Algumas vezes os homens aderem a certas crenças sem ter convicções delas, de seus fundamentos, postulados. Atrelados a sua raízes anteriores, ficam estupefatos com a revelação espírita e tem dificuldade de apreende-los. Destarte tentam mudar a doutrina, a seu bel-prazer, haja vista não conseguirem se modificar. Outras vezes a fantasia toma conta de muitos iniciantes, já trazendo em seu psiquismo arquétipos de suas crenças orientais, carregadas de simbolismos, ilusões e cultos externos, ao se deparar em reencarnação atual com a doutrina dos Espíritos, chocam-se e tendem a se levar pelo misticismo fantasioso, sendo presas fáceis do Espíritos pseudo-sábios. Ficamos perplexos com a notícia da psicografia do músico desencarnado CHORÃO há um ano atrás, através da porta dos fundos do suicídio e dependente químico. Algumas pessoas acusam que é julgamento de nossa parte sermos contrários a tal informação, mas, não se trata de julgamento, mas sim de reflexão, como o codificador nos ensinou, fé raciocinada, sem ilusões. Vamos verificar o que diz a doutrina, a respeito da vida pós-morte e suas consequencias:
L.E(LIVRO DOS ESPÍRITOS).:
155 a A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?
– Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Esses dois estados se tocam e se confundem de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o retinham no corpo físico: eles se desatam, não se quebram.
☼ Durante a vida, o Espírito se encontra preso ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando nele cessa a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; opera-se gradualmente e com uma lentidão muito variável, conforme os indivíduos. Para uns é bastante rápido e pode-se dizer que o momento da morte é ao mesmo instante o da libertação, quase imediata. Mas, para outros, aqueles cuja vida foi extremamente material e sensual, o desprendimento é mais demorado e dura algumas vezes dias, semanas e até mesmo meses. Isso sem que haja no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre corpo e Espírito, afinidade que sempre se dá em razão da importância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É racional conceber, de fato, que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais sofre ao se separar dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação de pensamentos, operam um início do desprendimento mesmo durante a vida do corpo, de tal forma que, quando a morte chega, o desprendimento é quase instantâneo. Esse é o resultado de estudos feitos em todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações ainda provaram que a afinidade que em alguns indivíduos persiste entre a alma e o corpo é, algumas vezes, muito dolorosa, visto que o Espírito pode sentir o horror da decomposição. Esse caso é excepcional e particular para certos gêneros de vida e certos gêneros de morte; verifica-se entre alguns suicidas.
De acordo com a questão supra-citada, podemos observar a dificuldade da separação do Espírito e do corpo, colocada aqui para elucidação, apesar de ser questão básica, de qualquer aluno primário do espiritismo, mas, em vista de dúvidas diversas, damos a palavra ao Codificador e aos Espíritos de Escol. Vejamos mais:
164 Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e com a mesma duração, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?
– Não, isso depende de sua elevação. Aquele que já está depurado reconhece a sua nova situação quase imediatamente, porque já se libertou da matéria durante a vida do corpo, enquanto o homem carnal, aquele cuja consciência não é pura, conserva durante muito mais tempo as sensações da matéria.
165 O conhecimento do Espiritismo tem alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, dessa perturbação?
– Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia antecipadamente sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura exercem maior influência.
☼ No momento da morte, tudo é inicialmente confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela fica atordoada, semelhante à situação de uma pessoa que desperta de um profundo sono e procura se dar conta da situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam à medida que se apaga a influência da matéria da qual acaba de se libertar e à medida que se vai dissipando uma espécie de névoa que obscurece seus pensamentos.
O tempo da perturbação que se segue à morte do corpo é bastante variável. Pode ser de algumas horas, de muitos meses ou até mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que se identificaram já na vida terrena com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua posição.
Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares de acordo com o caráter dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreso, espantado e não acredita estar morto. Sustenta essa idéia com insistência e teimosia. Entretanto, vê seu corpo, sabe que é o seu e não compreende que esteja separado dele. Procura aproximar-se de pessoas que estima, fala com elas e não compreende por que não o escutam. Essa ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito reconhece o estado em que se encontra e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos. Esse fenômeno se explica facilmente. Surpreendido pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que se operou nele. A morte é, para ele, sinônimo de destruição, de aniquilamento. Mas, como ainda pensa, vê, escuta, não se considera morto. O que aumenta ainda mais sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao anterior, cuja natureza etérea não teve ainda tempo de estudar. Acredita que seja sólido e compacto como o primeiro; e quando percebe esse detalhe, se espanta por não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é semelhante ao que acontece com os sonâmbulos inexperientes que não acreditam dormir, porque, para eles, o sono é sinônimo de suspensão das atividades, e, como podem pensar livremente e ver, julgam não estar dormindo. Alguns Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não tenha acontecido inesperadamente. Porém, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de estar doentes, não pensavam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu enterro como sendo o de um estranho e falando sobre o assunto como se não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de pesaroso para o homem de bem! É calma e muito semelhante à de um despertar tranqüilo. Para aquele cuja consciência não é pura, a perturbação é cheia de ansiedade e angústias que aumentam à medida que reconhece a situação em que se encontra.
Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou apenas se preocupa com aqueles que lhe interessam.
O relato dos imortais é tão claro e óbvio que dispensa comentários. No entanto torna-se necessário elucidar quanto a comunicação e suas dificuldades inerentes tais como afinidade, sintonia e lucidez espiritual.
Vejamos O Livro dos Médiuns a respeito:
Espíritos que podem ser evocados
274. Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados: assim os bons, como os maus, tanto os que deixaram a vida de pouco, como os que viveram nas épocas mais remotas, os que foram homens ilustres, como os mais obscuros, os nossos parentes e amigos, como os que nos são indiferentes. Isto, porém, não quer dizer que eles sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independente da própria vontade, ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer. Queremos dizer que não há impedimento absoluto que se oponha às comunicações, salvo o que dentro em pouco diremos. Os obstáculos capazes de impedir que um Espírito se manifeste são quase sempre individuais e derivam das circunstâncias.
275. Entre as causas que podem impedir a manifestação de um Espírito, umas lhe são pessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se, para ceder aos nossos desejos. Neste caso, sua visita apenas fica adiada.
276. Cumpre ainda levar em conta a facilidade que deve resultar do hábito da comunicação com tal ou qual Espírito. Com o tempo, o Espírito estranho se identifica com o do médium e também com aquele que o chama. Posta de parte a questão da simpatia, entre eles se estabelecem relações fluídicas que tornam mais prontas as comunicações. Por isso é que uma primeira confabulação nem sempre é tão satisfatória quanto fora de desejar e que os próprios Espíritos pedem freqüentemente que os chamem de novo. O Espírito que vem habitualmente está como em sua casa: fica familiarizado com seus ouvintes e intérpretes, fala e age livremente.
3ª Quais as causas que podem impedir atenda um Espírito ao nosso chamado?
"Em primeiro lugar, a sua própria vontade; depois, o seu estado corporal, se se acha encarnado, as missões de que esteja encarregado, ou ainda o lhe ser, para isso, negada permissão.
"Há Espíritos que nunca podem comunicar-se: os que, por sua natureza, ainda pertencem a mundos inferiores a Terra. Tão pouco o podem os que se acham nas esferas de punição, a menos que especial permissão lhes seja dada, com um fim de utilidade geral.
33ª Quanto tempo deve decorrer, depois da morte, para que se possa evocar um Espírito?
