terça-feira, 19 de julho de 2016

CHAMEM BEZERRA URGENTE...CHAMEM DR. BEZERRA DE MENEZES... - POR DAVID CHINAGLIA


Estava esta noite a meditar, sobre a sofrência que se encontra a humanidade, sobretudo no campo da saúde, sobre curas vindas do alto, e sobre esquecimento daqueles que fizeram esta doutrina no Brasil.

Quis o acaso se é que ele existe, que pudesse chamar in box para uma conversa daqueles que um dia qualquer pode virar "causo" com meu amigo, espírita e médico Nubor Orlando Facure.

Depois de rápidas saudações, nos vimos dentro das dificuldades de entender onde anda a memória, sobretudo do espírita Brasileiro, com aqueles que escreveram a história em solo Nacional do Movimento Espírita.

Nubor, sempre solicito conta a este repórter, algumas das inúmeras aventuras onde o querido Bezerra de Menezes, fosse com Divaldo Pereira Franco, ou com Chico Xavier se fez presente, e até mesmo com ele,  logo contei a ele da minha experiência quando vi Bezerra, desencarnado num agrupamento espírita enquanto José Carlos de Lucca fazia uma palestra.

E assim fomos trocando experiências breves e curtas, e profundas, logo disse ao meu amado professor, vou escrever sobre Bezerra mais uma vez.

O que mais sinto como pesquisador, escritor, palestrante, é que Bezerra por ter estado dentro da politica do Movimento, e talvez por ser dela logo em seu início, não tem o devido valor, e importante é lembrar suas histórias.

Eu mesmo numa jornada na Santa Casa de Piracicaba, vi, e assisti o socorro a uma família, que apenas orou para Jesus, e na sua prece mesmo sendo de outra religião aceitou a prece de Bezerra que se encontra em livros e na internet, uma que dera a eles, e alguns dias o pai adoentado, o filho que partia, logo começara uma recuperação surpreendente.

Era hora de lembrar Bezerra disse a Nubor, de não permitir que seu espírito, e sobretudo sua obra e dedicação a Humanidade, sejam esquecidos.

Vamos em vários centros hoje e vemos aquele senhor de barba branca, e muita gente não sabe quem foi Bezerra de Menezes, alguns espíritas ousam dizer, é do passado, as vezes ouço isto e digo, coitados não sabem do que e de quem falam.



Filho de Riacho do Sangue, Ceará, nasceu em 29 de Agosto de 1831, morreu em 11 de Abril de 1900 no seu amado Rio de Janeiro.

Seu nome completo é Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti, médico, militar, jornalista, politico, filantropo que devido ao seu trabalho na ajuda aos pobres ficou conhecido como o médico dos pobres.

No Ceará onde nasceu ter uma mente priviligiada dava oportunidades, naqueles tempos de jovem aprendia Latim num curso normal que se dava nas escolas, logo já era professor substituto tal era a maneira que dominava o latim.

Já em 1851 entrava para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, seu maior apoiador, seu pai, já havia morrido.

Depois dos primeiros anos, se especializou no tratamento de uma doença complexa para aquele tempo que era o "Cancro", ao dar entrada na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro como estudante residente, precisava dar aulas de filosofia e matemática.

Casou-se com Maria Cândida de Lacerda em 1858, mas ficou viúvo repentinamente em 1863, quando tinha um filho de 3 anos e outra de um ano de idade, em 1865 casou com sua cunhada, Candida Augusta de Lacerda Machado, amiga, e mais tarde grande amor, depois madrasta dos filhos da irmã, que levou Bezerra ao casamento que iria durar.

Bezerra durante a Faculdade de Medicina teve o aprendizado da escrita, e já no jornal da Faculdade colocava suas frases e textos de caridade e doação aos mais necessitados, algo com que viveu de perto na infância e Juventude no Ceará.

Bezerra desde a Juventude procurou ajudar na cura dos mais necessitados, diz sua biografia que seu anel de formatura fora doado a uma senhora que não tinha recursos para pagar os medicamentos do filho que ele cuidava gratuitamente, é dele esta frase:



"O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura."

E assim seguiu como médico militar, onde até renunciou a carreira para ser eleito no partido de Haddok Lobo, o partido conservador do Rio de Janeiro onde se elegeu vereador e depois Deputado, fora o setor social médico foi justamente com a poluição do Rio de Janeiro que naqueles anos de 1877 á 1885 se preocupou e também deixou um legado grande ao Estado do Rio.

Abolicionista escreveu Medidas que Convém Adotar em 1869 para que a Lei que libertaria os escravos permitisse uma transição mais clara e justa a sociedade como um todo.
Das inúmeras atitvidades como político, jornalista, escritor, foi em 1875 que sua vida mudaria para sempre.
Ganhou do também médico e tradutor, Dr. Joaquin Carlos Travassos,  O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, se encantou com a obra, e mais tarde escreveu sobre o livro e seu conteúdo um pequeno texto que se perpetua até hoje:

"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."

