quarta-feira, 10 de abril de 2019

VAGANDO PELO ORGULHO - DE ALLAN KARDEC na obra O CÉU E O INFERNO




Estimados amigos de jornada no planeta Terra, chegamos a fase de como diria meu amado pai, sentar e conversar, e meditar.
Me permita antes de trazer Allan Kardec, conversar, venha sentar aqui neste banco que escolhi, e juntos vamos fazer algumas considerações, antes de vos apresentar mais um trabalho do mestre e professor Allan Kardec, na obra o Céu e o Inferno, pouco estudada de fato, e que está assim como o Livro dos Espíritos, O que é o Espiritismo, A gênese, tão atual, os que usam o conhecimento, estão retornando as obras de 1857 á 1861 para acharem o seu rumo.


Em tempos que o medo da morte física do porvir, assolam todas as religiões em pleno 2019, vemos que nada é mais verdadeiro do que Allan Kardec.


Meditemos, vá em frente ao seu espelho particular, e analise você mesmo, com as clássicas perguntas da psicologia.


- Você é orgulhoso ?
- Você é teimoso, tipo professor de Deus?
- Você é vaidoso ?
- Você é muito materialista e topa qualquer coisa por dinheiro ?


A resposta será para ti mesmo, anote em uma folha, pare e pense, como diria a professora, pense agora que você morre amanhã, e ficará vagando no plano espiritual se todas as respostas acima forem positivas, e em alto grau, por um tempo por não aceitar a vida após a vida como ela é, com as mesmas responsabilidades daqui, os mesmos compromissos, tirando uma coisa ou outra, somos a cópia neste dimensão do que seremos mais leves.


Imagine você vagando como Lisbeth por 150 anos no plano espiritual, antes de aparecer numa casa espírita arrependido, e desesperado.


Quem é Lisbeth, neste trecho da obra, Kardec nos traz a sua comunicação, um breve relato de sua experiência em vida e pós morte, e sua saga de 150 anos até aceitar ajuda.


Pouco antes da história de Lisbeth, veja a questão dos maus, egoístas, e afins, senhoras e senhores, Allan Kardec e um trecho de o Céu e o Inferno.






O CASTIGO 
Exposição geral do estado dos culpados ao entrarem no mundo dos Espíritos, ditado à Sociedade Espírita de Paris, em outubro de 1860.
Os Espíritos maus, egoístas e duros, ficam, logo após a morte, entregues a uma dúvida cruel sobre seu destino presente e futuro; olham à sua volta e não veem de início nenhum sujeito sobre o qual possa se exercer sua malvada personalidade, e o desespero deles se apodera, pois o isolamento e a inação são intoleráveis para os maus Espíritos; eles não erguem o olhar para os lugares habitados pelos puros Espíritos; consideram o que os rodeia, e logo impressionados pelo abatimento dos Espíritos fracos e punidos, agarram-se a eles como a uma presa, armando-se com a recordação de suas faltas passadas, que põem incessantemente em ação por seus gestos zombeteiros. Não lhes bastando tal zombaria, mergulham sobre a terra como abutres famintos; procuram entre os homens a alma que abrirá um acesso mais fácil às suas tentações; apoderam-se dela, exaltam-lhe a cobiça, tentam extinguir a sua fé em Deus, e, quando enfim, senhores de uma consciência, veem assegurada sua presa, eles estendem sobre tudo o que se aproxima de sua vítima o fatal contágio.


O mau Espírito que exerce sua raiva é quase feliz; não sofre senão nos momentos em que não age, e naqueles em que o bem triunfa do mal.


No entanto, os séculos passam; o mau Espírito sente repentinamente as trevas invadirem-no; seu círculo de ação se restringe; sua consciência, muda até então, lhe faz sentir as pontas afiadas do arrependimento. Inativo, levado pelo turbilhão, ele vagueia, sentindo, como diz a Escritura, o pelo de sua carne se eriçar de pavor; logo um grande vazio se faz nele, em torno dele; chegou o momento, ele deve expiar; ali está a reencarnação, ameaçadora; ele vê, como uma miragem, as provas terríveis que o aguardam; gostaria de recuar, avança, e precipitado no abismo escancarado da vida, rola apavorado até que o véu da ignorância lhe caia de novo sobre os olhos. Ele vive, age, e ainda é culpado; sente em si não se sabe que recordação inquieta, que pressentimentos que o fazem tremer, mas não o fazem recuar no caminho do mal. No fim de suas forças e de seus crimes, ele vai morrer. Estendido numa enxerga, ou em sua cama, que importa! o homem culpado sente, sob sua aparente imobilidade, mexer-se e viver um mundo de sensações esquecidas. Sob suas pálpebras fechadas, ele vê aparecer uma luz, ouve sons estranhos; sua alma, que vai deixar o corpo, se agita impaciente, ao passo que suas mãos crispadas tentam agarrar-se aos lençóis; gostaria de falar, gostaria de gritar àqueles que o rodeiam: Segurai-me! vejo o castigo! Não pode fazê-lo; a morte fixa-se nos seus lábios lívidos, e os assistentes dizem: Ei-lo em paz!