"Podeis fazê-lo no instante mesmo da morte; mas, como nesse momento o Espírito ainda está em perturbação, só muito imperfeitamente responde,"
NOTA. Sendo variável o tempo que dura a perturbação, não pode haver prazo fixo para fazer-se a evocação. Entretanto, é raro que, ao cabo de oito dias, o Espírito já não tenha conhecimento do seu estado, para poder responder. Algumas vezes, isso lhe é possível dois ou três dias depois da morte, em todos os casos se pode experimentar com prudência.
Encontramos elucidações na belíssima obra Voltei, do Irmão Jacob, através da psicografia do querido Francisco Cândido Xavier, que fala a respeito do intercâmbio mediúnico:
Dificuldade no intercâmbio
Mas, o serviço não é tão fácil quanto parece à primeira vista. Podemos certamente visitar amigos e influenciá-los; todavia, para isso, copiamos o esforço dos profissionais da telepatia. Emitimos o pensamento, gastando a potência mental em dose alta e, se a pessoa visada se mostra sensível, então é possível transmitir-lhe ideias; com relativa facilidade. Por vezes, a deficiência do receptor, aliada às múltiplas ondas que o cercam, impede a consumação de nossos propósitos. Se o
instrumento de intercâmbio permanece absorto nas preocupações da luta comum, é difícil estabelecer a preponderância de nossos desejos.
A mente humana; atraí ondas de força, que variam de acordo com as emissões que lhe caracterizam as atividades. No aparelho mediúnico, esse fenômeno é mais vivo. Pela sensibilidade que lhe marca as faculdades registradoras, o médium projeta energias em busca do nosso campo de ação e recebe-as de nossa esfera com intensidade indescritível. Calculam, pois, os obstáculos naturais que nos cerceiam as intenções. Se não há combinação fluídico-magnética entre o Espírito comunicante e o recipiente humano, realizar-se-á nosso intento apenas em sentido parcial.
Em outro capítulo do livro, o irmão Jacob, que foi o eminente amigo Federico Figner na Terra, presidente da FEB, tenta o intercâmbio e não obtém sucesso e reclama, citando André Luiz, ao que o mentor lhe orienta, vejamos o parágrafo:
...Minha mente, contudo, interessava-se na aproximação com o médium, fixa na ideia de valer-se dele para contato menos ligeiro com o mundo que eu havia deixado. Rompi as conveniências e pedi a colaboração do supervisor da casa, embora o respeito que a presença dele me inspirava. Não me recebeu o pedido com desagrado. Tocou-me os ombros, paternalmente, e acentuou, esquivando-se:
— Meu bom amigo, é justo esperar um pouco mais. Não temos aqui um serviço de mero registro. Convém ambientar a organização mediúnica. A sintonia espiritual exige trato mais demorado. Lembrei-me, então, imperfeito e egoísta que ainda sou, de André Luiz. Ele não fora espiritista; no entanto, começara, de pronto, o noticiário do “outro mundo”. O diretor, liberal e compreensivo, mergulhou em mim os olhos penetrantes, como se estivesse a ler as páginas mais íntimas de meu coração e, sem que eu enunciasse o que pensava, acrescentou, humilde:
— Não julgue que André Luiz haja alcançado a iniciação, de improviso. Sofreu muito nas esferas purificadoras e frequentou-nos a tarefa durante setecentos dias consecutivos, afinando-se com a instrumentalidade. Além disto, o esforço dele é impessoal e reflete a cooperação indireta de muitos benfeitores nossos que respiram em esferas mais elevadas. E passou a explicar-me as dificuldades, indicando os óbices que se antepunham à ligação e relacionando esclarecimento científicos que não pude guardar de memória.
