Quanto mais envelhecemos pensamos na morte física, dentre os espíritas, sobretudo os que não estudam, mas frequentam casas espíritas, ficam dúvidas, pensamentos, as vezes perguntas no atendimento fraterno ou fora dele.
Para todos os espíritas ou não espíritas, APÓS A MORTE, título que demos aqui para maior entendimento, é apenas um processo, simples até certa forma, tudo dependerá sim, de seus pensamentos, da sua forma de enfrentamento da transição do corpo humano a condição novamente de espírito, porque claramente, a maioria de nós já esteve aqui.
Como fazer então? bem vamos dar aqui as perguntas que Allan Kardec, na mais importante obra do Espiritismo ao meu ver, fez aos espíritos superiores, ou comunicantes naquela obra, de como funciona o sistema.
Como nós sentimos ao morrer, vamos portanto a leitura a partir da pergunta 304, até a 329 para fácil entendimento e compreensão.
304. Lembra-se o Espírito da sua existência corporal?
“Lembra-se, isto é, tendo vivido muitas vezes na Terra, recorda-se do que foi como homem e eu te afirmo que freqüentemente ri, penalizado de si mesmo.”
Tal qual o homem que chegou à madureza, e que ri das suas loucuras de moço, ou das suas puerilidades na meninice.
305. A lembrança da existência corporal se apresenta ao Espírito de maneira completa e inopinada após a morte?
“Não, vem-lhe pouco a pouco, qual imagem que surge gradualmente de uma névoa, à medida que nela fixa ele a sua atenção.”
306. O Espírito se lembra, pormenorizadamente, de todos os acontecimentos de sua vida? Apreende o conjunto deles de um golpe de vista retrospectivo?
“Lembra-se das coisas, de conformidade com as conseqüências que delas resultaram para o estado em que se encontra como Espírito errante. Bem compreendes, no entanto, que muitas circunstâncias haverá de sua vida a que não ligará importância alguma e das quais nem sequer procurará recordar-se.”
a) – Mas, se o quisesse, poderia lembrar-se delas?
“Pode lembrar-se dos mais minuciosos pormenores e incidentes, assim relativos aos fatos, como até aos seus pensamentos. Não o faz, porém, quando não tenha utilidade.”
b) – Entrevê o Espírito o objetivo da vida terrestre com relação à vida futura?
“Certo que o vê e compreende muito melhor do que em vida do seu corpo. Compreende a necessidade da sua purificação para chegar ao infinito e percebe que em cada existência deixa algumas impurezas.”
307. Como é que ao Espírito se lhe desenha na memória a sua vida passada? Será por esforço da própria imaginação, ou como um quadro que se lhe apresenta à vista?
“De uma e outra formas. São-lhe como que presentes todos os atos de que tenha interesse em lembrar-se. Os outros lhe permanecem mais ou menos vagos na mente, ou esquecidos de todo. Quanto mais desmaterializado estiver, tanto menos importância dará às coisas materiais. Essa a razão por que, muitas vezes, evocas um Espírito
que acabou de deixar a Terra e verificas que não se lembra dos nomes das pessoas que lhe eram caras, nem de uma porção de detalhes que te parecem importantes. É que tudo isso, pouco lhe importando, logo caiu em esquecimento. Aquilo de que se recorda perfeitamente bem são os fatos principais que concorrem para a sua melhoria.”
308. O Espírito se recorda de todas as existências que precederam a que acaba de ter?
“Todo o seu passado se lhe desdobra à vista, quais a um viajor os trechos do caminho que percorreu. Mas, como já dissemos, não se recorda de modo absoluto de todos os seus atos. Lembra-se destes na medida da influência que tiveram na criação do seu estado atual. Quanto às primeiras existências, as que se podem considerar a infância do Espírito, essas se perdem no vago e desaparecem na noite do esquecimento.”
309. Como considera o Espírito o corpo de que vem de separar-se?
“Como veste desconfortável que o incomodava, sentindo-se feliz por estar livre dela.”
a) – Que sensação lhe causa o espetáculo do seu corpo em decomposição?
“Quase sempre se conserva indiferente a isso, como a uma coisa que em nada o interessa.”
310. Ao cabo de algum tempo, reconhecerá o Espírito os ossos ou outros objetos que lhe tenham pertencido?
“Algumas vezes, dependendo do ponto de vista mais ou menos elevado donde considere as coisas terrenas.”
