quinta-feira, 25 de março de 2021

SESSÕES ESPÍRITAS REALIZADAS PELA EQUIPE DE ALLAN KARDEC, RELATOS - Por Allan Kardec - Revista espírita Março de 1861

 






Em tempos tão dificeis em casas espíritas do Brasil, para receber uma simples mensagem de um amigo, ou ente querido, para estudo, e análise dos Espíritas, e de seguidores, voltemos á Março de 1861, quando o codificador da doutrina espírita, Allan Kardec, trouxe na edição daquele ano, mensagens que ocorreram em Paris, e em toda a França.

Através delas, podemos entender técnicas claras, que depois de estudar o Livro dos Espíritos, e os Livros dos Médiuns, podem ser realizadas na casa, espírita, ou em um local, devidamente preparado para tal.

Esta nota é da editoria do blog, a capa é da LAKE, uma das melhores traduções, das obras de Kardec, o texto original abaixo é todo escrito por Allan Kardec.

Início do texto:

PALESTRAS FAMILIARES DE ALÉM TÚMULO - MARÇO DE 1861 -

SRA. BERTRAND (ALTO SAONA)

FALECIDA A 7 DE FEVEREIRO DE 1861

EVOCADA NA SOCIEDADE A 15 DO MESMO MÊS

NOTA: A Sra. Bertrand havia feito um estudo sério do Espiritismo, cuja doutrina professava, compreendendo todo o seu alcance filosófico.

1. (Evocação).

─ Aqui estou.

2. ─ Tendo vossa correspondência nos levado a apreciar-vos, e conhecendo vossa simpatia pela Sociedade, pensamos que não vos seria desagradável chamar-vos tão cedo.

─ Vedes que estou aqui.

3. ─ Um outro motivo me determina pessoalmente a fazê-lo. Pretendo escrever à senhorita sua filha, a propósito do acontecimento que acaba de feri-la, e estou certo de que ela se sentiria feliz ao saber do resultado de nossa conversa.

─ Certamente, ela o espera, pois eu lhe havia prometido me revelar logo que me evocassem.

4. ─ Esclarecida como éreis sobre o Espiritismo e penetrada dos princípios desta doutrina, vossas respostas serão para nós duplamente instrutivas. Para começar, quereis dizer-nos se demorastes muito a vos reconhecer e se já recobrastes a plenitude de vossas faculdades?

─ A plenitude de minhas antigas faculdades, sim; a plenitude de minhas novas faculdades, não.

5. ─ É costume perguntar aos vivos como passam. Mas aos Espíritos perguntamos se são felizes. É com profundo sentimento de simpatia que fazemos esta última pergunta.

─ Obrigada, meus amigos. Ainda não sou feliz, no sentido espiritualista do vocábulo. Mas sou feliz pela renovação do meu ser deslumbrado em êxtase; pela visão das coisas que nos são reveladas, mas que ainda compreendemos imperfeitamente, por melhor médium ou espírita que sejamos.

6. ─ Em vida tínheis feito uma ideia do mundo espírita pelo estudo da doutrina. Podeis dizer-nos se encontrastes as coisas tais quais as tínheis imaginado?

─ Mais ou menos, assim como vemos os objetos na incerteza do lusco-fusco. Mas como são diferentes quando a luz brilhante o revela!

7. ─ Assim, o quadro que nos é feito da vida espírita nada tem de exagerado, nada de ilusório!

─ Ele é apequenado pelo vosso espírito, que não pode compreender as coisas divinas senão suavizadas e veladas. Agimos convosco como agis com as crianças, a quem apenas mostrais uma parte das coisas dispostas para o seu entendimento.

8. ─ Testemunhastes o instante da morte do vosso corpo?

─ Esgotado por longos sofrimentos, meu corpo não teve que passar por uma grande luta. Minh’alma destacou-se dele como o fruto maduro que cai da árvore. O aniquilamento completo de meu ser impediu-me de sentir a última angústia da agonia.

9. ─ Poderíeis descrever vossas sensações nos instantes do despertamento?

─ Não há despertamento, ou antes, pareceu-me que havia continuação. Como após curta ausência se volta para casa, pareceu-me que apenas alguns minutos me separavam do que eu acabava de deixar. Errante em volta do meu leito, via-me aumentada, transfigurada e não podia afastar-me, retida que era, ou pelo menos ao que me parecia, por um último laço àquele envoltório corporal que tanto me havia feito sofrer.

10. ─ Vistes imediatamente outros Espíritos vos cercar?

─ Logo vieram receber-me. Então desviei o pensamento do meu eu terreno, e o eu espiritual transportado abismou-se no delicioso prazer das coisas novas e conhecidas que eu reencontrava.

11. ─ Estáveis entre os membros da família durante a cerimônia fúnebre?

─ Vi levarem o meu corpo, mas logo afastei-me. O Espiritismo desmaterializa por antecipação e torna mais súbita a passagem do mundo terrestre para o mundo espiritual. Eu não havia trazido de minha migração na Terra nem vãos pesares nem curiosidade pueril.

12. ─ Tendes algo de particular a dizer à senhorita vossa filha, que partilhava de vossas crenças, e que me escreveu várias vezes em vosso nome?

─ Eu lhe recomendo que dê aos seus estudos um caráter mais sério; eu lhe recomendo que transforme a dor estéril em lembrança piedosa e fecunda; que ela não se esqueça de que a vida continua ininterrupta e que os frívolos interesses do mundo empalidecem ante a grande palavra Eternidade! Aliás, minha lembrança pessoal, terna e íntima, em breve lhe será transmitida.

13. ─ Em janeiro vos remeti um cartão-retrato. Como jamais me vistes, podeis dizer se me reconheceis?

─ Mas eu não vos reconheço. Eu vos vejo.

─ Não recebestes aquele cartão?

─ Não me lembro.

