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A tarde caía. Jesus decidiu atravessar o lago de Genesaré com os discípulos. Buscando repousar, recostou-se na popa, enquanto o barco singrava as águas serenas do grande lago. Súbito, como ocorre com frequência naquela região, o vento soprou forte, levantando ondas ameaçadoras.
Jesus dormia tranquilo. Os discípulos, não. Estavam apreensivos. O barco jogava muito, parecia prestes a virar. À distância da praia, corriam sério risco! E porque a situação ficasse cada vez pior, trataram de acordar Jesus:
– Salva-nos, Senhor, que perecemos!
Fitando-os com a tranquilidade de sempre, ele respondeu:
– Por que temeis, homens de pouca fé?
Então ergueu-se, ordenou ao vento que parasse de soprar e ao mar que se acalmasse. Imediatamente a Natureza o atendeu. O vento fez-se brisa suave… As ondas reduziram-se a leves ondulações que beijavam a embarcação. Os discípulos ficaram pasmos.
– Quem é esse que até os ventos e o mar lhe obedecem?
O episódio no lago de Genesaré tem notável conteúdo simbólico. Podemos situar a jornada terrestre como longa viagem por mares ignotos. Às vezes, o oceano está belo e calmo. Seguimos saudáveis e bem dispostos… Finanças em ordem… Estabilidade no emprego… Família em paz… Sentimo-nos ajustados e felizes…
De repente, sopram os ventos, com ameaçadoras ondas. Uma doença inspira cuidados… Somos demitidos do emprego… Surge a crise familiar… Falece o ente querido…
Temos dificuldade para lidar com essas situações. Vai-se a coragem… Chega o pessimismo… Nasce o medo… Falece a esperança... Manifestam-se a perturbação, o desencanto, a revolta, a rebeldia... Em casos extremos, há quem resvale para o álcool, as drogas, o desatino, e até o suicídio, essa falsa porta de fuga que apenas nos precipita em sofrimentos mil vezes acentuados.
Por quê? Falta a fé. Podemos defini-la como a confiança plena em alguém ou em alguma coisa. É a bússola, a segurança, o apoio para todas as situações. Quem a conquistou nunca se perde nos balanços da Vida, quando sopra o vento da adversidade.
Geralmente nos enganamos a respeito da fé. Julgamos possuí-la. Nosso comportamento sugere o contrário. Longa estiagem atormentava a população, em lugarejo do Nordeste. Quando a situação se tornou intolerável, um grupo de fiéis procurou o padre, na igreja, propondo orações coletivas. O sacerdote perguntou-lhes:
– Vocês têm fé?
– Temos!
– Acreditam que Deus ouvirá nossas orações?
– Acreditamos!
– Guardam a convicção de que vai se derramar a chuva em breves momentos, torrencialmente?
– Sim, padre!
– Então, por que não trouxeram os guarda-chuvas?
O Evangelho de Mateus termina com a divina promessa (28:20): – Estarei convosco até a consumação dos séculos.
É preciso atentar a essas palavras. Jesus informa que permanecerá com seus seguidores para sempre. Beleza! A seu lado a jornada é mais fácil e segura. Com Jesus não há problema insolúvel, dificuldade insuperável, dor insuportável, desafio invencível… Com ele não nos assustam as tormentas da existência, nem nos amedrontam os ventos da adversidade.
Contar com Jesus é o nosso grande trunfo em todas as situações! Consideremos, porém, que o evangelista reporta-se aos seguidores de Jesus. Seguidor, como sabemos, é aquele que segue alguém, que lhe observa as orientações e imita os exemplos.
Segundo as recomendações de Jesus, devemos nos amar uns aos outros, renunciar aos interesses pessoais, perdoar as ofensas, eliminar os vícios, vencer a indiferença, superar o comodismo, dispondo-nos a consolar aflitos, medicar enfermos, alimentar famintos, confortar aflitos...
Se faz isso tudo, amigo leitor, parabéns! A paz e a serenidade, a alegria e o bem-estar certamente são as marcas de seus dias! Você é um seguidor de Jesus!
Richard Simonetti, 81, escritor, palestrante, espírita que divulga a doutrina com base na codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog, e tem páginas na internet, em Facebook e no You Tube.
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