quinta-feira, 22 de maio de 2014

METANEUROLOGIA UMA VISÃO ESPIRITUAL DO CÉREBRO - POR NUBOR ORLANDO FACURE




As novas áreas
O estudo de crânios fósseis está acumulando revelações surpreendentes sobre o cérebro de animais que viveram há milhões de anos. Essa nova especialidade, a neuropaleontologia, estuda pequenos sinais marcados no crânio desses animais. A expansão do cérebro com o uso predominante da mão direita, o aprimoramento da visão em detrimento do olfato, a capacidade de produzir ferramentas e o desenvolvimento das áreas da linguagem, reflete no crânio mudanças em determinadas áreas que podemos observar mais tarde, milhares de anos depois.




A partir dos anos setenta do Século passado os cientistas perceberam que poderiam estudar o cérebro visualizando seus mecanismos biológicos. Fenômenos tão complexos como a memória, a atenção e a linguagem são analisados, agora, partir dos neurônios, suas sinapses, os neurotransmissores, as redes neurais e os sistemas modulares comprometidos com essas funções. Foi criada assim a neurociência cognitiva, cujo propósito é revelar quais os fenômenos biológicos acontecidos no cérebro estão relacionados a determinados fenômenos psicológicos.
Outro belo estudo ocorreu analisando comportamentos que ocorrem em animais de diversos níveis evolutivos, os estudiosos criaram a psicologia evolucionista e, quantificando a participação do patrimônio genético ligado a esses comportamentos desenvolveu-se a genética comportamental.
O progresso nas neurociências aplicando a Ressonância Cerebral revelou funções cerebrais jamais suspeitadas. Hoje conhecemos grupos de neurônios ligados ao prazer, ao livre-arbítrio, a tomada de decisões, à teoria de mante, aos neurônios em espelhos, ao neurônio Avó, aos neurônios para cada palavra ou mesmo cada letra. Até mesmo a espiritualidade, que se revela em matizes variados em cada um de nós, está sendo estudada neurologicamente. Denominamos de neuroteologia a área que vem identificando a atividade cerebral que se relaciona a esse tipo de sentimento transcendente.





Como estudar o cérebro?
Antigamente buscávamos descobrir os módulos cerebrais – cada área parecia ter uma função. Hoje sabemos que o cérebro trabalha mobilizando múltiplas funções, integrando áreas e organizando-as dentro de sistemas hierarquizados. Sistemas motores, sensoriais, visuais, auditivos, emoção, etc. Um fenômeno simples como sentir o efeito da picada de uma agulha tem um local anatômico preciso numa região cerebral ligada à sensibilidade dolorosa, mas, sua repercussão psicológica mobiliza diversas áreas para identificar o significado dessa picada. Por outro lado, funções complexas como a linguagem, o cálculo, a escrita, a memória e a tomada de decisões exigem desde seu início, a integração de várias regiões anatômicas e, cada um desses procedimentos pode recrutar caminhos diversos para sua execução.
A interpretação de cada um dos fenômenos cerebrais que conhecemos, ainda exige o raciocínio reducionista usado pelo método científico. Numa determinada área cerebral que motiva nosso interesse, podemos estudar as vias de entrada e saída dos seus feixes de fibras nervosas e ampliar com o microscópio o estudo dos seus neurônios. O neurônio, por sua vez, nos revelará suas membranas, seus receptores e sua química que dispara a comunicação com seus milhares de vizinhos. A composição química dos neurotransmissores já está identificada em dezenas de substâncias que os compõem. Já temos métodos bioquímicos para identificar sua produção e distribuição em regiões particulares do cérebro. Conhecemos, por exemplo, por onde circula a serotonina, a noradrenalina e a dopamina em diversas regiões cerebrais.
No estudo das funções complexas, que todos nós usamos diariamente, podem ser seguidas no caminho inverso. Agregamos funções de diversas áreas na tentativa de compreender toda complexidade que envolve o fenômeno. A memória, a linguagem e as emoções são ótimos exemplos para exigir nossa reflexão sobre sua apresentação multiforme. O que nos faz lembrar e esquecer? Porque a criança expande tão rapidamente o seu vocabulário e o adulto tem enorme dificuldade de aprender uma segunda língua? Como conseguimos lembrar de um rosto familiar no meio de uma multidão? Quantas regiões do cérebro usamos na hora de fazer um discurso de improviso? Porque certas coisas nos faz rir, outra nos faz chorar e uma terceira nos provoca grande surto de raiva?




O estudo da Mente
As diversas áreas das neurociências estão, reconhecidamente, produzindo um avanço extraordinário na interpretação do cérebro e da mente, entretanto, ainda estão longe da fronteira final. A Física já se consolidou com Teorias que funcionam muito bem no seu papel de explicar o mundo físico. A relação de identidade entre energia e matéria unificou princípios fundamentais entre essas Teorias. A Biologia já construiu seus fundamentos básicos ao descobrir a célula, a evolução das espécies e o DNA, mas, a psicologia, pretendendo estudar a mente, só produziu até agora Teorias provisórias e nenhuma com certificado de validade. Temos de reconhecer que ainda estamos longe de contar com uma Teoria unificadora para explicar mente.

O Corpo Mental
Quando escrevi sobre o “corpo mental” tive a intenção de trazer para a neurologia estudo clínico que pode introduzir um novo paradigma no conhecimento da mente. Estou chamando este conhecimento neurológico que estuda nossa dimensão extrafísica de metaneurologia.

Vamos rever um pouco da Neurologia Clássica
Consideremos as funções cerebrais cujos mecanismos já estão razoavelmente conhecidos:
A visão de um objeto – A luz que reflete nesse objeto se projeta aos nossos olhos sinalizando os neurônios na retina. A partir daí o estímulo nervoso percorre vias anatômica que levam este estímulo até ao córtex visual. Distribuídos em camadas concêntricas como uma casca de cebola, os neurônios codificam em áreas próximas, cada uma das particularidades do objeto a ser visualizado. Assim é que temos um local específico para ver a forma do objeto, outro local para ver sua cor e outro ainda para perceber seus movimentos. Esse objeto pode ser, por exemplo, a mão de alguém nos chamando. Depois disso temos pela frente um grande enigma: como o cérebro junta essas informações decompostas – a forma, a cor e o movimento, em um único objeto acompanhado do seu significado, ou seja, o reconhecimento de um objeto que nos é familiar ou não.




Vamos falar da memória – Todos sabem que temos uma memória de curto prazo, que nos serve para as resoluções do cotidiano. Qual meu compromisso hoje? O que acabo de ver na televisão? Quando minha mulher perguntou, que hora eu disse que voltaria para casa? Temos também uma memória de longo prazo. Quem são meus pais, onde nasci e que remédio eu uso para dor de cabeça. Essa memória pode ser resgatada parcialmente a partir de certo esforço. Podemos nos lembrar de cenas que vivenciamos na última viagem de férias. Outras vezes essa memória é traiçoeira e nos deixa na mão não nos permitindo lembrar do nome de um amigo. Estudos sistemáticos sobre o resgate de memória têm confirmando que todo relado de fatos memorizados estão impregnados de imaginação. Podemos confirmar, também, que a gente não se lembra do que aconteceu, na verdade, lembramos do que pensamos ter acontecido. Os cientistas da mente estão usando a expressão “facção” para nomear essa mistura de fatos com ficção. E nossa memória é generosa em criar essa mistura explosiva.
A linguagem falada – Em 1867, Paul Broca, confirmou que o giro frontal inferior do hemisfério esquerdo está relacionado com a emissão da linguagem falada e, alguns anos mais tarde, Carls Wernick, relacionou a compressão da linguagem a uma área situada um pouco mais atrás, no lobo parietal esquerdo. A partir daí, com acréscimos de eminentes neurologistas como Pierre Marie, ficou delimitado um “quadrilátero”, com estruturas corticais e sub-corticais relacionados com nossa capacidade de revelar nosso pensamento pela linguagem falada e sermos compreendidos pelos que nos ouve. Noan Chronski, sugere que a criança nasce com um módulo gramatical que lhe facilita aprender qualquer uma das línguas humana. O estímulo do ambiente e a cultura de cada povo vão acrescentando o vocabulário que sedimenta na criança a língua materna.
A escrita – atividades motoras simples como estender a perna, pode ser realizada com o reflexo patelar, envolvendo teoricamente dois neurônios – uma para estimular o reflexo e outro para elaborar a resposta. Apertar a mão já exige certa dose de intencionalidade e, escrever um texto, implica em uma capacidade especial para se criar uma idéia, produzi-la em um texto com palavra e se utilizar de um instrumento como a caneta ou o computador para transcrevê-lo.
O diálogo humano – manter uma conversação com um amigo que acaba de chegar vai nos obrigar a mobilizar uma série de idéias e transmiti-las em palavras. Esse amigo pode nos perguntar: Que carro você tem agora? Eu, quase que imediatamente, respondo: Um Honda Cyvic verde. Daí a pouco nós dois escutamos a voz de minha esposa fazendo a correção - O Honda verde era o carro do ano passado, agora temos um Honda preto. Fui traído pela distração e pela falha da memória. 
Os sonhos – a neurologia já nos esclareceu os ritmos que transitamos durante o sono e alguns mecanismos químicos ligados a ele. Já foram identificados centros no hipotálamo estimulam o lobo frontal nos mantendo acordados e núcleos de neurônios situados na ponte que nos induz ao sono. Sabemos, também, que durante alguns períodos de sono, os olhos se movimentam, revelando que neste instante estamos sonhando. Dormir e sonhar são indispensáveis à nossa própria sobrevivência. Conseguimos ficar mais tempo sem comer do que sem dormir. O sonhar está intimamente relacionado com a consolidação de memórias. A nossa véspera não será lembrada se não dormimos e produzirmos sonhos, alguns deles ligados aos últimos momentos da festa que nos animava. Nos pacientes com doença mental quase sempre seu padrão de sono está alterado.