14. ─ Eu teria várias perguntas importantes a vos fazer sobre os fatos extraordinários que se passaram em vossa casa e de que nos informastes. Penso que a respeito poderíeis dar-nos interessantes explicações. Mas a hora avançada e a fadiga do médium me aconselham a adiar. Limito-me a algumas perguntas para terminar.

─ Embora vossa morte seja recente, já deixastes a Terra? Percorrestes os espaços e visitastes outros mundos?

─ O vocábulo visitar não corresponde ao movimento tão rápido quanto o é a palavra que nos faz, tão rapidamente quanto o pensamento, descobrir sítios novos. A distância é apenas uma palavra, como o tempo não é para nós senão um momento.

15. ─ Preparando as perguntas que devem ser dirigidas a um Espírito, temos geralmente uma evocação antecipada. Podeis dizer se, assim sendo, estáveis prevenida de nossa intenção, e se estáveis perto de mim ontem, quando preparava as perguntas?

─ Sim. Sabia tudo o que me diríeis hoje e responderei com desenvolvimento às perguntas que reservastes.

16. ─ Em vossa vida teríamos sido muito felizes se vos tivéssemos entre nós, mas desde que tal não foi possível, somos igualmente felizes por vos ter em Espírito, e vos agradecemos a atenção em responder ao nosso apelo.

─ Meus amigos, eu acompanhava os vossos estudos com interesse, e agora, que posso habitar entre vós como Espírito, eu vos dou o conselho de vos ligardes mais ao espírito do que à letra. Adeus.

A carta que segue nos foi enviada a propósito desta evocação:

“Senhor,

É com um vivo sentimento de profunda gratidão que venho agradecer-vos, em nome de meu pai e no meu, vos terdes antecipado ao nosso desejo de receber, por vosso intermédio, as notícias daquela que choramos.

As numerosas provações morais e físicas que minha querida e boa mãe teve que sofrer durante sua existência, sua paciência em suportá-las, seu devotamento, sua completa abnegação de si mesma, me faziam esperar que estivesse feliz. Mas a certeza que nos acabais de dar, senhor, é um grande consolo para nós que a amávamos tanto e queremos a sua felicidade mais do que da nossa.

Minha mãe era a alma da casa, senhor. Não preciso dizer-vos o vazio que sua ausência deixou; sofremos por não mais vê-la, mais do que poderia exprimir e, contudo, experimentamos uma certa quietude por não vê-la mais nas dores atrozes que sofria. Minha pobre mãe era uma mártir. Deve ter uma bela recompensa pela paciência e doçura com que suportou todas as suas angústias. Sua vida não passou de uma longa tortura de espírito e de corpo. Seus sentimentos elevados e sua fé numa outra existência a sustentaram. Tinha como que um pressentimento e uma lembrança velada do mundo dos Espíritos; muitas vezes eu a via olhando com piedade as coisas do nosso planeta e dizer-me: Nada aqui embaixo pode bastar-me; tenho a NOSTALGIA de um outro mundo.

Nas respostas que vos deu minha cara e adorada mãe, senhor, reconhecemos perfeitamente sua maneira de pensar e de se exprimir. Ela gostava de se servir de imagens. Somente estou admirada de que ela não se tenha lembrado do vosso cartão-retrato, que lhe havia dado tão grande e vivo prazer. Eu deveria ter-vos agradecido de sua parte. Minhas numerosas ocupações durante os últimos tempos da moléstia de minha venerada mãe não me permitiram fazê-lo. Creio que mais tarde ela se lembrará melhor. No momento, está embriagada nos esplendores da nova vida. A existência que acaba de completar não lhe aparece senão como um sonho penoso, já bem longe dela. Também esperamos, meu pai e eu, que ela venha dizer-nos algumas palavras de afeição, de que temos muita necessidade. Seria indiscrição, senhor, vos pedir que, quando minha mãe vos falar de nós, nos comunicásseis? Fizestes tanto bem, vindo falar dela, vindo dizer de sua parte que não sofre mais! Ah! Obrigada uma vez mais, senhor! Rogo a Deus, de alma e coração, que vos recompense por isto. Deixando-me, minha mãe querida me priva da melhor das mães, da mais terna das amigas. Preciso da certeza de sabê-la feliz e de minha crença no Espiritismo para ter um pouco de força. Deus a sustentou. Minha coragem foi maior do que eu esperava.

Recebei, etc.

OBSERVAÇÃO: Que os incrédulos riam quanto quiserem do Espiritismo. Que seus adversários mais ou menos interessados o ponham em ridículo. Que o anatematizem até, o que não lhe tirará essa força consoladora que faz a alegria do infeliz, e que o faz triunfar da má vontade dos indiferentes, a despeito de seus esforços para abatê-lo. Os homens têm sede de felicidade; quando não a encontram na Terra, não é um grande alívio ter a certeza de encontrá-la na outra vida, se se fez o que é preciso para o merecer? O que lhes oferece mais suavização aos males da Terra? É o materialismo, com a horrível expectativa do nada? É a perspectiva das chamas eternas, às quais não escapa um só em milhões? Não vos enganeis. Esta perspectiva é ainda mais horrível que a do nada, e é por isto que aqueles cuja razão se recusa a admiti-la são levados ao materialismo. Quando for apresentado aos homens o futuro de maneira racional, não haverá mais materialistas. Que não se admirem de ver as ideias espíritas acolhidas com tanto entusiasmo pelas massas, porque essas ideias aumentam a coragem, ao invés de abatê-la. O exemplo da felicidade é contagiante. Quando todos os homens virem em torno de si gente feliz por causa do Espiritismo, lançar-se-ão nos seus braços como numa tábua de salvação, porque preferirão sempre uma doutrina que sorri e fala à razão às que apavoram. O exemplo que acabamos de citar não é único no gênero; eles se nos oferecem aos milhares e a maior alegria que Deus nos reservou aqui na Terra é a de testemunhar os benefícios e os progressos de uma crença que nossos esforços tendem a espalhar. As pessoas de boa vontade que nela vêm beber consolação são tão numerosas que não poderíamos roubar-lhes nosso tempo ocupando-nos dos indiferentes que não têm o menor desejo de se convencer. Os que vêm a nós bastam para absorvê-lo, por isso não saímos em busca de ninguém. Eis por que também não o perdemos a respigar em campo estéril. A vez dos outros virá quando a Deus aprouver levantar o véu que os cega, e esse tempo virá mais cedo do que pensam, para a glória de uns e vergonha de outros.