No entanto, ele ouve tudo; flutua em volta de seu corpo que não gostaria de abandonar; uma força secreta o atrai; vê, reconhece o que já viu. Desvairado, lança-se no espaço onde gostaria de se esconder. Não há mais refúgio! Não há mais repouso! Outros Espíritos lhe devolvem o mal que fez, e, castigado, escarnecido, confuso por sua vez, ele vagueia, e vagueará até que a divina luz deslize por seu endurecimento e o ilumine, para lhe mostrar o Deus vingador, o Deus triunfante de todo mal, que ele não poderá apaziguar senão à custa de gemidos e de expiações. GEORGES.
Observação: Jamais quadro mais eloquente, mais terrível e mais verdadeiro foi traçado do destino do malvado; então, é ainda necessário recorrer à fantasmagoria das chamas e das torturas físicas



Novel (O Espírito dirige-se ao médium, que o conhecera durante a vida.)



Vou te contar o que sofri quando morri. Meu Espírito, retido no meu corpo por laços materiais, teve muita dificuldade para se separar dele, o que foi uma primeira e rude angústia. A vida que eu deixara aos vinte e quatro anos estava ainda tão forte em mim que não acreditava na sua perda. Procurava meu corpo, e estava espantado e assustado por me ver perdido no meio daquela multidão de sombras. Enfim, a consciência de meu estado, e a revelação das faltas que cometera em todas as minhas encarnações, me atingiram de repente; uma luz implacável iluminou os mais secretos recônditos da minha alma, que se sentiu nua, e depois tomada de uma vergonha esmagadora. Eu procurava escapar-lhe interessando-me pelos objetos novos, e no entanto conhecidos, que me rodeavam; os Espíritos radiosos, flutuando no éter, me davam a ideia de uma felicidade à qual eu não podia aspirar; formas sombrias e desoladas, mergulhadas umas num melancólico desespero, outras irônicas ou furiosas, deslizavam à minha volta e na terra à qual eu permanecia preso. Eu via agitarem-se os humanos cuja ignorância invejava; toda uma ordem de sensações desconhecidas, ou reencontradas, me invadiu ao mesmo tempo. Arrastado por uma força irresistível, procurando fugir dessa dor encarniçada, eu ultrapassava as distâncias, os elementos, os obstáculos materiais, sem que as belezas da natureza nem os esplendores celestes pudessem acalmar por um instante o dilaceramento da minha consciência, nem o pavor que me causava a revelação da eternidade. Um mortal pode pressentir as torturas materiais pelos estremecimentos da carne, mas vossas frágeis dores, abrandadas pela esperança, temperadas pelas distrações, mortas pelo esquecimento, jamais poderão fazer-vos compreender as angústias de uma alma que sofre sem trégua, sem esperança, sem arrependimento. Passei um tempo cuja duração não posso apreciar, invejando os eleitos cujo esplendor entrevia, detestando os maus Espíritos que me perseguiam com suas zombarias, desprezando os humanos cujas infâmias eu via, passando de uma profunda prostração a uma revolta insensata.


Por fim tu me chamaste, e pela primeira vez um sentimento doce e terno me apaziguou; escutei os ensinamentos que teus guias te dão; a verdade penetrou-me, rezei: Deus me ouviu; ele se revelou a mim por sua clemência, como se revelara por sua justiça.
NOVEL.



Auguste Michel (Havre, março de 1863.)



Era um moço rico, estroina, gozando à larga e exclusivamente da vida material. Embora inteligente, a despreocupação com as coisas sérias constituía o fundo de seu caráter. Sem maldade, mais bom do que mau, era amado por seus companheiros de prazer, e procurado na alta sociedade por suas qualidades de homem mundano; sem ter feito mal, não fizera bem. Morreu de uma queda de carro num passeio. Evocado alguns dias após a morte por um médium que o conhecia indiretamente, deu sucessivamente as comunicações seguintes:


8 de março de 1863. – Mal estou desprendido de meu corpo; assim posso falar-vos com dificuldade. A terrível queda que fez morrer meu corpo põe meu Espírito numa grande perturbação. Estou inquieto com o que vou ser, e esta incerteza é cruel. O horrendo sofrimento que meu corpo experimentou não é nada comparado à perturbação em que me encontro. Rezai para que Deus me perdoe. Oh! que dor! Oh! graças, meu Deus! que dor! Adeus.


