sexta-feira, 1 de julho de 2022

20 anos sem FRANCISCO, O XAVIER - Por David Chinaglia

 


                                        

Em tempos tão complexos para o planeta terra, precisamos hoje, 20 anos do desencarne de Francisco, menino, aquele que  nasceu em Pedro Leopoldo, nas Minas Gerais em 02 de Abril de 1910, e que partiu para a outra dimensão deixando aqui algumas lições de amor ao próximo, do que de fato Jesus ensinou, em 30 de Junho de 2002.

Paschoal Nunes, um bom espírita, de Piracicaba, SP, me ensinou em sua turma, que para falar de Chico Xavier, é preciso te-lo visto de perto, ter conhecido, o homem Francisco, o médium.

Eu, jovem, através de meu pai, radialista Nadir Roberto Chinaglia, lá de Piracicaba, o conheci, Nadir viajou á Uberaba MG, para fazer uma entrevista para o Jornal de Piracicaba e para o grande jornal falado Tupi, da antiga rádio Tupi de São Paulo.

Anos depois, tive o prazer de revê-lo, em Araras, em uma de suas visitas, ao Hospital Espírita e a amigos do Movimento Espírita Brasileiro, e Chico Xavier seguia humilde, e amoroso com todos.

Dito isto, posso relatar, que falar deste homem, deste médium, é algo diferente, Chico nos deu ensinamentos de vida, importantes.

Meu amado amigo Dr.Nubor Orlando Facure, que conviveu no milagre de Uberaba, que foi um dos médicos que atendeu Chico Xavier ao longo de sua vida, e que viveu momentos debaixo do Abacateiro me contou algumas histórias incríveis.

Hoje vejo que meu olhar para Francisco Cândido Xavier, posso dizer a todos vocês, que a energia naquela sala, em que o vi, sim era uma experiência digamos de outro Mundo, nunca senti em nenhum dos centros, ou locais, por onde fui falar de espiritismo, viver o espiritismo, e posso vos garantir que conheci mais de 30 centros espíritas pelo Brasil,.

Hoje pelo BLOG me relaciono com 32 casas fora do Brasil, e na França tive contatos, e relatos, de amigos Franceses, sensacionais sobre o espiritismo, e por lá todas as obras de Chico, são lidas e estudadas.

Chico tinha em seu em torno, muito além do que fez com o espírito de e Emmanuel, ali,era com toda certeza hoje que posso identificar os sentimentos de um garoto de 13 anos de idade, quando estive com ela a primeira vez, e depois de um jovem já casado quando o revi aos meus 19 anos,a sensação de estar perto da outra dimensão,.

No local onde vivia Chico, parecia um filme,  aqueles móveis antigos, o sorriso, as vezes cansado, Chico para atender á todos dormia menos de 04 horas por dia, o que se torna incrível, para alguém que fez o que ele fez.

Em 30 de Junho de 2002 ele partiu, deixando para trás lições muito mais importantes do que mais de 450 livros( sim porque o ex filho adotivo, que a justiça agora não RECONHECE como filho adotivo, vendeu direitos de obras exclusivas a FEB, títulos que ainda são utilizados), o que nos deixou Chico foi a lição de um homem bom, em sua essência, que muitas vezes foi prejudicado por sua fama, por pessoas que viviam no seu em torno.

Aqueles que Chico viu serem engolidos pelo fanatismo, ou mesmo, pelas pessoas que ousaram ao redigir suas psicografias fazerem alterações de contexto, e por isto a espiritualidade irá cobrar destes homens, Chico não entra neste balaio, e foi além de um médium, foi um bom ser humano.

Nunca, jamais disse que era a reencarnação de Allan Kardec, porque sabia que não era verdade, mas, sabia também que isto amigos queridos, com medo de sua morte, e precisando manter o legado, iriam tentar criar uma lenda, já que ele por várias vezes esteve ameaçado, de morrer.

Então seguidores plantaram, uma informação totalmente errada, que nasceu em uma noite triste para o comando espírita do Brasil, em Ubatuba, nem sempre, os fins justificam os meios

Isto no entanto contaminou fatos futuros, Chico Xavier não foi,  Allan  Kardec, e pelas regras ensinadas pelos imortais, a Kardec, não poderia se-lo,.

E porque? nenhum espírito retorna ao planeta com menor conhecimento, em sofrimento maior ou em certo momento, com situações iguais as que foram a de Chico filho de pais analfabetos.

Lembro que espíritos como Kardec, Chico Xavier, são missionários, espíritos que recebem uma missão, como sempre digo, e passam pelo planeta fazendo a história.

A política estraga tudo, poder e dinheiro também, e isto foi criado no espiritismo sem aval de Chico, religião gera dinheiro, poder, o espiritismo que acabou se tornando no Brasil uma religião, tem só de livros de Chico Xavier, mais de 100 milhões de dólares, sem dizer outras coisas como vídeos, antigamente fitas, enfim, desta fortuna, onde tirando as despesas acabou tudo doado, a instituições de caridade.

Até hoje 53 milhões de livros dele foram vendidos, e seguem gerando dinheiro, para muitos.

Quem foi Chico Xavier na vida passada, pouco importa, o que cabe a nós hoje 20 anos depois, é lembrar do homem, do espírita, e não de quem ele foi, antes desta missão.

Missão que Waldo Vieira relatou que ele quis abortar ao não querer voltar ao Brasil, quando esteve na Inglaterra, magoado com pessoas do MOVIMENTO ESPÍRITA DO BRASIL, e vendo uma Inglaterra em crescimento constante no pós Guerra, e sobretudo nos anos 60 quando lá esteve.

Chico Xavier chegou pensar em ficar por lá, Waldo Viera, e sua família contam a história e explicaram a ele, de sua importância no Brasil, fato que ele sabia, e depois até se arrependeu de ter sentido este desejo.

O que falar de Chico Xavier, fora o que foi para quem o conheceu, Veja este quarto :



Era onde ele dormiu por muitos anos, foi aqui que conversou com Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes, e outros espíritos, que vieram ter com ele, sem perder a humildade.

Um quarto até que simples, como simples foi Chico, de pouco estudo, porém de muito saber, e aceitar sua missão, Chico teve sempre o dom da visão, sim da visão ao portal que nos liga a outra dimensão, em silêncio seguia o pedido de seu amigo Emmanuel, mas, muitas vezes, debateu.

Certa vez, me contou Dr.Nubor Orlando Facure, grande amigo e colabora: dor deste blog, que certa vez, pouco antes de receber uma comunicação de André Luiz entre amigos, em um atendimento especial que fazia fora de Uberaba, Minas Gerais, Chico chegou a porta, sorriu a Nubor e lhe disse humildemente, antes de ver os demais convidados daquela reunião. : "reze por mim....., causando em Nubor o primeiro médico a falar de espiritismo na Unicamp, uma surpresa, pela humildade, já que todos queriam vê-lo e ouvi-lo.

Então o que mais Francisco o Xavier, nos deixou repito foi sua humildade, como naquele dia que Nubor Orlando Facure, perguntou a ele, porque beijava a mão de todos? e Chico respondeu : "Porque não posso beijar os pés deles.".

Em Chico o que mais se viu foi seu respeito ao próximo, e sua educação, sua lição, de amor, de fraternidade, de consolo aos mortos, e aos vivos, ele sofria a dor do próximo, queria fazer mais, pedia aos poderosos que sempre iam por lá vê-lo, : "para mim, nada, para eles tudo que precisarem."

Ontem falando com minha nova orientadora, uma jovem dinâmica do Semente de Luz a Sra.Priscila, após a aula de o Livro dos Espíritos, falamos rapidamente de Chico, e Chico, era além do imaginário, de alguns, como falam os jovens de hoje, um ponto fora da curva. n,entre 

Francisco fazia a comunicação deste mundo, e o nosso próximo mundo, que na verdade é nosso mundo de origem, ou seja a dimensão espiritual, com alegria, e sempre querendo ajudar ao próximo.

Conversando outro dia  com Dr.Marcelo Henrique, professor e amigo, espírita lá da maravilhosa Florianópolis,eu, dizia sobre Jesus, mais importante que o homem Jesus, é o conteúdo deixado por Jesus.

E Francisco, o Xavier, como eu o chamo, passa rigorosamente, pela lição que nos deixou.