O estudo da mente 
Grande parte da atividade cerebral é fácil de ser reconhecida e definida. Por exemplo:
Reflexos, são respostas que o sistema nervoso produz reagindo a estímulos. 
Comportamentos, podem ser reduzidos a um conjunto de atitudes. Emoção, é um estado de humor. 
Entretanto, quando pretendemos definir mente, não haverá termos competentes nem acordo entre os especialistas. Classicamente a mente é vista como um conjunto de funções complexas que inclui memória, percepção, linguagem, consciência e emoção. De qualquer maneira, a mente seria o produto de atividade complexa do cérebro.
A neurologia entende que para todos os fenômenos psicológicos existe um substrato biológico que se expressa e revela na atividade cerebral: Neurônios que se despolarizam, circuitos que se organizam em redes, áreas cerebrais que se especializam em movimentos e sensações e, regiões que se agrupam compondo funções mais ou menos complexas construindo a memória e compondo a linguagem. A mente seria resultado imanente dessa atividade complexa do cérebro. Sem o cérebro não existiria a mente.





O Corpo Mental
Minha proposta sobre o “corpo mental” se baseia em evidências clínicas. Exemplos neurológicos sugerem a existência de um corpo que compõe, constrói e expressa os fenômenos da mente. Com a “meta neurologia” pretendemos sedimentar a idéia de que podemos investigar e acrescentar, paulatinamente, conhecimento sobre a anatomia e a fisiologia desse “corpo mental”.
A neurologia conseguiu fragmentar diversas funções cerebrais. Sabemos, por exemplo, onde o cérebro decodifica a características físicas de um objeto, mas, não sabemos como o cérebro faz a integração dessas informações. Como o cérebro integra nossas memórias para nos fornecer uma identidade única e permanente?
O “corpo mental” pode resolver todas essas questões.
A investigação do que ocorre em quadros clínicos como na histeria, no transe sonambúlico, na narcolepsia, no membro fantasma, nos permite acreditar na existência de uma fisiologia específica desse “corpo Mental”. Assim, podemos considerar que ele não se aprisiona nos limites do nosso corpo físico; não se restringe aos circuitos e vias da anatomia cerebral e circula por ambientes que transcendem a realidade física que conhecemos.







Funções do “corpo mental”

A visão – O olho humano registra o impulso luminoso que nos permite identificar os objetos a nossa volta. O “corpo mental” vê sem a necessidade de luz. Ele se apodera das propriedades dos objetos. Vamos considerar que estamos diante de uma moeda. Com nossos olhos vamos saber do seu tamanho, cor, forma, talvez a sua procedência e o seu valor. Vamos dizer que se trata de uma moeda do tempo do Império. Com o “corpo mental”, independente da luminosidade que clareia a moeda, vamos identificar, além das características físicas relatadas, podemos registrar todos acontecimentos relacionados com esta moeda. O ambiente da sua fabricação e as mãos por onde ela foi negociada inúmeras vezes. O “corpo mental” registra os aspectos físicos e os eventos psicológicos a ela relacionados.
O olho humano, não é o instrumento de visão do “corpo mental”. Como o que ele detecta é a vibração dos corpos, os objetos são percebidos em qualquer parte do “corpo mental” como, por exemplo, as pontas dos dedos que tocam este objeto.
A linguagem falada – a capacidade para falar, ler e escrever estão intimamente inter-relacionadas. Para cada uma destas funções o cérebro usa um conjunto de módulos que se ligam por vias de associação. A criança aprende a falar ouvindo as pessoas à sua volta aumentando progressivamente o seu vocabulário. Para ler e escrever ela terá que absorver o significado dos símbolos que representam as coisas e as idéias traduzidas em palavras. Existem quadros clínicos em pacientes neurológicos que ilustram didaticamente o comportamento dessas funções. Temos lesões capazes de produzirem incapacidade para reconhecer as palavras – agnosia visual; para escrever – agrafia; para ler – dislexia e para falar – afasia. No corpo mental essas capacidades estão ligadas à percepção do conteúdo mental das idéias, independente da forma como elas são expressas. Vamos agora considerar que estamos diante de um livro. Precisamos ler todo seu conteúdo para nos inteirarmos do seu conteúdo. Com o “corpo mental” nos apoderamos das idéias expressas no livro, dos eventos com ele relacionados e com seu autor.
A memória – O indivíduo comum é capaz de memorizar uma seqüência de sete números, retém alguns telefones familiares, sabe endereço de alguns amigos, lembra de seus nomes e é capaz de relatar o que fez nos últimos dias. Quando faz relatos de eventos antigos como festas ou encontros com amigos, os relata de maneira mais ou menos incompleta, ressaltando que alguns desses encontros ficaram mais marcados e são tidos como inesquecíveis. Cada um desses relatos, quando são confrontados com o testemunho de terceiros, tem sempre o colorido de outras versões mais ou menos enfáticas. Descrever uma festa de formatura tem tantas versões quanto o número de formandos.
A memória de um computador nos permite abrir um texto já escrito e revisa-lo para corrigir ou acrescentar detalhes. A memória do “corpo mental” nos permite abrir o cenário do ambiente vivido durante os acontecimentos que presenciamos. Ele nos permite reviver o passado como se o trouxéssemos para o presente. Vivenciando um fato por uma segunda vez podemos acrescentar elementos que não nos tínhamos dado conta na primeira ocasião em que ocorreu. Um detetive poderia rever um assalto e dessa vez anotar a placa do carro que vira sair fugindo.
Os sonhos – O “corpo mental” não é prisioneiro do corpo físico e, durante o sono, ele tem possibilidade de se libertar mais ou menos parcialmente. A emancipação do “corpo mental” facilitada pelo sono põe o “corpo mental” diante de outras realidades que ele apreende conforme seu nível de conhecimento. Uma pessoa inexperiente colocada diante de um ambiente desconhecido perceberá muito pouco do que está presenciando. Sem experiência ficaremos totalmente perdidos na UTI de um hospital, no meio de uma mata fechada, no comando de um avião ou entre a multidão em um país estranho. E, será assim que essas vivências terão de ser relatadas após passarem pelo filtro do cérebro físico. É esse o conteúdo extraordinário dos sonhos, uma percepção espiritual filtrada pelo cérebro físico. Vez por outra, em situações especiais, conseguiremos registrar uma cópia fiel de acontecimentos que vivenciamos sonhando fixando-a com completa lucidez. 
A mente – Temos como hipótese, que, a mente é uma entidade que se corporifica numa estrutura organizada que denominamos “corpo mental”. Esse corpo tem existência extra-cerebral e propriedades que se diferenciam das funções cerebrais conhecidas. 
A semiologia neurológica, analisando determinados quadros clínicos, pode revelar funções que confirmam claramente a existência do “corpo mental”. Podemos perceber que a fisiologia do “corpo mental” nos dá informações confiáveis que o situa para além do cérebro físico. Explorando suas memórias podemos reviver claramente o passado. Confirmamos que sua sensibilidade é afetada pela vibração das substâncias. Sua forma de percepção nos possibilita contato com o conteúdo e significado dos objetos, mais do que com a forma e, a linguagem se processa pela transmissão de idéias.
O “corpo mental” inaugura um novo paradigma para a neurociência clínica.