18 de março. – Já vim a vós, mas só pude falar-vos com muita dificuldade. Ainda neste momento posso a custo me comunicar convosco. Sois o único médium a quem posso pedir preces para que a bondade de Deus me faça sair da perturbação em que estou. Por que sofrer ainda quando meu corpo não sofre mais? Por que esta dor horrenda, esta terrível angústia ainda existe? Rezai, oh! rezai para que Deus me conceda o repouso... Oh! que cruel incerteza! Ainda estou preso ao meu corpo. Não posso senão dificilmente ver onde posso estar; meu corpo está ali, e por que eu ainda estou ali? Vinde orar sobre ele para que eu seja solto desta opressão cruel. Deus aceitará, espero, me perdoar. Vejo os Espíritos que estão perto de vós, e por eles posso falar-vos. Rezai por mim.


6 de abril. – Sou eu que venho pedir-vos para orar por mim. Era preciso vir ao lugar onde meu corpo jaz, rezar ao Onipotente para acalmar meus sofrimentos. Sofro! Oh! sofro! Ide a esse lugar; é preciso, e dirigi ao Senhor uma prece para que ele me dê o perdão. Vejo que poderei ficar mais tranquilo, mas volto sem cessar ao lugar onde depositaram o que fui eu.


Observação: Como o médium não se dera conta da insistência do Espírito que lhe solicitara ir rezar sobre o seu túmulo, negligenciara fazê-lo. Todavia foi lá mais tarde, e recebeu ali a comunicação seguinte:


11 de maio. – Eu vos aguardava. Esperava o momento em que viríeis ao lugar onde meu Espírito parece pregado ao seu envoltório, implorar ao Deus de misericórdia que sua bondade acalme meus sofrimentos. Podeis fazer-me bem por vossas preces; não vos retardeis, suplico-vos. Vejo quanto a minha vida foi oposta ao que devia ser; vejo as faltas que cometi. Fui um ser inútil no mundo; não fiz nenhum bom emprego de minhas faculdades; minha fortuna não serviu senão para satisfazer minhas paixões, meus gostos de luxo e minha vaidade; pensei apenas nos gozos do corpo e não em minha alma. Descerá a misericórdia de Deus sobre mim, pobre Espírito que sofre ainda pelas minhas faltas terrestres? Orai para que ele me perdoe, e que eu seja libertado das dores que ainda sinto. Agradeço-vos por terdes vindo orar por mim.


8 de junho. – Posso falar-vos, e agradeço a Deus por me haver permitido. Vi minhas faltas, e espero que Deus me perdoe. Segui sempre vossa vida segundo a crença que vos anima, pois ela vos reserva para mais tarde um repouso que eu ainda não tenho. Obrigado por vossas preces. Adeus.


Observação: A insistência do Espírito para que se fosse orar sobre o seu túmulo é uma particularidade notável, mas que tem sua razão de ser se se considerar quão tenazes eram os laços que o retinham ao corpo, e quão longa e difícil era a separação, em consequência da materialidade de sua existência. Compreende-se que se aproximando do corpo, a prece podia exercer uma espécie de ação magnética mais poderosa para ajudar no desprendimento. O uso quase generalizado de orar junto aos corpos dos falecidos não viria da intuição inconsciente que se tem desse efeito? A eficácia da prece, nesse caso, teria um resultado simultaneamente moral e material.



Arrependimento de um dissoluto



30 de julho. – Sou presentemente menos desgraçado, pois não sinto mais a cadeia que me prendia ao meu corpo; estou enfim livre, mas não realizei a expiação; devo reparar o tempo perdido, se não quiser ver prolongar meus sofrimentos. Deus, assim o espero, verá meu arrependimento sincero e me concederá seu perdão. Orai ainda por mim, suplico-vos.
Homens, meus irmãos, vivi só para mim; hoje expio isso e sofro! Que Deus vos conceda a graça de evitar os espinhos em que me dilacero. Caminhai pela estrada larga do Senhor e orai por mim, pois abusei dos bens que Deus empresta a suas criaturas!