Nunca quis ser santo, isto de dizer que Chico queria ser santo veio dos espíritas que tem o pezinho e a cabeça na igreja católica, aqueles mesmos que vão a casa espírita, buscar milagres que na verdade dependem de ações da pessoa, ATITUDE, e então os espíritos ajudam, mas não podem mudar o que está escrito para cada um de nós, aliviar uma dor, nem sempre é cura, e milagres os verdadeiros andam escassos.,

Qual é o preço de um milagre?, de salvar um câncer, e mudar um sofrimento programado? Enfim,  Chico primeiro dava conforto, abraços, orações porque estas faziam e ainda fazem pequenos e grandes milagres.

Um grande médico, um dos homens bons que conheci no Guilherme Alvaro, Hospital de Santos, ao ser perguntado por mim, se acreditava em Deus, me respondeu, "Acredito em Chico Xavier, este eu vi, conheci."

Não citarei seu nome porque ele não me autorizou previamente, mas, isto resume, dezenas de médicos que conheci, e porque isto ? porque ele era mais que Deus?, não porque vivemos com ele, conhecemos ele, e as lições dele são além da imaginação, para um homem com aquela cultura, com aquele pouco conhecimento da literatura, mas, de uma saber muito grande, Chico Xavier vivia o sermão da Montanha todos os dias, em seus verdadeiros ensinamentos.





Jamais podemos deixar de lembrar dele, sua importância dentro do Movimento Espírita Brasileiro, e no mundo Chico vai além de acertos, e erros que cometeu, sim porque houveram erros, ele mesmo revelou a uma pessoa que devemos ter cuidado em quem confiamos nossas vidas, e segredos, ele possuiu muitas tristezas, com pessoas que ele amou de verdade, e dizia que ceder confiança a quem não merece, e depois por vantagens financeiras ou espirituais nos traem, é um erro que cometemos.

Ninguém aqui é vítima, podemos ter compaixão de todos,estão passando dificuldades que passam, porque cometeram erros, nesta, ou em outra encarnação ou são filhos da vaidade, do orgulho, senão se acham verdadeiros professores de Deus, você deve conhecer algum, não?

Então reze por ele, por ela, porque estas pessoas não entendem as ações e reações, eu mesmo fui aprendendo ao longo desta jornada de vida.

Em 27 de Julho de 1932, Francisco o Xavier, psicografou pela primeira vez, depois veio a obra, Parnaso de além túmulo, até 30 de Junho de 2002, data de sua partida, da terra, as palavras eram as mesmas, ame, perdoe, compreenda, se errar, não erre mais no mesmo lugar.

Faça um novo final, pois não poderá jamais voltar atrás, se perdoe, deixe seus mortos partirem, enfim, poderia ficar horas e horas falando dele, mas com certeza creio que ele agora onde está, vos convidaria a um lugar assim, em sua imaginação.



                                       


Esta é a sombra do Abacateiro, lá da Casa da Prece de Uberaba, onde ele cercado por amigos, e seguidores ao lado de espíritos, fazia suas reflexões, e dava mensagens.

Hoje você amigo, amiga espírita, pode imaginar o seu abacateiro, lugar de paz que Chico gostava, ao invés de pedir, faça a ele uma prece, uma prece de agradecimento pelo que ele pode diretamente e indiretamente ter ensinado, seja o que for, todo espírita, seja bom ou seja mal, tem uma marca de Francisco, então neste abacateiro imaginário agora faça sua prece por ele,.

A lição que nos deixou,? que ajudar é mais que dar R$1,00 ou uma sacola de comida, ajudar, é compreender, é perdoar, é abraçar, é dar a mão, é ensinar, é procurar sem dar lições de moral, ceder prato de comida, porque quem tem fome tem pressa, compreender os erros do próximo, como deseja que o seu seja compreendido, que viver é amar, perdoar, e confiar em JESUS, SEMPRE.

Que hoje e sempre, toda vez que precisarmos falar de Francisco o Xavier, façamos por ele o que ele fez por milhares dos nossos, uma prece, ele se foi, e não voltará tão cedo, pois sua missão precisa ser entendida, as lições de Chico ainda não foram entendidas em muitas casas espíritas, e por milhares de espíritas, que pregam uma coisa, e fazem outra,.

Soberba, orgulho, prepotência, vaidade pessoal, caridade com trocas, para entender Chico Xavier, basta uma prece por ele, não peça, nada, apenas agradeça se ele deixou alguma marca em seu espírito.

Como diria minha amada tia Suzana hoje no céu, VIVA CHICO, e obrigado, e com toda a certeza, a oração que ele mais gostava que era o pai nosso, esteja em sua mente, quando quiser agradecer, pelas lições que teve com ele.


OBRIGADO, FRANCISCO, O XAVIER, em nome de todos, nossa gratidão....





David Chinaglia, 64, é jornalista, escritor, pesquisador, espírita, e segue a doutrina espírita de acordo com os ensinamentos de Jesus Allan Kardec , é colaborador deste blog como editor, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com









sábado, 11 de junho de 2022

O QUE APRENDEMOS NA PANDEMIA EM CURSO - Por David Chinaglia



A possibilidade de aprender, de assistir, de entender o ser humano me foi dada pelo Universo, como diriam os mais religiosos por Deus, eu diria que pela vida.
Foram  nestes 05 anos que para tratamentos de saúde e cirurgias que passei, frequentando o Hospital Guilherme Álvaro de Santos, SP.

Foi ali, que conversando com Miguel, espírito amigo, surgiu a inspiração para o texto presente, o que estamos querendo da vida após termos conhecido o COVID 19?, e estarmos sendo apresentados, a inúmeras novas e velhas doenças,porque?

Sinceramente eu que retornei a pouco tempo a frequentar uma casa espírita, e vejo assistidos, mais em desespero, ou em agonia pessoal, lidando com seus problemas, doenças, dificuldades, e muito, mas, muito orgulho, fico me perguntando porque alguns tem tanta sede de aprender o que não precisam, ou mesmo reclamar do que não sabem.

Num País como o nosso, médicos que em sua grande parte não ganham o que merecem, não possuem mais, o mesmo respeito de grande parte da população, acabaram nestes dois anos e meio, recuperando parte de seu verdadeiro lugar na história, e na sociedade.

Vivemos o Brasil, do rapaz que morre por um café, da mulher que choca a todos com seu ódio por negros, de agressões a entregadores, pela sua posição social, por gritos altos e claros de homofobia, racismo, fascismo, e não longe de nós, extremistas que destroem nossa democracia e sociedade em nome de liberdade e patriotismo, não anda fácil viver por aqui, no Brasil, em especial.

Todos buscamos respostas, vivemos a vida, dando maior importância ao dinheiro, ao bem material, ao poder do dinheiro, mas, a grande maioria, não dá ainda valor a saúde, a vida, nem de fato alguns a família.

Recentemente numa de minhas visitas ao HGA, conheci pessoas, e ali, pude ver de novo, novas dores, como um senhor jovem de seus 57 anos, lutando com um câncer, uma mulher com começo de Alzheimer aos 62 anos, outra com a mãe e o pai com séria lesão no coração, também conheci uma mulher grávida, e um senhor que me olhava fixamente, enquanto batia papo, ou perto da árvore ou na capela onde vou conversar com os espíritos que passam por lá.

Alfredo é daqueles solitários, que se acha sempre que tudo de errado ocorre com ele, ou pelo menos, as vezes parece, nos encontramos ao pé da árvore centenária que ali no Hospital, estava preocupado com meus exames, analisando os acontecimentos e ele soltou uma frase que se tornou o texto aqui presente.




"Senhor, o que estamos fazendo de nossas vidas? o que estamos apoiando ? o que será de nós ? Deixamos de viver a vida, é preciso deixar os hospitais, e olhar mais a natureza  e devemos em paz viver."


Alfredo está com vários problemas de saúde, era católico na formação, vindo do interior para o litoral há cerca de 31 anos, terminou de criar filhos e neto, ficou viúvo, casou novamente, e não aceita o momento que vivemos no Brasil, de ódio, rivalidade, perseguição, e já no alto de seus 77 anos, fragilizado pelos novos problemas de saúde, ele é um ser muito interessante, se encontra muito em sua experiência de vida.

Conversando com os imortais, em especial com meu amigo Miguel, pude ver que a indignação de Alfredo, é a minha, talvez seja a sua que está nos lendo agora, querido leitor.

