Perguntaram a Mahatma Gandhi o que achava da civilização ocidental:
– Acho que seria uma boa ideia.
Bem-humorado e perfeito o pensamento do grande líder espiritual.
Para entender o alcance de suas palavras, consideremos civilização, em sua expressão mais simples, como sinônimo de uma coletividade orientada por organização social adequada, leis justas e igualitárias que promovam o bem-estar da população.
Oportuno lembrar, a propósito, que todos os homens têm direito à vida, à liberdade e à felicidade, como sugere a proclamação da independência dos Estados Unidos da América.
A população, por sua vez, numa civilização, exercita a cortesia, o respeito às normas e ao próximo, guardando fidelidade à própria consciência.
Dá para perceber por que Gandhi fala de uma boa ideia, dando a entender que não temos uma civilização em toda sua abrangência, já que esses princípios estão longe de serem observados em qualquer país do Ocidente.
Na verdade, caro leitor, não são observados em plenitude em nenhum país deste nosso Mundo de Expiação e Provas, orientado pelo egoísmo.
Na questão 793, de O Livro dos Espíritos, interroga Kardec:
Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?
Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque fizestes grandes descobertas e invenções maravilhosas; porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens. Contudo, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que só percorreram a primeira fase da civilização.
Perfeito!
Temos os esclarecimentos necessários para compor uma civilização, mas entre o saber e o fazer interpõe-se o velho egoísmo humano, que usa o saber em proveito próprio, comprometendo o fazer.
Entendo que o trânsito para uma verdadeira civilização implica admitir o saber como indeclinável convocação para o fazer.
O problema está em definir bem o saber, porquanto muita gente pensa saber tudo e não sabe nada, enfeitando-se de cultura, aprendendo muito sobre os mais variados assuntos, mas permanecendo ignorante no assunto fundamental – a Vida.
Enquanto não entendermos o que é a Vida, de onde viemos, por que estamos na Terra, para onde vamos, patinaremos em termos de saber.
Estaremos apenas a incensar o egoísmo com a pretensão de que somos melhores do que o próximo, sem noção sequer de por que existimos.
Richard Simonetti, aos 79 anos, é um dos palestrantes mais requisitados do País, escritor, sempre disse que seus livros são seus, nunca psicografados, pratica a doutrina dentro do preceito de Allan Kardec, pesquisador e divulgador, o autor e espírita está no FAcebook como Richard Simonetti, colabora semanalmente com nosso blog, e recebe e-mails pelo richardsimonetti@uol.com.br
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