terça-feira, 2 de outubro de 2012

PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO




24 – E lhes propôs uma outra parábola, dizendo: “O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou bom grão no seu campo. –25– Enquanto os homens dormiam, veio  o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e foi embora. -26- A plantação do homem germinou, cresceu e deu espigas mas, com elas, cresceu também o joio. –27- Os servos do pai de família vieram, então, dizer-lhe: Senhor, não semeaste bom grão no vosso campo? Como é que nele há joio?-28- Ele lhes respondeu: Foi um inimigo quem o semeou. Os servos lhe perguntaram: Quereis que vamos arrancá-lo?-29- E ele respondeu: Não; receio que, arrancando o joio, arranqueis ao mesmo tempo o trigo. -30- Deixai que um e outro cresçam juntos até à ceifa; quando chegar a ocasião de ceifar, direi aos ceifeiros: Arrancai primeiramente o joio e atai-o em feixes para ser queimado; o trigo, empilhai-o no meu celeiro.” Mateus, XIII- 24-30.




INTERPRETAÇÃO

Maravilhosa esta parábola!
Comecemos: o dono das terras, como já compreendestes, é Deus, Senhor de todas as coisas. O trigo e o joio são as almas daquelas criaturas que vieram para resgatar os seus débitos.
Jesus, em sua bondade, ajuda e ensina as criaturas a se tornarem os maravilhosos grãos de trigo.

As criaturas vieram em sublimes missões, mas, invigilantes, dormiram, esquecendo-se de vigiar e eis que outras, menos esclarecidas, esquecidas das palavras do Mestre, trazendo em seus corações a maldade, aproveitaram-se da invigilância dos seus irmãos e lançaram as suas sementes que, juntas às outras, germinaram.


São os falsos, os que querem acobertar a sua falsa personalidade junto àqueles que querem cumprir os mandamentos de Deus, mas o Senhor, reconhecendo a fragilidade daquelas almas, permite que se reformulem, deixando que cresçam junto ao trigo, para que, mais rapidamente, possam compreender o lado mau e o lado bom da vida e, ao mesmo tempo,  possam bem fazer, compreendendo as leis de Deus.


Seu amor é tão grande que ele deixa que as criaturas cresçam juntas, dando sempre oportunidade de se melhorarem, do contrário, o joio não teria essa oportunidade de crescer junto daquele que mais sabe e o trigo, devido ainda à sua fragilidade, à incredulidade que ainda vence as criaturas humanas, pudesse firmar mais as suas raízes, crescer e oferecer os seus frutos.
Maravilhosa é esta passagem!
Todos nós somos ainda um pouco de joio e um pouco de trigo. Queremos nos transformar, mas a vaidade e o orgulho nos impedem. Como, porém, a experiência tarda, podemos sentir que está dentro de nós a maravilhosa transformação, que é renunciarmos a nós mesmos, não fugindo, não desertando do campo de batalha, tendo sim, vigilância e aprimoramento nos nossos pensamentos, ajudando os nossos irmãos, esclarecendo-os, para que, irmanados no mesmo ideal, alcancemos as moradas do Pai celestial.
Há quem diga ser isto muito difícil, mas não é quando se tem força de vontade para melhorar, porque para isto somos ajudados.
O Senhor caminha conosco.
Desde que somos sementes que ele vela por nós, dando-nos a seiva milagrosa da fé do Seu amor para que possamos ascender sempre.
E eis que Ele espera com paciência o dia da colheita e este dia representa aquele momento em que nos libertamos do corpo material e ascendemos a mundo superior. Nesse momento, podemos reconhecer se fomos joio, ou grão maravilhoso.

O trigo vem com a missão de alimentar, de se transformar em pão de cada dia, logo, aquele que quiser se transformar nesse grão maravilhoso terá que se esquecer de si em benefício de outrem.
O trigo tem que sofrer esmagamento, trituração, para se transformar naquela farinha pura, fina e muito branda.


Essas operações são as nossas provações ou ajustes de contas. Podemos nos transformar ficando puros, imaculados, embora tenhamos nascido fracos, precisando do apuro da terra maravilhosa, portanto, jamais vos arrependais de terdes vindo a este planeta.
Não vos deixeis vencer pelas paixões, nem sejais intolerantes porque estais sempre em meio do caminho. Há sempre alguém acima e abaixo, a quem deveis acolher com generosidade, como aqueles mais altos, vos acolherão.
Lembrai-vos sempre. Se o Mestre ceifasse o campo, se o queimasse todo, os justos pagariam também pelos pecadores e onde estariam a bondade e a justiça divinas?


Esperemos com resignação a colheita divina. Somente ao Pai caberá a sublime missão de colher. Ajudemo-lo no que pudermos, por mais insignificante que seja a nossa ajuda. Assim, estaremos dando ao Pai uma pequena parcela do muito que Ele nos dá.


Sejamos amigos, compassivos, tolerantes e rezemos para que àqueles que ainda são joio seja dada uma outra oportunidade para que, renunciando ao seu orgulho, à sua vaidade, possam ingressar na seara dos humildes servos de Deus. Que o Senhor esteja com todos! Que a paz de Jesus permaneça em todos os corações!

(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE -1982)

                                                                      

Julio Flávio Rosolem, é espirita, médium, Coronel do Corpo de Bombeiros da reserva, é dirigente espírita na Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba, e colaborador do BLOG Espiritismo Piracicaba.

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