José chegou finalmente aos 65 anos, homem trabalhador, conheceu a doença, e a dor de frequentar hospitais, aos 58, casado com Maria, de católico a espírita, foi um passo, para entender como a vida funciona, tanto no antes como no depois.
Pai dedicado, teve uma infância cheia de traumas, apesar de seu pai, homem trabalhador, que saira da pobreza e se tornara um rico dos fins dos anos 60, era pessoa de pouco diálogo, ao sair da riqueza para a pobreza no fim da vida, deixou marcas em José.
Como sabemos, como diz a música de Belchior, famosa também com Elis Regina, somos como nossos pais, por mais que desejemos ser diferente.
Digo sempre que as marcas do bem e do mal, do que nos deram os pais, são os frutos que colhemos, e as marcas que deixamos na vida.
José foi ficando doente do nada, após passar por muitas dores familiares, quando jovem, aprendeu a viver, em altos brados, sempre se impondo na rua e em casa pela força da voz, chorava quando sozinho estava, amou sua primeira mulher desde a juventude quando a conheceu, e depois quando ela partiu para nunca mais voltar.
Josefina havia lhe dado lições de vida, que ele nunca quisera aprender, foi ganhando dinheiro do nada, imposição sem fim do pai, de conquistar, o mais que pudesse, para não depender de ninguém um dia.
Porém a vida tem seus caminhos, e nem sempre são os que desejamos, e José como muitos Brasileiros, na crise dos tigres asiatícos, perdeu tudo que tinha, casamento, família, e tudo que tivera conquistado, e que estava conquistando.
Jovem, se impunha em casa, em voz alta, o que lhe trouxe no passar dos anos, marcas, que somente o espiritismo acalmou, teve 03 filhos, cada um com sua especialidade, um em especial, o jovem Sebastião, se tornou no momento que todos o abandonaram, o único amigo que ele realmente confiava.
José homem de alguns amigos, sempre dizia, "conto nos dedos da mão direita os verdadeiros amigos que tenho, e acrescento meu filho dizia ele, que sempre me ensina."
Os anos passaram, as marcas surgiram, novos casamentos, novas decepções, alegrias, ele seguia seu rumo, até que seu filho conheceu uma doença que ele tivera quando perdeu tudo, a depressão.
Procurou sempre ajudar, dentro do que era possível para um homem que havia perdido tudo.
Kardec sempre ensinou que a base desta doutrina espírita, era o amor, e a caridade, e dava o mesmo alerta que anos mais tarde Chico Xavier, eternizou, a verdadeira caridade começa na família.
É na família que aprendemos muito, a ter paciência, amor, doação, perdão, resignação, concessão, Içami Tiba dizia em suas palestras, que na infância passamos os almoços de domingo concendo ao pai, a coxa do frango, antigamente parte nobre na mesa familiar, e quando se tornamos pai, damos a coxa e o peito, hoje a parte mais querida de um frango ao filho, e ficamos com a asa, aliás isto ele disse ser um erro.
Os filhos em sua maioria, salvo raras vezes, em algumas famílias, tendem a julgar, e abandonar pai e mãe, outro dia lembrei aqui, que poucos são os que provém mãe e sobretudo pai, na velhice, por isto vemos cada vez mais, pais usando o artigo 229 da constituição, e filhos usando cada vez mais os asilos e casa de saúde para se livrar do problema.
Sim, se o pai ou a mãe não soube prover per si, para seu futuro, ficará a mercê dos filhos, e nesta hora terá sua diplomação, ou sua reprovação.
Diz a lenda social que os filhos são reflexos do pai e da mãe, numa casa atormentada, onde o marido grita com a esposa e ela devolve na frente dos filhos, a tendência é a casa viver dividida mesmo quando existe fartura, e as marcas do casal atingirem os filhos, de forma que eles acabam copiando o certo e o errado.
