quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PARÁBOLA DA SEMENTE LANÇADA À TERRA




“V. 26. E dizia: O reino de Deus é como quando um homem lança à terra a semente. — 27. Quer o homem durma, quer vele dia e noite, a semente germina e cresce sem que ele saiba como; — 28, pois que a terra, por si mesma, produz primeiro a erva, depois a espiga e afinal o grão que cobre a espiga. — 29. E, amadurecido o fruto, passa-se-lhe a foice, pois é esse o momento da ceifa.” ( Marcos, IV, vv. 26-29)


INTERPRETAÇÃO

Que a sublime luz do amor de Deus ilumine as vossas consciências para todo o sempre.
Naquela tarde, quando os últimos raios do sol desapareciam no horizonte, estava o Mestre sentado à beira do lago, quando alguém, aflito, chorava a seus pés e pedia:






- Rabi, Rabi que devo fazer para viver após a morte?
Atônitos, os discípulos entreolharam-se.
De onde teria surgido aquela pobre alma?
E o Mestre, com a destra ajudando-o a levantar-se, contou a parábola da semente. E dizia Ele:
- Meu filho, todos têm dentro de si a semente do amor de Deus.
Esta semente é um tesouro que a todas as horas socorre a alma necessitada.




Esta semente é o amor do Pai. É a voz que vos protegerá nos momentos de provação. É a luz que iluminará nos momentos de treva, em que o orgulho domina os espíritos. É o consolador que enxugará as lágrimas nos momentos de dor.
E dizia mais:
Ela germinará dentro da alma, no silêncio, nos recônditos da criatura, porque somente ao Pai interessará a sua germinação.






Uma vez, com esforço próprio, através da boa vontade, conseguida essa germinação, a semente se transformará e crescerá, criará galhos e frutos a serem distribuídos aos necessitados.
Neste momento, então, espíritos superiores ficam atentos a esta distribuição. Se os frutos forem guardados com avareza, a árvore, aos poucos, regredirá, mas, se o amor coroar esta distribuição, ela aumentará cada vez mais e quando chegado o momento da colheita, ela estará pesada de frutos, frutos estes, abençoados pelo Pastor de todas as almas que, através deles, estará presente a todas as criaturas que saborearem destes frutos.




E disse mais o sublime Nazareno:
Se desejais atravessar o pórtico do que chamais morte, necessário se faz que deixeis o vosso exemplo, através das boas ações praticadas.
Irmãos, irmãs diletos! Quanta tristeza sentimos quando, ao vosso lado, ouvimos dizer que sois deserdados da sorte e abandonados das bênçãos celestiais!
Quanta injustiça nestas palavras!
Neste instante, nos perguntamos:
Oh! Almas que duvidam das graças do Pai!
Que fizestes para a semente plantada em vosso coração?
Esquecestes que ao ser fornecido o novo corpo material, o primeiro cuidado a ser tomado foi o de deixar presente em vosso espírito as sementes dos céus?






Aquele que tiver fé, aquele que tiver perseverança, jamais se sentirá sozinho nos caminhos tortuosos da reencarnação.
Jamais faltarão palavras de ânimo, de consolo, de conformação para aqueles que se lembrarem que pertencem ao Pai e que, um dia, à casa celestial deverão retornar.
Caminheiros que esquecestes que sois uma obra divina, acordai do sono que vos domina; alertai-vos contra as tentações; bendizei as lágrimas, as dores, porque se a elas o Pai recorreu, foi porque não quisestes atender ao primeiro chamado.
Almas enfermas que descreem do amor do Pai! Se atentardes para as palavras docemente proferidas há dois mil anos, encontrareis forças para levar a bom termo as vossas missões.
A semente do bem deverá germinar em todas as criaturas, quer regadas pelo amor, quer regadas pelas lágrimas, elas um dia germinarão para a glória do próprio espírito.
Vós que tentais ser espiritualistas, jamais deveis esquecer esta parábola.
O consolo de vossas dores está dentro de vós.
É a participação prometida pelo Pai; é o auxílio direto que Ele vem prestar a seus filhos queridos e por mais que O abandonem, por mais que O esqueçam, ela estará ali, pequenina e humilde, aguardando o momento em que orvalhada pelo amor, deverá brotar.






Se vos sentirdes pequeninos, rendei graças ao Senhor, porque o que importa é dar, é distribuir; aquele que muito receber, muito terá que dar e, para dar, muito é necessário renunciar às ilusões do mundo.
É preciso que a alma em colóquio com o Mestre, tenha forças para, somente por amor, deixar que aquele grãozinho pequeno cresça, se expanda, sem se importar com o julgamento alheio, com as maldades recebidas, com as injustiças proferidas.
O sentimento está presente em todos os momentos de dúvida, como também se fará presente em todos os momentos de alegria.





Mas quem se lembrará do Pai nos momentos dos sorrisos?
Bem poucos agradecem as dádivas recebidas.
Portanto, irmãs, irmãos, queridos, não deixeis nunca este tesouro que possuís, abandonado.
Cuidado para que ele germine! O momento da colheita está se aproximando.
Procurai ajudar àqueles que à beira do caminho pararam.
Oferecei-lhes as forças da fé; dai-lhes a vossa palavra de confiança, de carinho; endereçai-lhes pensamentos de amor e de paz, para que renasçam, cresçam, vençam a si próprios. E, se assim o fizerdes, sem a preocupação de recompensas, sereis felizes, sereis recompensados.





Talvez não o consigais no plano material, mas vos garantimos que no plano espiritual verdadeiros amigos vos esperam com os braços abertos, para que, unidos, elevando um só pensamento, ajoelhados perante a Força Suprema, que é Deus, possamos agradecer o bom cumprimento das missões recebidas. E, de coração, tal qual o Rabi naquela tarde, abençoai aquele que vos ofendeu e, aos pés do Mestre, dizei:
- Glória a Ti, damos, Pai, pela semente bendita que em nosso peito colocaste!
Que o Senhor vos ilumine.


(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 101-104).






JULIO FLÁVIO ROSOLEN é Espírita, participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho (SECCA), em Piracicaba, Estado de São Paulo, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros e colabora com o nosso Blog.

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