O que estamos esperando, sobretudo nós espíritas? Milagres? vamos a casa espírita, ou lemos, ou ouvimos palestras para acalmar o que ? nossa mente, nosso corpo ou nosso ego?.
Certa vez, um amigo que não vejo a tempos, destes dirigentes espíritas que carregam centenas de pessoas a sua consulta, me disse uma frase que uso até hoje:

"A maioria dos espíritas, quer entrar no plano espiritual, em duas canoas, a que se aprende aqui na doutrina, e numa religiosa qualquer que dê a eles, a salvação, e você quer o que ? "





Hoje quando ainda vejo debates com os fundamentos da doutrina católica, orações de louvor que mais cabem na igreja do que na casa espírita, vejo que de 1857, quando Rivail, que você conhece mais como Allan Kardec, é muito esquecido, lembre, antes deste debate, que você espírita está numa doutrina de conhecimento, da vida espíritual, não dentro de mais uma religião, embora o MEB hoje, queira ser uma filial da igreja católica, com saberes espirituais, isto não funciona, não é assim, mas, esta conversa, a maioria não está preparada para debater.

A vida é de escolhas, e novamente volto ao velho e simpático Alfredo, o que de fato aprendeu na pandemia ? no seu pós, opa, mas quem disse que acabou ? este folego que tivemos foi pelas vacinas, não foi por governo nenhum, foi simplesmente pela ciência, que ainda imperfeita nas vacinas do COVID 19, já luta contra doenças vinda do macaco e outras, nem bem acalmamos, uma pandemia, e temos mais delas a caminho, então de novo, o que você aprendeu ?

Muitos de nós se aproximaram mais dos entes queridos, outros tantos, voltaram a estudar o espiritismo, outros passaram a se dedicar mais ao luxo pessoal, ou a luxúria da vida terrena, como se o mundo fosse acabar amanhã, pode, mas, não vai.

Alguns de nós iremos morrer na próxima hora ou numa hora qualquer, e por isto mais do que palavras, rezas, prometimentos que sabemos não iremos cumprir, porque amigos, somente nós em nossos travesseiros, sabemos a verdade, o que nos permite, nos julgar, absolver ou condenar nossas vidas, eu a minha, você a sua, mas, isto, não te responde o que você aprendeu ? o que tem feito pelo próximo, antes de tudo por você?

Vejo pessoas se esquecendo da família, base de tudo, e como diz o espiritismo, a caridade começa na própria família, no amar, perdoar sobretudo, ajudar se possível, senão com dinheiro, com palavras, com encaminhamentos, enfim, fornecer ao ente querido, apoio.

E nesta hora aguda do Brasil, onde a fome assola quase 16% do povo Brasileiro, o desemprego atinge a mais de 12%, embora o governo apresente números não tão verdadeiros, o que estamos fazendo sobre o nosso hoje ? Porque o amanhã será o reflexo disto, e muitos de nós nem aqui estaremos para este nosso amanhã.

Então busque ajudar mais, primeiro a você, depois aos seus, aos amigos que vos são importante, não exija de outro, o que nem você está pronto a fazer, se nesta encarnação lhe foi dada invejável para alguns condição financeira, o que tem feito disto ? uma carteira de ajuda pelo bônus hora ? o que tem lhe dado o poder do dinheiro ? se não tem, pense que, se tiver o que irá fazer, e quando o tiver, não por si, mas, pelos demais da sociedade que vive.

Podemos aprender, conosco, e com amigos ou parentes, ou ficar simplesmente parado envelhecendo, se você sabe como Alfredo o que fazer, não importa sua idade, faça, se mexa, se entrar no plano espiritual em duas canoas, vos conforta, entre, e depois responda com isto.

A vida é nosso, cada um com a sua, um dia do outro lado iremos prestar contas a nós mesmos, ou você é daqueles que acredita que o todo poderoso virá pessoalmente tratar contigo ? se acha digno de falar e encontrar Jesus pessoalmente ? o que tem feito dos recados que ele nos deixou a 2022 anos, lá no sermão da montanha, ou do que os imortais nos deram no livro dos espíritos.





O que aprendemos no começo desta pandemia? ou neste recesso dela? o que fará da sua vida até o final dela? pense um pouco nisto, a vida é um dom, é um presente de Deus, como dizem alguns, você tem cuidado do seu presente ou do presente alheio ?

Alfredo, me disse uma frase, "Já se faz tarde neste mundo David, e poucos aprenderam com a pilha de mortos que vimos nos hospitais, e pelo Brasil, é mais fácil enganar pessoas, dizendo que não era um vírus, um erro nosso, é mais fácil politizar o covid 19, e suas sequelas, que são muitas, do que assumir, o que iremos fazer, como temos agido neste "descanso", porque ele o vírus, voltará, ou outro qualquer oriundo dele mesmo.

Agora faça aquela conversa consigo mesmo, e perdoe, você, ame a você e as pessoas que lhe são importantes, e diga sempre eu te amo, se de fato amar, quem sabe, o dia que chegar ao plano, poderá se sentir o viajante de uma canoa só, e mais que isto, olhar aos amados que se foram, e dizer :Oi saudades, amo vocês, e APRENDI.







David Chinaglia, 64 anos, é espírita, pesquisador, escritor, e editor deste blog, segue a doutrina espírita de acordo Allan Kardec, e colabora aqui, recebendo também e-mail sobre texto ou outro assunto pelo davidchinaglia@gmail.com


*** As fotos utilizadas são ilustrativas e de livre uso na internet.






terça-feira, 7 de junho de 2022

DEVO IR OU DEVO FICAR - POR MARCELO HENRIQUE


***


Should I stay or should I go now?
Should I stay or should I go now?
If I go there will be trouble
And if I stay it will be double



Devo ficar ou devo ir agora?
Devo ficar ou devo ir agora?
Se eu for, terei problemas
E se eu ficar, terei o dobro

(The Clash, “Should I stay or should I go”).

***


A canção – que tocou muito! – ecoa nos meus ouvidos. E, creio, nos seus, também. Há um “toque shakespeariano” no título e no período que se repete na letra da música: “Ser ou não ser, eis a questão” (Hamlet, Ato III, Cena I). E, utilizando uma metáfora que gosto muito, desde que me tornei, em 1981, espírita, são as diversas “encruzilhadas” da(s) nossa(s) vida(s)...



Então, meus amigos: - Devo ficar ou devo ir agora? Qual será a minha (ou a sua) decisão, diante das situações da presente encarnação?



Não... Se você esperava que eu dissesse isso, eu vou desdizer: não há roteiros, mapas, bulas, esquetes, determinismos ou programações pré-estabelecidas. No cenário existencial, o ator principal (você!) é quem decide quais caminhos trilhar. E, neste ponto, se vai agir ou não, se vai ficar ou ir...



Foi assim com Jesse Koz e seu cão golden retriever, Shurastey (o som da palavra inglesa, logicamente), que viajavam pelo mundo a bordo do Dodongo, um fusca 1.300, 1978, com placas da cidade catarinense de Balneário Camboriú. Aos 29 anos, Jesse nos deixou esta semana (dia 24 de maio), junto com Shurastey e Dodongo, num grave acidente automobilístico, próximo à cidade de Selma, no Estado do Oregon, nos Estados Unidos. A dupla – ou o trio, considerando o simpático veículo em que viajavam – estava próxima do tão desejado destino, o Alaska. Triste!



Foi um pouco antes, mais particularmente em 2017, que este jovem catarina decidiu abandonar seu emprego de vendedor em um shopping center, se desfez do pouco que tinha e iniciou uma jornada de viagens, mundo afora...



Jesse não quis ficar. E foi... Foi até onde seus sonhos permitiram ir. E foi muito feliz, junto com o especial companheiro. Como escreveu seu amigo Fabrício Oliveira, no Instagram, “Espalharam alegria, amor e mostraram a importância da amizade para o mundo”.



Alegria. Amor. Amizade. Três palavras com a letra “A”, dos inícios e dos reinícios. Onde tudo começa... O quanto de alegria, amor e amizade você tem, todos os dias? Não falo de um oásis de perfeição, onde tudo pareceria fluir com naturalidade, leveza e completude. Não! A vida (real) não é assim, sabemos... Ela é uma gangorra, com altos e baixos, ou uma montanha-russa, em que subimos ou descemos, com velocidades variáveis, experimentando os caminhos da vida. Caminhos, estes, que escolhemos, invariavelmente.



Há sabores, doces ou amargos, sabemos, nesta trajetória. Podem ser pequenos espasmos de alegria entre várias situações de dificuldade, eu bem sei. E há quem diga que os instantes alegres são muito rápidos e que os períodos de tristeza sejam maiores. Talvez seja uma “ilusão de ótica”. Ou uma forma – particular, em função do que somos espiritualmente, e da visão precária que a condição de “estar na carne” nos possibilita, diante do universo (e da realidade) espiritual. A sabedoria, que é a exata noção do que realmente existe e se passa conosco, no entanto, só virá lá na frente, após muitas “léguas” percorridas.