Nubor Orlando Facure, 74 anos, é neurologista, um dos maiores estudiosos do cérebro Humano, é espírita, escreveu várias obras sobre a mente e o cérebro, e também sobre a doutrina espírita, durante 50 anos esteve acompanhando seu amigo pessoal Chico Xavier, é figura de alto respeito tanto na Medicina, onde estudou com Waldo Vieira, ex parceiro de Chico Xavier, hoje líder de uma ciência futurista não sendo mais espírita, porém considerado uma das mentes brilhantes da doutrina e da medicina. Nubor Orlando Facure, mantém uma página no Facebook onde atende quando é possível seus amigos, e fãns pelo Brasil e pelo Mundo, o email é Lfacure@uol.com.br

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A DIMENSÃO ESPIRITUAL E A SAÚDE DA ALMA - POR NUBOR ORLANDO FACURE




As organizações médicas de hoje definem a Saúde como um bem estar físico, psíquico e social – e alguns grupos médicos passaram a incluir o elemento espiritual nessa definição.
Uma das situações mais graves por que passa a humanidade nos dias de hoje é a doença social nos seus múltiplos aspectos. A fome, a violência, a intolerância religiosa, o preconceito social com seus inúmeros matizes e toda sorte de mazelas que, freqüentemente, nos colocam uns contra os outros. Se lançássemos mão dos recursos tecnológicos que já dispomos, não teríamos porque conviver com a fome e com inúmeras doenças que já sabemos como nos prevenir e tratar. Ainda não sabemos ser solidários uns com os outros para distribuirmos os recursos necessários para o bem estar de todas as nações e ainda não aprendemos a reconhecer que o Homem é a causa do seu próprio sofrimento.
Quase sempre procuramos encontrar do lado de fora a origem das nossas doenças, sem olhar por dentro e perceber que foram as nossas próprias escolhas que traçaram o rumo que a vida parece nos levar. São poucos os que se empenham em abandonar os pequenos vícios, em ajustar os comportamentos afetivos evitando magoar os familiares mais próximos, e quando mal percebemos estamos às voltas com a úlcera, a hipertensão, a diabete ou as dores reumáticas.




É urgente reconhecermos que todas as doenças, no fundo pertencem à Alma, são produtos da nossa mente antes de se expressarem no corpo físico que as reflete.
Por outro lado, as doenças não podem ser vistas como castigo ou punição. Precisamos descobrir em todas elas uma oportunidade de recomposição das nossas energias espirituais e reconstrução do perispírito que nossa irresponsabilidade permitiu ultrajar.
Todos nós nos posicionamos ansiosos para curar qualquer mal estar que nos afeta. Lamentamos e fazemos mil promessas de renovação diante de uma ou outra doença mais grave. Nos esquecemos, porém, que mais importante que a cura é a iluminação do espírito, seu crescimento diante da dor, avançar espiritualmente é tão importante como sarar as moléstias do corpo. As dificuldades com as doenças são provas que nos aprimoram ensinando-nos a superar obstáculos. O aprendizado diante das doenças é extraordinário quando sabemos identificar suas lições.
Não propomos qualquer atitude de estoicismo para suportar resiguinadamente as dores que nos afetam. O sofrimento oferece a oportunidade de superação e de autoconhecimento, é essa a lição que está subentendida nas dificuldades que as doenças nos faz percorrer.




A dimensão espiritual

A Espiritualidade pode ser percebida pelo ser humano dentro de dois contextos:
1 - Uma manifestação subjetiva que o faz crer em sua transcendência
2 - Uma dimensão objetiva situada além dos limites que seus sentidos sugerem.
Uma avaliação científica destes dois domínios ainda esbarra nos preconceitos religiosos e nas ilusões de teorias pseudocientíficas.
Admitindo um paradigma espiritualista, devemos considerar que o ser humano é uma entidade espiritual, sua Alma é imortal e atua e dirigindo toda fisiologia do corpo físico. Esta atuação se exerce através de um corpo intermediário, denominado de corpo espiritual ou períspirito, o qual, estabelece sintonia vibratória com o corpo físico.
A Alma é livre para transitar pelas dimensões do mundo espiritual mantendo uma ligação mais ou menos parcial com o corpo físico e a morte significa a rotura definitiva desta ligação.
A Alma desencarnada passa a conviver no mundo espiritual com outros Espíritos que a precederam no desencarne. Por sua vez, os Espíritos desencarnados participam e atuam constantemente em nossas vidas conhecendo e interferindo intimamente em nossos pensamentos e decisões.
A partir destas afirmações, que consideramos fundamentais, podemos enumerar diversos campos de pesquisa que usando metodologia científica podemos investigar:

1 - A psicometria da espiritualidade
2 - As doenças espirituais
3 - As crises psíquicas
4 - Os desdobramentos patológicos
5 - A noção de uma presença







A Espiritualidade

A dimensão espiritual que está implícita na natureza humana é aceita por uns, mas, não por outros. Aquilo que permite alguém ter acesso a esta dimensão poderá não ter nenhum significado para aquele que não admite a sua existência. Cada indivíduo pode ser caracterizado, por sua religiosidade,
suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto,
manterem um vínculo elevado com a espiritualidade.
A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.
Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.
Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conecção com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Psicometria da Espiritualidade

Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais poderemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.
Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso. Esta participação prática pode ser individual ou em grupo. Pode ser expontânea e informal como a que cada um pode realizar na intimidade do seu lar ou pode seguir os rituais ou a liturgia das casas de oração que as diversas igrejas construíram para o encontro com seus fiéis.
O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual. Está ligada à fé de cada um e nenhum outro pode aquilatar a sua extensão.
Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir “contacto direto” com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado. É o diálogo interior que cada um faz com o seu Deus ou com quem o representa. Outras “experiências” incluem aqueles quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. São casos de envolvimento dramático com acidentes ou situações de alto risco como uma cirurgia cardíaca nas quais o paciente sentiu a ameaça de morte eminente. De maior expressividade ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de “experiências de quase morte” (near death experience) e as “projeções fora do corpo físico” (out of body experience) nas quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual . 




A Mediunidade

Podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns, os recados do outro lado tem sido tão freqüente, que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos. Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”. 

Doenças Espirituais

Assim como a saúde tem a ver com espiritualidade, a doença também tem ligação estreita com ela. Pode-se dizer, na verdade, que toda doença tem uma razão ou uma motivação espiritual. Dentro de um critério que leva em conta a fisiopatogenia das doenças, estamos propondo os seguintes grupos de doença que se expressam como decorrentes de processos espirituais:
1 – Doenças espirituais auto-induzidas
a - Desequilíbrio vibratório
b - Auto-obsessão
2 - Doença espirituais compartilhadas
a - Vampirismo 
b - Obsessão
As doenças espirituais auto-induzidas são decorrentes de dois mecanismos fisiopatogênicos: A perturbação na sintonia entre o corpo físico e o corpo espiritual, produzindo sintomas decorrentes deste desequilíbrio vibratório e, a criação de idéias-formas, elaboradas pelo psiquismo doentio, que perturbam o indivíduo às custas do domínio que estas idéias fixas provocam.
Nas doenças compartilhadas ocorre a parceria ou a interferência de outra entidade espiritual. No vampirismo, esta outra entidade espiritual usufrui junto de sua vítima, dos prazeres que atitudes viciadas facilitam, como no uso de drogas, do fumo, do álcool, dos excessos alimentares e dos abusos sexuais.
Na obsessão ocorre uma interferência ou um domínio de uma entidade espiritual sobre suas vítimas, devedores ou comparsas.

