Alguns temas de natureza religiosa são tangenciais ao
Espiritismo e ao Movimento Espírita.
Um deles diz respeito às práticas religiosas ou liturgias.
Refletem o comportamento imposto ou recomendado pelas Igrejas a seus fiéis. E o
cumprimento ou a obediência às recomendações da religião são de caráter íntimo
e, em alguns casos, sob supervisão das estruturas religiosas.
O questionamento sobre o batismo é muito oportuno.
E é preciso distinguir ESPIRITISMO de práticas EM instituições
espíritas.
Você poderá, até, conhecer uma casa que tem a placa
"espírita" que faz batismo, casamento, etc. Não é a
"denominação" que será a IDENTIDADE do trabalho espírita.
O Espiritismo conforme codificou Kardec, NÃO POSSUI NENHUM
SACRAMENTO.
Ou seja, não se realizam atividades litúrgicas ou religiosas em instituições espíritas, porque elas fazem parte da conformação religiosa das igrejas.
Voltando a Jesus de Nazaré, o Batismo de João Batista NÃO
ERA UMA PRÁTICA DA IGREJA JUDAICA. João, o primo de Jesus, resolveu iniciar
este procedimento com a simbologia de que, após mergulhada no rio, a pessoa
iniciaria uma "nova vida". Ou, pelo menos, saía da
"cerimônia" com a intenção de SER MELHOR. Jesus, ouvindo falar da
prática, entendeu importante se submeter a ela.
Se isto realmente aconteceu da forma como chegou aos nossos
dias, não podemos atestar. Pois isto também passou a fazer parte das
"homilias" e das "escrituras" das Igrejas.
Na verdade, a "renovação", isto é, a mudança interior, o compromisso em SER MELHOR, não precisa de nenhuma formalidade nem prática exterior para "validá-lo".
Então, o que é o batismo, para as igrejas que o realizam? Um símbolo, não necessariamente de mudança, renovação ou transformação, mas um CULTO, uma prática de "libertação do pecado original". E "pecado original", na crença religiosa é responder por atos cometidos pelos homens do passado, como se o "crime" passasse de geração para geração. O "crime" seria, segundo a simbologia das religiões cristãs, o desrespeito de Adão e Eva às recomendações divinas. E toda a Humanidade (pela crença religiosa) estaria "marcada" com tal "pena" e se "libertaria" da mesma, com o ato formal, público, externo, de deixar-se batizar.
O Espiritismo - e os espíritas - respeitam a crença de quem
quer que seja. Tanto dos ocidentais quanto dos orientais e suas múltiplas
religiões, seitas e igrejas.
Mas, não se vincula a nenhuma destas práticas, justamente
porque ele, o Espiritismo, explica as diversas situações da vida sem o uso de
alegorias, misticismo, simbolismos e dogmas.
Pelo menos deveria ser assim. Embora o Movimento Espírita,
muitas vezes, acabe materializando todas essas práticas. Infelizmente!
Marcelo Henrique, é espírita, escritor, pesquisador, responde nas redes sociais pelo Espiritismo com Kardec, e colabora com este blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário