terça-feira, 28 de maio de 2013

PARÁBOLA DOS TALENTOS – DAS DEZ MINAS E DO SERVO INÚTIL




Porque é assim como um homem que, tendo de para longe, chamou seus servos e lhes entregou os bens que possuía -15 -A um, deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, de acordo com a capacidade de cada um e partiu sem mais demora.-16 -Foi-se o que recebera cinco talentos; entrou a negociar com eles e ganhou cinco outros. –17 -O que recebera dois ganhou, do mesmo modo, outros tantos. – 19 - Mas o que recebera um, cavou um buraco na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo. -19 -Passado longo tempo, o amo daqueles servidores voltou e os chamou a contas. -20-Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que ganhei. -21-Respondeu-lhe o amo: Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. -22-O que recebera dois talentos apresentou-se a seu turno e lhe disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. -23-O amo lhe respondeu: Bom e fiel servidor; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. -24- Veio em seguida o que recebeu apenas um talento e disse: Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste; -25-por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra; aqui o tens: restituo o que te pertence. -26-O homem, porém, lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso; se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, -27-devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence.-28 -Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos;-29 -porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens; quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter;-30- e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes. (MATEUS, cap. XXV, vv. 14 - 30)


11 Estando eles a ouvi-lo, Jesus passou a contar-lhes uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato. 12 Ele disse: “Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar. 13 Então, chamou dez dos seus servos e lhes deu dez minas(*). Disse ele: ‘Façam esse dinheiro render até a minha volta’. 14 “Mas os seus súditos o odiavam e por isso enviaram uma delegação para lhe dizer: ‘Não queremos que este homem seja nosso rei’.15 “Contudo, ele foi feito rei e voltou. Então mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinham lucrado.16 “O primeiro veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu outras dez’.17 “‘Muito bem, meu bom servo!’, respondeu o seu senhor. ‘Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades.’18 “O segundo veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco vezes mais’.19 “O seu senhor respondeu: ‘Também você, encarregue-se de cinco cidades’.20 “Então veio outro servo e disse: ‘Senhor, aqui está a tua mina; eu a conservei guardada num pedaço de pano. 21 Tive medo, porque és um homem severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste’.22 “O seu senhor respondeu: ‘Eu o julgarei pelas suas próprias palavras, servo mau! Você sabia que sou homem severo, que tiro o que não pus e colho o que não semeei. 23 Então, por que não confiou o meu dinheiro ao banco? Assim, quando eu voltasse o receberia com os juros’.24 “E disse aos que estavam ali: Tomem dele a sua mina e dêem-na ao que tem dez.25 “Senhor, disseram, ele já tem dez! 26 “Ele respondeu: ‘Eu lhes digo que a quem tem, mais será dado, mas a quem não tem, até o que tiver lhe será tirado. 27 E aqueles inimigos meus, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam-nos aqui e matem-nos na minha frente!” (LUCAS, XIX, vv. 11-27)
(*) Isto é, cerca de 1/2 quilo de prata, ou seja, o salário de 3 meses de um trabalhador braçal.
INTERPRETAÇÃO
Que o sublime Rabi vos ilumine para todo o sempre.
Queridos irmãos, queridas irmãs! Pelas graças de Deus aqui estamos nós, para o estudo e a interpretação das divinas parábolas do Mestre Nazareno.
Como sabeis, naqueles dias, as criaturas viviam o momento presente. Confiavam num Deus, mas, em primeiro lugar, estavam suas obrigações cotidianas. A vida espiritual era relegada a um segundo plano.


Compreendendo e analisando a alma dos seus filhos tão amados, Jesus aproveitou-se de elementos materiais para que eles melhor compreendessem o valor das virtudes espirituais.
Como sabemos, todos, sem exceção, ao ingressarmos no corpo físico, recebemos os talentos da graça de Deus, talentos esses oriundos da fonte viva do amor de Deus. São os ensinamentos básicos que devemos trazer à Terra para ampliá-los e desenvolvê-los.