- - - - -

SRTA. PAULINE M...

(ENVIADO PELO SR. PICHON, MÉDIUM DE SENS)

1. (Evocação).

─ Aqui estou, meus bons amigos.

2. ─ Vossos pais nos pediram vos perguntássemos se sois mais feliz do que na existência terrena. Teríeis a bondade de no-lo dizer?

─ Oh! Sim. Sou mais feliz do que eles.

3. ─ Assistis frequentemente à vossa mãe?

─ Eu quase não a deixo, mas ela não pode compreender todo o encorajamento que lhe dou. Não fosse assim, ela não estaria tão mal. Ela chora por mim e eu sou feliz! Deus me chamou a si. É um favor. Se todas as mães estivessem compenetradas das luzes do Espiritismo, que consolação para elas! Dizei à minha pobre mãe que se resigne, pois sem isto afastar-se-á de sua filha querida. Quem não for dócil às provas que lhe envia o seu Criador falha ao objetivo de suas provas. Que ela compreenda isto bem, senão não me verá tão cedo. Ela me perdeu materialmente, mas encontrar-me-á espiritualmente. Que trate de se restabelecer para assistir às vossas sessões. Então poderei consolá-la melhor, e eu mesma serei mais feliz.

4. ─ Poderíeis manifestar-vos a ela de modo mais particular? Poderia ela servir-vos de médium? Assim receberia mais consolação do que por nosso intermédio.

─ Que ela tome um lápis, como o fazeis, e eu tentarei dizer-lhe alguma coisa. Isto nos é muito difícil quando não encontramos as disposições para tanto necessárias.

5. ─ Poderíeis dizer-nos por que Deus vos retirou tão jovem do seio da família, onde éreis a alegria e o conforto?

─ Relede[1].

6. ─ Poderíeis dizer o que sentistes no instante da morte?

─ Uma perturbação. Eu não acreditava estar morta. Isso me deu tanta pena de deixar minha boa mãe! Eu não me reconhecia. Mas quando compreendi, não foi a mesma coisa.

7. ─ Agora estais completamente desmaterializada?

─ Sim.

8. ─ Poderíeis dizer quanto tempo ficastes perturbada?

─ Fiquei seis de vossas semanas.

9. ─ Em que lugar estáveis quando vos reconhecestes?

─ Junto ao meu corpo. Vi o cemitério e compreendi.

─ Mãe! Estou sempre ao teu lado. Eu te vejo e te compreendo muito melhor do que quando tinha o meu corpo. Cessa, então, de te entristeceres, pois só perdeste o pobre corpo que me tinhas dado. Tua filha está sempre aí. Não chores mais. Ao contrário, alegra-te, pois essa é a única atitude que te fará bem, e a mim também. Nós nos compreenderemos melhor; eu te direi muitas coisas agradáveis; Deus mo permitirá; nós oraremos juntas. Estarás entre estes homens que trabalham para o bem da Humanidade; tomarás parte em seus trabalhos, e eu te ajudarei. Isto servirá para o adiantamento de nós ambas.

Tua filha, que te ama,

PAULINE.

P. S. Dareis isto a minha mãe. Ser-vos-ei grata.

10. ─ Pensais que a convalescença de vossa mãe será ainda longa?

─ Isto dependerá da consolação que receber e de sua resignação.

11. ─ Lembrai-vos de todas as vossas reencarnações?

─ Não; não de todas.

12. ─ A penúltima ocorreu na Terra?

─ Sim. Eu estava numa grande casa de comércio.

13. ─ Em que época foi?

─ No reinado de Luís XIV; no começo.

14. ─ Lembrai-vos de algumas personagens desse tempo?

─ Conheci o Sr. Duque de Orléans, que comprava mantimentos em nossa casa. Também conheci Mazarino e parte de sua família.

15. ─ Vossa última existência serviu muito ao vosso adiantamento como Espírito?

─ Não me pôde servir muito porque não sofri nenhuma prova. Foi para meus pais, antes que para mim, um motivo de prova.

16. ─ E vossa penúltima existência foi mais proveitosa?

─ Sim, porque nela fui muito provada. Reveses de fortuna; a morte de todos que me eram caros; fiquei só. Mas, confiante em meu Criador, suportei tudo com resignação. Dizei a minha mãe que faça como fiz. Que aquele que lhe levar minha consolação, por mim aperte a mão de todos os meus bons parentes. Adeus.

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HENRI MURGER

NOTA: Numa sessão espírita íntima, em casa de um colega da Sociedade, a 6 de fevereiro de 1861, o médium escreveu espontaneamente o seguinte:

“Maior é o espaço dos céus, maior a atmosfera, mais belas as flores, mais doces os frutos e as aspirações são satisfeitas além mesmo da ilusão. Salve, nova pátria! Salve, nova morada! Salve, felicidade, amor! Como nossa curta estação na Terra é pálida, e como aquele que soltou o suspiro de alívio deve sentir-se feliz por haver deixado o Tártaro pelo Céu! Salve, verdadeira boemia! Salve, verdadeira despreocupação! Salve, sonhos realizados! Adormeci alegre, porque sabia que ia despertar feliz. Ah! Obrigado aos meus amigos, por sua suave lembrança!

H. MURGER

As perguntas e respostas seguintes foram feitas na Sociedade a 8 de fevereiro.

1. ─ Viestes espontaneamente, quarta-feira, comunicar-vos em casa de um de nossos colegas e ali ditastes uma página encantadora. Entretanto, lá não havia ninguém que vos conhecesse particularmente. Por favor, podeis dizer o que nos proporcionou a honra de vossa visita?