Crises psíquicas

Em função de alterações, principalmente nas regiões temporais do cérebro, certos pacientes podem manifestar as chamadas crises psíquica, nas quais eles descrevem vivências subjetivas que tem estreitas ligações com o conteúdo das descrições que os místicos fazem da espiritualidade. Assim é que eles descrevem crises nas quais estão alterados para eles, o tempo, os objetos, a realidade, o pensamento e as sensações. Estas descrições são com freqüência superponíveis ao que informam os místicos quando falam sobre sus percepções sobre o tempo, a essência dos objetos e a noção de realidade quando transitam pelas dimensões espirituais.

Desdobramentos patológicos

A narcolepsia é uma condição patológica do sono conhecida há mais de um século pelos neurologistas. Estes pacientes fazem relatos de situações vividas durante o surto de sonolência com descrições ricas dos ambientes que transitam durante estas perturbações. A neurologia clássica costuma rotular estes estados de “alucinações hipnagógicas” sem se deter em examinar mais cuidadosamente a possível “realidade” dos episódios vivenciados durante o sono destes pacientes. Na nossa avaliação eles têm muito a nos ensinar sobre as dimensões que compões a espiritualidade que nos envolve.



A noção de uma presença

Pode-se dizer que é uma constatação corriqueira a possibilidade de se perceber uma outra “presença” perto de nós. Esta sensação é freqüentemente vaga, de curta duração e na maioria das vezes não se deixa confirmar.
Situações acidentais ou de doenças tem revelado esta sensações de outra presença com mais intensidade. Assim é que pessoas que se perderam no deserto, em alto mar ou em florestas, tem relatado que num determinado momento se viram como que ajudados por “uma presença” que lhes indicava o melhor caminho a seguir. Na epilepsia, em portadores de foco nos lobos temporais, também é freqüente o relato de uma presença que se aproxima, às vezes com a idéia de dar uma proteção, momentos antes de ocorrer a perda da consciência que configura a crise epiléptica.
Creio eu, que a Medicina materialista dos dias de hoje, precisa abrir-se em busca das causas profundas do nosso sofrimento. Nenhum dos recursos da tecnologia será avançado o suficiente para nos esclarecer, onde está a justiça que distribui tanta dor para uns e poupa outros. A existência da Alma, sua imortalidade e os fundamentos da reencarnação precisam fazer parte, doravante, dos textos que preparam os médicos para o futuro.







Nubor Orlando Facure, é espírita, médico, neurocirurgião, professor de medicina, presidente do Instituto do Cérebro em Campinas, um dos maiores estudiosos da mente e do cérebro humano, como espírita militou com  Chico Xavier  que era seu amigo por cerca de 50 anos, escreveu vários livros, fez inumeras palestras, hoje escreve em seus sites e blogs, em o Consolador, e colabora com este blog.
Contato pelo ifacure@uol.com.br e no Facebook Nubor Orlando Facure.

terça-feira, 13 de maio de 2014

CULPA E PERDÃO A SI MESMO - POR ORSON PETER CARRARA



Entrevistei a psicóloga clínica Cláudia Gelernter, de Vinhedo-SP, sobre a severidade do remorso, uma das causas das angústias humanas. A entrevista, na íntegra, ainda está inédita, mas seleciono trechos de duas das respostas:  

7 - Que caso marcante gostaria de transmitir aos leitores?
Certa vez, uma avó me procurou, sofrendo a perda de sua netinha, que desencarnou na piscina de sua casa, então com dois anos de idade. O caso já era grave por si só, mas ainda mais complexo porque foi ela quem esqueceu o portão da grade de proteção da área da piscina aberto. Como aliviar aquela dor? Palavras raramente fazem algum sentido nestes casos, então foi preciso permitir que a dor viesse com toda a sua intensidade a fim de aliviar o represamento da angustia daquela pobre senhora. Depois, sentindo-se amparada, acolhida, pôde falar sobre o seu remorso, sobre a vontade de se auto punir, pelo erro cometido. Já não conseguia mais dormir, não queria se alimentar e pensava em suicídio, constantemente. Fizemos diversos testes de realidade, a fim de demonstrarmos, em conjunto, que o ato não fora intencional, mas que aconteceu por esquecimento. Outro teste servia para resgatarmos a questão de sua vontade, pois autopunir-se não traria a neta de volta ao convívio familiar. Depois de alguns meses, já melhor em seus sintomas, surgiu um presente que jamais esquecerei. Uma daquelas dádivas que Deus nos permite experimentar, a fim de mostrar sua Misericórdia infinita para conosco. Ela conseguiu receber uma mensagem psicografada em Uberaba, com 47 páginas, na qual a menina contava que ela não tivera culpa alguma neste caso, pois estava previsto o desencarne e que a neta nada sentira ao cair na agua pois sua alma “saltou” para o colo de Maria Dolores, enquanto que o corpo se jogara na piscina, já sem vida. Recordo-me que a carta continha dados confiáveis, que só ela e poucos parentes conheciam, como, por exemplo, o nome de uma tia que desencarnou muitos anos antes e que estava ajudando a cuidar dela, no Mundo Espiritual. Surgiu, então, uma nova vida para aquela senhora, com um novo sol a brilhar, mais forte e iluminado ainda: estava provado para ela tanto a questão da imortalidade da alma como a possibilidade de um reencontro, no tempo certo.





8 - Como podemos ajudar alguém em gradativo processo de autopunição
por remorsos ou sentimento de culpa?
Escutando a dor do nosso próximo, amorosamente, sem julgamentos nem distrações. Doando nosso tempo, nossa alma, nossas preces em seu favor. E, acima de tudo, demonstrando que estar no mundo engloba erros e acertos, dores e alegrias, tropeços e reerguimentos. Se desejamos mudar o que fizemos, é imperioso saber que não o conseguiremos pelas vias do remorso, mas através do amor que passarmos a irradiar no mundo.





Agora, nem sempre as pessoas possuem as ferramentas necessárias para darem conta desta difícil demanda. Recordemos que muitos pais encucam em seus filhos o remorso como estratégia [equivocada] de educação. Entendamos as diferenças entre todos e sigamos apoiando os que sofrem, em qualquer situação, inclusive aqueles que se encontram presos nas difíceis redes da autopunição. (...).




  Orson Peter Carrara, é espírita, palestrante, escritor, divulgador da doutrina espírita no Brasil, um dos mais conceituados seguidores de Allan Kardec, colabora com este blog, e atende aos que o procuram pelo orsonpeter92@gmail.com possue páginas no Facebook como Orson Carrara.

domingo, 11 de maio de 2014

SER MÃE É TODO DIA, E NEM SEMPRE SÓ AS MULHERES SÃO MÃES - POR DAVID CHINAGLIA


Estimados amigos de jornada espírita, e de experiência de vida no planeta terra, vos desejo um domingo abençoado, hoje internacionalmente é comemorado o dia das mães.
A pergunta que os amigos espíritos fazem o que é ser mãe ?
Gerar ? dar a luz como preferem algumas senhoras leitoras deste blog ?
Meus amados queridos, ser mãe vai mais que receber um cumprimento no segundo domingo do mês de maio, vai além do marco zero de um ser humano, que é o nascimento, vai muito além disto.
Chii... dirão algumas, lá vem o David querendo por água em nosso vinho de dia das mães, sinceramente não é este meu objetivo, nem do espírito que dita parte desta matéria.
Entendo que toda e qualquer comemoração em tempos tão complexos para o planeta e para a humanidade, que una a família deva por si só ser respeitada, já que em tempos de internet, violência falta de valores morais, unir uma família em torno de algo, ou alguém já é um bom motivo.