Está latente dentro de nós; até a criança, ao vir ao mundo, conhece o que lhe serve e o que deve ser rejeitado.
Não é necessário ninguém ensiná-la a sugar o seio materno, porque ela sabe que dali depende a essência da vida. Crescendo, ela começa a descortinar o bem do mal, o que deve ser feito e o que deve ser rejeitado.
Esses sentimentos se ampliam e temos dentro de nós as virtudes com que contamos para nos proteger dos perigos, na vida material.


Na estrada da vida, aparecem as tentações; surgem os obstáculos e teremos de apelar para esses dons com que o Pai nos brindou para atravessá-los sem medo; com destemor; mas aqueles que não desenvolveram esses talentos, os que os trocaram pelos vícios, pelos erros, pelas maldades, quando visitados pela dor, ficam atordoados, sem saber a quem recorrer, para quem apelar.
Essa parábola, meus amigos, minhas amigas, é muito clara.
Ela nos faz ter o senso de responsabilidade.


O que nós recebemos, as oportunidades de à Terra reingressarmos, como acabaste de ver, pela lei da reencarnação, requer do espírito reencarnado uma grande dose de força de vontade, de persistência e de fé.
Poucos param para pensar na maravilha processada numa reencarnação.
Eles nem podem imaginar o cuidado, com que tudo é preparado na escolha dos futuros pais; o cuidado na formação do feto; os estudos das vidas pretéritas desse espírito; a sua união com aqueles com que possui dívidas ou a quem é ligado por grandes afeições.
Nada passa despercebido e, de acordo com a missão escolhida ou imposta ao espírito, ele receberá os dons para bem cumpri-la.


Esses talentos, meus irmãos, minhas irmãs, representados por virtudes, são como plantinhas delicadas, pequeninas, que deveis regar com o vosso amor e o vosso carinho, vigiando para que nenhum inseto, nenhuma praga as devaste.


Por quê? Porque o Senhor deseja o engrandecimento de seus filhos e sente-se feliz quando, finda a missão e chamados à sua presença, eles desenvolvem os talentos multiplicados. Aqueles, porém, que os enterraram no egoísmo; aqueles que esqueceram que, para desenvolverem esses talentos é necessário aplica-los, não apenas com a sua pessoa, mas com os seus irmãos terrenos, para com outros entes, com outros temperamentos, poder controlar os seus ímpetos, as suas palavras; dominar os seus pensamentos; demonstrar possuir tolerância e, sobretudo, perdoar para ser perdoado; deverão voltar ao ponto de partida quantas vezes se faça necessário, até dar do devido valor às bênçãos recebidas.


Vede, pois, meus irmãos! Deveis lamentar aqueles irmãozinhos que, avarentos estão dos seus talentos, julgando-se deles os únicos possuidor e, mais triste ainda, é aquele que, não sabendo desenvolver o que recebeu, tenta impedir que os seus irmãos o façam.


Deixam-se dominar pela inveja, sentem rancor, ira, daqueles que progridem e tudo fazem para impedir a ascensão daquela alma.
Esses, mais do que nunca, precisarão de preces, de orações, para que reflitam, olhem dentro de si mesmos e vejam quase aniquilados, os dons com que o Mestre lhes agraciou.
Felizes, pois, aqueles que desenvolvem os latentes talentos, as virtudes, zelando pela felicidade do seu irmão.
Elevemos os nossos pensamentos ao Mestre Divino, para que possamos ser fiéis depositários dos seus dons.
Que possamos desenvolvê-los, não somente para dar alegria ao Mestre, mas para glória dos nossos próprios espíritos que precisam trabalhar par aniquilar os pesados débitos contraídos.


Desdobrai os vossos talentos, cuidai deles, quais crianças fossem, para que cresçam, agigantem-se e possais devolvê-los triplicados, para que este mundo melhore, a paz se faça em todos os corações e os homens aprendam, realmente, a bem viver.
Graças a Deus!
Que o Senhor conduza os homens, hoje e sempre!
Graças a Deus!

(Extraída do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 72-76)

Julio Flávio Rosolen é Espírita, participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho, em Piracicaba, Estado de São Paulo, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros e colabora com o nosso Blog.


Nenhum comentário:

Postar um comentário