Por enquanto, nos cabe trabalhar por sermos mais alegres, amorosos e amigos. O quanto pudermos. Assim como Jesse e Shurastey (que foto linda, meu Deus!). Você que tem (ou já teve) um animalzinho de estimação sabe disso, vive isso, lembra-se das situações... Os sentimentos que nutrimos pelos animais me parece – e isso desde antes de eu me tornar espírita – um estágio para realmente aprendermos o que é o tal amor incondicional (se é que este existe)...



Falemos, então, um pouco mais dos animais. Mesmo que você não seja espírita, quero aproveitar este momento e este ensaio para me dirigir àqueles que mantêm algum relacionamento, durante a vida, com nossos “irmãos menores”, especialmente aqueles que podemos chamar de animais domésticos.



Os animais AINDA não são Espíritos, como nós. Um dia, o serão... A Lei do Progresso, inexorável, exercerá sobre eles – assim como para conosco – a sua eficácia e aplicabilidade. E eles seguirão seu percurso, tornando-se, também, melhores até o instante em que, não sabemos como, seus princípios espirituais tornar-se-ão Espíritos.



Os animais têm alma? Sim! Que preexiste e sobrexiste à morte física. Um princípio que sobrevive ao corpo, mas uma alma inferior à dos homens, havendo “entre a alma dos animais e a do homem, tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus” (item 597, “a”, de “O livro dos Espíritos”. Ainda não é dotada da faculdade que caracteriza a espécie humana, o livre-arbítrio e, quando da morte, ficam numa espécie de estado errante (a que chamamos, nós, espíritas de Erraticidade), aguardando nova oportunidade vivencial (encarnação). Possuem uma espécie de inteligência, ainda que limitada às ações da vida material, uma vez que “nos homens, a inteligência produz a vida moral” (item 604, da mesma obra).



Então, é de se perguntar: o que ocorre com a “alma” dos animais, após a morte? Esta parece ser a questão de maior interesse daqueles que têm (ou tiveram) seus amigos de patas, os animais. Na pergunta 600, da obra em comento, os Instrutores Invisíveis, por meio dos médiuns, assim responderam: “O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso e utilizado quase imediatamente; não dispõe de tempo para se pôr em relação com outras criaturas” (nossos os grifos).



Então, meu amigo, o Shurastey logo, logo estará, novamente, em solo terreno, provavelmente animando o corpo de outro cão, para seguir a sua trajetória ascendente. E será, novamente, tão feliz quanto foi ao lado do Jesse, assim esperamos. E o Jesse? Irá, ao se tornar novamente consciente, após o “baque” do acidente que o vitimou, fará o “balanço” de sua existência finda, para projetar uma nova encarnação para seus aprendizados. E será tão ou mais feliz, o quanto possível, como nós, em suas andanças futuras. Quando? Não o sabemos, já que o retorno obedece às Leis Espirituais e não tem o caráter de instantaneidade (celeridade) como se dá com o “Espírito” dos nossos irmãos menores, os animais.



Daí você pode se perguntar sobre as “visões” espirituais e os “relatos” de inteligências desencarnadas, em obras mediúnicas, sobre a “presença” de animais no “mundo espiritual”. Não é mesmo? Pois é...



Iniciemos pelos nossos sonhos, noturnos, em que “nos parece” ser real a nossa “estada” com aquele cãozinho ou gatinho que esteve conosco durante vários anos. E nós o chamamos pelo nome, e ele nos atende! E aqueles momentos, durante o sono, em que voltamos a brincar com ele e sentimos, tão proximamente, a sua presença, o que é? Não raro um misto de fantasia e recordação. Um desejo imenso de estar novamente – inclusive, aí, tanto com animais quanto com pessoas que já se foram – assim com a lembrança boa daqueles instantes mágicos de alegria e contentamento, quando de nossa convivência física com o bichinho. Mas, não será real, ainda que a “nebulosidade” de nossa visão e a “precariedade” das nossas percepções possa sugerir.



Quanto aos relatos mediúnicos, inclusive os constantes em algumas obras “consagradas” pela “opinião popular”, o Espiritismo nos fornece duas explicações bem plausíveis. A primeira, está relacionada com a visão acerca da realidade pós-morte, que não é percebida de forma real e uníssona por todos os desencarnados, dadas as diferenças evolutivas entre uns e outros. “Nem sempre o que parece, é”, diz o adágio popular. Nossas visões podem estar comprometidas pelos nossos desejos e vontades, assim como, é muito comum que, para os “mortos” o que ocorra é a continuidade das situações e relações da existência física, quando os desencarnados permanecem vinculados, pelo pensamento, aos locais em que viveram (casa, trabalho, residência de amigos e parentes, locais de lazer e preferência, etc.). Vivem, assim, um “mundo paralelo”, como se ainda estivessem participando das circunstâncias comuns da vida física, que encerraram, com a morte.



Um outro ponto interessante e peculiar é o fato de que os Espíritos podem tomar a forma do que desejarem. Podem escolher a “imagem” que desejam para se tornar próximos, conhecidos e afetivamente relevantes para os encarnados (e, até, para os desencarnados, desde que estes não tenham, ainda, recuperado todas as suas faculdades espirituais, em razão daquilo que os Espíritos Superiores definiram como a “perturbação da morte”, ou após a desencarnação). E é por isso, então, que muitos Espíritos, em seus relatos, julgam ter reconhecido seus animais de estimação e tido alguns momentos de “reencontro” com eles, naquilo que chamam, equivocadamente, como “Plano Espiritual”.



Não raro, para nós que estamos nesta condição errante, o “mundo espiritual” continua sendo o mesmo plano existencial – no caso, a Terra e seus “ambientes” – já que aqui se encontram nossos afetos e interesses. E é por isso, também, que as Inteligências Superiores afirmaram que os laços de família (ou afetividade) não se destroem, mas se mantêm e se fortalecem, assim como os interesses da maioria dos desencarnados continuam sendo os “temas da vida material”.



Se você se interessa pelo tema, recomendamos as questões 592 a 610, de “O livro dos Espíritos”, em que, a partir de interessantes e inteligentes questões, as Inteligências Invisíveis nos falaram vários aspectos da alma animal e de sua trajetória, na matéria e fora dela. Recomendo!



Por fim, voltando às relações que construímos, uns com os outros e, de maneira bem particular, com os animais, Jesse e Shurastey estão em “bom lugar”, qual seja o de estada provisória. Shurastey, logo, logo, estará de volta à mãe Gaia, a Terra, para ser, certamente, motivo de alegria e afeto, com seus novos “donos”, provavelmente encenando uma “nova história de amor” para ser contada e recontada. Jesse, adiante, também regressará a este mundo de expiações e provas, com as experiências somadas de suas existências anteriores, para fazer melhor, em uma nova oportunidade.



A nós, resta a saudade. Lembraremos de cenas, de fotos, de termos acompanhado algumas “peripécias” da dupla e seu fusquinha, em lições de Alegria, Amor e Amizade. Espero, enfim, que a sua vida seja repleta, como a minha, de momentos alegres, amorosos e de vivência entre amigos. Isto nos conforta, nos infunde coragem e nos motiva a continuar lutando...





Até breve, Jesse (@jessekoz) e Shurastey (@shurastey_)!



Marcelo Henrique, é advogado, espírita, escritor, um dos grandes divulgadores da doutrina espírita, este texto foi solicitado ao autor, pela sua sensibilidade, em uma história que certamente vem de outros tempos, entre dois amigos, que escolheram viajar pelos EUA, em busca de histórias e aventuras, que daqui partiram juntos, cedo, mas, juntos.
O texto capta, com exatidão o que todos sentimos, sejamos ou não de Santa Catarina, ao conhecer a história de Jesse & Shurastey, e nos faz refletir, sobre tantas coisas na vida nossa do dia á dia.


 

sábado, 28 de maio de 2022

O QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI ?







Estimados amigos de jornada no planeta Terra, estamos de volta, confesso que a ausência me fez sentir saudades dos senhores, das senhores que nos seguem, e dos meus amigos espirituais, que sempre vem nos dar um suporte, ao que escrevo.

Ontem já refletia com o espírito amigo de Miguel, sobre as dores e alegrias de um hospital, estive durante algumas horas em consulta no Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, e lá a beira de uma amiga de 107 anos, que chamo de árvore da vida, que está plantada, naquele longo jardim.
Em dialogo com ela, claro, do ponto de vista imaginário, me perguntei, 107 anos quantos já morreram, nasceram e você aqui crescendo?, e vendo tudo isto, cedendo sua sombra, sua energia sua beleza, sua grande lição de sobrevivência em meio a tantas dificuldades em seu em torno.







