segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

PARÁBOLA DO MAU RICO E LÁZARO






“19 - Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e se banqueteava magnificamente todos os dias.- 20 - Havia também um pobre mendigo chamado Lázaro, que jazia coberto de úlceras à porta do rico, - 21 - e que bem quisera saciar-se com as migalhas que caíam da mesa deste, mas ninguém lhas dava; e os cães vinham lamber-lhe as chagas. – 22 - Ora, aconteceu que o mendigo morreu e foi transportado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico morreu também e teve o inferno por sepultura. – 23 - Quando este, dentro dos seus tormentos, levantou os olhos e ao longe viu Lázaro no seio de Abraão, - 24 - disse em gritos estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro para que, molhando n’água a ponta do dedo, me refresque a língua, pois sofro tormentos nestas chamas. – 25 -Abraão, porém, lhe respondeu: Filho, lembra-te de que recebeste bens em tua vida e de que Lázaro só teve males; por isso ele agora é consolado e tu és atormentado. – 26 - Demais, grande abismo existe entre nós e vós, de modo que os que querem passar daqui para lá não o podem, como também não se pode passar de lá para cá. – 27 - Replicou o rico: Pai Abraão, eu te suplico, então, que o mandes à casa de meu pai, onde tenho cinco irmãos, para lhes dar testemunho destas coisas, a fim de que eles não venham a cair neste lugar de tormentos. – 28 - Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. – 30 - Não, Pai Abraão, insistiu o rico, se algum dos mortos lhes for falar, eles farão penitência. – 31 – Abraão respondeu: Se não escutam nem a Moisés nem aos profetas, não acreditariam do mesmo modo, ainda que algum dos mortos ressuscitasse.” (Lucas, 16:13-31)

INTERPRETAÇÃO
Graças e mais graças devemos dar ao Senhor pela oportunidade a nós concedida de podermos estudar e interpretar as sublimes palavras do meigo Nazareno.
Que possuamos a sublime ventura de poder atingir todos os pontos por Ele exemplificados nesses maravilhosos exemplos com que brindou a humanidade por todos os séculos e séculos!
Hoje, estudaremos a parábola do rico e do pobre.


Eis que na vida terrena todos nós teremos que passar por todas essas fases. Numas teremos poder, riquezas, bens; noutras vidas, teremos humildes formas através das quais iremos exemplificar a tolerância e a força de vontade para, vencendo as privações, vencermos a nós mesmos.
Como acabamos de analisar, esses dois irmãos estavam situados em dois planos completamente diferentes. Um, bem aquinhoado, gozando privilégios materiais, conforto, mesa farta, mas sem o burilamento do seu espírito; o outro, desprezado, coberto de chagas, mas tolerante, paciente, conquistando palmo a palmo a ressurreição de sua alma. E, assim, cada um em seu devido caso, completa a sua missão terrena. Passados ao plano espiritual, cada um recebeu de acordo com as suas obras. O que partiu com as mãos vazias, com o coração dominado ainda pelo orgulho, pela intolerância, continuou recebendo aquilo que distribuíra.


Meus irmãos, minhas irmãs, o inferno é o conjunto de vibrações emitidas durante a nossa vida corpórea.
O outro lado nada mais é do que uma continuação, por isso, aquele que nada fez e espera ao morrer, receber como prêmio nos céus, uma plêiade de espíritos superiores para o receber, terá uma grande decepção. O semelhante atrai o semelhante.
O mesmo mundo que os seus pensamentos e ações construíram, continuará a cercá-lo no plano espiritual, ao passo que, aquele que tudo deu de si, que a Deus amou sobre todas as coisas, que soube bem aproveitar os seus momentos, cultivando amizades, destruindo os carmas pesados que o envolvem, que o prendem à matéria, terá um leve despertar.


Forças amigas o ajudarão para com ele regozijarem pelo bom aproveitamento dos seus dias terrenos.
Isto aconteceu com os nossos amigos e quando aquele que nada construíra, pode comparar o seu grau de evolução com o daquele que desprezara, que abandonara, sentiu dentro de si a chama vivificadora do remorso e, então, apelou para aquele que, às portas de sua mansão, suplicando uma côdea de pão, fizera jus ao sublime despertar.


Ele então implorou para que o tirassem dali; desejou também estar livre daquele sofrimento que o banhava; mas, como poderia isto alcançar, se nada fizera para receber?
Não se pode alterar as leis divinas.
Todos terão as mesmas oportunidades.
Os que as aproveitaram, serão premiados; os que as perderam, terão que aguardar outra oportunidade, daí se justificar que não poderia haver passagem de um lado para outro. Ele teria que aguardar que a misericórdia de Deus se fizesse sobre o seu espírito.