Bezerra entanto passou a ter na Doutrina Espírita sua fé e força graças a amizade e trabalho com o médium João Gonsalves do Nascimento, onde as curas foram ditas a época e reconhecidas como milagrosas.

Se tornou presidente da FEB - Federação Espírita Brasileira, e acabou convivendo com a politica do movimento quando ganhou a obra de JB Roustaing e a doou para a FEB, o chamado Os 04 Evangelhos, que seria adotado com segunda obra fundamental e que racharia o movimento Brasileiro, desde então, como se sabe Roustaing era também médium e escritor, e opositor as regras de Allan Kardec, a doutrina, fato que fez Bezerra lamentar muito a falta de entendimento de seus amigos e confrades, deixou a FEB por não conseguir unificar o movimento no em torno de Kardec, algo que ocorreria depois de sua morte vinda de um AVC.

Morreu pobre, e doando sua vida até a doença as pessoas necessitadas, posso fora o relato que consta em sua biografia contar umas duas mil histórias sobre este homem, este espírito.

Bezerra se propôs no pós morte a continuar como espírito no planeta Terra, ajudando, escrevendo, falando intuindo, hoje é um dos orientadores de Divaldo Pereira Franco, embora tenha escrito pelas mãos de Chico Xavier, de José Carlos de Lucca, José Medrado, e alguns outros escritores que receberam seus textos.

Bezerra tem em alguns centros espíritas do Brasil, mensagens enviadas e autenticadas pelo seu estilo único do tempo que esteve na Terra, muitos milagres assim chamados pelo povo porque salvaram e continuam a salvar vidas até hoje.

O maior legado no entanto de Bezerra era sua fé, fé em Jesus, na mãe de Jesus, Maria, em Ismael, enfim, Bezerra era simples porém disciplinador, muitas de suas falas são esquecidas, dizem que com amigos do plano espiritual, ele vem visitar leitos de doentes seja ou não chamado, e nos que possuem merecimento, pois a cura vem por merecimento direto ou indireto, créditos desta ou de outra vida.

Nosso objetivo aqui é não só resgatar um pedaço da história da doutrina, é lembrar que Bezerra de Menezes sempre foi um conciliador, um espírito que pregou a paz, que tentou dar lenitivos, sem jamais esquecer de Kardec, que poderia ter deixado o planeta de vez em 1900 quando morreu e ainda segue trabalhando, e com louvor a aqueles que possuem fé, que não deixam de acreditar em Jesus.

É dificil para médicos falarem da fé, e sobretudo do Espiritismo, ou qualquer outra religião, o confronto da ciência médica com as crenças são complexas, no entanto Bezerra de Menezes deve ser lembrando pelo lado bom da sua obra, o lado conciliador, o lado doador, de amor e compaixão, e das lições que nos deixa até hoje.

Num dos Livros de Nubor Orlando Facure, encontramos uma frase dita sempre por Bezerra de Menezes, ....

"Temos teoria nas ciências Temos teorias na filosofia Temos teoria nas religiões Mas as teorias não resolvem o problema do desespero"

E minha amiga e amigo leitor, como diz Nubor Orlando Facure, nisto a doutrina espírita é insuperável.

Não é fácil senhoras e senhores, escrever sobre este espírito magnifico que é Bezerra de Menezes, pois as lições deixada do seu tempo de encarnado, e hoje nas atuações em milhares de situações na Terra, nos mostram alguém que se preocupa em ajudar, e sobretudo em continuar a ensinar.

Nossa lembrança é exatamente pelo título, que já soube muitos médicos fazem em silêncio, na hora complexa da doença e nisto posso dar meu testemunho pessoal, Chamem Bezerra, chamem e orem com o espírito de Bezerra de Menezes, pois algum lenitivo virá, uma resposta virá, assim como veio para aquela família que citei no começo deste texto.

Nossa obrigação é manter vivo, dentro da história do espiritismo no Brasil, aqueles que deixaram valorosas contribuições e que até hoje de uma forma ou de outra ajudam o povo de Deus.

Deixo uma proposta a casas espíritas existem muitas obras, e textos de Bezerra ou em vida mesmo ou após a morte por médiuns famosos, que seus textos sejam mais lidos, que ele seja mais estudado, e sobretudo que sua lição de amor e doação aos mais carentes seja sempre um modelo para todos nós.










David Chinaglia, 58, escritor, pesquisador, palestrante, editor deste blog e colaborador, é espírita dentro da codificação de Allan Kardec.

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