segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A PRECE É ONDA MENTAL


Meus irmãos, minhas irmãs, vamos falar um pouco sobre a prece.
É um momento maravilhoso este da prece, quando buscamos no mais recôndito do nosso ser o que há de melhor para ofertar ao nosso Pai Celestial. A prece é o veículo de que nos utilizamos para contatar o nosso Divino Criador.



Nosso Mestre Jesus, durante a sua trajetória terrena, nos ensinou a orar e como orar. Em Mateus VI, v. 6 “Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora a teu Pai que está lá, no segredo;....” e, depois, no versículo 9 nos ensina esta maravilhosa e sintética prece que é o Pai Nosso.


Assim, Jesus nos ensina, aqui, duas coisas a respeito da prece: a primeira que é o recolhimento a um local privativo e sem perturbações de outra ordem e que a prece deve vir do fundo do seu coração em uma comunhão de pensamentos com o Pai Celestial.
Na época em que Jesus viveu, as pessoas ainda eram bastante primitivas e o seu contato preferencial foi com o povo pobre e desamparado, por isso Ele lhes deu esta fórmula do Pai Nosso como um modelo de prece, tão perfeita que até hoje ainda a admiramos pela sua simplicidade e pureza.


Depois veio a Codificação do Espiritismo, elaborada por Allan Kardec com a ajuda da Espiritualidade, que esclareceu uma infinidade de dúvidas deixadas pelos ensinos de Jesus (ou porque Ele não pode aprofundá-los à época pelos parcos recursos de inteligência do povo ou porque foram deturpados pelas inúmeras cópias, versões, traduções, etc). Dentre esses esclarecimentos os Imortais responderam que há três coisas que nós podemos fazer através da prece: louvar, pedir e agradecer (O Livro dos Espíritos, pergunta 659).

Mas, ao fazer a prece, é necessário que estejamos em paz conosco mesmo e com os outros, senão a prece não alcançará a sua finalidade; serão apenas palavras jogadas ao vento. Então, uma pessoa que tenha alguma questão com alguém, não deve orar? Claro que deve. E sua prece será a do segundo tipo, isto é, o pedido para que Deus a ilumine e que se faça a ocasião oportuna para ela resolver aquela questão pendente com o seu irmão de caminhada terrena. E quando menos esperar, lá estará concretizado o seu pedido! Jesus já nos ensinou: “Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.” Mateus V, 23-24.


E isto não é sem razão: estamos todos imersos no fluido cósmico universal e a prece é o veículo que faz com que coloquemos esse fluido em movimento para atingir a sua finalidade. Ora, se tivermos alguma mágoa de alguém, algum ressentimento e não perdoamos, nosso coração estará repleto de fluidos pesados e deletérios, que impedem alcancemos os páramos celestiais através do serviço da prece. Por isso, é necessário nos livrarmos desses fluidos densos para, só depois, já em perfeita paz e equilíbrio, conseguirmos a concentração necessária para o sagrado momento da prece.



André Luiz, que através da fabulosa mediunidade de Chico Xavier, nos trouxe, através de suas obras, uma visão clara do mundo espiritual, também corrobora os ensinos de Jesus ao mencionar em sua obra “Mecanismos da Mediunidade”, 10ª ed. p. 177: “...de vez que somente a conduta reta sustenta o reto pensamento e, de posse do reto pensamento, a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos para logo, em regime de comunhão com as Esferas Superiores.”



Portanto, meus irmãos, minhas irmãs, para uma prece pura e sublime, primeiro precisamos nos perdoar e perdoar os nossos irmãos, a fim de alcançarmos, por meio dela, o Divino Doador da Vida. Não é fácil. Mas quem disse que viemos a essa nossa Terra, essa maravilhosa escola de redenção, para termos facilidades?
Não podemos olvidar que, ao pacificarmos a nossa consciência pela prática do perdão, estaremos nos munindo de recursos imensos contra as obsessões, pois a consciência culpada é sempre uma porta aberta aos cobradores cruéis à busca de “justiça” e o remorso é a arma que é utilizada por essas inteligências desorientadas para infligir sofrimentos ingentes aos seus perseguidos de hoje que, geralmente, foram os seus algozes de ontem.


Outra coisa comum que é pura perda de tempo é fazer prece para que a Divindade resolva problemas que são só de nossa responsabilidade resolvê-los. É pensar que o nosso Divino Pai sempre estivesse de plantão para atender ao nosso petitório mesquinho. Se, por exemplo, algum nosso familiar está doente ou com qualquer outro tipo de problema, no momento da nossa prece ou da elevação de pensamentos nas reuniões públicas das Casas Espíritas, basta imaginar em nossa mente a figura dessa pessoa e pedir ao Pai Celestial que a ajude e ampare e, assim, a Espiritualidade Benfazeja irá providenciar o socorro possível e adequado ao caso específico. Devemos, sim, através da prece, pedir forças, esclarecimentos e inspiração para que solucionemos as questões que nos afligem por nós mesmos. Senão, que méritos teríamos? É como se o nosso professor fizesse por nós a tarefa que nos cabe! Nosso Mestre, Modelo e Guia, Jesus, em nenhum momento, livrou as pessoas de fazerem por si mesmos o que lhes competia: Maria Madalena teve que se reformar, Lázaro, retirado da tumba onde fora inumado em estado de catalepsia, teve que mais tarde enfrentar a morte, Zaqueu modificou seu apego aos bens materiais. Estes são apenas alguns dos muitos outros exemplos contidos nos Evangelhos.


Vamos exercitar a prece diariamente, pois ela é onda mental que nos liga a Deus e aos seus Bondosos Emissários. Ligando-nos às falanges do Bem e, acompanhada das modificações para melhor em nosso comportamento, estaremos nos inundando de energias benéficas, que atuarão em nosso corpo espiritual, eliminando muitas de suas mazelas. E como o nosso períspirito é o molde de nosso corpo físico; eliminando-se as causas, os efeitos, que são as doenças físicas, também desaparecerão, de acordo com a programação do reencarne e o mérito alcançado pelo indivíduo, tenhamos isto bem entendido.
Por derradeiro, convido-os a que dediquem alguns minutos de seu atribulado dia à prece e, principalmente, à prece de agradecimento a Deus por nos dar esta reencarnação como oportunidade de resgatar alguns débitos, dos muitos que todos temos, para com a Economia Divina!


Que Jesus permaneça conosco hoje, amanhã e sempre!


                                                         Julio Flávio Rosolen 
participa da  Sociedade Espírita Casa do  Caminho,
 em  Piracicaba, é   Coronel (da reserva) 
do  Corpo  de Bombeiros,  Espírita e   colabora                                                                        com   este    BLOG.

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