Porém ao meu lado estava a obra de Richard Simonetti, "Antes que o Galo Cante, como companheiro pelas horas de espera que sempre ocorrem nesta minhas visitas a este hospital, e ali me questionei, a Miguel, e a centenária árvore, porque a Humanidade, ainda não entendeu o que estamos fazendo aqui, qual nosso real propósito?

Esta semana, conversando com uma amiga da casa espírita Semente de Luz, aqui de São Vicente, falei a mesma coisa, o que a pandemia nos ensinou ? o que estamos fazendo aqui ?, ela disse que não estava vendo nos seres humanos, entendimento ao recado enviado pela pandemia global, que aliás alguns de nós estão piores.

Carrego comigo que cada um é cada um, a música que todos amamos, "Tocando em Frente" de Almir Sater, nos dá muitas reflexões, ela diz que é preciso amor para pulsar, é preciso paz para sorrir.

E neste momento, paro e vos pergunto, você tem se dado o direito de sentir paz? No lindo texto do amigo e escritor espírita Marcelo Henrique, lá da linda Santa Catarina, ao ler hoje 28/05/2022, Devo ir ou devo ficar, havia uma parte que me trouxe aqui, via a motivação que me deu, de voltar a escrever.

Disse o trecho que escolhi :

"A sabedoria, que é a exata noção do que realmente existe e se passa conosco, no entanto, só virá lá na frente, após muitas “léguas” percorridas."

Isto é altamente reflexivo, me lembrou estas linhas de Marcelo Henrique o escritor Richard Simonetti, hoje no céu,  a sensibilidade, de Almir Sater ao dizer que "Tocando em frente" foi uma psicografia, de tantos recados, que esta música nos cedeu ao longo dos anos, a somatória destes talentos, nos trouxe a esta reflexão.

Músicas, textos, livros são presentes que Deus nos dá, que nossa existência tem que ter um significado, diferente, para um escritor, para um música, a sensibilidade do momento, as vezes permite trazer recados de outra dimensão.

Ontem conheci um casal, Alex e Vanessa, unidos pela nascimento de seu menino, segundo filho, que considerei um presente de Deus, Alex, queria estar com o pai, que já partiu, Vanessa com o pai, que está em repouso, e eu gostaria de estar com um dos meus três filhos, que impossibilitados, não estavam ao meu lado.

O que fez o universo ? nos reuniu embaixo da árvore centenária, para nos dar palavras de pai, de homem vivido ao jovem casal, e a deles de filhos do universo, a um pai que estava ali solitário, depois que saíram, comentei com minha companheira á  árvore, "esta foi sua hein, e sem querer estávamos nos dando um atendimento fraterno, eles comigo, eu com eles, o que é isto ?

A descoberta que existe significado para tudo, uma ajuda para tudo, quando sabemos o que estamos fazendo aqui, na terra, mesmo que tardiamente, entendemos.

Marcelo Henrique aqui citado, disse que sabedoria vem depois de muitas léguas, sim é verdade, seria tão bom se eu soubesse a mais de 50 anos atrás, o que sei hoje, mas,então eu seria um jovem sábio, e isto, demora, algumas encarnações, então só de hoje saber o que estou fazendo aqui, já é um sinal, me reservo sempre ao direito de aprender, pois ninguém sabe mais do que ninguém, ninguém é melhor que ninguém.

Dinheiro não é nada, é importante sem ele não vivemos, porém que todos se lembrem, que dinheiro, casa com 10, 20 quartos, carros do ano, ficarão aqui, e o que levaremos são momento felizes, aprendizado que tivemos, o amor e amizade que demos, e a  aceitação de que o Mundo e as pessoas não existem para nos servir, e sim para aprendermos, e ver se voltaremos na Terra, ou iremos começar tudo de novo em um planeta novo.

Estamos aqui meus amigos, para doar amor, seja fraterno ou do coração, para ajudar pessoas, para manter nossa mente aberta, não nos deixando ser usado, seja por parentes ou por amigos.

Todos temos problemas, ou como chamo, dificuldades, mas, acredite, nos piores momento de minha vida, o universo, Deus, a espiritualidade, mandou para um socorro, em palavras, em matéria, Jesus no deixou uma grande lição, e milhares, diria milhões de nós, ainda não entenderam o que estamos fazendo aqui.

Uma hora destas, como nos disse Osvaldo Montenegro, você estará fazendo uma lista de grandes amigos, quantos você vê e quantos você não encontra mais, por isto, eu digo, pare e pense, ficar doente por pessoas egoístas, não vale a pena.

Amor, amizades, carinho, dinheiro não compra, não os de verdade, sua paz ou felicidade, pode aliviar, mas, assim como uma breve paixão, passa, o vazio fica maior dentro de nós.

Ás lágrimas nos servem para aprender, quem somos, o que damos, o que queremos receber, dê mais valor a quem se lembra de você apenas com um oi e ai tudo bem? Preste mais atenção em pessoas que o Universo do nada coloca em sua frente, e agradeça a tudo que tem, seja o que for, nem que sejam mais dívidas e dificuldades, se você olhar para trás certamente achará gente em pior situação, e as vezes com dinheiro, então não reclame tanto, e descubra o que está fazendo aqui.





Em o Livro dos Espíritos, os imortais, disseram que ORGULHO E VAIDADE são duas chagas da humanidade, na pergunta 629, Kardec pergunta a eles, "Que definição se pode dar a moral ?"e os espíritos responderam, "A moral é a regra da boa conduta, e portanto da distinção entre o bem e o mal. Funda-sena observação da lei de Deus, O Homem se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e para o bem de todos, porque então observa a lei de Deus."

Sigamos, pois nada levaremos a não ser o bem que fazemos aqui, o perdão que damos, o amor que concedemos, e sobretudo, a aceitação que temos com nossas perdas, um dia, se aplicarmos corretamente o entendimento do que estamos fazendo na Terra, voltaremos, para uma vida, melhor. Até lá suavize esta, sendo caridoso, amoroso, consigo próprio, e com os que estão perto de ti, sejam parentes ou amigos, seja educado sempre, e jamais esqueça de que Jesus, deixou uma mensagem, ou entende ou irá passear muitos mundos, e muitas vidas até entender.




Luz e paz, sempre...em frente....




David Chinaglia, 64, é espírita, escritor, divulgador da doutrina espírita de acordo Allan Kardec, editor deste blog, originalmente fundado por Rogério L. Sarmento, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com.




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sábado, 12 de fevereiro de 2022

A NEUROLOGIA DA CONSCIÊNCIA - POR NUBOR ORLANDO FACURE




Neurologicamente a Consciência exige uma identidade, a integralidade do EU, quem está consciente sou EU, não é meu cérebro, nem meu corpo, ela é uma função física e psíquica.

Na falta de um termo melhor preciso dizer que a consciência exige alguns "agregados" especiais, como a atenção e a memória.

Sem essas duas funções podemos confirmar que o indivíduo está consciente, mas, com uma consciência "sem conteúdo".

Estar inteiramente consciente significa estar desperto, acordado, atento, respondendo a estímulos, interagindo com o meio ambiente e percebendo fenômenos no meu corpo.

É a consciência que sabe onde dói e onde tenho uma pedra no sapato, uma dificuldade.








Por outro lado, podemos dizer que, ter consciência, significa estar focado para perceber o que ocorre dentro e fora de nós, é tomar conhecimento de um sintoma, de um fato, de um acontecimento, de um objeto ou do meio ambiente onde estou inserido .

Todo esse processo ocorre no cérebro que necessita ativar múltiplas áreas, a chave de abertura da consciência está nos pequenos neurônios da substância reticular ativadora do tronco cerebral que nos mantém em estado de alerta projetando suas inferências para todo o córtex cerebral.

Uma motivação mais ou menos forte, acrescenta, psiquicamente, o conteúdo emocional para qualquer episódio ou momento percebido por nós, cada um desses momentos serão memorizados e, podem, de uma hora para outra, aflorar de novo na consciência com o mesmo vigor emocional de antes.

"Recordar é viver outra vez"

É estar no passado como se fosse presente.








Nossa consciência, enquanto fenômeno neurológico, tem uma limitação tanto espacial, quanto temporal

Só podemos estar consciente no aqui e no agora, por isso trazemos o passado e o futuro para o hoje quando quisermos tomar consciência deles.