Meus irmãos, minhas irmãs, os sábios ensinamentos do Mestre continuam sendo aplicados por toda a humanidade. Nada podemos alterar, mas, sentindo ele a visita do arrependimento, do remorso, lembrou-se dos seus entes queridos que teriam de passar pelo mesmo tormento por que estava passando e pediu que as forças do bem fossem até eles para que, tocando-os, iluminassem-nos e os despertassem para a verdadeira vida.
E retrucou Abraão: Que poderia lhes dizer, se eles tinham Moisés e os profetas?
Todos nós temos os nossos guias. Dentro de nós temos essa proteção maravilhosa do Pai que nos protege, que nos mostra o bem e nos adverte toda vez que queremos enveredar pelo caminho da maldade, dos vícios e dos erros.
Se eles não podiam ouvir os seus guias, aqueles entes que recebem a missão de encaminhá-los, orientá-los, como poderiam ouvir a voz superior? Não poderiam, jamais.


Eis porque, meus irmãos, minhas irmãs, tendes dentro de vós um templo do amor de Deus e podeis iluminá-lo através da oração, da renúncia, do desprendimento dos vossos erros, para que possais alcançar as paragens superiores e aqueles irmãozinhos teriam de desenvolver, no âmago do seu ser, a vontade de dominar-se a si próprios.
Ninguém consegue a luz somente implorando ao Pai, se nada fizer para conquistá-la.
Eis porque, neste maravilhoso exemplo, o Senhor nos ensina também que devemos cultivar as nossas boas ações, os nossos bons pensamentos, para que possamos ser bem assistidos, bem orientados e possamos serví-LO.
Ele está próximo de nós, amparando-nos toda a vez que tombamos em meio à jornada.
Ele transforma as nossas lágrimas, quando vertidas sem queixume e sem rancores, em gotas de luz.
Mas, meus irmãos, minhas irmãs, não penseis que apenas a pobreza nos possa servir de ponte para a vida eterna.

A riqueza também pode levar-nos a conquistar a elevação de nossas almas, desde que tenhamos amor, desde que saibamos distribuir, desde que cultivemos a caridade, a bendita caridade que estende a mão sem olhar a quem.
Meus irmãos, minhas irmãs, meditemos sobre esta parábola.
Quantos ensinamentos!
Que beleza esses exemplos por termos, dentro de nós, a oportunidade de com o Pai estarmos; de, libertando a nossa alma um dia, felizes, poderemos distribuir todas as bênçãos que o Pai de bondade nos dá e, meus irmãos, minhas irmãs, se como o homem rico da parábola, tiverdes os vossos entes queridos, esforçai-vos por viver em harmonia, cultivando e exemplificando os ensinamentos do Mestre.




Se os irmãos do homem rico da parábola cultivassem os seus pontos positivos, poderiam ter sido amparados.
Eis porque nós frisamos que as primeiras lições, os primeiros exemplos a serem dados, devemos fazê-lo no aconchego do lar.


Procuremos tolerar, perdoando as faltas daqueles que, pelos laços de sangue terreno, mais perto de nós estão.
Procuremos aprender a amar, para sermos também amados e perdoados. Quando isto acontecer, aptos estaremos para distribuir em campos mais vastos as sementes do amor fraterno, este amor que faz que não tenhamos fronteiras; que faz com que nos transformemos em arautos do Pai espalhando por todo o universo as boas novas, as palavras do Cristo de Deus.




Eis que Ele voltará através dos Seus ensinamentos para, na Terra, conviver.
Toda a vez que nos reunimos com a vontade de nos aprimorarmos, Ele conosco estará; banhará as nossas mentes de luz, para que possamos vencer a nós mesmos, através do nosso esforço, através da nossa força de vontade.
Meus irmãos, minhas irmãs, meditemos sobre estas parábolas.
O que importa é o que podemos lucrar desses ensinamentos que podeis aplicar a vossas vidas.
Que possais aprimorar o vosso eu, burilando os vossos espíritos. O Senhor usou exemplos simples, cotidianos, mas de grande poder de penetração.



Peçamos ao Sublime Rabi que nos cubra de luz nesse momento; que interceda em nosso coração para que possamos amar sem restrições ao nosso próximo; que possamos, com as nossas mãos, espalhar o bem; que possamos, com os nossos pensamentos, pedir, suplicar, por aqueles que sofrem, pelos desesperados, pelos desiludidos.
Que a paz do Teu amor se espalhe por todo o universo.
Graças a Deus!
(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antonio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 46-49)


                                                                       JULIO ROSOLEM, É DIRETOR DA SOCIEDADE ESPÍRITA CASA DO CAMINHO DE PIRACICABA, CORONEL DA RESERVA DO CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO, ESPÍRITA, E COLABORADOR DESTE BLOG

2 comentários:

  1. maravilhoso,pra ler ,analisar ,refletir bastante e colcoar em prática com urgencia..lindo texto.

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  2. Obrigado, Léa Silva pelas palavras elogiosas. Você tem razão o mais importante é aplicar os ensinos de Jesus em nosso dia-a-dia ir modificando gradativamente aquilo que identificamos em nosso comportamento, que deve ser mudado para termos uma vida melhor. E como disse o apóstolo Tiago em sua carta: “A fé sem obras é morta.” Não basta somente crer em Deus, na vida futura, se continuarmos os mesmos, repetindo os mesmos erros do nosso passado mais remoto. Seu comentário é mais um incentivo para que continuemos a divulgar a um número maior ainda de pessoas, os ensinos do nosso Divino Mestre Jesus.
    Grato.
    Julio

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