Aquele que sacrifica aos instintos brutais a inteligência e os bons sentimentos que Deus pôs nele, assemelha-se ao animal que ele muitas vezes maltrata. O homem deve servir-se com sobriedade dos bens de que é depositário; deve habituar-se a viver apenas em vista da eternidade que o aguarda, e, por conseguinte, desprender-se dos gozos materiais. Sua alimentação não deve ter outro objetivo senão sua vitalidade; seu luxo deve se subordinar às necessidades estritas de sua posição; seus gostos, mesmo suas inclinações naturais devem ser regidos pela mais forte razão, sem o quê ele se materializa em vez de se purificar. As paixões humanas são um laço estreito que penetra nas carnes: não o aperteis, pois. Vivei, mas não sede estroinas. Não sabeis o que isso custa quando se retorna à pátria! As paixões terrestres vos despojam antes de vos deixarem, e chegais ao Senhor nus, inteiramente nus. Ah! Cobri-vos de boas obras; elas vos ajudarão a transpor o espaço que vos separa da eternidade. Manto brilhante, elas ocultarão vossas torpezas humanas. Envolvei-vos em caridade e amor, vestes divinas que nada retira.
Instrução do guia do médium. – Este Espírito está no bom caminho, visto que ao arrependimento acrescenta conselhos para alertar contra os perigos da estrada que ele seguiu. Reconhecer seus erros é já um mérito, e um passo dado rumo ao bem; é por isso que sua situação, sem ser bem-aventurada, não é mais a de um Espírito sofredor. Ele se arrepende; resta-lhe a reparação que cumprirá numa outra existência de provas. Mas antes de isso ocorrer, sabeis qual é a situação desses homens de vida puramente sensual que não deram a seu espírito outra atividade senão a de inventar incessantemente novos gozos? A influência da matéria segue-os além-túmulo, e a morte não põe um fim a seus apetites que sua visão, tão limitada quanto na terra, procura em vão meios de satisfazer. Não tendo jamais procurado o alimento espiritual, sua alma vagueia no vazio, sem objetivo, sem esperança, presa da ansiedade do homem que não tem diante de si senão a perspectiva de um deserto sem limites. A nulidade de suas ocupações intelectuais, durante a vida do corpo, traz naturalmente a nulidade do trabalho do Espírito após a morte; não podendo mais satisfazer o corpo, não lhes resta nada para satisfazer o Espírito; daí um tédio mortal cujo fim não preveem, e ao qual prefeririam o nada; mas o nada não existe; eles puderam matar o corpo, mas não podem matar o Espírito; portanto, é preciso que vivam nessas torturas morais até que, vencidos pela lassidão, decidam lançar um olhar para Deus.



Lisbeth (Bordeaux, 13 de fevereiro de 1862.)



Um Espírito sofredor se inscreve com o nome de Lisbeth.


1. Quereis dar-me alguns detalhes sobre vossa posição e a causa de vossos sofrimentos? – R. Sê humilde de coração, submissa à vontade de Deus, paciente nas provações, caridosa para com o pobre, encorajadora para com o fraco, quente de coração para com todos os sofrimentos, e não sofrerás as torturas que aguento.


2. Se as faltas opostas às qualidades que assinalais vos arrastaram, pareceis lamentá-las. Vosso arrependimento deve aliviar-vos? – R. Não; o arrependimento é estéril quando não é senão a consequência do sofrimento. O arrependimento produtivo é aquele que tem por base o pesar de ter ofendido Deus, e o ardente desejo de reparar. Ainda não cheguei lá, infelizmente. Recomendai-me às preces de todos os que se dedicam aos sofrimentos; preciso delas.


Observação: Isso é uma grande verdade; o sofrimento arranca por vezes um grito de arrependimento, mas que não é a expressão sincera do pesar de ter feito mal, pois se o Espírito não sofresse mais, estaria pronto para recomeçar. Eis porque o arrependimento nem sempre traz a libertação imediata do Espírito; dispõe a ela, eis tudo; mas é-lhe preciso provar a sinceridade e a solidez de suas resoluções por novas provas que são a reparação do mal que cometeu. Se se meditar cuidadosamente sobre os exemplos que citamos, encontrar-se-ão nas palavras, mesmo dos Espíritos mais inferiores, graves assuntos de instrução, porque elas nos iniciam nos detalhes mais íntimos da vida espiritual. Enquanto o homem superficial verá nestes exemplos apenas relatos mais ou menos pitorescos, o homem sério e circunspecto encontrará aí uma fonte abundante de estudos.


3. Farei o que desejais. Quereis dar-me alguns detalhes sobre vossa última existência? Pode resultar daí um ensinamento útil para nós, e tornareis assim produtivo vosso arrependimento. (O Espírito mostra uma grande indecisão em responder a esta pergunta e a algumas das seguintes.)