A consciência, como função mental, necessita de um corpo para se manifestar, entenderam ?




Podemos deixar nossas memórias num livro, numa tela, numa estátua e até mesmo num perfume ou num abraço de despedida, mas, a consciência não sai de mim, não ocorre sem mim.

Estará onde eu estiver.

Pessoalmente, defendo a existência de um Corpo Mental, entendendo que está nele a fonte que ilumina o cenário que deve nos afetar - ele determina onde projetar os recursos da atenção e que emoção cada coisa ou acontecimento vai nos provocar, abrindo o campo da consciência, a ciência ainda evoluindo, a doutrina poderia dizer corpo mental, perispírito?









É o corpo mental que transporta para a consciência as sensações que nos permite reconhecer um objeto

Isso nos possibilita tomar posse dele, apropria-se das propriedades desse objeto e dos fatos a ele relacionados, mobilizando nosso estoque de memórias.

Ao vermos um relógio o corpo mental toma conhecimento da sua forma, das horas que marca, das suas propriedades e por quais mãos e lugares ele já passou, não há limitações nem no espaço nem no tempo para a consciência no corpo mental.

Experiências com a hipnose confirmam que, podemos viver um estado pleno de consciência num ambiente distante ou num outro tempo vivenciado anteriormente, Por efeito da sugestão, somos "projetados" experimentalmente.

O corpo mental é o veículo que permite a consciência estar lá, o transe sonambúlico natural ou espontâneo, favorece a emancipação do corpo mental comprovando que a consciência se projeta no tempo e no espaço para um ambiente fora do cérebro.




O sujeito pode reviver um acontecimento que ocorreu no passado ou descrever o cenário e os personagens num ambiente distante.

Existem memórias extra-cerebral porque a consciência "navega" em outras dimensões revestida desse corpo mental, como expliquei.






Nas lições da doutrina espírita é o Perispírito que exerce essa interligação entre o corpo físico e a Alma, ou seja o é preciso aceitar o entendimento de CORPO MENTAL.







Nubor Orlando Facure, 82, médico, espírita, escritor, amigo pessoal de Chico Xavier e também um dos médicos do famoso médium, viveu o milagre de Uberaba durante 50 anos, esteve em comunicações de espíritos famosos como André Luiz, e Emannuel, via Chico Xavier, Nubor, foi o primeiro médico, quando diretor da Unicamp, a falar de Espiritismo, em uma platéia de médicos formados e em formação, é diretor presidente do Instituto do Cérebro em Campinas, nos concede sua colaboração a este blog desde 2011, recebe e-mail sobre o tema, no lfacure@uol.com.br.


NOTA DO EDITOR, As imagens aqui utilizadas, são meramente ilustrativas e ligada ao tema, escolhidas pelo editor do blog, David Chinaglia .

domingo, 6 de fevereiro de 2022

O ESPIRITISMO É PROVADO POR MILAGRES ? Allan Kardec, na revista espírita de 1862.

 

Em Fevereiro de 1862, Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, escreveu em Paris.




O Espiritismo é provado por milagres?


Mandou-nos um padre a seguinte pergunta:

“Todos os que de Deus receberam a missão de ensinar a verdade aos homens têm provado sua missão por meio de milagres. Por quais milagres o senhor prova a verdade de seu ensino?”

Não é a primeira vez que nos dirigem tal pergunta, a nós ou a outros espíritas. Parece que lhe ligam grande importância e que de sua solução depende a sentença que deve condenar ou absolver o Espiritismo. No caso, força é concordar que a nossa posição é crítica, pois estamos como um pobre diabo sem um vintém e a quem intimam: “A bolsa ou a vida”. Assim, confessamos humildemente que não temos o mais insignificante milagre para oferecer. Mais ainda, o Espiritismo não se apoia em nenhum fato miraculoso. Seus adeptos não fizeram, nem têm a pretensão de fazer qualquer milagre; não se julgam bastante dignos para que, à sua voz, Deus mude a ordem eterna das coisas. O Espiritismo constata um fato material: o da manifestação das almas ou Espíritos.

Tal fato é ou não é real? Eis a questão. Ora, nesse fato, se admitido como verdadeiro, nada há de miraculoso. Como as manifestações desse gênero ─ tais como as visões, as aparições e outras ─ ocorreram em todos os tempos, como bem o atestam os historiadores sacros e profanos e os livros de todas as religiões, aquelas de outrora passaram como sobrenaturais. Hoje, porém, que se lhes conhece a causa, que se sabe serem produzidas em virtude de certas leis, sabe-se, também, que lhes falta o caráter essencial dos fatos miraculosos ─ o da exceção à lei comum.

Observadas em nossos dias com mais cuidado que na antiguidade; observadas, sobretudo, sem prevenções e com o auxílio de investigações tão minuciosas quanto as que são feitas nos estudos científicos, tais manifestações têm como consequência provar, de modo irrefutável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria; a sua sobrevivência ao corpo; a sua individualidade após a morte; a sua imortalidade; o seu futuro feliz ou infeliz, por conseguinte, a base de todas as religiões.

Se a verdade só fosse provada por milagres, poderíamos perguntar por que os padres do Egito, que estavam em erro, reproduziam perante o Faraó os milagres feitos por Moisés? Por que Apolônio de Tiana, que era pagão, curava pelo toque, dava a vista aos cegos, a palavra aos mudos, predizia o futuro e via o que se passava a distância? O próprio Cristo não disse: “Haverá falsos profetas que farão prodígios”?

Um dos nossos amigos, depois de uma prece fervorosa ao seu Espírito protetor, foi curado quase que instantaneamente de uma moléstia muito grave e muito antiga, que havia resistido a todos os remédios. Para ele o fato foi realmente miraculoso. Mas, como crê nos Espíritos, um padre a quem contou o fato lhe disse que o diabotambém pode fazer milagres. “Nesse caso, ─ retrucou o amigo ─ se foi o diabo que me curou, a ele devo agradecer.”

Assim, os prodígios e os milagres não são o privilégio exclusivo da verdade, de vez que o próprio diabo os faz. Como, então, distinguir os bons dos maus? Todas as religiões idólatras ─ sem excetuar a de Maomé ─ apoiam-se em fatos sobrenaturais. Isso prova uma coisa: que os fundadores dessas religiões conheciam segredos naturais, ignorados pelo vulgo.

Aos olhos dos selvagens da América, Cristóvão Colombo não passava por um ser sobre-humano, por haver predito um eclipse? Não podia ter-se inculcado um enviado de Deus? Para provar o seu poder, necessitaria Deus desfazer o que fez? Fazer rodar para a direita aquilo que gira para a esquerda?

Provando o movimento da Terra pelas leis da Natureza, Galileu não estava mais certo do que aqueles que pretendiam que, por uma derrogação dessas mesmas leis, tinha sido necessário parar o Sol? Entretanto, sabemos o que lhe custou, a ele e a tantos outros, por haver demonstrado um erro. Dizemos que Deus é maior pela imutabilidade de suas leis do que as derrogando, e que se lhe aprouve fazê-lo em determinadas circunstâncias, isto não é o único sinal da verdade. Remetemos o leitor ao que dissemos a tal respeito em nosso artigo de janeiro, a propósito do sobrenatural.

Voltemos às provas da verdade do Espiritismo.

Há duas coisas no Espiritismo: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações, e a doutrina daí decorrente. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão pelos que não viram ou não quiseram ver. Quanto ao segundo, a questão é de saber se esta doutrina é justa ou falsa. É uma questão de apreciação.

Se os Espíritos só se manifestassem por meio de ruídos, movimentos e, numa palavra, por efeitos físicos, isso não provaria grande coisa, pois não saberíamos se são bons ou maus. O que, sobretudo, é característico nesse fenômeno; o que é de natureza a convencer os incrédulos, é o poder de reconhecer parentes e amigos entre os Espíritos. Mas, como podem os Espíritos atestar a sua presença, a sua individualidade e permitir o julgamento de suas qualidades, senão falando? Sabe-se que a escrita pelos médiuns é um dos meios que eles empregam. Desde que têm um meio de exprimir suas ideias, podem dizer o que quiserem. Conforme o seu adiantamento, dirão coisas mais ou menos boas, justas e profundas. Ao deixar a Terra, não abdicaram do livre-arbítrio. Como todos os seres pensantes, eles têm suas opiniões, e como entre os homens, os mais adiantados dão ensinamentos de alta moralidade e conselhos impregnados de profunda sabedoria. São esses ensinamentos e esses conselhos que, recolhidos e ordenados, constituem a Doutrina Espírita, ou dos Espíritos.