Certa vez um espírita me perguntou, o que é o amor para você? e nisto claro todos devemos fazer uma reflexão, do que é o amor, se amor para você, é ir ao shopping entregar um vestido, um calçado, um eletrodoméstico, uma joía, e ainda em tempos de Facebook colocar na rede, estamos mesmos sem direção.
Não vamos nem eu nem meu querido amigo Miguel, espírito que me acompanha nas jornadas espíritas impor conceitos de amor, sobretudo no segmento mãe e filhos.
Mas, o objetivo desta matéria que é para alertar as pessoas, que presente, e uma data comemorativa, não ababonam agressões, físicas, ou verbais, dirigidas a progenitora, também não santifica mães, que foram na infância verdadeiros carrascos para com seus filhos e ou filhas, algumas que até abusaram sexualmente ou moralmente de filhos ou filhas, não hoje não é dia de perdão, é dia de reflexão, até porque para ser mãe de verdade, no sentido primordial da que é o amor, nem sempre é a geradora do ato do nascimento que é a mãe.
Podemos apontar avós perfeitas que foram aos netos mais que as proprias filhas que geraram, tios, tias que assumiram na ausência da mãe, a função de criação, educação, conceitos religiosos,  e muitos e muitos PAIS, que na verdade se tornam uma "mãezona" e nunca deram a luz.
Pais que mesmo sendo homens vendo a falta de amor que suas esposas foram educadas assumiram no lar o duplo papel mesmo com a mãe viva, hoje eles merecem também ser lembrados.
Não sejamos hipócritas, porque sabemos que muitas mães não perdoam, mas querem perdão, sabemos de mães, que tem magoas e raiva de seus filhos, não não são monstros, estes espíritos foram colocados ali para superarem revezes de outras encarnações, alguns conseguem, outros não e ao invés de se amarem e de se reformarem, acabam piorando a divida contraída.
Domingo dia das mães...


Algumas estão no cemitério, outras nem vão aparecer pegaram a estrada, outras abandonaram seus filhos, e netos, algumas até voltaram, umas pelo remorso, mas a certeza que neste domingo dia das mães, devemos sim quem pode ter uma mãe, amiga, parceira, companheira, educadora, não importa se ela está viva fisicamente, agradecer, mas um agradecimento que é diário, e não só no segundo domingo do mês de Maio.
Ser mãe tanto para a mulher como para o pai, ou avós, é ir além do que manda, somos espíritos único, a escolha de vir homem ou mulher é nossa, já que claramente na pergunta 200 do livro dos espíritos, os imortais dizem que não temos sexo, enquanto espíritos, então por favor, respeitemos as mães, mas sem santidade, ou sem excessos como vejo hoje na internet, poucos são os filhos que podem declarar amor público e dormir tranquilos porque foram em vida para aquelas que estão velhinhas, ou mesmo doentes, ou outras que já partiram, bons filhos, e ou que tiveram boas mães, e isto é a vida clara e pura como ela é.
Não julgamos ninguém cada um age com sua natureza a mais secreta possível, mas a cada um, de acordo suas obras disse o mestre Jesus.


Na longa estrada da vida, ser mãe, é perdoar, é estar junto, é cuidar, zelar, é ser Deus, é aplicar as regras do mestre amado do mestre amigo Jesus, mas é também aceitar as regras de vida passada á Allan Kardec, algumas mães que conheço ou que li, não terão filhos hoje, por morreram, Deus não levou ninguém, a morte é um estágio, assim como a vida, sejam felizes, pelo tempo que viveram juntos, as que possuem filhos vivos, esqueçam o passado, parem de querer ser santificadas fizeram o que deram, aos pais que são mães, a dupla função será paga no plano espiritual não seja sensacionalista, aos avós, bem estes um aviso, não errem duas vezes, é a chance que tem em vida de ajustar algumas coisas que podem ter errados com seus filhos, e todos sejam, mais, pais em dupla função e avós, lembrem criança não gosta de problema criança gosta de ser feliz, e quer ser feliz, contas e dificuldades são de adulto, e nenhuma casa, é feliz sem Deus, então não me importa se é um centro espírita, uma igreja católica, ou evangélica ou um terreiro, levem seus filhos as casas de Deus na terra, e os educar com Deus é certeza de fazer alguém melhor para o mundo de amanhã.


FELIZ DIA DAS MÃES....que aliás é todo  dia...ah sim, sem remorsos por favor, agora já foi, é daqui para frente que conta...




David Chinaglia, é espírita, palestrante, escritor, divulgador da doutrina espírita nos preceitos de Allan Kardec, é editor e colaborador deste blog, recebe e-mails para comentar a matéria e agendar palestras pelo davidchinaglia@gmail.com e tem conta no facebook pública como David Chinaglia.



quinta-feira, 8 de maio de 2014

DE MEL Á MARIA - POR JÔ ANDRADE



Olhando a céu aberto em mais um dia que se inicia, um sol dourado irradiando raios de vida, confesso que fico emocionada... E neste belíssimo cenário, lembrei-me da proximidade do Dia Das Mães e que precisava escrever algo que remetesse aos leitores a reflexão sobre a atriz principal da data, a protagonista da vida.
Tenho um prazer enorme em observar o mundo, as paisagens, as pessoas, os animais e os acontecimentos que tenho possibilidade de conhecer.
Dias atrás observando mais uma vez o nosso cotidiano, constatei uma cena que merece ser relatada acerca do instinto maternal, mesmo nos seres que antecedem a humanidade.
Mel, uma belíssima cachorrinha branca, com seu filhote, no jardim defronte de nossa residência, tomando sol e guardando a casa, teve seu momento interrompido com a chegada de um dos carros da família, abrindo o portão com acionamento automático. Esperávamos que com o barulho do portão e do automóvel, ela saísse correndo, mas teve reação contrária.
Ela, um animal doce, brincalhona e simpática (demonstra sempre estar feliz e de bem com a vida), se ergue rapidamente com o pequeno peito estufado, como que se enfrentasse o carro que estava para entrar pelo caminho, onde estavam mãe e filho sentados.
Em pé, olhando sempre para o carro, numa postura corajosa, apanha seu filhote pela pele do pescoço e tira seu cachorrinho do suposto perigo, levando-o para o quintal interno da casa. Vemos nesta atitude seu instinto maternal, defendendo e protegendo seu filhote. Em nenhum momento vimos nela a vontade em fugir do perigo sozinha.




Prosseguimos daí nossa reflexão voltada para as mulheres, que desde sua tenra idade, desde criança, menininha ainda, já demonstra o afloramento do instinto maternal em suas brincadeiras. Cresce um pouco e na adolescência e juventude, vemos em seus comportamentos, na maioria das jovens, atitudes que demonstram carinho especial para com as crianças. É nesta fase que inicia o sonho de terem em seus braços um pequenino ser, um querido filhinho. 
Torna-se mulher e fica mais acentuado o desejo de ter a possibilidade de gerar um filho dentro de si. Vemos como foco reservado somente para as fêmeas, sejam elas animais ou humanas, a procriação, a criação torna-se real e passam a serem mães.
Mãe admira, mãe tem afeto, mãe dá carinho, oferece amor sem nenhum pedido de troca ou retribuição. E quando o filho não retribui o que lhe ofereceu, ela chega até esconder tal situação para que os outros não tenham conhecimento e nem façam críticas. Ela oferece e dá tudo o que tem de melhor para seus descendentes. É um ser diferente e tem este amor que é muito intenso.
Seguindo adiante, lembro-me da história da Matriarca Universal, a nossa Mãe Maior, Maria de Nazaré, a Mulher Divina que fora presenteada em ser mãe do Mestre Jesus.
Maria de Nazaré é a referência de mãe, de mulher grande e forte. 




Para nós, o natural da vida é o de que pais devessem morrer antes dos filhos, entendemos que esta condição seria a mais correta, onde os mais velhos é que deveriam partir antes.
Porém, no caso de nossa Mãe Maria, ocorreu também de forma contrária. Ela acompanhou e vivenciou os flagelos dos sofrimentos de seu amado filho Jesus.
Ela permaneceu ao lado do Filho, desde a condenação injusta e equivocada, desde o início do sofrimento do seu primogênito, até seu último suspiro. Acompanhou-O durante todo o suplício, ficou aos seus pés orando para que seu sofrimento fosse diminuído com sua presença e com suas palavras de amor, de conforto e de consolação.
Nossa Mãe querida, além de falar e tentar confortar seu Filho, com sua presença consolou a mãe de Dimas, um dos ladrões que fora crucificado ao lado de Jesus. Ela encontrou tempo e espaço naquele momento de dor,para oferecer carinho para a outra mãe que também sofria.
Maria sabia que seu Filho era diferente dos demais, mas entristeceu em demasia pelo sofrimento e separação de seu amado Filho, tal quais outras mães que experimentaram situação semelhante.
Enfim, mãe é uma mulher que tem uma forma diferente de amar e de conduzir a educação de seus filhos. É um amor diferente dos demais amores que sentimentos. Amor de mãe é diferente de amor de mulher para com seu marido, de amor de irmã, de amor de filha, de prima, de tia, de avó e de amiga. É um sentimento que dói e cala a alma das mães quando seus filhos sofrem. 
Em O Livro dos Espíritos, na resposta da questão 385, encontramos: “... considera o amor que uma mãe consagra a seus filhos, como o maior amor que um ser possa votar a outro”.
Tenho certeza que a grande maioria das mães, se pudessem, trocaria de lugar com seus filhos, na hora do sofrimento dos mesmos.
Sentem-se reconhecidas quando agradam ou elogiam seus filhos. Quando falamos bem de seus filhos, adoçamos o coração dessas mães.
E para finalizar, reconhecemos a grande importância maternal na vida das mulheres e vemos a evolução dos seres, na condição de fêmeas, desde a vida animal, relatada em nossa história pela doce Mel, a compreensão do crescimento do Espírito na condição de mulher e até alcançar o Ser Superior da Matriarca Mundial, nossa Mãe Maria. Assim como aprendemos, novamente em O Livro dos Espíritos, na questão 540: “É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo”. Morrendo e nascendo muitas vezes é que avançamos nesta evolução.


