessitarmos caminhar sozinhos, caminhemos, porque jamais estaremos sós. Para o bem, para o amor, teremos sempre a companhia humilde, serena d’Aquele que, na cruz, expirou por nós.
Ele caminha conosco e quando, ao peso dos nossos erros, tombarmos na estrada, eis que ele se curva para nós estendendo a Sua mão para que nos levantemos e, com mais força, caminhemos.


Irmãos diletos, amai os vossos irmãos!
Jamais deixeis que a intolerância, a raiva, a ira, dominem o vosso espírito.
Quando vos sentirdes tentado a enveredar pelo mau caminho, buscai na oração o Cristo amigo, o Pai tolerante, que vos perdoará sempre, desde que sinta em vós a vontade de vos corrigirdes, a certeza de que amanhã galgareis mais um degrau com esforço, com perseverança e, sobretudo, com a bondade em vossos corações.
Não imiteis o servo ingrato desta parábola.
Esforçai-vos por vos manterdes fiéis ao Mestre e que, ao serdes chamados, tenhais sempre o coração cheio de tolerância e de amor, para pagardes tudo aquilo que a bondade de Deus vos concedeu.


Que o divino Rabi vos ilumine e alerte as vossas consciências para bem caminhardes, bem trilhardes a estrada de vossa evolução espiritual.
Graças a Deus!
Bendito e louvado seja Deus!

(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 39-42)


                                                            Júlio Flávio Rosolem é colaborador deste blog, espírita e membro da Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba,médium é Coronel do Corpo de Bombeiro na reserva. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário