Após a crucificação de Jesus, os apóstolos se reuniram num casario improvisado permanecendo até altas horas acolhendo novos seguidores que buscavam conhecer o Mestre.
O atendimento transcorria sem descanso, acompanhados por seguidores e voluntários que se entusiasmavam com a nova proposta de trabalho.
Era a caridade que se inaugurava com afetando antigas interpretações daquele povo.
Acolhia-se, sem qualquer exigência
Era gente de regiões da Judéia, da Galileia e até da Síria, necessidades inadiáveis e pungentes.
Atormentadas pela fome, cansaço e sede; perturbações mentais angustiantes, a maca dos paralíticos, os convulsivos agitados, lamentos pungentes pela a perda de parentes muito amados.
Todos pediam notícias sobre Jesus enquanto Ele andou pelo mundo, misturavam-se relatos atuais de perseguições religiosas, medo da mão vingativa do soldado romano, dos sacerdotes do Sinédrio, aflições e dores de todas naturezas.
Eram distribuídos alimentos, uma porção de trigo, vasilhas com agua, frutas escassas, limpeza dos corpos com os óleos, ajustes das sandálias desgastadas, retoques nas tendas e tarefas de amparo e assistência espiritual.
A rotina incluía a oração do Pai Nosso, a leitura das escrituras e relatos de passagens inesquecíveis com o Senhor que os apóstolos testemunharam.
Ficaram espantados com aqueles encontros à mesa, com eles logo depois da crucificação, atestando a imortalidade, Jesus permanecia vivo no coração de todos.
Certo dia, a chuva havia passado e, ao final de tanto trabalho Pedro assenta para descanso Aproxima-se do apóstolo um jovem desconhecido que diz:
"Vejo sua força no trabalho, seu carinho com as lembranças do Mestre, sua fé na sobrevivência de Jesus, a clareza com que descreve seus momentos com Ele, me surpreende saber, entretanto, que o negaste por 3 vezes."
Como se explica porque fracassastes nesses momentos?
Pedro pegou as mãos limpas, ainda não calejadas, do jovem e perguntou:
E você, quantas vezes você o teria negado?
Veja bem:
Ele não veio destruir a Lei, mas, fez tantas mudanças que a Lei depois Dele jamais seria a mesma, Ele e nós trabalhamos no sábado.
Curou cegos de nascença mesmo com a proibição da Lei,assentou com mulheres de má fama e permitiu que lhes tocassem as vestes.
Conviveu com ladrões, sem se comprometer com falta alguma, disse que o menor será o maior no Reino dos Céus.
Teve a ousadia de se mostrar como o Filho preferido do Pai, conforme anunciado pelo profeta Isaias, que perdoava em Seu nome, que Ele era o caminho.
Que Isaias se referia a Ele como o enviado divino para salvar o Seu povo amado,
Que devemos amar aos inimigos, Dar-lhes uma de nossas túnicas, oferecer a outra face se nos agredirem, que o maior mandamento era o amor a Deus e ao próximo, que a caridade dispensa a ostentação, que um centavo pode ser mais para Deus que toda uma fortuna, que de nada vale a oração que se pronúncia da boca para fora, que não se deve fazer aos outros o que não queremos que nos façam.
Negou ser o Rei dos Judeus porque o seu reino não é desse mundo, Que não precisamos de Templos para nos dirigir a Deus, Que a oração proferida pelos lábios não cale a que procede do coração.
Quantos de nós, meu jovem, por milênios ainda vamos negar, negar e negar mais que 3 vezes as propostas do Mestre?
Nubor Orlando Facure, é médico, espírita, escritor, colabora com este blog desde 2011, foi amigo e um dos médicos de Chico Xavier, foi o primeiro médico a falar na Unicamp sobre o espiritismo, viveu o milagre de Uberaba frequentando a Casa da Prece, e tendo estado com Chico Xavier e amigos em várias situacoes.
Em seu e-mail lfacure@uol.com.br fala sobre os escritos aqui, e deixa sempre uma mensagem de reflexão.
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