Setecentos dias meus amigos, para adquirir a sintonia necessária à comunicação! Fora os esforços empreendidos e dificuldades inerentes ao trabalho, haja vista ter ficado cerca de 08 anos no Umbral, até ser resgatado e após mais alguns anos, até se adaptar a realidade espiritual, se equlibrar e então se comunicar. Não que um Espírito sofredor não possa se comunicar em pouco tempo, o próprio codificador nos orienta a respeito e traz relatos em “O Céu o Inferno” a respeito e vemos todos os dias nas reuniões mediúnicas manifestações desse tipo, no entanto, quando se trata de certos tipos de desencarnação, a perturbação que se segue é grande inconveniente para seu encaminhamento, e sua ligação com a matéria, como aduziu Kardec em O Livro dos Espíritos, citado acima, pode durar dias, meses e anos, e mesmo que não dure, o que é raro, necessita de tempo para concatenar as ideias, equilibrar-se, conseguir entender que está morto fisicamente, mas que está vivo, (olha a complicação para quem acreditava no nada, ou em apenas céu, inferno e purgatório), tratar suas dores, sua culpa, recuperar os tecidos perispiríticos algumas vezes destroçados em razão do desatino cometido, fato esse que muitas vezes se torna impossível, reencarnando com “doenças e males congênitos, herança das dívidas anteriores”. Após tudo isso, torna-se necessário estudar a verdade, que geralmente aprendeu de forma errônea, o que não acontece de uma hora para outra. Daí encontra-se um médium disposto, afiniza-se com ele, e após a permissão necessária, ocorre o intercâmbio. Isso, obviamente nos casos em que se realizam mensagens mais aprofundadas, mais conscientes, que têm caráter elucidativo, abrangente, orientador, pois o plano espiritual trabalha com “qualidade total”. Muitos dirão, mas os sofredores não se manifestam nas mediúnicas? Sim, diariamente, mas se manifestam claramente e em forma de poesia, canto ou odes? Não, através de linguagem complexa, atordoados, não raro com amnésia, sem saber em realidade quem são, tais como os que copiei de “O Céu e o Inferno”:
O PAI E O CONSCRITO
No começo da guerra da Itália, em 1859, um negociante de Paris, pai de família, gozando de estima geral por parte dos seus vizinhos, tinha um filho que fora sorteado para o serviço militar. Impossibilitado de o eximir de tal serviço, ocorreu-lhe a idéia de suicidar-se a fim de o isentar do mesmo, como filho único de mulher viúva. Um ano mais tarde, foi evocado na Sociedade de Paris a pedido de pessoa que o conhecera, desejosa de certificar-se da sua sorte no mundo espiritual.
(A S. Luís.) - Podereis dizer-nos se é possível evocar o Espírito a que vimos de nos referir? - R. Sim, e ele ganhará com isso, porque ficará mais aliviado.
1. - Evocação. - R. Oh! obrigado! Sofro muito, mas... é justo. Contudo, ele me perdoará.
Nota - O Espírito escreve com grande dificuldade; os caracteres são irregulares e mal formados; depois da palavra mas, ele pára, e, procurando em vão escrever, apenas consegue fazer alguns traços indecifráveis e pontos. É evidente que foi a palavra Deus que ele não conseguiu escrever.
2. - Tende a bondade de preencher a lacuna com a palavra que deixastes de escrever. - R. Sou indigno de escrevê-la.
3. - Dissestes que sofreis; compreendeis que fizestes muito mal em vos suicidar; mas o motivo que vos acarretou esse ato não provocou qualquer indulgência? - R. A punição será menos longa, mas nem por isso a ação deixa de ser má.
4. - Podereis descrever-nos essa punição? - R. Sofro duplamente, na alma e no corpo; e sofro neste ultimo, conquanto o não possua, como sofre o operado a falta de um membro amputado.
5. - A realização do vosso suicido teve por causa unicamente a isenção do vosso filho, ou concorreram para ele outras razões? - R. Fui completamente inspirado pelo amor paterno, porém, mal inspirado. Em atenção a isso, a minha pena será abreviada.
6. - Podeis precisar a duração dos vossos padecimentos? - R. Não lhes entrevejo o termo, mas tenho certeza de que ele existe, o que é um alivio para mim.