R. Nasci numa condição elevada. Tinha tudo aquilo que os homens consideram como a fonte da felicidade. Rica, fui egoísta; bela, fui sedutora, indiferente e dissimulada; nobre, fui ambiciosa. Humilhei com meu poder aqueles que não se prosternavam suficientemente diante de mim, e humilhava ainda aqueles que se achavam sob meus pés, sem pensar que a cólera do Senhor humilha também, cedo ou tarde, as frontes mais elevadas.


4. Em que época vivíeis?


 – R. Há cento e cinquenta anos, na Prússia.


5. Desde aquele tempo não fizestes nenhum progresso como Espírito? – R. Não; a matéria se revoltava sempre. Não podes compreender a influência que ela exerce ainda apesar da separação do corpo e do Espírito. O orgulho, vê tu, vos enlaça em cadeias de bronze cujos anéis se apertam cada vez mais em torno do miserável que lhe abandona seu coração. O orgulho! essa hidra de cem cabeças sempre a renascer, que sabe modular seus assobios envenenados de tal modo que são tomados por uma música celeste! O orgulho! esse demônio múltiplo que se sujeita a todas as aberrações de vosso Espírito, que se esconde nos recônditos de vosso coração, penetra em vossas veias, vos envolve, vos absorve e vos arrasta para as trevas do martírio eterno!... sim, eterno!


Observação: O Espírito diz que não fez nenhum progresso, talvez porque sua situação continua penosa; mas a maneira pela qual descreve o orgulho e deplora suas consequências é incontestavelmente um progresso; pois seguramente, nem enquanto vivia, nem pouco depois de sua morte, poderia ter raciocinado assim. Compreende o mal, e já é alguma coisa; a coragem e a vontade de evitá-lo lhe virão em seguida.


6. Deus é demasiado bom para condenar suas criaturas a penas eternas; esperai em sua misericórdia. – R. Pode haver um termo para isso; dizem-no, mas onde? Procuro-o há muito tempo e não vejo senão sofrimento sempre! sempre! sempre!


7. Como viestes aqui hoje? – R. Um Espírito que me segue com frequência me conduziu aqui. – Há quanto tempo vedes esse Espírito? – R. Não há muito tempo. – E há quanto tempo vos dais conta das faltas que cometestes? – R. (Após uma longa reflexão.) Sim, tens razão; foi quando o vi.


8. Não compreendeis agora a relação que existe entre vosso arrependimento e a ajuda visível que vos presta vosso Espírito protetor? Vede como origem desse apoio o amor de Deus, e como objetivo seu perdão e sua misericórdia infinita. – R. Oh! como eu gostaria! – Creio poder vos prometer pelo nome sagrado daquele que nunca permaneceu surdo à voz de seus filhos em perigo. Chamai-o do fundo de vosso arrependimento, ele vos ouvirá. – R. Não posso; tenho medo.


9. Oremos juntos, ele nos ouvirá. (Após a prece.) Ainda estais aqui? – R. Sim, obrigada! Não me esqueças.


10. Vinde aqui inscrever-vos todos os dias. – R. Sim, sim, voltarei sempre. O guia do médium. – Não esqueças nunca os ensinamentos que tiras dos sofrimentos de teus protegidos, e, sobretudo, das causas desses sofrimentos; que elas vos sirvam a todos de ensinamento para vos preservar dos mesmos perigos e dos mesmos castigos. Purificai vossos corações, sede humildes, amai-vos, ajudai-vos, e que vosso coração reconhecido jamais esqueça a fonte de todas as graças, fonte inesgotável na qual cada um de vós pode beber com abundância; nascente que mata a sede e nutre ao mesmo tempo; fonte de vida e de felicidade eternas. Ide, meus bem-amados; bebei com fé; jogai vossas redes, e elas sairão dessas ondas carregadas de bênçãos; comunicai-o a vossos irmãos avisando-os dos perigos que podem encontrar. Espalhai as bênçãos do Senhor; elas renascem sem cessar; quanto mais as derramardes à vossa volta, mais elas se multiplicarão. Vós as tendes em vossas mãos, pois ao dizer a vossos irmãos: ali estão os perigos, ali estão os obstáculos; segui-nos para evitá-los; imitai-nos, a nós que damos o exemplo, vós espalhais as bênçãos do Senhor sobre aqueles que vos escutam.

Benditos sejam vossos esforços, meus bem-amados. O Senhor ama os corações puros; merecei o seu amor. SÃO PAULINO.



Allan Kardec, codificou, estudou, filtou as informações, até hoje as obras básicas, servem de norte para sabermos, o que fazer em vida, e como caminhar, como espíritos após a morte física.

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