Este escritor aprendeu que a paciência é uma das virtudes mais necessários em tempos de mares bravios, a aceitação, o entendimento que nada ocorre, nada, sem nossa responsabilidade.
Temos sempre o hábito de culpar alguém, o pai, a mãe, a esposa, os filhos, o patrão, a amante, e então trocamos, de mulher, de patrão, de emprego, mas, jamais trocamos de filhos, eles nos deixam, ficam sem falar, 1,2,3,4,5 anos no teor da sua razão, pois a geração de hoje aprendeu a viver na razão, e esquecem do amor.
José e Sebastião trocaram com o envelhicmento de José, com a doença, muitas experiências, e José dizia sempre a todos, Tião não me deixa, pouco ou muito sempre me ajuda, sempre me liga, claro que José se esquecera, que Sebastião tinha também como ele marcas do passado, e algumas mesmo sem querer, geradas pelo gênio do pai, e dele mesmo juventude.
Certa vez, um homem sábio, que vivia na terra do café, me disse, "criança não quer saber de conta de luz, água, aluguel, falta de dinheiro, criança quer brincar, rir, ver o pai e a mãe juntos para sempre, e bem, quando um casal vive em turbulências, isto passa de um jeito ou de outro ao filho.
Os pais deviam ler cedo o velho conto da árvore dos problemas, e deixar fora de casa os problemas da rua e no trabalho os de casa..
Professora Lika, diz sempre que os filhos devem assumir suas responsabilidades, mesmo que os pais não tenham sido aqueles dos filmes Americanos dos anos 50,60, perfeitos.
Aliás quando falo com ela, que o evangelho, a bíblia, diz, respeitar pai e mãe, e cuidar deles, ela logo responde que a bíblia diz, pais não irrite seus filhos.
José e Sebastião e todos os citados neste texto, fazem parte de milhões de pessoas iguais, com endereços diferentes, pois, a grama do vizinho nem sempre é tão verde quanto parece, e a alegria nem sempre está na casa do vizinho só como achamos.
José que me ligou hoje contando sua história, me fez conversar com os mentores, para entender, o ponto do velho amigo, ao porque chorou tanto ao me contar a história.
Estivera ele a uns dias atrás visitando o filho, em um dado momento da conversa, o filho fez impor ao pai viúvo, e casado novamente, sua autoridade de dono da casa, e voz alta, como José fizera várias vezes, impondo sua razão, e sua falta de paciência com o pai, e com os demais, levando ao amigo José, abrir uma tela imaginária em sua mente, divida em duas partes, em uma, quando ele tentando arrumar as coisas, gritava, sem a mesma paciência com os filhos, e mulher, e na outra parte da tela, a cena do dia, o filho gestilando como bom Italiano, sem respeito, dando ordem, e gritando como ele um dia.
Foi o suficiente para José relembrar da falecida, e ao invés de reagir como faria e o fizera sempre, calar-se, e ao sair da casa do filho, pedir a ele tenha mais paciência, se não quer terminar como eu sozinho, e sem nada, respeite mais, tenha mais educação, e vendo que ele falhara como pai.
Talvez não seja falha, o termo seja desequilibrio, de ambos um no passado, e outro no eco dos fatos no presente, que permtiu a José a ver de novo seus erros, na pressa de deixar o filho revoltado sozinho, e a meditar, pegou um celular que era do filho e deixou na recepção do prédio, diferente do que fizera no passado, calou-se e foi almoçar sozinho, refletindo, a culpa não é só dele, é minha também.
Foi então que nesta manhã conversando com Miguel espirito amigo,usamos as informações de José, sobre ocorrido, para ensinar a ele, a mim mesmo e aos senhores, que onde houver desequilibrio, gritos, estará a falta de noção, razão e respeito.
A vida não é um mar de rosas, e seria muito chata se fosse, se todos tivessem muito dinheiro, luxo, prazer, a vida não valeria a pena.
