Meus
irmãos, minhas irmãs, vamos falar um pouco sobre a prece.
É
um momento maravilhoso este da prece, quando buscamos no mais recôndito do
nosso ser o que há de melhor para ofertar ao nosso Pai Celestial. A prece é o
veículo de que nos utilizamos para contatar o nosso Divino Criador.
Nosso
Mestre Jesus, durante a sua trajetória terrena, nos ensinou a orar e como orar.
Em Mateus VI ,
v. 6 “Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora
a teu Pai que está lá, no segredo;....” e, depois, no versículo 9 nos ensina
esta maravilhosa e sintética prece que é o Pai Nosso.
Assim,
Jesus nos ensina, aqui, duas coisas a respeito da prece: a primeira que é o
recolhimento a um local privativo e sem perturbações de outra ordem e que a
prece deve vir do fundo do seu coração em uma comunhão de pensamentos com o Pai
Celestial.
Na
época em que Jesus
viveu, as pessoas ainda eram bastante primitivas e o seu contato preferencial
foi com o povo pobre e desamparado, por isso Ele lhes deu esta fórmula do Pai
Nosso como um modelo de prece, tão perfeita que até hoje ainda a admiramos pela
sua simplicidade e pureza.
Depois
veio a Codificação do Espiritismo, elaborada por Allan Kardec com a ajuda da Espiritualidade,
que esclareceu uma infinidade de dúvidas deixadas pelos ensinos de Jesus (ou
porque Ele não pode aprofundá-los à época pelos parcos recursos de inteligência
do povo ou porque foram deturpados pelas inúmeras cópias, versões, traduções,
etc). Dentre esses esclarecimentos os Imortais responderam que há três coisas
que nós podemos fazer através da prece: louvar, pedir e agradecer (O Livro dos
Espíritos, pergunta 659).
Mas,
ao fazer a prece, é necessário que estejamos em paz conosco mesmo e com os
outros, senão a prece não alcançará a sua finalidade; serão apenas palavras
jogadas ao vento. Então, uma pessoa que tenha alguma questão com alguém, não
deve orar? Claro que deve. E sua prece será a do segundo tipo, isto é, o pedido
para que Deus a ilumine e que se faça a ocasião oportuna para ela resolver
aquela questão pendente com o seu irmão de caminhada terrena. E quando menos
esperar, lá estará concretizado o seu pedido! Jesus já nos ensinou: “Portanto,
quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali lembrares que teu irmão
tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão.” Mateus V, 23-24.
E
isto não é sem razão: estamos todos imersos no fluido cósmico universal e a
prece é o veículo que faz com que coloquemos esse fluido em movimento para
atingir a sua finalidade. Ora, se tivermos alguma mágoa de alguém, algum
ressentimento e não perdoamos, nosso coração estará repleto de fluidos pesados
e deletérios, que impedem alcancemos os páramos celestiais através do serviço
da prece. Por isso, é necessário nos livrarmos desses fluidos densos para, só
depois, já em perfeita paz e equilíbrio, conseguirmos a concentração necessária
para o sagrado momento da prece.
André
Luiz, que através da fabulosa mediunidade de Chico Xavier, nos trouxe, através
de suas obras, uma visão clara do mundo espiritual, também corrobora os ensinos
de Jesus ao mencionar em sua obra “Mecanismos da Mediunidade”, 10ª ed. p. 177:
“...de vez que somente a conduta reta sustenta o reto pensamento e, de posse do
reto pensamento, a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura
intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos para
logo, em regime de comunhão com as Esferas Superiores.”
Portanto,
meus irmãos, minhas irmãs, para uma prece pura e sublime, primeiro precisamos
nos perdoar e perdoar os nossos irmãos, a fim de alcançarmos, por meio dela, o
Divino Doador da Vida. Não é fácil. Mas quem disse que viemos a essa nossa Terra,
essa maravilhosa escola de redenção, para termos facilidades?
Não
podemos olvidar que, ao pacificarmos a nossa consciência pela prática do
perdão, estaremos nos munindo de recursos imensos contra as obsessões, pois a
consciência culpada é sempre uma porta aberta aos cobradores cruéis à busca de
“justiça” e o remorso é a arma que é utilizada por essas inteligências
desorientadas para infligir sofrimentos ingentes aos seus perseguidos de hoje
que, geralmente, foram os seus algozes de ontem.
Outra
coisa comum que é pura perda de tempo é fazer prece para que a Divindade
resolva problemas que são só de nossa responsabilidade resolvê-los. É pensar
que o nosso Divino Pai sempre estivesse de plantão para atender ao nosso
petitório mesquinho. Se, por exemplo, algum nosso familiar está doente ou com
qualquer outro tipo de problema, no momento da nossa prece ou da elevação de
pensamentos nas reuniões públicas das Casas Espíritas, basta imaginar em nossa
mente a figura dessa pessoa e pedir ao Pai Celestial que a ajude e ampare e,
assim, a Espiritualidade Benfazeja irá providenciar o socorro possível e
adequado ao caso específico. Devemos, sim, através da prece, pedir forças,
esclarecimentos e inspiração para que solucionemos as questões que nos afligem
por nós mesmos. Senão, que méritos teríamos? É como se o nosso professor
fizesse por nós a tarefa que nos cabe! Nosso Mestre, Modelo e Guia, Jesus, em
nenhum momento, livrou as pessoas de fazerem por si mesmos o que lhes competia:
Maria Madalena teve que se reformar, Lázaro, retirado da tumba onde fora
inumado em estado de catalepsia, teve que mais tarde enfrentar a morte, Zaqueu
modificou seu apego aos bens materiais. Estes são apenas alguns dos muitos
outros exemplos contidos nos Evangelhos.
Vamos
exercitar a prece diariamente, pois ela é onda mental que nos liga a Deus e aos
seus Bondosos Emissários. Ligando-nos às falanges do Bem e, acompanhada das
modificações para melhor em nosso comportamento, estaremos nos inundando de
energias benéficas, que atuarão em nosso corpo espiritual, eliminando muitas de
suas mazelas. E como o nosso períspirito é o molde de nosso corpo físico;
eliminando-se as causas, os efeitos, que são as doenças físicas, também
desaparecerão, de acordo com a programação do reencarne e o mérito alcançado
pelo indivíduo, tenhamos isto bem entendido.
Por
derradeiro, convido-os a que dediquem alguns minutos de seu atribulado dia à
prece e, principalmente, à prece de agradecimento a Deus por nos dar esta
reencarnação como oportunidade de resgatar alguns débitos, dos muitos que todos
temos, para com a Economia Divina!
Que
Jesus permaneça conosco hoje, amanhã e sempre!
Julio
Flávio Rosolen
participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho,
participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho,
em Piracicaba, é Coronel (da reserva)
do Corpo
de Bombeiros, Espírita e colabora
com
este BLOG.
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