Às todas as Mães, todo carinho e reconhecimento!

Feliz Dias das Mães!!!








Jô Andrade, é espírita, escritora e uma das coordenadoras do www.clubedobem.net.br, colaboradora deste blog

terça-feira, 6 de maio de 2014

AS DUAS FACES - POR RICHARD SIMONETTI





Famoso artista começou a pintar um quadro que tinha por tema a vida de Jesus. Durante meses dedicou-se ao gratificante trabalho. Ao final, faltavam duas personagens: Jesus menino e Judas Iscariotes. Meticuloso, pôs-se a procurar os modelos ideais.
Em bairro de periferia encontrou um garoto de sete anos, cujo rosto o impressionou vivamente. Tinha expressão suave, fisionomia tranquila, olhos brilhantes e expressivos, exatamente o que desejava.  Conversou com os pais. Conseguiu que o levassem ao ateliê, onde o retratou como Jesus. Restava Judas.
O tempo passou, o quadro empacou. Anos se sucederam, sem que o modelo ideal fosse encontrado. Certa feita um mendigo, embriagado caiu diante dele.
Compadecido, ao tentar erguê-lo, viu-lhe o pintor o rosto bem de perto e estremeceu. Aquela fisionomia atormentada, viciosa, suja, desesperada, era o retrato fiel de Judas!
Emocionado, propôs-lhe: – Venha comigo! Eu o ajudarei!
O infeliz o acompanhou. Chegados ao ateliê, depois de ter satisfeito a fome e a sede do improvisado modelo, o pintor desvelou a tela, dispondo-se a iniciar o trabalho. Entretanto, quando o mendigo a contemplou, desandou em choro convulso.
– Não se lembra de mim? – perguntou. – Há muitos anos estive aqui. Fui eu! Fui eu quem posou para o seu menino Jesus!
Este fascinante episódio dramatiza uma situação que se repete, indefinidamente, no Mundo: a perda da inocência e da pureza, e o comprometimento com vícios e paixões, marcando a transição da infância para a idade adulta. É comum os pais de criminosos que cometeram atrocidades comentarem, em desespero:
Não posso acreditar que tenha sido nosso filho! Era um menino tranquilo e gentil, incapaz de uma maldade! Como pôde transformar-se num monstro?!
Ensina o Espiritismo que a criança não é um livro em branco. Guarda registros de suas vivências anteriores, com tendências boas ou más adquiridas.
Educar seria não apenas fazer o Espírito entrar na posse de seu patrimônio de experiências pretéritas, mas também ajudá-lo a superar as tendências inferiores resultantes de seus desvios.





Uma das revelações mais importantes da Doutrina Espírita está na questão número 383, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta qual a utilidade da infância, e o mentor informa que nessa fase o Espírito é extremamente sensível às influências que recebe. Muitas de suas tendências inferiores e fragilidades poderão ser superadas com a ajuda dos responsáveis por ela.
Naturalmente, é fundamental que haja o exemplo, que os pais estejam dispostos a viver o que ensinam aos seus rebentos, cultivando um comportamento digno e honrado. De nada adiantará ensinarem ao filho que fumar é nocivo ou que não deve dizer palavrões, se eles próprios o fazem.
Artur Azevedo (1855-1908), escritor e teatrólogo brasileiro, narra ilustrativo diálogo entre pai e filho. O pai, informado de que o menino mentia muito na escola, dá-lhe uma lição de moral, explicando-lhe, com variados exemplos, que é preciso dizer sempre a verdade.  Nesse ínterim, batem à porta. O pai terminou a conversa recomendando:
– Vá atender filho. Se for alguém que me procure, diga-lhe que não estou.
***
Bem, caro leitor, face de Jesus menino pode converter-se em nós na face lamentável de Judas, como consequência de nossos desvios do passado e do presente.
É preciso fazer o contrário: a transformar a face de Judas na figura radiante do Cristo, com o esforço perseverante no campo do Bem e da Verdade, buscando superar impulsos e tendências não compatíveis com os valores evangélicos. E isso com tal ardor,  que um dia possamos repetir com o Apóstolo Paulo (Gálatas, 2:20): ...e já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim.





   


                   Richard Simonetti, é espírita, escritor, palestrante, divulgador da doutrina espírita, aos 79 anos, viaja o Brasil e o Mundo falando do espiritismo nos preceitos da codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog semanalmente.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

PSICOGRAFIA DO CANTOR CHORÃO - ESCLARECIMENTOS OPORTUNOS - POR ALEXSANDER KELLY BONAFINI



Algumas vezes os homens aderem a certas crenças sem ter convicções delas, de seus fundamentos, postulados. Atrelados a sua raízes anteriores, ficam estupefatos com a revelação espírita e tem dificuldade de apreende-los. Destarte tentam mudar a doutrina, a seu bel-prazer, haja vista não conseguirem se modificar. Outras vezes a fantasia toma conta de muitos iniciantes, já trazendo em seu psiquismo arquétipos de suas crenças orientais, carregadas de simbolismos, ilusões e cultos externos, ao se deparar em reencarnação atual com a doutrina dos Espíritos, chocam-se e tendem a se levar pelo misticismo fantasioso, sendo presas fáceis do Espíritos pseudo-sábios. Ficamos perplexos com a notícia da psicografia do músico desencarnado CHORÃO há um ano atrás, através da porta dos fundos do suicídio e dependente químico. Algumas pessoas acusam que é julgamento de nossa parte sermos contrários a tal informação, mas, não se trata de julgamento, mas sim de reflexão, como o codificador nos ensinou, fé raciocinada, sem ilusões. Vamos verificar o que diz a doutrina, a respeito da vida pós-morte e suas consequencias: 

L.E(LIVRO DOS ESPÍRITOS).:




155 a A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?
– Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Esses dois estados se tocam e se confundem de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o retinham no corpo físico: eles se desatam, não se quebram.
☼ Durante a vida, o Espírito se encontra preso ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando nele cessa a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; opera-se gradualmente e com uma lentidão muito variável, conforme os indivíduos. Para uns é bastante rápido e pode-se dizer que o momento da morte é ao mesmo instante o da libertação, quase imediata. Mas, para outros, aqueles cuja vida foi extremamente material e sensual, o desprendimento é mais demorado e dura algumas vezes dias, semanas e até mesmo meses. Isso sem que haja no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre corpo e Espírito, afinidade que sempre se dá em razão da importância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É racional conceber, de fato, que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais sofre ao se separar dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação de pensamentos, operam um início do desprendimento mesmo durante a vida do corpo, de tal forma que, quando a morte chega, o desprendimento é quase instantâneo. Esse é o resultado de estudos feitos em todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações ainda provaram que a afinidade que em alguns indivíduos persiste entre a alma e o corpo é, algumas vezes, muito dolorosa, visto que o Espírito pode sentir o horror da decomposição. Esse caso é excepcional e particular para certos gêneros de vida e certos gêneros de morte; verifica-se entre alguns suicidas.