Considerai esta doutrina, se assim o quiserdes, não como uma revelação divina, mas como uma opinião pessoal deste ou daquele Espírito, e a questão será a de saber se é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A quem procurar para isto? O julgamento de um indivíduo, ou mesmo de alguns indivíduos? Não, porque dominados pelos preconceitos, por ideias preestabelecidas ou por seus interesses pessoais, eles podem enganar-se. O único e verdadeiro juiz é o público, porque aí não há interesse de camarilha, e porque nas massas há um bom-senso inato, que se não equivoca. Diz a lógica sadia que a adoção de uma ideia ou de um princípio pela opinião geral é prova de que repousa sobre um fundo de verdade.

Os espíritas não dizem: “Eis uma doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um só homem por meios prodigiosos e que deve ser imposta ao gênero humano”. Ao contrário, dizem: “Eis uma doutrina que não é nossa, e cujo mérito não reivindicamos. Adotamo-la porque a consideramos racional”. Atribuí a sua origem a quem quiserdes: a Deus, aos Espíritos, aos homens. Examinai-a. Se vos convier, adotai-a. Caso contrário, ponde-a de lado.” Não se pode ser menos absoluto.

O Espiritismo não vem usurpar a religião. Ele não se impõe. Não vem forçar as consciências, quer dos católicos, quer dos protestantes ou dos judeus. Apresenta-se e diz: “Adotai-me, se me achais bom”. É culpa dos espíritas se o acham bom? Se nele recebemos consolações que nos tornam felizes, que dissipam os terrores do futuro, acalmam as angústias da dúvida e dão coragem para o presente? Ele não se dirige àqueles a quem bastam as crenças católica ou outras, mas àqueles aos quais elas não satisfazem completamente ou que delas desertaram. Em vez de não crer mais em nada, ele os leva a crer em algo e a crer com fervor.

O Espiritismo não quer constituir-se num grupo à parte. Pelos meios que lhe são próprios, ele reconduz os que se afastam. Se os repelirdes, eles serão forçados a ficar de fora. Dizei, com alma e consciência, se para eles seria preferível serem ateus.

Perguntam em que milagre nos apoiamos para julgarmos boa a Doutrina Espírita. Julgamo-la boa não só porque é a nossa opinião, mas a de milhões que pensam como nós; porque ela leva a crer aqueles que não criam; porque torna boas, criaturas que eram más; porque dá coragem nas misérias da vida. Milagre é a rapidez de sua propagação, inédita nos fastos das doutrinas filosóficas; é ter feito em poucos anos a volta ao mundo e se haver implantado em todos os países e em todas as camadas da Sociedade; é ter progredido malgrado tudo quanto foi feito para barrá-lo; é derrubar as barreiras que lhe opõe e encontrar um aumento das forças nessas mesmas barreiras. É isso a característica de uma utopia?

Uma ideia falsa pode encontrar alguns partidários, mas terá apenas uma existência efêmera e circunscrita: perderá terreno, em vez de conquistá-lo, ao passo que o Espiritismo ganha, em vez de perder. Quando o vemos germinar em toda parte, acolhido como um benefício da Providência, é porque lá está o dedo da Providência. Eis o verdadeiro milagre ─ e o julgamos suficiente para assegurar o seu futuro. Direis que aos vossos olhos não há um caráter providencial, mas diabólico. Tendes liberdade de escolha. E por que ele marcha, isso é o essencial. Apenas diremos que se uma coisa se estabelecesse universalmente pelo poder do diabo, a despeito dos esforços dos que dizem agir em nome de Deus, isso poderia levar certas pessoas a crerem que o demônio é mais poderoso que a Providência.

Pedis milagres. Eis um que nos envia um dos nossos correspondentes na Argélia:

“O Sr. P..., antigo oficial, era um dos mais duros incrédulos. Tinha o fanatismo da irreligião e, antes de Proudhon, dizia: “Deus é o mal;” ou, por outras palavras, não admitia nenhum deus. Só reconhecia o nada. Quando o vi chegar à procura do vosso Livro dos Espíritos, pensei que ele fosse coroar a sua leitura com qualquer elucubração satírica, como costumava fazer contra os padres e até mesmo contra o Cristo. Parecia-me impossível pudesse ser curado um ateísmo tão inveterado. Ah! Entretanto o Livro dos Espíritos fez esse milagre. Se conhecêsseis aquele homem como eu conheço, ficaríeis orgulhoso de vossa obra e olharíeis a coisa como o vosso maior sucesso. Aqui todos se admiram. Contudo, quando se é iniciado na palavra da verdade, não há de que se surpreender, naturalmente, após a reflexão.”

Acrescentemos, pois não faz mal, que o nosso correspondente é um jornalista que, também ele, professava opiniões pouco espiritualistas e ainda menos espíritas. Teriam ido pegá-lo à força para lhe impor a crença em Deus e em sua alma? Não, não é provável. Fascinaram-no com alguns fenômenos prodigiosos? Também não, pois ele nada viu como manifestações. Apenas leu, compreendeu, encontrou raciocínios lógicos e acreditou. Direis que essa e tantas outras conversões seriam obra do diabo? Se assim é, o diabo tem uma política original de fornecer armas contra si próprio e é muito inábil deixando escapar os que estavam em suas garras.

Por que não fizestes esse milagre? Seríeis, então, menos fortes que o diabo para fazer crer em Deus?

Outro questionamento, se me permitis:

─ Enquanto era ateu e blasfemador, aquele senhor estava danado para a eternidade?

─ Sem dúvida alguma.

─ Agora que, em vossa opinião, pelo diabo foi convertido a Deus, ainda é danado? Suponhamos que crendo em Deus, em sua alma, na vida futura feliz ou infeliz, e que, em virtude dessa crença, se torne melhor do que era e não adote inteiramente ao pé da letra a interpretação de todos os dogmas, e que até repila alguns, ainda é danado? Se disserdes “sim”, a crença em Deus para nada lhe serve. Se disserdes “não”, em que se torna a máxima Fora da igreja não há salvação? Diz o Espiritismo: Fora da caridade não há salvação. Credes que aquele senhor vacila entre as duas? Queimado por uma, apesar de tudo, e salvo conforme a outra, a escolha não parece oferecer dúvidas.

Como todas as ideias novas, estas contrariam certas pessoas, certos hábitos, e mesmo certos interesses, assim como as estradas de ferro contrariaram os donos de diligências e os que tinham medo; como uma revolução contraria certas opiniões; como a imprensa contrariou os escribas; como o Cristianismo contrariou os sacerdotes pagãos. Mas, que fazer quando, a nosso bom grado ou a nosso malgrado uma coisa se estabelece, por sua própria força e é aceita pela generalidade? É necessário tomar partido e dizer, como Maomé, que o que é deve ser. Que fareis se o Espiritismo se tornar uma crença universal? Repelireis todos os que o admitirem?

─ Isto não acontecerá; isso não pode ser, ─ direis vós.

─ Mas, uma vez mais, se isto é, o que fareis?

Pode-se deter esse surto? Para tanto, seria preciso deter não um homem, mas os Espíritos; impedi-los de falar; queimar não um livro, mas as ideias; impedir que os médiuns escrevam e se multipliquem.

Um dos nossos correspondentes de uma cidade do Departamento do Tarn nos escreveu:

“Nosso cura faz a propaganda por nós; troveja do púlpito contra o Espiritismo, que não passa de obra do demônio, segundo ele. Quase que me apontou como o sumossacerdote da Doutrina em nossa cidade, o que agradeço-lhe do fundo do coração. Fornece-me, ainda, ocasião de tratar do assunto com aqueles que ainda não tinham tido notícia e que me abordam para saber o que é. Hoje abundam os médiuns entre nós.”

O resultado é o mesmo por toda parte onde quiseram gritar contra. Hoje a ideia espírita está lançada; é acolhida porque agrada; vai do palácio à cabana e pode julgar-se o efeito das tentativas futuras pelas que têm sido feitas para sufocá-lo.

Em resumo, para estabelecer-se, o Espiritismo não reivindica a ação de nenhum milagre; nada quer mudar na ordem das coisas; procurou e encontrou a causa de certos fenômenos erradamente considerados sobrenaturais; em vez de apoiar-se no sobrenatural, o repudia por conta própria; dirige-se ao coração e à razão. A lógica lhe abriu o caminho. A lógica o levará a bom termo.

Isto vai por conta da resposta que devemos à brochura do Sr. Cura Marouzeau.

Deixemos agora que falem os Espíritos.