7. - Há pouco não vos foi possível escrever a palavra Deus, e no entanto temos visto Espíritos muito sofredores fazê-lo: será isso uma conseqüência da vossa punição? - R. Poderei fazê-lo com grandes esforços de arrependimento.
8. - Pois então fazei esses esforços para escrevê-lo, porque estamos certos de que sereis aliviado. (O Espírito acabou por traçar esta frase com caracteres grossos, irregulares e trêmulos: - Deus é muito bom.)
9. - Estamos satisfeitos pela boa-vontade com que correspondestes à nossa evocação, e vamos pedir a Deus para que estenda sobre vós a sua misericórdia. - R. Sim, obrigado.
10. - (A S. Luís.) - Podereis ministrar-nos a vossa apreciação sobre esse suicídio? - R. Este Espírito sofre justamente, pois lhe faltou a confiança em Deus, falta que é sempre punível. A punição seria maior e mais duradoura, se não houvera como atenuante o motivo louvável de evitar que o filho se expusesse à morte na guerra. Deus, que é justo e vê o fundo dos corações, não o pune senão de acordo com suas obras.
Torna-se clara a diferença da manifestação, que teve o auxílio de S. Luís para tal se concretizar pois por si só não conseguiria tal intento.
Poderíamos citar vários livros edificantes, a Revista Espírita, mas por ora acredito ser suficiente para elucidação geral.
Temos que tomar muito cuidado com as ditas comunicações espirituais. O irmão citado desencarnou mediante suicídio, através de overdose, fato que além de denotar uma infringência às regras de Deus, o auto-morticínio, produzindo não raro loucura devido as consequências da drogadição e seus efeitos danosos e pela forma de desencarnação grave, estudada desde O livro dos Espíritos. Além de ser pouco tempo para recuperação após fato tão grave, o Espírito tem de ter méritos suficientes para estar em situação mais amena e um Espírito com méritos grandiosos não provoca sua morte, pois ama a vida e aceita suas vicissitudes, o que é raro entre nós. E o pior de tudo, se manifesta não apenas dissertando sua situação, mas através de poesia? Como aceitar com lógica e bom senso tal comunicação, sabendo de situação tão caótica de tal Espírito? É um paradoxo, estar num inferno astral e ter "cabeça" para fazer poesia e tão bela? Basta uma passada de olhos pelo O Céu e o Inferno, que saberíamos a situação de tal alma, que merece nossas preces para sua devida restituição mental e espiritual, daí o estudo aprofundado das obras básicas e do Espiritismo num todo. É inegável que a mensagem é muito positiva e esclarecedora quanto as consequências da drogadição, no entanto, temos que considerar a situação do Espirito, que é muito prematura para tal comunicação. De nada adianta uma verdade ser propagada através de uma impostura, aquela conversa que o fim justifica os meios não convence o estudioso espírita, daí o estudo incessante e aprofundado da doutrina dos "Espíritos" não dos "espíritas", pois os desmandos e desqualificações que em existem em a doutrina é em face da ignorância dos postulados espíritas, de alguns espíritas, que querendo justificar suas opiniões ou posturas, tentam modificá-la a seu bel prazer, quando o objetivo é o aprendizado e a auto-transformação através da verdade que liberta. Esclarecer-se quanto a doutrina e seus postulados é a principal caridade que podemos realizar, para evitarmos as muletas e os desculpismos, acabando com a figura dos sacerdotes, que enxameiam nos Centros destituídos do ensinamento Kardequiano, sendo a reforma interior fruto do auto-burilamento.
Finalizamos com a orientação sempre atual de Erasto: “Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.”
Paz e luz a todos, votos de um ótimo final de semana.
Alexsander Kelly Bonafini, é espírita, pesquisador, dirigente espírita, palestrante da Doutrina Espírita nos preceitos de Allan Kardec, é membro ativo da União Espírita de Piracicaba, e da Sociedade Espírita Casa do Caminho, ministra cursos a respeito desta doutrina, é policial, e como escritor, colabora com este blog.
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