─ Vim demonstrar que estou vivo, para ser evocado hoje.

2. ─ Fostes levado às ideias espíritas?

─ Duas coisas. Primeiro eu suspeitava, depois me deixava levar facilmente por minhas inspirações.

3. ─ Parece que vossa perturbação durou pouco, pois vos exprimis tão prontamente, com tanta facilidade e clareza!

─ Morri com perfeito conhecimento de mim mesmo, consequentemente só tive que abrir os olhos do Espírito, assim que se fecharam os olhos da carne.

4. ─ Esse ditado pode ser considerado como um relato de vossas primeiras impressões do mundo onde estais agora. Poderíeis descrever-nos com mais precisão o que aconteceu convosco desde o instante em que a alma deixou o corpo?

─ Inundou-me a alegria; revi rostos queridos, que supunha perdidos para sempre. Há bem pouco tempo desmaterializado, ainda não tive senão sensações quase terrenas.

5. ─ Poderíeis dar-nos uma apreciação, do vosso ponto de vista atual, de vossa principal obra: La vie de Bohème?

─ Como queríeis que, deslumbrado como estou pelos esplendores desconhecidos da ressurreição, eu faça uma volta a essa pobre obra, pálido reflexo de uma juventude sofredora?

6. ─ Um de vossos amigos, o Sr. Théodore Pelloquet, publicou no Le Siècle de 6 deste mês, um artigo bibliográfico sobre vós. Poderíeis dirigir-lhe algumas palavras, bem como a vossos outros amigos e confrades em literatura, entre os quais devem encontrar-se alguns poucos crentes na vida futura?

─ Eu lhes direi que o sucesso presente é semelhante ao ouro transformado em folhas secas. O que nós cremos, o que nós esperamos, nós outros respigadores esfaimados do campo parisiense, é o sucesso, sempre o sucesso, e jamais nossos olhos se erguem para o Céu, para pensar naquele que julga as nossas obras em última instância. Minhas palavras os mudarão? Não. Arrastados pela vida causticante, que consome crença e mocidade, eles ouvirão distraídos e passarão esquecidos.

7. ─ Vedes aqui Gérard de Nerval, que acaba de falar de vós?

─ Eu o vejo, e Musset, e a amável, a grande Delphine. Eu os vejo todos. Eles ajudam-me; encorajam-me; ensinam-me a falar.

OBSERVAÇÃO: Esta pergunta foi motivada pela seguinte comunicação, que um médium da Sociedade tinha escrito espontaneamente, no começo da sessão:

“Um irmão chegou ao nosso meio, feliz e disposto. Ele agradece ao Céu, como o ouvistes dizer há pouco, por sua libertação um pouco tardia. Adeus à tristeza, às lágrimas e ao riso amargo, pois agora percebemos muito bem que entre vós o riso jamais é franco. O que há de lamentável e realmente penoso na Terra, é que é preciso rir; rir forçadamente e de um nada, sobretudo de um nada na França, quando se estaria disposto a sonhar solitariamente. O que há de horrível para o coração que esperou muito, é a desilusão, esse esqueleto medonho cujos contornos em vão querem apalpar. A mão inquieta e trêmula só ossos encontra. Que horror! para aquele que creu no amor, na religião, na família, na amizade; aqueles que podem impunemente olhar de frente essa máscara horrível que petrifica. Ah! esses vivem, embora petrificados, mas os que cantam como boêmios, ah! esses morrem bem depressa. Eles viram a cabeça de Medusa[2]. Meu irmão Murger era destes últimos.

Vós vedes, amigos, que de agora em diante não vivemos mais apenas em nossas obras, e que ao vosso chamado logo estaremos ao vosso lado. Longe de nos orgulharmos por esse ar de felicidade que nos envolve, viremos a vós como se ainda estivéssemos na Terra, e Murger cantará ainda.

GÉRARD DE NERVAL.

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O ESPÍRITO E AS ROSAS

(ENVIADO PELA SRA. B... DE NOVA ORLÉANS)

Emma D..., linda menina, falecida aos 7 anos, após 6 meses de sofrimentos, que não comia quase nada durante seis semanas antes de falecer.

1. (Evocação).

─ Estou aqui, senhora, que quereis?

2. ─ Saber onde estais; se sois feliz e por que Deus infligiu à vossa encantadora mãe e às vossas irmãs tão grande mágoa, qual a de vos perder.

─ Estou no meio de bons Espíritos que me amam e instruem; sou feliz, muito feliz. Minha passagem entre vós era um resto de provação física. Sofri, mas esse sofrimento nada era; ele depurava minha alma, ao mesmo tempo que destruía meu pobre corpo. Agora aprendo sobre a vida da alma. Estou reencarnada, mas como Espírito conservador. Estou num mundo onde nenhum de nós permanece mais tempo do que o necessário aos ensinamentos que nos são dados pelos Grandes Espíritos. Fora disto, viajo, prevenindo desgraças, afastando tentações. Estou muitas vezes por aqui. Há tantos pobres negros! Sempre os lamentei, mas agora os amo. Sim, eu os amo, pobres almas! Entre eles há muitos bons, melhores que seus amos, e mesmo os que são preguiçosos devem ser lamentados.

Vou muitas vezes até minha mãe querida. Quando ela sente o coração reanimado, fui eu quem lhe derramou o bálsamo divino. Mas é preciso que ela sofra. Ah! Mais tarde, entretanto, tudo será esquecido. E Lúcia, minha bem-amada Lúcia, estará comigo antes de mais nada. Mas os outros virão. Basta morrer para ficar assim; nada mais: a gente muda de corpo, apenas isto. Eu já não tenho aquele mal que me fazia um objeto de horror para todos os outros. Sou mais feliz e, à noite, me debruço sobre minha mãe e a beijo. Ela nada sente, mas sonha comigo e me vê como eu era antes de minha moléstia horrorosa. Compreendei, senhora, que eu sou feliz.