311. O respeito que se tenha pelos objetos materiais que pertenceram ao Espírito lhe dá prazer e atrai a sua atenção para esses objetos?
“É sempre grato ao Espírito que se lembrem dele, e os objetos que lhe pertenceram trazem-no à memória dos que ele no mundo deixou. Mas o que o atrai é o pensamento destas pessoas e não aqueles objetos.”
312. E a lembrança dos sofrimentos por que passaram na última existência corporal, os Espíritos a conservam?
“Freqüentemente assim acontece e essa lembrança lhes faz compreender melhor o valor da felicidade de que podem gozar como Espíritos.”
313. Ao deixar a Terra, o homem que nela foi feliz sente falta dos prazeres que teve?
“Só os Espíritos inferiores podem sentir saudades de gozos condizentes com uma natureza impura qual a deles, e que expiam pelo sofrimento. Para os Espíritos elevados, a felicidade eterna é mil vezes preferível aos prazeres efêmeros da Terra.”
Exatamente como sucede ao homem que, na idade da madureza, nenhuma importância liga ao que tanto o deliciava na infância.
314. Aquele que deu começo a trabalhos de vulto com um fim útil e que os vê interrompidos pela morte, lamenta, no outro mundo, tê-los deixado por acabar?
“Não, porque vê que outros estão destinados a concluí-los. Trata, ao contrário, de influenciar outros Espíritos humanos, para que os levem adiante. Seu objetivo, na Terra, era o bem da Humanidade: o mesmo objetivo continua a ter no mundo dos Espíritos.”
315. E o que deixou trabalhos de arte ou de literatura, conserva pelas suas obras o amor que lhes tinha quando vivo?
“De acordo com a sua elevação, aprecia-as de outro ponto de vista, e não é raro condene o que maior admiração lhe causava.”
316. No além, o Espírito se interessa pelos trabalhos que se executam na Terra, pelo progresso das artes e das ciências?
“Conforme à sua elevação ou à missão que possa ter que desempenhar. Muitas vezes, o que vos parece magnífico bem pouco é para certos Espíritos, que, então, o admiram como o sábio admira a obra de um estudante. Atentam apenas no que prove a elevação dos encarnados e seus progressos.”
317. Após a morte, conservam os Espíritos o amor da pátria?
“O princípio é sempre o mesmo. Para os Espíritos elevados, a pátria é o Universo. Na Terra, a pátria, para eles, está onde se ache o maior número das pessoas que lhes são simpáticas.”
As condições dos Espíritos e as maneiras por que vêem as coisas variam ao infinito, de conformidade com os graus de desenvolvimento moral e intelectual em que se achem. Geralmente, os Espíritos de ordem elevada só por breve tempo permanecem na Terra. Tudo o que aí se faz é tão mesquinho em comparação com as grandezas do infinito, tão pueris são, aos olhos deles, as coisas a que os homens mais importância ligam, que poucos atrativos lhes oferece o nosso mundo, a menos que para aí os leve o propósito de concorrerem para o progresso da Humanidade. Os Espíritos de ordem intermédia estagiam mais freqüentemente neste planeta, se bem considerem as coisas de um ponto de vista mais alto do que quando encarnados. Os Espíritos vulgares, esses são os que nele ficam de modo por assim dizer fixo, e constituem a massa da população invisível do globo terráqueo. Conservam quase que as mesmas idéias, os mesmos gostos e as mesmas inclinações que tinham quando revestidos do envoltório corpóreo. Metem-se em nossas reuniões, negócios, divertimentos, nos quais tomam parte mais ou menos ativa, segundo seus caracteres. Não podendo satisfazer às suas paixões, gozam na companhia dos que a elas se entregam e os excitam a cultivá-las. Entre eles, no entanto, há alguns mais sérios, que vêem e observam para se instruírem e aperfeiçoarem.
318. As idéias dos Espíritos se modificam quando na erraticidade?
“Muito; sofrem grandes modificações, à proporção que o Espírito se desmaterializa. Pode este, algumas vezes, permanecer longo tempo imbuído das idéias que tinha na Terra; mas, pouco a pouco, a influência da matéria diminui e ele vê as coisas com maior clareza. É então que procura os meios de se tornar melhor.”
319. Já tendo o Espírito vivido a vida espírita antes da sua encarnação, como se explica o seu espanto ao reingressar no mundo dos Espíritos?