De acordo com a questão supra-citada, podemos observar a dificuldade da separação do Espírito e do corpo, colocada aqui para elucidação, apesar de ser questão básica, de qualquer aluno primário do espiritismo, mas, em vista de dúvidas diversas, damos a palavra ao Codificador e aos Espíritos de Escol. Vejamos mais:

164 Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e com a mesma duração, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?
– Não, isso depende de sua elevação. Aquele que já está depurado reconhece a sua nova situação quase imediatamente, porque já se libertou da matéria durante a vida do corpo, enquanto o homem carnal, aquele cuja consciência não é pura, conserva durante muito mais tempo as sensações da matéria.
165 O conhecimento do Espiritismo tem alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, dessa perturbação?
– Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia antecipadamente sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura exercem maior influência.
☼ No momento da morte, tudo é inicialmente confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela fica atordoada, semelhante à situação de uma pessoa que desperta de um profundo sono e procura se dar conta da situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam à medida que se apaga a influência da matéria da qual acaba de se libertar e à medida que se vai dissipando uma espécie de névoa que obscurece seus pensamentos.
O tempo da perturbação que se segue à morte do corpo é bastante variável. Pode ser de algumas horas, de muitos meses ou até mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que se identificaram já na vida terrena com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua posição.

Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares de acordo com o caráter dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreso, espantado e não acredita estar morto. Sustenta essa idéia com insistência e teimosia. Entretanto, vê seu corpo, sabe que é o seu e não compreende que esteja separado dele. Procura aproximar-se de pessoas que estima, fala com elas e não compreende por que não o escutam. Essa ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito reconhece o estado em que se encontra e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos. Esse fenômeno se explica facilmente. Surpreendido pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que se operou nele. A morte é, para ele, sinônimo de destruição, de aniquilamento. Mas, como ainda pensa, vê, escuta, não se considera morto. O que aumenta ainda mais sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao anterior, cuja natureza etérea não teve ainda tempo de estudar. Acredita que seja sólido e compacto como o primeiro; e quando percebe esse detalhe, se espanta por não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é semelhante ao que acontece com os sonâmbulos inexperientes que não acreditam dormir, porque, para eles, o sono é sinônimo de suspensão das atividades, e, como podem pensar livremente e ver, julgam não estar dormindo. Alguns Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não tenha acontecido inesperadamente. Porém, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de estar doentes, não pensavam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu enterro como sendo o de um estranho e falando sobre o assunto como se não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de pesaroso para o homem de bem! É calma e muito semelhante à de um despertar tranqüilo. Para aquele cuja consciência não é pura, a perturbação é cheia de ansiedade e angústias que aumentam à medida que reconhece a situação em que se encontra.



Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou apenas se preocupa com aqueles que lhe interessam.
O relato dos imortais é tão claro e óbvio que dispensa comentários. No entanto torna-se necessário elucidar quanto a comunicação e suas dificuldades inerentes tais como afinidade, sintonia e lucidez espiritual.
Vejamos O Livro dos Médiuns a respeito:

Espíritos que podem ser evocados
274. Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados: assim os bons, como os maus, tanto os que deixaram a vida de pouco, como os que viveram nas épocas mais remotas, os que foram homens ilustres, como os mais obscuros, os nossos parentes e amigos, como os que nos são indiferentes. Isto, porém, não quer dizer que eles sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independente da própria vontade, ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer. Queremos dizer que não há impedimento absoluto que se oponha às comunicações, salvo o que dentro em pouco diremos. Os obstáculos capazes de impedir que um Espírito se manifeste são quase sempre individuais e derivam das circunstâncias.
275. Entre as causas que podem impedir a manifestação de um Espírito, umas lhe são pessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se, para ceder aos nossos desejos. Neste caso, sua visita apenas fica adiada.
276. Cumpre ainda levar em conta a facilidade que deve resultar do hábito da comunicação com tal ou qual Espírito. Com o tempo, o Espírito estranho se identifica com o do médium e também com aquele que o chama. Posta de parte a questão da simpatia, entre eles se estabelecem relações fluídicas que tornam mais prontas as comunicações. Por isso é que uma primeira confabulação nem sempre é tão satisfatória quanto fora de desejar e que os próprios Espíritos pedem freqüentemente que os chamem de novo. O Espírito que vem habitualmente está como em sua casa: fica familiarizado com seus ouvintes e intérpretes, fala e age livremente.
3ª Quais as causas que podem impedir atenda um Espírito ao nosso chamado?
"Em primeiro lugar, a sua própria vontade; depois, o seu estado corporal, se se acha encarnado, as missões de que esteja encarregado, ou ainda o lhe ser, para isso, negada permissão.
"Há Espíritos que nunca podem comunicar-se: os que, por sua natureza, ainda pertencem a mundos inferiores a Terra. Tão pouco o podem os que se acham nas esferas de punição, a menos que especial permissão lhes seja dada, com um fim de utilidade geral. 
33ª Quanto tempo deve decorrer, depois da morte, para que se possa evocar um Espírito?
"Podeis fazê-lo no instante mesmo da morte; mas, como nesse momento o Espírito ainda está em perturbação, só muito imperfeitamente responde,"

NOTA. Sendo variável o tempo que dura a perturbação, não pode haver prazo fixo para fazer-se a evocação. Entretanto, é raro que, ao cabo de oito dias, o Espírito já não tenha conhecimento do seu estado, para poder responder. Algumas vezes, isso lhe é possível dois ou três dias depois da morte, em todos os casos se pode experimentar com prudência.
Encontramos elucidações na belíssima obra Voltei, do Irmão Jacob, através da psicografia do querido Francisco Cândido Xavier, que fala a respeito do intercâmbio mediúnico:
Dificuldade no intercâmbio
Mas, o serviço não é tão fácil quanto parece à primeira vista. Podemos certamente visitar amigos e influenciá-los; todavia, para isso, copiamos o esforço dos profissionais da telepatia. Emitimos o pensamento, gastando a potência mental em dose alta e, se a pessoa visada se mostra sensível, então é possível transmitir-lhe ideias; com relativa facilidade. Por vezes, a deficiência do receptor, aliada às múltiplas ondas que o cercam, impede a consumação de nossos propósitos. Se o
instrumento de intercâmbio permanece absorto nas preocupações da luta comum, é difícil estabelecer a preponderância de nossos desejos.
A mente humana; atraí ondas de força, que variam de acordo com as emissões que lhe caracterizam as atividades. No aparelho mediúnico, esse fenômeno é mais vivo. Pela sensibilidade que lhe marca as faculdades registradoras, o médium projeta energias em busca do nosso campo de ação e recebe-as de nossa esfera com intensidade indescritível. Calculam, pois, os obstáculos naturais que nos cerceiam as intenções. Se não há combinação fluídico-magnética entre o Espírito comunicante e o recipiente humano, realizar-se-á nosso intento apenas em sentido parcial.

Em outro capítulo do livro, o irmão Jacob, que foi o eminente amigo Federico Figner na Terra, presidente da FEB, tenta o intercâmbio e não obtém sucesso e reclama, citando André Luiz, ao que o mentor lhe orienta, vejamos o parágrafo:

...Minha mente, contudo, interessava-se na aproximação com o médium, fixa na ideia de valer-se dele para contato menos ligeiro com o mundo que eu havia deixado. Rompi as conveniências e pedi a colaboração do supervisor da casa, embora o respeito que a presença dele me inspirava. Não me recebeu o pedido com desagrado. Tocou-me os ombros, paternalmente, e acentuou, esquivando-se:
— Meu bom amigo, é justo esperar um pouco mais. Não temos aqui um serviço de mero registro. Convém ambientar a organização mediúnica. A sintonia espiritual exige trato mais demorado. Lembrei-me, então, imperfeito e egoísta que ainda sou, de André Luiz. Ele não fora espiritista; no entanto, começara, de pronto, o noticiário do “outro mundo”. O diretor, liberal e compreensivo, mergulhou em mim os olhos penetrantes, como se estivesse a ler as páginas mais íntimas de meu coração e, sem que eu enunciasse o que pensava, acrescentou, humilde:
— Não julgue que André Luiz haja alcançado a iniciação, de improviso. Sofreu muito nas esferas purificadoras e frequentou-nos a tarefa durante setecentos dias consecutivos, afinando-se com a instrumentalidade. Além disto, o esforço dele é impessoal e reflete a cooperação indireta de muitos benfeitores nossos que respiram em esferas mais elevadas. E passou a explicar-me as dificuldades, indicando os óbices que se antepunham à ligação e relacionando esclarecimento científicos que não pude guardar de memória.