Eu gostaria de pôr rosas no canto do jardim onde outrora eu ia dormir. Poderíeis sugerir à Lúcia a ideia de colocar algumas lá. Eu gostava muito de rosas e vou lá tantas vezes! Eu tenho rosas, mas Lúcia dorme todos os dias no meu antigo cantinho e eu todos os dias vou também para junto dela. Amo-a tanto!

3. ─ Minha cara menina, será que eu não poderia vê-la?

─ Não. Ainda não podeis ver-me, mas olhai o raio de sol sobre a vossa mesa. Eu vou atravessá-lo. Obrigado por me haverdes evocado. Sede indulgente para com minhas irmãs. Adeus.

O Espírito desapareceu, fazendo sombra um instante sobre o raio de sol que continuava. Tendo sido postas as rosas no querido cantinho, três dias depois, escrevendo uma carta, veio à pena da médium a palavra obrigada, bem como a assinatura da criança, que a fez escrever: “Recomeça tua carta; isso pouco importa! Estou tão feliz por ter uma médium! Eu voltarei. Obrigada pelas rosas. Adeus!


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Muito bem, vimos nos relatos de Allan Kardec, um coordenador sério, equilibrado, de falas objetivas, um mediador, vejam que em nenhum lugar do texto, o médium esta qualificado, pois Kardec entendia, que o médium é apenas uma ferramenta, um comunicador, não precisa de cartaz, de luzes, nem de estrelato, um mero carteiro do além.
Vimos que as perguntas que Kardec e seus associados fizeram, foram preparadas, poucas foram de bate pronto, evocação, pode ser feita diante de preparo.
Hoje os espíritos, me diz Miguel, sentem falta, de médiuns mais qualificados, outrora como neste tempo de Kardec, a curiosidade era menor, havia interesse, no intercâmbio, sem muita especulações, e isto precisamos resgatar.
No relato da jovem menina de 07 anos, as colocações foram diretas e precisas, onde mais o espírito precisava, médium não precisa de nada, entrega a mensagem, e sai de cena.
O mediador, deve não se envolver emocionalmente, nem tão pouco tomar partido, do tipo, "Ah..eu tava lá e não era assim, não cabe a mediador nenhum questionar.
Equipes de ánalises de mensagens sejam ela psicofônicas, ou psicografadas, lembrem falar do outro mundo, ainda é complexo.
Vimos no relato do escritor, que havia um preparo, do espírito, do dia que viria para falar, antes ele veio por uma psicografia, não é preciso público grande, nem grandes segredos.
Eu particularmente costumo dizer aos médiuns ou mediadores que me atendem, quando preciso para tirar uma dúvida, fale tudo, porque depois fico sabendo, se não falar, não sabe, o que está acontecendo e quer chutar para agradar.
Ser espírita, médium, mediador, escritor, requer primeiro o conhecimento do amor fraterno, segundo a fé no mestre Jesus, para aceitar a equipe espiritual, e capacidade de separar o mal, do bem, e vice versa.
Espiritismo, é prática, é estudo, é interface sim, não pode sair vendo espírito e sair correndo, para tudo, tem uma explicação, e precisamos entender, que muitos de nós estão indo embora, e alguns apenas retornarão neste planeta.
Outros sairam para jornadas em novos Mundos, ou mesmo no plano espiritual, formar uma equipe mediúnica focada, não é um trabalho fácil.
Não precisa ter um Kardec, nem ser um Chico Xavier, basta ter boa vontade, mediunidade, e conhecimento, em tempo, médium todos somos, uns mais qualificados outros, menos.

David Chinaglia, Editoria do Blog.

sexta-feira, 19 de março de 2021

ESPIRITUALIDADE E REMÉDIOS - Por Nubor Orlando Facure






Certa ocasião atendi uma paciente de São Paulo, dona Solange, ela sentia fraqueza nas pernas ,visão borrada, uma dor inexplicável no rosto.

Fiz o diagnóstico de esclerose múltipla e disse que nosso único recurso seria usar derivados da cortizona. Essa situação, esse diagnóstico, a abalou muito, e dias depois recebo um telefonema da Dra. Marlene Nobre diretora do Centro Caibar Shuttel ali no Jabaquara.






Dona Solange frequentava o Caibar e numa das reuniões mediúnicas comunica-se um jovem que foi portador de esclerose múltipla quando encarnado.

Diz ele que na espiritualidade se realizava um imenso esforço para se encontrar um remédio para escletose múltipla, era uma doença que provocava muita preocupacão nos planos espirituais também.

Mas, anotava o jovem, teríamos em breve alguma boa notícia, passados pouco mais de um ano começamos a dispor do beta-intérferon para o tratamento da esclerose múltipla e desde então muitos outros trazendo um grande alívio para os sintomas e a evolução da doença.







Seguramente na pandemia do Covid-19 estamos sofrendo uma reviravolta na nossa imunologia, mudanças genéticas virão para melhorar nossas defesas.

A esclerose múltipla é uma doença imunológica, assim como muitas outras desse grupo que sofrerá novas repercussões favoráveis, nunca estaríamos ao desamparo.

Aqui como lá, a espiritualidade trabalha com um só propósito:

Aliviar o sofrimento e perseverar na nossa jornada evolutiva.






Nubor Orlando Facure, é médico, espírita, escritor, pesquisador, presidente do Instituto do Cérebro em Campinas, foi diretor da Unicamp SP, onde se tornou o primeiro médico, a levar a Doutrina Espírita, a debate, em uma palestra.
Nubor Orlando Facure, tem 81 anos, médico e amigo de Chico Xavier, por 50 anos, viveu o milagre de Uberaba MG, e as margens do Abacateiro, guardou histórias incríveis, de seu amigo Francisco Xavier.
O escritor colabora com este blog desde 2011, e neste mês completa 10 anos ao nosso lado, com suas histórias, causos e relatos espíritas.

