sábado, 15 de março de 2014

PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES - POR JULIO FLÁVIO ROSOLEN


Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes esta parábola: Quando fores por alguém convidado para um casamento, não te sentes no primeiro lugar; para não suceder que seja por ele convidada uma pessoa mais considerada do que tu e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então irás envergonhado ocupar o último lugar. Pelo contrário, quando fores convidado vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima; então isto será para ti uma honra diante de todos os mais convivas. Pois todo o que se exalta será humilhado; mas todo o que se humilha, será exaltado.”(Lucas, Cap. XIV, vv. 7-11)

INTERPRETAÇÃO

Que o sublime Rabi da Galiléia ilumine a todos vós, trazendo-vos a paz!
É sempre com alegria no coração que falo do sublime Rabi a todos aqueles que, ansiosos, aguardam esta viagem ao passado, trazendo como novas as palavras do Mestre dos mestres.
Como sempre, o Senhor se aproveita das pequenas coisas para dar o ensinamento que servisse, não só aos homens daquela época, como também aos das gerações vindouras.



Naquele dia, acabavam de sair de uma ceia em que o Mestre e seus discípulos haviam sido convidados.




Como sempre acontecia, a população do lugar, como dos arrabaldes, ao saberem a casa em que Jesus iria pousar, para lá acorriam; alguns com fé nos corações, outros, por mera curiosidade.
Aconteceu que, na hora de ser servida a ceia, que constava de bolinhos de mel, bolinhos de trigo, vinhos deliciosos, manjares e tudo o mais que aguçava o apetite, para surpresa do dono da casa, muitos que não eram convidados ali estavam sentados, esperando ansiosos pelos petiscos.



Ele não sabia o que fazer, porque contava com um número reduzido de convidados e ali estavam muito mais.
Olhava aflito para o Mestre, mas o Senhor, como o olhar sereno, tranquilizou-o e, aproveitando-se do momento em que criaturas disputavam estar ao seu lado, contou-lhes, então, esta parábola.
Podemos dizer que muitos aprenderam a lição e saíram dali meditando seriamente no que Ele havia dito.





Estas palavras também vieram como um hino de paz, como um incentivo àqueles que na vida terrena são desprezados, vivendo entre os seus irmãos como um pária, alijados, perambulando em busca de uma palavra, em busca de um consolo, de braços carinhosos que os ajudem, de mãos dadivosas que os amparem.
Veio Jesus tranquilizar a todos os sofredores, fazendo-lhes ver que na Terra tudo é passageiro.
Devemos aproveitar bem esses momentos preciosos, tirando da vida o que de melhor podemos ter.
O meigo Rabi sabia, ele sentia, que a humanidade longe estava de poder gozar da verdadeira felicidade.


Aqueles espíritos eram jovens ainda na experiência, iniciantes na vida espiritual. Eram fracos para poderem dominar as suas próprias paixões e como assim os reconhecesse, sentia necessidade de falar-lhes aos corações, incentivando-os para a vida futura, prometendo-lhes um amanhã cheio de paz, amor e felicidade.
Embora possais dizer que não existe felicidade terrena, nós podemos asseverar que, para um espírito bem formado, para aquele que consegue levar a um bom termo a sua missão, são dias de verdadeira glória, de verdadeira felicidade, poder no mundo espiritual recordar, lembrando que deixou atrás de si um exemplo a ser seguido.
O Mestre sentiu esta felicidade.




Nenhum dia, nenhum minuto Ele se arrependeu de à Terra ter vindo! O seu amor era tão imenso, a sua fé no Pai era tão intensa que ele não sentia os espinhos, as pedradas; compreendia que eles assim agiam porque não sabiam o que estavam fazendo.
Portanto, diletos irmãos, não vos importeis de ser os primeiros colocados. Procurai, sim, sentir a consciência sempre tranquila do dever cumprido e, encobertos pela humildade, aguardai a chamada do Pai Eterno, procurando sempre estar sempre apto para o Seu convite.
Quanto aos homens, aos lugares de destaque terrenos, não vos preocupeis por alcançá-los, mas se para eles fordes chamados, procurai fazer jus a este lugar, procurando desempenhar as vossas funções de maneira a vos sentirdes sempre abençoados pelo Mestre, lembrando-vos de que, se fostes chamados, é porque necessitais de dar uma prova de tolerância, de compreensão, àqueles que vos rodeiam.
Se, ao contrário, por mais que vos esforçardes, viveis sempre esquecidos, nos últimos lugares, regozijai-vos também com o Pai, porque Ele deseja de vós uma prova de paciência, de tolerância, de convicção dos deveres e da fé.






Irmãos queridos, nós, no mundo espiritual, vemos a cada passo a vossa intranquilidade, a correria com que os homens vivem os seus dias, procurando desmerecer dos companheiros para tomar-lhes os lugares.
Lembrai-vos desta parábola para que mais tarde não vos arrependais, não choreis, pedindo ao Senhor que renove para vós, outras oportunidades de reencarnação.


O amor e a humildade seguem sempre juntos e se sentirdes essas sementes maravilhosas dentro de vós, procurai tratá-las com carinho para que, com esforço próprio e com boa vontade, possais merecer um lugar na seara de Deus, trabalhando em benefício dos que sofrem, espalhando através de palavras amigas, de pensamentos sadios, as bênçãos do Mestre e, assim, passo a passo, minuto a minuto, estareis trabalhando por vossa própria felicidade.
Que o Senhor vos abençoe para todo o sempre!


(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 113-116).






JULIO FLÁVIO ROSOLEN é Espírita, divulgador e pesquisador da doutrina espírita baseado na codificação de Allan Kardec, é casado com a Professora Jussara Rosolen(foto) e  participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho (SECCA), em Piracicaba, Estado de São Paulo, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros e colabora com o nosso Blog 






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