“Isso é apenas o efeito do momento e da perturbação que se segue ao despertar do Espírito. Mais tarde ele se vai inteirando perfeitamente da sua condição, à medida que lhe volta a lembrança do passado e que a impressão da vida terrena se lhe apaga.” (N°s. 163 e seguintes.)
Comemoração dos mortos. Funerais
320. Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra?
“Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo.”
321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene do que os outros dias? Aprestam-se para ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos?
“Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.”
a) – Mas o de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas?
“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”
b) – Sob que forma aí comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis?
“Sob a que tinham quando encarnados.”
322. E os esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, também lá, não obstante, comparecem e sentem algum pesar por verem que nenhum amigo se lembra deles?
“Que lhes importa a Terra? Só pelo coração nos achamos a ela presos. Desde que aí ninguém mais lhe vota afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que tem para si o Universo inteiro.”
323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa?
“Aquele que visita um túmulo pode manifestar, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior desse pensamento. Já vos disse que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que seja feita com o coração.”
324. Os Espíritos das pessoas a quem se erigem estátuas ou monumentos assistem à sua inauguração, e experimentam algum prazer nisso?
“Muitos comparecem a tais solenidades, quando podem; porém, menos os sensibiliza a homenagem que lhes prestam do que a lembrança que deles guardam os homens.”
325. Qual a origem do desejo que certas pessoas exprimem de ser enterradas antes num lugar do que noutro? Será que preferirão, depois de mortas, vir a tal lugar? E essa importância dada a uma coisa tão material constitui indício de inferioridade do Espírito?
“Afeição particular do Espírito por determinados lugares; inferioridade moral. Que importa este ou aquele pedaço de terra a um Espírito elevado? Não sabe ele que sua alma se reunirá às dos que lhe são caros, embora fiquem separados os seus respectivos ossos?”
a) – Deve-se considerar futilidade a reunião dos despojos mortais de todos os membros de uma família?
“Não; é um costume piedoso e um testemunho de simpatia que dão os que assim procedem aos que lhes foram entes queridos. Conquanto destituída de importância para os Espíritos, essa reunião é útil aos homens: mais concentradas se tornam suas recordações.”
326. Comovem a alma que volta à vida espiritual as honras que lhe prestem aos despojos mortais?
“Quando já ascendeu a certo grau de perfeição, o Espírito se acha escoimado de vaidades terrenas e compreende a futilidade de todas essas coisas. Porém, ficai sabendo, há Espíritos que nos primeiros momentos que se seguem à sua morte material experimentam grande prazer com as honras que lhes tributam, ou se aborrecem com o pouco caso que façam de seus envoltórios corporais. É que ainda conservam alguns dos preconceitos desse mundo.”
327. O Espírito assiste ao seu enterro?
“Frequentemente assiste, mas algumas vezes não percebe o que se passa, se ainda está perturbado.”
a) – Lisonjeia-o a concorrência de muitas pessoas ao seu enterro?
“Mais ou menos, conforme o sentimento que as anime.”
328. O Espírito daquele que acaba de morrer assiste à reunião de seus herdeiros?
“Quase sempre. Para seu ensinamento e castigo dos culpados, Deus permite que assim aconteça. Nessa ocasião, o Espírito julga do valor dos protestos que lhe faziam. Todos os sentimentos se lhe patenteiam e a decepção que lhe causa a rapacidade dos que entre si partilham o bens por ele deixados o esclarece acerca daqueles sentimentos. Chegará, porém, a vez dos que lhe motivam essa decepção.
329. O instintivo respeito que, em todos os tempos entre todos os povos, o homem consagrou e consagra aos mortos é efeito da intuição que tem da vida futura?
“É a consequência natural dessa intuição. Se assim não fosse, nenhuma razão de ser teria esse respeito.”
Se o amado leitor deste blog chegou até aqui, é porque gostar de ler, de entender, e estudar, aprender, vos indico a obra supra citada O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec como base para tudo, em suas preces, aprendizado, não só para a reflexão pós morte, de como será.
Kardec e seus amigos de pesquisa e estudo, amavam a vida, eram cientistas sim, da informação, outros eram de fato cientistas, já que esta doutrina compreende também a ciência.
Kardec disse certa vez que o dia que a ciência desmentir o que foi revelado nesta obra, para que fiquemos com a ciência, logo, até hoje ninguém o fez, sigamos com Kardec.
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