Email para contato com o médico espírita lfacure@uol.com.br 

terça-feira, 16 de março de 2021

OS LADRILHOS HÃO DE SABER - Por Marcelo Henrique

 


Os ladrilhos vermelhos, surrados pela ação do tempo e por tantas pisadas, de anos em sequência, no Largo da Praça da Alfândega, por certo carregam muitas memórias.


De lá para cá ou de cá para lá, todos os dias, milhares de pares de pés - ou, até, sem serem dois - sapatearam em ritmos mais ou menos frenéticos, na busca de tantos afazeres cotidianos.

O solo firme da área pública já "se pagou", porquanto o povo dele vem se servindo há tantas décadas, tendo o Poder Público, vez por outra, envidado esforços para a melhoria ou revitalização da área, para que continue com serventia por muito mais tempo.

Semanas antes, o vai-e-vem se acentuou com a programação de mais um grande evento. Toldos e barracas, estruturas metálicas, balcões e paredes foram ganhando corpo e colorido, para recepcionar outros interessados.

De longe se divisa a saudação hospitaleira - característica do povo gaúcho e brasileiro - a dizer: Bem-vindos!

A sensação de ser bem recepcionado onde se chega realmente não tem preço. Cativa o ser por inteiro, dando uma injeção de (bom) ânimo até nos que estejam cabisbaixos e preocupados, envoltos nas dificuldades da vida e na correria sem fim pelo (abençoado) pão de cada dia.











Quantos personagens e enredos ficarão na memória de quem passar pela Feira, nesta sua 65a. edição? Seja nos que lá estejam trabalhando, como expositores e vendedores, seja nos clientes-leitores, haverá pelo menos uma (boa) história para guardar e contar, certamente...

Diviso, ao longe, um senhor que não cabe em si de tanta felicidade. Seus cabelos brancos "denunciam" anos à frente, de experiência e vivências mil. O sorriso bordado no rosto é a expressão maior do contentamento, de quem ri de si mesmo, de quem exala satisfação e bem-estar.

Aproximo-me e vejo ele abraçado a alguns livros, com títulos vários e formatos distintos, multicoloridos e com atrativos em suas capas.

Ele me olha, parecendo querer contar o que sente e o que viveu. João Carlos é o seu nome, setenta primaveras nos ombros. Estivador aposentado, completa a renda familiar atuando como guardador de carros nas regiões do entorno. Até pouco tempo atrás, não sabia ler e foi aluno dedicado no Programa de Alfabetização de Adultos, de uma conhecida empresa nacional que dedica-se a oferecer oportunidades a adolescentes e adultos, pela instrução formal.

A vida dura, de quem perdeu o pai precocemente e, para ajudar a mãe, viúva, no sustento familiar, lhe provoca o olho marejado. Aos dez anos de idade já estava na construção civil.

Os anos passavam e ele se via muito incomodado por não poder ler nem o letreiro da condução diária, no percurso lar-trabalho-lar. Se sentia cego, mesmo não o sendo!

Até que quase seis décadas depois de começar a trabalhar, ainda criança, um bom espírito soprou ao seu ouvido, por intermédio de um cliente do estacionamento do Mercado Público de Porto Alegre, justamente quando ele, numa conversa informal, confidenciou o desejo de aprender a ler. O cliente conhecia o programa e incentivou-o não uma, mas várias vezes, a procurar as aulas gratuitas do programa.

A alma boa ainda lhe presenteou, semanas à frente, com cadernos, caneta e lápis. E, quando confidenciou aos filhos, em casa, sua intenção de ir às aulas, recebeu apenas desconfiança e descrédito. Aqueles jovens duvidaram que o homem velho trocaria o lazer de ver televisão à noite, no conforto do sofá de sua casa, pelas cadeiras rígidas da sala de aula.

Dedicou-se e foi premiado, ao conseguir ler sua primeira palavra - mãe. Inês, a genitora, falecida há cinquenta anos, fez o calejado homem chorar de saudade e, ao mesmo tempo, de alegria. Ela seguramente estaria orgulhosa do filho, naquele instante...

A presença de João na Feira não foi ao acaso. Foram os alunos, seus colegas, no programa, quem decidiram visitar a mesma. Antes, porém, como tarefa de classe, cada um deles, todos homens e mulheres feitos, tiveram uma incumbência muito prazerosa: montar uma colcha de retalhos, formada por tecidos com palavras, em que cada um deles escreveu a que representasse aquele momento e as lutas para o aprendizado. João escolheu "conhecimento". Junto a outras palavras, "esperança", "aprender", "felicidade", "acreditar", "vida" e "liberdade", entre outras, um pouco da história de cada um e das vitórias pessoais daquelas almas em transformação.

Naquele dia nublado, nosso amigo levou nos braços um conjunto de preciosidades: um Machado de Assis, um Luís de Camões, um livro de atividades para crianças - que imaginou poder completar com os netos, sentado no chão da sala de casa, e, também, um gibi da Turma da Mônica.

Mas, muito além dos exemplares literários, que suas mãos fortes apertaram com vigor, ao embarcar na condução para casa, João carregou consigo um conjunto de sensações que hão de manter viva a sua sede de conhecimento e o prazer de poder se tornar auto-suficiente no entendimento da linguagem escrita: conquista, coragem, gratidão, merecimento, prazer, reconhecimento, vitória...

Despediu-se de mim, com o mesmo sorriso da chegada...

E os ladrilhos? Testemunhas vivas da emoção do velho homem e do que ele irá contar para outrem...

***

Nota do Autor: As fotos são de Omar Freitas da Agência RBS,.

Artigo baseado em reportagem do Jornal Zero Hora, no link:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2019/11/aos-70-aposentado-aprende-a-ler-e-compra-primeiro-livro-na-feira-nao-sei-se-mereco-tanto-ck2mf9yaj0d4j01r2wtx63te5.html?fbclid=IwAR1h6G4gJxY0uWYtKQsTVwmMo1lV3xivcIVpXkXvbMDHnGFwgFd_GkylEWU

segunda-feira, 8 de março de 2021

A TERRA PEDE SOCORRO - Por David Chinaglia








Estimados, companheiros de jornada no planeta terra, aqui estamos mais uma vez ao lado do espírito de Miguel, nos intuindo, para permitir o texto que vamos ler juntos agora.

