“Só peru morre na véspera!” − diz o
adágio popular, referência ao fato de
que ninguém falece antes que chegue seu dia.
Ocorre o contrário. Poucos cumprem
integralmente o tempo que lhes foi concedido. Com raras exceções, o ser humano
atravessa a existência pressionando a máquina física, a comprometer sua
estabilidade.
Destruímos o corpo de fora para dentro
com os vícios, a intemperança, a indisciplina... O álcool, o fumo, o tóxico, os
excessos alimentares, tanto quanto a ausência de exercícios, de cuidados de
higiene e de repouso adequado minam a resistência orgânica ao longo dos anos,
abreviando a existência.
Destruímos o corpo de dentro para fora
com o cultivo de pensamentos negativos, ideias infelizes, sentimentos maus – ciúme,
inveja, pessimismo, ódio, rancor, revolta... Há indivíduos tão habituados a
reagir com irritação e agressividade, sempre que contrariados, que um dia
“implodem” o coração em enfarte fulminante. Outros “afogam” o sistema
imunológico num dilúvio de mágoas e ressentimentos, depressões e angústias,
favorecendo a evolução de tumores cancerígenos.
Tais circunstâncias fatalmente
implicarão em problemas de adaptação, como ocorre com os suicidas. Embora a
situação dos que desencarnam prematuramente em virtude de intemperança mental e
física, seja menos constrangedora, já que não pretendiam a morte, ainda assim
responderão pelos prejuízos causados à máquina física, que repercutirão no
perispírito, impondo-lhes penosas impressões.
Como sempre, tais desajustes
refletir-se-ão no novo corpo, quando tornarem à experiência reencarnatória,
originando deficiências e males variados que atuarão por indispensáveis
recursos de reajuste.
Não somos proprietários de nosso corpo.
Usamo-lo em caráter precário, como alguém que alugasse um automóvel para longa
viagem. Há um programa a ser observado, incluindo roteiro, percurso, duração,
manutenção. Se abusamos dele, acelerando-o com indisciplinas e tensões,
envenenando-o com vícios, esquecendo os lubrificantes do otimismo e do bom
ânimo, fatalmente ver-nos-emos às voltas com graves problemas mecânicos. Além
de interromper a viagem, prejudicando o que fora planejado, seremos chamados a
prestar contas dos danos provocados num veículo que não é nosso.
No futuro, em nova “viagem”,
provavelmente teremos um “calhambeque” com limitações variadas, a exigir maior
soma de cuidados, impondo-nos benéficas disciplinas.
Richard Simonetti, 81, escritor, espírita, palestrante, dirigente, é um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil, fez milhares de palestras fora do Brasil sobre o tema, tem páginas no You Tube, Internet em seus sites, e página no Facebook, é colaborador deste blog semanalmente.
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