Setecentos dias meus amigos, para adquirir a sintonia necessária à comunicação! Fora os esforços empreendidos e dificuldades inerentes ao trabalho, haja vista ter ficado cerca de 08 anos no Umbral, até ser resgatado e após mais alguns anos, até se adaptar a realidade espiritual, se equlibrar e então se comunicar. Não que um Espírito sofredor não possa se comunicar em pouco tempo, o próprio codificador nos orienta a respeito e traz relatos em “O Céu o Inferno” a respeito e vemos todos os dias nas reuniões mediúnicas manifestações desse tipo, no entanto, quando se trata de certos tipos de desencarnação, a perturbação que se segue é grande inconveniente para seu encaminhamento, e sua ligação com a matéria, como aduziu Kardec em O Livro dos Espíritos, citado acima, pode durar dias, meses e anos, e mesmo que não dure, o que é raro, necessita de tempo para concatenar as ideias, equilibrar-se, conseguir entender que está morto fisicamente, mas que está vivo, (olha a complicação para quem acreditava no nada, ou em apenas céu, inferno e purgatório), tratar suas dores, sua culpa, recuperar os tecidos perispiríticos algumas vezes destroçados em razão do desatino cometido, fato esse que muitas vezes se torna impossível, reencarnando com “doenças e males congênitos, herança das dívidas anteriores”. Após tudo isso, torna-se necessário estudar a verdade, que geralmente aprendeu de forma errônea, o que não acontece de uma hora para outra. Daí encontra-se um médium disposto, afiniza-se com ele, e após a permissão necessária, ocorre o intercâmbio. Isso, obviamente nos casos em que se realizam mensagens mais aprofundadas, mais conscientes, que têm caráter elucidativo, abrangente, orientador, pois o plano espiritual trabalha com “qualidade total”. Muitos dirão, mas os sofredores não se manifestam nas mediúnicas? Sim, diariamente, mas se manifestam claramente e em forma de poesia, canto ou odes? Não, através de linguagem complexa, atordoados, não raro com amnésia, sem saber em realidade quem são, tais como os que copiei de “O Céu e o Inferno”:



O PAI E O CONSCRITO
No começo da guerra da Itália, em 1859, um negociante de Paris, pai de família, gozando de estima geral por parte dos seus vizinhos, tinha um filho que fora sorteado para o serviço militar. Impossibilitado de o eximir de tal serviço, ocorreu-lhe a idéia de suicidar-se a fim de o isentar do mesmo, como filho único de mulher viúva. Um ano mais tarde, foi evocado na Sociedade de Paris a pedido de pessoa que o conhecera, desejosa de certificar-se da sua sorte no mundo espiritual.
(A S. Luís.) - Podereis dizer-nos se é possível evocar o Espírito a que vimos de nos referir? - R. Sim, e ele ganhará com isso, porque ficará mais aliviado.
1. - Evocação. - R. Oh! obrigado! Sofro muito, mas... é justo. Contudo, ele me perdoará.
Nota - O Espírito escreve com grande dificuldade; os caracteres são irregulares e mal formados; depois da palavra mas, ele pára, e, procurando em vão escrever, apenas consegue fazer alguns traços indecifráveis e pontos. É evidente que foi a palavra Deus que ele não conseguiu escrever.
2. - Tende a bondade de preencher a lacuna com a palavra que deixastes de escrever. - R. Sou indigno de escrevê-la.
3. - Dissestes que sofreis; compreendeis que fizestes muito mal em vos suicidar; mas o motivo que vos acarretou esse ato não provocou qualquer indulgência? - R. A punição será menos longa, mas nem por isso a ação deixa de ser má.
4. - Podereis descrever-nos essa punição? - R. Sofro duplamente, na alma e no corpo; e sofro neste ultimo, conquanto o não possua, como sofre o operado a falta de um membro amputado.
5. - A realização do vosso suicido teve por causa unicamente a isenção do vosso filho, ou concorreram para ele outras razões? - R. Fui completamente inspirado pelo amor paterno, porém, mal inspirado. Em atenção a isso, a minha pena será abreviada.
6. - Podeis precisar a duração dos vossos padecimentos? - R. Não lhes entrevejo o termo, mas tenho certeza de que ele existe, o que é um alivio para mim.
7. - Há pouco não vos foi possível escrever a palavra Deus, e no entanto temos visto Espíritos muito sofredores fazê-lo: será isso uma conseqüência da vossa punição? - R. Poderei fazê-lo com grandes esforços de arrependimento.
8. - Pois então fazei esses esforços para escrevê-lo, porque estamos certos de que sereis aliviado. (O Espírito acabou por traçar esta frase com caracteres grossos, irregulares e trêmulos: - Deus é muito bom.)
9. - Estamos satisfeitos pela boa-vontade com que correspondestes à nossa evocação, e vamos pedir a Deus para que estenda sobre vós a sua misericórdia. - R. Sim, obrigado.
10. - (A S. Luís.) - Podereis ministrar-nos a vossa apreciação sobre esse suicídio? - R. Este Espírito sofre justamente, pois lhe faltou a confiança em Deus, falta que é sempre punível. A punição seria maior e mais duradoura, se não houvera como atenuante o motivo louvável de evitar que o filho se expusesse à morte na guerra. Deus, que é justo e vê o fundo dos corações, não o pune senão de acordo com suas obras.
Torna-se clara a diferença da manifestação, que teve o auxílio de S. Luís para tal se concretizar pois por si só não conseguiria tal intento. 
Poderíamos citar vários livros edificantes, a Revista Espírita, mas por ora acredito ser suficiente para elucidação geral.
Temos que tomar muito cuidado com as ditas comunicações espirituais. O irmão citado desencarnou mediante suicídio, através de overdose, fato que além de denotar uma infringência às regras de Deus, o auto-morticínio, produzindo não raro loucura devido as consequências da drogadição e seus efeitos danosos e pela forma de desencarnação grave, estudada desde O livro dos Espíritos. Além de ser pouco tempo para recuperação após fato tão grave, o Espírito tem de ter méritos suficientes para estar em situação mais amena e um Espírito com méritos grandiosos não provoca sua morte, pois ama a vida e aceita suas vicissitudes, o que é raro entre nós. E o pior de tudo, se manifesta não apenas dissertando sua situação, mas através de poesia? Como aceitar com lógica e bom senso tal comunicação, sabendo de situação tão caótica de tal Espírito? É um paradoxo, estar num inferno astral e ter "cabeça" para fazer poesia e tão bela? Basta uma passada de olhos pelo O Céu e o Inferno, que saberíamos a situação de tal alma, que merece nossas preces para sua devida restituição mental e espiritual, daí o estudo aprofundado das obras básicas e do Espiritismo num todo. É inegável que a mensagem é muito positiva e esclarecedora quanto as consequências da drogadição, no entanto, temos que considerar a situação do Espirito, que é muito prematura para tal comunicação. De nada adianta uma verdade ser propagada através de uma impostura, aquela conversa que o fim justifica os meios não convence o estudioso espírita, daí o estudo incessante e aprofundado da doutrina dos "Espíritos" não dos "espíritas", pois os desmandos e desqualificações que em existem em a doutrina é em face da ignorância dos postulados espíritas, de alguns espíritas, que querendo justificar suas opiniões ou posturas, tentam modificá-la a seu bel prazer, quando o objetivo é o aprendizado e a auto-transformação através da verdade que liberta. Esclarecer-se quanto a doutrina e seus postulados é a principal caridade que podemos realizar, para evitarmos as muletas e os desculpismos, acabando com a figura dos sacerdotes, que enxameiam nos Centros destituídos do ensinamento Kardequiano, sendo a reforma interior fruto do auto-burilamento.





Finalizamos com a orientação sempre atual de Erasto: “Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.”
Paz e luz a todos, votos de um ótimo final de semana.


    Alexsander Kelly Bonafini, é espírita, pesquisador, dirigente espírita, palestrante da Doutrina Espírita nos preceitos de Allan Kardec, é membro ativo da União Espírita de Piracicaba, e da Sociedade Espírita Casa do Caminho, ministra cursos a respeito desta doutrina, é policial, e como escritor, colabora com este blog.