A humanidade vem praticando crimes contra si a muito tempo, independente das religiões, o ser humano seja ele homem, mulher, gay, vem tomando atitudes e escolhas que estão deixando o plano espiritual preocupado, a presença do mal, no caráter de algumas pessoas, ou como deseja o escritor na folha espiritual, é algo sem precedentes.

Já passamos pela cruzada, por guerras sem necessidade, racismo ainda vigente no planeta, perseguições, e muitas pandemias, tifo, cólera, gripe espanhola, peste negra, só nestas somamos mais de 400 milhões de mortos, e o que aprendemos ?

Nada, nada, nada, alguns povos, que estudaram mais, que aprenderam a viver, com pouco mais de qualidade, possuem vilas, ou cidades que são exemplos para todo o Mundo, mas no todo, é decepcionante.

Hoje este escritor não acredita mais que foi o próprio Deus que nos criou, cada um de nós tem uma forma de ver Deus, antes de tudo tivemos a foi doutrina de crer no velho de barba que aqui veio, fez Adão, Lilith, que depois meteu cara, depois Eva submissa, e sinceramente meu estomago não autoriza mais certas crenças.

Particularmente e respeito todos que pensam ao contrário, acredito num comando, um Deus, de uma forma muito diferente da proposta em nossas religiões,.
Vamos lembrar que este planeta possue quase 8 bilhões de pessoas vivendo nele, e apenas 2 bilhões acreditam no Cristianismo, em outras crenças mais uns 2 bilhões, portanto quase 4 bilhões acreditam somente na vida aqui na terra, ou em outra crença qualquer.







O QUE ESTAMOS FAZENDO COM A VIDA QUE RECEBEMOS?

Bem cada um vê Deus á sua forma, outros não acreditam em Deus, existem os que adoram Lúcifer, o que é natural, pois se existe uma versão do BEM, logo temos uma versão do mal.

No entanto esta doutrina, que sigo o Espiritismo, diz claramente, a cada um pelo seu merecimento, Allan Kardec, nome de valor desta fase do Espiritismo, nos diz claramente, que se um dia a ciência desmentir o espiritismo, que devemos ficar com a ciência, e isto a quase duzentos anos, ainda não foi feito ou seja, a ciência jamais desmentiu o Espiritismo.

Na verdade está por autentica-lo como veremos em um próximo artigo, através do reconhecimento da reencarnação.

O que não podemos, é permitir mais em nosso seio, pessoas que em nome de políticas, patriotismo, ideologia, fique contaminando nossas vidas.

Hoje pouco antes da chegada do espírito de Miguel, falava com um professor muito conhecido no interior de São Paulo, e ele negacionista como o novo líder do país, fez algumas colocações que me deixaram tristes, como um espírita defende isto? como um homem que um dia me deu uma palestra onde ele mesmo dizia, que os filhos são o reflexo dos pais que possuem, hoje isenta o atual presidente ?

A Lei espiritual, a lei da vida, o que Jesus Cristo nos ensinou, não pode ser mudado, Pascal escreveu em 1860, que nada levamos do planeta Terra, que o ser humano, leva somente o conhecimento, o bem, o amor, as coisas boas que praticou, este será a riqueza que falará por cada um de nós, não dinheiro, casa, poder, políticos, partidos, ideologias, nada, em nenhum lugar das obras espíritas, diz que o que tem na terra valerá na próxima vida.

Porém não podemos abandonar, os conceitos de Jesus, você acredite ou não dele, o "conteúdo Jesus", é muito forte, estamos morrendo, se você não percebeu, sim estamos, numa das maiores pandemias deste planeta, nem tão forte como outras do passado, mas, letal por sua rapidez, mutação, por sua forma de atingir idosos, moços, e agora crianças, o povo está morrendo em milhares de bandeiras.

Deus não fará nada a respeito disso, goste ou não você, serão os cientistas, será a ciência, serão as pesquisas, que irá curar a humanidade do COVID 19.
O povo da terra, será o grande curador,  só que para isto, eu acredito que a energia, devia estar muito melhor do que está, talvez Deus, esteja dando juntamente com o comando do plano espiritual, sua maior oportunidade na humanidade do livre arbítrio.

Acredito que os humanos, e as regiões, onde houverem amor, conhecimento, tolerância, paciência, auxílio mútuo, criará automaticamente, o ambiente propenso, para vacinas recém testadas, medicações que vão surgir, porém, existe algo que os espíritos me disseram, SOMENTE SOBREVIVERÁ, quem tiver consciência de seu papel no planeta terra, quem respeitar as Leis da vida,.
E meus amigos, as leis da vida, manda obedecer regras sociais, USAR MÁSCARAS, salva, não acredite em governos que pregam o não uso da máscara, mantér distância, e vacinação, TOME VACINA,.

Não existe golpe de bilionários para reduzir população, nem de políticos, aprendam políticos querem impostos, e somente vivos e saudáveis, pagam impostos, não acredite nestas tolices, o ser humano esgotou a terra, ainda tem muita a tirar dela, mas teremos ainda uns 300 anos de vida como conhecemos, por isto, a humanidade está indo a Marte, e outros planetas, para achar um lugar, e acredite um dia vão achar, só que lembre também não será para todos.

A muito tempo o planeta que o ser humano vive, pede socorro, ninguém ou melhor a maioria, não quer ouvir, e os espíritos do mal, apenas estão aproveitando a energia que você alimenta, apoiando políticos genocidas, ou violentos, brigando por coisas sem importância, brigando em família, imagine, tem filhos sem falar com o pai em plena pandemia, onde tem Deus nisto?