Os imortais nos ensinam que cada filho escolheu o pai e a mãe que tem, e todos nós escolhemos as que temos, algns voltaram outras vezes juntos, outros estão terminando, com aprendizado, ou sem aprender nada.
Ninguém vai a Quíron, aliás, Quíron outra idiotice dos novos tempos do espiritismo, o espírito irá onde merecer, a terra não é previlégio, é escola, e como todas que temos na vida, ou aprendemos ou não.
Estes dias numa sessão espírita que participei, vi um espírito preso a casa, carro, dinheiro, joías, filhos, aprendam não levamos nada, no sonho do espiritismo maravilhoso, todos nos reencntraremos na vida além da vida, e vos garanto, que não é bem assim.
Se vosso pai, partiu ou mãe somente uma missão ou o acaso os reunirá novamente no plano espiritual, a vida não é tão doce como em Nosso Lar, devemos lembrar, sempre que Umbra não é lei, foi o cárcere criado por espíritos para amendontrar encarnados, como a igreja criou o inferno., você irá onde plasmar ir, ser feliz a pós a morte, depende do que fizer em vida, corrigir rotas, lembre, corrija agora.
Jesus disse, reconcia-te com teu inimigo com teu revés, digo eu, com seus adversários, enquanto está a caminho, pois no plano será muito difícil.
Resolva seus problemas da terra, na terra, não fique sonhando que haverá um milagre, temos que ter filtro de nossas ações, e que elas são sim espelhos, que podemos como José, rever num filho ou filha nossa.
Claro que é mais bonito ver a filha ser um sucesso profissioal, o filho também mas a grande pergunta eles são felizes? e você, e afinal como diria Paschoal amigo e espírita, o que é amor para você? cumpra sua jornada você está onde pediu, onde mereceu, lembre que esta conversa de cinema, que fostes rei, rainha, é coisa de cartomante, e de espírita sem noção, esta é sua melhor encarnação.
Se não quer se ver nos erros de seus filhos, nao os cometa com eles, mas lembre, todos nós temos vivos ou mortos, o livre árbitrio, a escolha será sempre tua.
Quanto a José não se preocupe, ele se recuperou, riu quando viu o filho gritar, gesticular, eu fui um idiota, disse ele a mim, mas ele está sendo um tolo de repetir o que mais não gostava em minha pessoa, quanto a mim, sim sofri, chorei,mas leventei hoje melhor, porque aprendi a me calar, e sair de cena em silêncio.
Todos temos um pouco de José e Sebastião em casa, meu amigo Marcelo dirá, "que salada hein.." eu responderei, professor, apenas ensinamento, o mesmo que todos os dias, temos, com os amigos enviados pelo universo, e lembre nada nem ninguém passa por sua vida por acaso.
Claro que podemos mudar, sempre novos e velhos, sofrer como o velho José sofreu, só no momento, depois tens que agradecer, por ter aprendido algo.
Ganhar sozinho ou muito dinheiro na loteria é sorte, ter muito dinhero é responsabilidade maior ainda, agora sabedoria, e equilibrio isto é raro na juventude, quem a tem, já é rico e não sabe.
E José?, insiste meu amigo Wilson quando li o texto para ele, eu vos digo, está rindo, ao ler o meu texto, pois disse, ajudei alguém, me ajudei.
E amados espiritas, nada melhor do que saber que mesmo quando vemos alguém que amamos errar, é aprender, é entender, que nada é por acasso, e que tudo, pode se repetir para melhor ou pior.
Você já agradeceu hoje por estar aqui, então siga em frente, José e Sebastião irão se acertar, pois um demorou quase 58 anos para entender a vida e o outro bem mais jovem está sendo ensinado, que nem sempre devemos repetir erros, e temos sim que ter paciência.
Em frente para o infinito e além.
David Chinaglia,espírita, escritor, palestrante, editor deste blog, recebe e-mails, pelo davidchinaglia@gmail.com, e toda história que relatamos, o fato aconteceu, e lembre a paciencia é parte do apreendizado
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