Apresentada a questão acima, eis algumas das respostas obtidas através de vários médiuns:

“Venho falar-vos da realidade da Doutrina Espírita e colocá-la em oposição aos milagres cuja ausência parece servir de arma aos seus detratores. Os milagres, necessários nos primeiros tempos da Humanidade, para chocar os Espíritos que importava submeter; os milagres, quase todos explicados hoje, graças às descobertas da Física e de outras ciências, agora se tornaram inúteis e, direi mesmo, perigosos, porque suas manifestações só despertarão a incredulidade ou a zombaria.

“Enfim chegou o reinado da inteligência, embora ainda não esteja na sua expressão triunfante, mas nas suas tendências. Que quereis? Ver de novo as baquetas transformadas em serpentes, os enfermos se erguerem e os pães se multiplicarem? Não, não vereis isso. Mas vereis os incrédulos se enternecerem e dobrarem ante o altar os seus joelhos enferrujados. Esse milagre equivale ao da água a brotar do rochedo. Vereis o homem desolado, vergado ao peso da desgraça, desfazer-se da pistola carregada e exclamar: ‘Meu Deus, sede louvado, porque vossa vontade eleva as minhas provas ao nível do amor que vos devo’. Enfim, por toda a parte, vós que explicais os fatos com os textos e o espírito com a letra, vereis a luminosa verdade estabelecer-se sobre as ruínas dos vossos mistérios carcomidos.”

LÁZARO (Médium: Sra. Costel)



“Numa de minhas últimas meditações, parece que lida aqui, demonstrei que a Humanidade está progredindo atualmente. Até o Cristo, a Humanidade tinha um corpo; certamente era esplêndida; tinha tido esforços heróicos e virtudes sublimes. Mas onde estava a sua ternura? Onde a sua mansuetude? Havia a respeito muitos exemplos na Antiguidade. Abri um poema antigo: onde a mansidão e a ternura? Já encontrareis a sua expansão no poema quase inteiramente cristão da Dido de Vergílio, espécie de heroína melancólica que o Tasso ou Ariosto teriam tornado interessante nos seus cantos cheios de alegria cristã.

“O Cristo veio, pois, falar ao coração da Humanidade. Mas, sabeis, o próprio Cristo disse que tinha vindo em carne no meio do paganismo e prometeu vir no meio do Cristianismo. Há no indivíduo a educação do coração, como há a da inteligência. O mesmo se dá com a Humanidade. O Cristo é, pois, o grande educador. Sua ressurreição é o símbolo de sua fusão espiritual em todos, e essa fusão, essa expansão dele mesmo, apenas começais a sentir. O Cristo não vem mais fazer milagres. Ele vem falar ao coração diretamente, em vez de falar aos sentidos. Passava adiante daqueles que pediam um milagre no Céu e, poucos passos adiante, improvisava o seu magnífico sermão da montanha. Ora pois, aos que ainda pedem milagres, o Cristo responde por todos os Espíritos sábios e esclarecidos: “Credes mais nos vossos olhos, nos vossos ouvidos, nas vossas mãos do que no vosso coração? Minhas chagas atualmente estão fechadas; o Cordeiro foi sacrificado; a carne foi massacrada; o materialismo viu; agora é a vez do Espírito. Deixo os falsos profetas; não me apresento aos poderosos da Terra, como Simão, o Mago, mas vou àqueles que realmente têm sede; àqueles que realmente têm fome; àqueles que sofrem no coração e não àqueles que não são espiritualistas senão como verdadeiros e puros materialistas.”

LAMENNAIS (Médium: Sr. A. Didier)



"Perguntam-nos quais os milagres que fazemos. Parece-me que de alguns anos para cá as provas são bem evidentes. O progresso do espírito humano mudou a face do mundo civilizado. Tudo progrediu, e os que quiseram ficar na retaguarda desse movimento são como os párias da Sociedade nova.

“À Sociedade tal qual se acha preparada para os acontecimentos, o que falta senão tudo quanto choca a razão e a esclarece? É possível que em certas épocas Deus tenha querido comunicar-se por inteligências superiores, como a de Moisés e outras. Desses grandes homens datam as grandes épocas, mas o espírito dos povos progrediu depois. As grandes figuras dos predestinados enviados por Deus lembravam uma lenda miraculosa. Depois, um fato, por vezes simples em si mesmo, se torna maravilhoso ante a multidão impressionável e preparada para emoções que só a Natureza oferece a seus filhos ignorantes.

“Mas hoje, necessitais de milagres?

“Tudo está transformado em vosso derredor. A Ciência, a Filosofia, a indústria desenvolveram tudo quanto vos cerca. E pensais que nós, os Espíritos, não tenhamos participado dessas modificações profundas?

“Estudando e comentando, aprendeis e meditais melhor. Os milagres não são mais do vosso tempo, e deveis elevar-vos acima dos preconceitos que vos ficaram na memória, como tradições. Nós vos daremos a verdade e sempre nosso concurso. Nós vos esclarecemos, a fim de vos tornardes melhores e fortes. Crede e amai, e o milagre pedido produzir-se-á em vós. Conhecendo e compreendendo melhor o objetivo desta vida, sereis transformados sem fenômenos físicos.

“Procurais apalpar, tocar a verdade e ela vos cerca e vos penetra. Sede, pois, confiantes em vossas próprias forças e o Deus de bondade que vos dava o espírito tornará formidável a vossa força. Por ele afastareis as nuvens que turvam a vossa inteligência e compreendereis que o Espírito é todo imortalidade e todo poder. Postos em relação com esta lei de Deus chamada progresso, não mais procurareis no prestígio dos grandes nomes, que são como mitos da Antiguidade, uma resposta e um escolho contra o Espiritismo, que é a revelação verdadeira, a fé, a ciência nova que consola e fortalece.”

BALUZE (Médium: Sr. Leymarie)



“Pedem milagres como prova da Doutrina Espírita. E quem pede essa prova da verdade? Aquele que em primeiro lugar devia crer e ensinar...

“O maior dos milagres vai operar-se em breve. Sacerdotes do Catolicismo, escutai. Vós quereis milagres e ei-los que se operam... A cruz do Cristo se esfarelava aos golpes do materialismo, da indiferença e do egoísmo; ei-la que se reergue bela, resplandecente, sustentada pelo Espiritismo! Dizei-me: não é o maior dos milagres uma cruz que se reergue, ladeada pela Esperança e pela Caridade?

“─ Em verdade, sacerdotes da Igreja, crede e vede. Os milagres vos rodeiam!... Como chamareis essa volta comum à crença casta e pura do Evangelho, pela qual todas as filosofias ligar-se-ão ao Espiritismo? O Espiritismo será a glória e o facho que iluminará o Universo. Oh! Então o milagre será manifesto e deslumbrante, pois aqui em baixo haverá uma só e mesma família.

“Quereis milagres! Vede essa pobre mulher sofredora e sem pão. Como treme na sua mansarda! O hálito com que quer aquecer os filhinhos que morrem de fome é mais frio e glacial que o vento que penetra em seu abrigo miserável. Por que tanta calma e tanta serenidade em seu rosto, diante de tanta miséria? Ah! É que ela viu brilhar uma estrela acima de sua cabeça; a luz celeste espalha-se no seu reduto; ela não chora mais; ela espera! Ela não amaldiçoa, apenas pede a Deus que lhe dê coragem para suportar a prova!... E eis que as portas da mansarda se abrem e a Caridade vem aí depositar aquilo que pode espalhar a sua mão benfeitora!...

“Que doutrina dará mais sentimento e ânimo ao coração? O Cristianismo plantou o estandarte da igualdade na Terra e o Espiritismo arvora o da fraternidade!... Eis o milagre mais celeste e mais divino que poderia acontecer!... Sacerdotes, cujas mãos por vezes estão manchadas pelo sacrilégio, não peçais milagres físicos, pois as vossas frontes poderão quebrar-se na pedra que pisais para subir ao altar!...

“Não, o Espiritismo não se prende a fenômenos físicos; não se apoia em milagres que falam aos olhos, mas ele dá a fé ao coração. Dizei-me, não estará ainda aí o maior milagre?...”

SANTO AGOSTINHO Médium: Sr. Véry
Nota: Evidentemente isso só se aplica aos padres que mancharam o santuário, como Verger e outros.



Allan Kardec, escritor, médium, pesquisador, e reconhecido como o principal codificador da Doutrina Espírita em todo o Planeta, em seus anos de pesquisa, entrevistas, e de vários questionamentos, deu o norte aquele que será um dia a Doutrina Universal.