“Os publicanos e os pescadores se aproximaram de
Jesus para ouví-lo. – 8 – Ou qual é a mulher que tendo dez dracmas, se perder
uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até
encontra-la? – 9 – E, tendo-a achado, reúne as amigas e as vizinhas dizendo:
Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. – 10 – Eu vos
afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador
que se arrepende.” Lucas, XV, vv. 8-10.
INTERPRETAÇÃO
Bendito
seja o Senhor de as coisas!
Meus
irmãos, minhas irmãs, é nas pequeninas coisas que mais aprendemos e é no
esforço diário de dominar os nossos pequenos defeitos que conseguiremos os
maiores e os mais difíceis.
A
parábola de hoje, à primeira vista, parece insignificante; mas, se nós a
examinarmos com cuidado, com carinho e com amor, veremos a beleza que ela
encerra.
Como
já foi dito, ela se dirige a uma classe deserdada da fortuna. Ela veio falar
aos corações necessitados, àqueles espíritos que, por contingência de sua
missão, vendo fartura em seus irmãos, terão de ter força de vontade para não
serem dominados pela inveja.
Eis
porque ela vem falar como um grito de paz, de compreensão a essas criaturas que
vêm à Terra em trabalhos braçais, lutando pelo pão, pelo alimento dos seus
entes queridos.
A
mulher da parábola assim fazia.
Ela
guardava moeda por moeda, com o cuidado, com o medo de perdê-las, porque elas
representavam o esforço de muitos e muitos dias de trabalho.
Aqueles
que ganham a vida facilmente, não sentirão essa necessidade de cuidar dos seus
bens, porque não despenderam esforço em obtê-los; por isso, podem perdê-los,
doá-los, esbanjá-los, que não farão falta, mas para esta pobre mulher, aquele
dinheiro estava contado, tinha um fim predeterminado e ela, quando sentindo a
falta de uma moeda, sentiu desmoronarem-se todos os seus sonhos idealizados.
Procurou, então, por toda a casa, varreu,
espanou, acendeu o candeeiro, para que a luz se fizesse, até encontra-la e,
quando a achou, convidou as amigas para bem comemorar o fato.
Estamos
analisando pelo ponto de vista material.
Analisemos,
agora, pelo mais importante: o ponto de vista espiritual.
A
parábola de hoje vem completar o estudo feito para a força de vontade.
Como
já mencionamos, esse esforço fará parte do patrimônio espiritual.
E
o que são as virtudes, senão pequenas moedas que, com esforço e trabalho, vamos
amealhando, vamos desenvolvendo dentro de nós mesmos; vamos aprimorando os
nossos sentimentos, para que alcancemos a evolução de nossas almas?
Refiro-me
à alma, porque é ela já livre de todo acervo de erros e vícios das vidas
pretéritas, que se expande e se pode fundir no todo que é Deus.
Eis
porque, meus irmãos, minhas irmãs, enquanto sentirdes que alguma moeda
representada pelo bem espiritual que tereis de desenvolver, estiver perdida,
tereis de acender o candeeiro da fé, para que ele vos ilumine; para que esta
luz clareie as vossas mentes e possais pesquisar, dentro de vós mesmos, o que
vos impede de ascender a planos superiores. Enquanto não completardes todas as
moedas necessárias para a evolução de vossos espíritos, tereis de procurar,
tereis de dar o vosso esforço.
Esta
conquista representa a busca do aprimoramento de vossas virtudes, através das
boas ações, dos bons pensamentos e quando a completardes nos céus, os vossos
entes queridos e amigos devotados, vos estarão esperando para o banquete
fraterno.
Chamareis,
então, os vossos irmãos e, de mãos dadas, entoareis um hino de louvor ao Mestre
dos mestres.
Jesus,
em Sua simplicidade, sentiu a necessidade de orvalhar os espíritos desiludidos
com a palavra da esperança.
Precisava
dizer àquelas criaturas que todos os Seus filhos estão sempre em busca de
alguma coisa.
Infelizmente,
almas existem que, dominadas pelo egoísmo, pela vaidade, não desenvolvem e não
sabem acender, dentro de si, a chama viva do amor divino e, envolvida nas
trevas, espalham maldades e rancores, atirando os seus espíritos no lamaçal dos
vícios.
Para
aqueles, porém, que sentem a necessidade de aprimorar, de desenvolver a força
de vontade, eis que o Senhor os ajudará nesta busca, nesta procura da evolução
do seu corpo espiritual.
Meus
irmãos, minhas irmãs, como podeis bem analisar, em poucas palavras, o Divino
Rabi levava consolo espiritual e fé a toda a humanidade sofredora. Estamos,
pois, felizes de poder, neste instante, analisar estas divinas parábolas,
senti-las no âmago de nosso ser e pedir ao Pai de misericórdia que nos ajude a
achar a nossa dracma perdida.
Ilumina,
Pai, as nossas consciências para que possamos ver em verdade e com sinceridade;
para que, com a Tua luz, possamos, através do nosso esforço, através da nossa
força de vontade, caminhar seguindo os Teus passos pela estrada do amor.
Graças
a Deus!
Que
a paz de Jesus ilumine todos os corações.
(Extraído do
livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de
Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 54-57)
Julio Flávio Rosolen participa da
Sociedade Espírita Casa do Caminho, em Piracicaba, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros, Espírita e colabora com este BLOG.
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