Desperta, tu que dormes! Levanta-te
dentre os mortos, e Cristo te iluminará! Andai prudentemente, não como néscios,
mas como sábios, usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus. Não
sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.
Estas
vigorosas afirmativas são do Apóstolo Paulo (Efésios 5:14-17), que despertou
para a fé no glorioso encontro com Jesus, às portas de Damasco, tornando-se o
grande bandeirante do Evangelho.
Ele foi o cristão
mais acordado de seu tempo. Tinha plena consciência do que o Evangelho
representa. Via nos ensinamentos de Jesus não um simples desdobramento dos
princípios judeus, de valor temporal e restrito, mas uma revelação divina que
se destinava a todos os povos e todos os tempos.
Sua exortação
merece reflexão.
Segundo a
Doutrina Espírita, há um objetivo básico para a existência humana. Estamos
aqui, fundamentalmente, para evoluir. Cumpre-nos desenvolver as potencialidades
criadoras e as virtudes embrionárias que caracterizam nossa filiação divina.
Quem não está
consciente disso dorme o sono da indiferença, embalado nos devaneios sugeridos
por vícios, paixões, interesses e ambições que caracterizam o homem comum,
mesmo quando se julgue desperto e muito esperto.
Uma boa
iniciativa para o final do ano seria perguntarmos a nós mesmos, lembrando o
apóstolo: – Estou acordado? Tenho consciência do que faço na Terra e do que me
compete realizar?
Isso
é fundamental. Caso contrário vamos incorrer nos mesmos enganos, cometer os
mesmos erros; entrar pelos mesmos desvios, sem perceber por onde andamos e o
que nos compete fazer.
Não quero,
porém, cansar sua beleza, amigo
leitor, com lucubrações sobre a necessidade de aproveitar o tempo, já que seu
momento presente certamente está tomado pela celebração esperançosa do ano de 2014.
Deixo para sua
apreciação apenas uma oração de sábia madre superiora.
Suas
ponderações nos servem a todos, jovens que iniciam a jornada humana, idosos que
oportunamente seremos convocados para o Além. Representam uma obra prima de bom
humor e perfeita compreensão do que lhe competia fazer para vivenciar o
Evangelho
Senhor, Vós sabeis melhor do que eu que
estou envelhecendo e um dia ficarei velha.
Não permitais que eu me
torne tagarela e, principalmente, que adquira o hábito fatal de pensar que devo
dizer alguma coisa sobre todos os assuntos, em todas as ocasiões.
Livrai-me de querer, a
todo momento, resolver os problemas de toda gente.
Conservai minha mente
livre da enumeração de intermináveis pormenores: dai-me asas para ir
diretamente ao assunto.
Imploro a delicadeza
suficiente para ouvir as narrativas dos males alheios. Ajudai-me a suportá-los
com paciência.
Mas selai meus lábios
quanto a meus próprios achaques e dores. Eles estão aumentando, Senhor, com o
peso dos anos.
Ensinai-me a maravilhosa
lição de que às vezes pode ser que eu esteja errada.
Conservai-me
razoavelmente meiga; não quero ser uma santa – algumas são tão difíceis de
suportar! – mas uma velha amargurada, Senhor, é uma das obras-primas do diabo.
Fazei-me ponderada, mas
não carrancuda.
Prestativa, mas não
mandona.
Com todas as minhas
vastas reservas de sabedoria, será uma pena não usar todas.
Mas Vós sabeis, Senhor,
que no fim quero ter alguns amigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário