segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO






“9 – Propôs também a seguinte parábola a alguns que confiavam em si mesmos, considerando-se justos e desprezavam os outros: - 10 – Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. – 11 – O fariseu, de pé, orava dizendo intimamente: Meu Deus, graças te dou por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, mesmo como este publicano – 12 – Jejuo duas vezes na semana e pago dízimo de tudo que possuo. – 13 – O publicano que ficara de longe, não buscava sequer elevar os olhos para o céu, mas, batendo no peito, dizia: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. – 14 – Digo-vos que este voltou justificado para a sua casa e não o outro; porque todo aquele que se exalta será humilhado e todo aquele que se humilha, será exaltado.” (Lucas, Cap. XVIII, vv. 9-14).


INTERPRETAÇÃO
Que a bondade do Pai reflita-se em vossos corações.
Graças a Deus!
Meus irmãos, aqui estamos, graças a Deus, para recordarmos juntos os maravilhosos ensinamentos do Cristo, o Divino Rabi da Galileia.
Sabendo Jesus a luta e as dificuldades de classe que se estabeleciam entre os fariseus e os publicanos, usou a parábola para que houvesse de ambas as partes, o reconhecimento da situação em que estavam e que o amor viesse uni-los em futuro próximo.
Acontece, porém, que os anos se passaram e as lutas de classe continuam. Hoje, os homens, como os fariseus, vivem dominados pela vaidade, porque, prepotentes, se julgam. Não fazem um exame de consciência para reconhecerem suas faltas e procurar melhorá-las.
O fariseu aí está representado no íntimo de cada criatura que, muitos há, publicamente, não têm coragem de exteriorizar os seus pensamentos, mas continuam egoístas, vaidosos, desejando sempre o melhor para si, em detrimento do irmão, que acha inferior.


Eis porque o Divino Rabi comparou o publicano com aqueles que viviam à margem da sociedade, que eram considerados uns párias da civilização. Ninguém para ele olhava com olhar de ternura, de boa vontade, procurando ver ali um irmão, exercendo um cargo de humildade. Ele através do tratamento que lhe dispensavam iria desenvolvendo o perdão, a tolerância, lembrando que o reino do céu é dos humildes de coração. Veio para exemplificar dentro de si, cultivar o amor e, através dele, ter sempre um olhar de bondade para os que não o compreendessem.
Estas criaturas, muitas vezes, revoltam-se, não aceitam e se julgam desamparadas por Deus.

Se elas pudessem ver o que de sublime o Senhor lhes fez, porque Ele mesmo foi considerado um inimigo da sociedade, um usurpador dos direitos do bem, um egoísta que se aproveitava da credulidade de um povo para se dizer de um reino que não era desse mundo, essas criaturas, repito, se sentiriam, felizes.
Meus irmãos, meditai um pouco nesta parábola e, olhando dentro de vós mesmos, podeis ver de que lado vos colocais; se ainda estais dominado pelo egoísmo, pela vaidade, pela maldade ou se, por humildade, esperais dentro da vossa alma, aceitando todas as lições de benevolência com que o Senhor se faz sentir, para que possais mais cedo, libertar-vos de vossas culpas e ascender a planos mais elevados.


Como vedes, Jesus sabe que essas lutas continuam por séculos a fora; que os fariseus e os publicanos seriam substituídos pela humanidade a ingressar  nesse planeta, por dias e mais dias.
Assim, minhas irmãs, meus irmãos, procurem desenvolver dentro de vós o lado positivo que, como já estudastes, todo espírito tem a mesma oportunidade para a sua elevação. Todos são iguais. Não há privilégio. Os homens, sim. Por suas leis favorecendo a si próprios, distanciam-se uns dos outros, estabelecendo os direitos e os deveres, invadindo o terreno material e, muitas vezes, o espiritual dos seus irmãos que com eles estão no orbe terreno para evolução de suas almas.
Estudai e desenvolvei dentro de vós, o autoexame, sem favoritismo e excesso de bondade.


Procurai corrigir-vos, sempre atentos para ouvir a palavra do Mestre. Ele a todos os instantes vos explica; a todos os momentos aguarda a volta dos Seus filhos que esquecem e abandonam os Seus ensinamentos e enveredam pelo lamaçal de suas paixões e vícios.
Auscultai os vossos corações e procurai ouvir o chamado do Mestre. Ele se faz ouvir toda a vez que O esperam.
Sentindo-se o publicano desprezado da sorte, incompreendido por seus irmãos, para Ele dirige as suas preces pedindo, humilde, o consolo para as suas dores e para os fariseus que desconhecem ainda os caminhos da luz.
Jesus espera também as nossas preces, os nossos pedidos, para que essas almas retomem o bom caminho e, de mãos dadas, publicanos e fariseus, encontrem dentro de si, no altar do amor, a renúncia das suas faltas, perdão para aos seus erros e a luz do amor divino, elevando as suas almas para o bem, para os céus alcançarem.


Que Jesus se faça num raio de luz e vos oriente e ilumine para que a paz e a união venham a reinar entre os habitantes da Terra, eliminando as guerras, as paixões, as maldades, porque o reino de Deus é de todos e está ao alcance de todas as criaturas, desde que elas se façam simples e humildes, perseverantes e tenham a força de vontade para expulsar de si as ervas daninhas que impedem a sua ascensão.
Que Jesus, o Mestre Divino, vos ilumine e abençoe.

(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 43-45)


                                                                       Julio Flávio Rosolen 
O autor do texto e pesquisa, é membro do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, sendo Coronel da Reserva, é espírita, médium, e membro da diretoria da Sociedade Espírita Casa do Caminho da cidade de Piracicaba, estado de São Paulo.

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