domingo, 17 de fevereiro de 2013

PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA



“Os  publicanos e os pescadores se aproximaram de Jesus para ouví-lo. – 8 – Ou qual é a mulher que tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontra-la? – 9 – E, tendo-a achado, reúne as amigas e as vizinhas dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. – 10 – Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”  Lucas, XV, vv. 8-10.

INTERPRETAÇÃO
Bendito seja o Senhor de as coisas!
Meus irmãos, minhas irmãs, é nas pequeninas coisas que mais aprendemos e é no esforço diário de dominar os nossos pequenos defeitos que conseguiremos os maiores e os mais difíceis.
A parábola de hoje, à primeira vista, parece insignificante; mas, se nós a examinarmos com cuidado, com carinho e com amor, veremos a beleza que ela encerra.


Como já foi dito, ela se dirige a uma classe deserdada da fortuna. Ela veio falar aos corações necessitados, àqueles espíritos que, por contingência de sua missão, vendo fartura em seus irmãos, terão de ter força de vontade para não serem dominados pela inveja.


Eis porque ela vem falar como um grito de paz, de compreensão a essas criaturas que vêm à Terra em trabalhos braçais, lutando pelo pão, pelo alimento dos seus entes queridos.
A mulher da parábola assim fazia.
Ela guardava moeda por moeda, com o cuidado, com o medo de perdê-las, porque elas representavam o esforço de muitos e muitos dias de trabalho.
Aqueles que ganham a vida facilmente, não sentirão essa necessidade de cuidar dos seus bens, porque não despenderam esforço em obtê-los; por isso, podem perdê-los, doá-los, esbanjá-los, que não farão falta, mas para esta pobre mulher, aquele dinheiro estava contado, tinha um fim predeterminado e ela, quando sentindo a falta de uma moeda, sentiu desmoronarem-se todos os seus sonhos idealizados.


 Procurou, então, por toda a casa, varreu, espanou, acendeu o candeeiro, para que a luz se fizesse, até encontra-la e, quando a achou, convidou as amigas para bem comemorar o fato.


Estamos analisando pelo ponto de vista material.
Analisemos, agora, pelo mais importante: o ponto de vista espiritual.
A parábola de hoje vem completar o estudo feito para a força de vontade.
Como já mencionamos, esse esforço fará parte do patrimônio espiritual.
E o que são as virtudes, senão pequenas moedas que, com esforço e trabalho, vamos amealhando, vamos desenvolvendo dentro de nós mesmos; vamos aprimorando os nossos sentimentos, para que alcancemos a evolução de nossas almas?


Refiro-me à alma, porque é ela já livre de todo acervo de erros e vícios das vidas pretéritas, que se expande e se pode fundir no todo que é Deus.
Eis porque, meus irmãos, minhas irmãs, enquanto sentirdes que alguma moeda representada pelo bem espiritual que tereis de desenvolver, estiver perdida, tereis de acender o candeeiro da fé, para que ele vos ilumine; para que esta luz clareie as vossas mentes e possais pesquisar, dentro de vós mesmos, o que vos impede de ascender a planos superiores. Enquanto não completardes todas as moedas necessárias para a evolução de vossos espíritos, tereis de procurar, tereis de dar o vosso esforço.


Esta conquista representa a busca do aprimoramento de vossas virtudes, através das boas ações, dos bons pensamentos e quando a completardes nos céus, os vossos entes queridos e amigos devotados, vos estarão esperando para o banquete fraterno.
Chamareis, então, os vossos irmãos e, de mãos dadas, entoareis um hino de louvor ao Mestre dos mestres.
Jesus, em Sua simplicidade, sentiu a necessidade de orvalhar os espíritos desiludidos com a palavra da esperança.
Precisava dizer àquelas criaturas que todos os Seus filhos estão sempre em busca de alguma coisa.


Infelizmente, almas existem que, dominadas pelo egoísmo, pela vaidade, não desenvolvem e não sabem acender, dentro de si, a chama viva do amor divino e, envolvida nas trevas, espalham maldades e rancores, atirando os seus espíritos no lamaçal dos vícios.


Para aqueles, porém, que sentem a necessidade de aprimorar, de desenvolver a força de vontade, eis que o Senhor os ajudará nesta busca, nesta procura da evolução do seu corpo espiritual.


Meus irmãos, minhas irmãs, como podeis bem analisar, em poucas palavras, o Divino Rabi levava consolo espiritual e fé a toda a humanidade sofredora. Estamos, pois, felizes de poder, neste instante, analisar estas divinas parábolas, senti-las no âmago de nosso ser e pedir ao Pai de misericórdia que nos ajude a achar a nossa dracma perdida.
Ilumina, Pai, as nossas consciências para que possamos ver em verdade e com sinceridade; para que, com a Tua luz, possamos, através do nosso esforço, através da nossa força de vontade, caminhar seguindo os Teus passos pela estrada do amor.
Graças a Deus!
Que a paz de Jesus ilumine todos os corações.

(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 54-57)




Julio Flávio Rosolen participa da
Sociedade Espírita Casa do Caminho, em Piracicaba, é Coronel (da reserva) do                                       Corpo  de Bombeiros, Espírita e  colabora com       este BLOG.

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