A terra GRITA, a doutrina espírita tem a resposta, leia o livro dos Espíritos, quando você ver um espírita ou não falar em maldição, em coisas que foram criadas, para Deus vingar do homem, não acredite, acredite na energia Deus, Jesus, na evolução do ser humano, no espírito, na vida.

Vamos a Allan Kardec, analise estas perguntas que escolhi ao lado de Miguel, estude, e irá entender que muita coisa, sobretudo a cura do planeta depende de você.


456. Veem os Espíritos tudo o que fazemos?

“Podem ver, pois que constantemente vos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente.”

457. Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos pensamentos?

“Muitas vezes chegam a conhecer o que desejaríeis ocultar de vós mesmos. Nem atos, nem pensamentos se lhes podem dissimular.”

a) – Assim, mais fácil nos seria ocultar de uma pessoa viva qualquer coisa, do que a esconder dessa mesma pessoa depois de morta?


“Certamente. Quando vos julgais muito ocultos, é comum terdes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos observam.”


458. Que pensam de nós os Espíritos que nos cercam e observam?

“Depende. Os levianos riem das pequenas partidas que vos pregam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios se condoem dos vossos reveses e procuram ajudar-vos.”


59. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?

“Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem.”

460. De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?

“Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem, no conjunto deles estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas ideias a se combaterem.”


Entendeu amigo espírita ou não espírita ? Veja o que está pensando, quem está odiando, pense no perdão como algo a ser dado diariamente primeiro a você mesmo, depois aos que te ofenderam ou te abandonaram, o SOCORRO do planeta terra, depende de nossos pensamentos e atitudes.


Deus não estará salvando ninguém, cada qual pelo que o plano espiritual já nos ensinou irá se salvar ficando vivo ou não, a vida nunca mais será a mesma na TERRA no pós COVID 19, e você vai se lembrar deste simples escritor um dia, e verá que tudo que nos acontecer, DEPENDE DE NÓS.


Pare de acreditar em bençãos ou maldições, da forma que acredita, fala tanto em Deus, e dá força para espíritos maus, ou seres humanos maus, tirarem a sua paz.


Leia estas perguntas que Kardec fez na maior entrevista de todos os tempos, o Livro dos Espíritos:


541. Durante uma batalha há Espíritos assistindo e amparando cada um dos exércitos?

“Sim, e que lhes estimulam a coragem.”

Os antigos figuravam os deuses tomando o partido deste ou daquele povo. Esses deuses eram simplesmente Espíritos representados sob forma alegórica.

542. Estando, numa guerra, a justiça sempre de um dos lados, como pode haver Espíritos que tomem o partido dos que se batem por uma causa injusta?

“Bem sabeis haver Espíritos que só se comprazem na discórdia e na destruição. Para esses, a guerra é a guerra. A justiça da causa pouco os preocupa.”



Portanto vosso pensamento definirá o seu futuro, e o futuro do planeta terra, quando mais pensarem no bem, mais o bem vencerá, quanto mais pensarem no mal, na divisão, no negacionismo, mais estes vencerão.


Sobre o que passa a humanidade ser uma maldição, sigamos o que respondeu a Kardec aos imortais.


557. Podem a bênção e a maldição atrair o bem e o mal para aquele sobre quem são lançadas?

“Deus não escuta a maldição injusta, e culpado perante ele se torna quem a profere. Como temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, pode a maldição exercer momentaneamente influência, mesmo sobre a matéria. Tal influência, porém, só se verifica por vontade de Deus, como aumento de prova para aquele que é dela objeto. Ademais, o que é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os bons. Jamais a bênção e a maldição podem desviar da senda da justiça a Providência, que nunca fere o maldito, senão quando mau, e nunca favorece o abençoado, senão quando merecedor de sua proteção.”






O Socorro ao planeta Terra, e para a humanidade, depende muito mais da humanidade, dos pensamentos, do que um milagre de Deus, Jesus, ou dos espíritos, muitos de nós ainda irão morrer, o mundo ainda vai chorar muito, na pandemia do COVID 19, decida o seu papel no SOCORRO que o planeta terra pede, e lembre, um espírito perguntou a Deus, QUEM VAI AJUDAR A HUMANIDADE ? ele teria dito:




"Eles que se ajudem, e somente aqueles que se ajudarem, e entenderem o que possuem, é que serão ajudados." (retirado do Livro, Deus pode esperar).




Sigamos, diz o professor, na fé, e na coragem fazendo a nossa parte para salvar o planeta, e o COVID 19? queridos, este é o mais simples dos vírus que enfrentaremos nos próximos 10 anos, esteja preparado.







David Chinaglia, 63, é espírita, escritor, palestrante, editor deste blog onde colabora semanalmente, e recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com .




quinta-feira, 4 de março de 2021

O PALESTRANTE ILUMINADO - Por David Chinaglia


José João, havia passado por inúmeras dificuldades em sua vida amorosa, social e familiar, assim como muitos foi procurar a casa espírita, lembram do "se não é por amor, é na dor."
José João então foi indo toda quarta-feira, sábado, e domingo, até que sua vida foi se ajustando, Evangelho no Lar, estudos, cursos, festas onde sempre ajudava, era uma nova vida, para aquele rapaz do interior.


Certo dia, o dirigente da casa espírita diz a ele, José João, está na hora de você ir mais adiante, as pessoas gostam de você, é hora de falar para eles, do espiritismo da paz, de Jesus, de acalmar corações, assim como o seu foi um dia acalmado, agora você será palestrante.


Voz tremula, homem simples do interior, que havia estudado, sempre tímido em público como seria ser palestrante espírita ?








E lá se foi aquele homem simples que fritava pastel na casa espírita, fazia a pizza comunitária, entrega sopa aos pobres(tarefas básicas das casas espíritas), fazer sua palestra, inaugural.


Foi um sucesso, José João falou sobre o Evangelho, "fazer o bem sem ver a quem", e foi aplaudido de pé, por amigos que estavam com ele a algum tempo.


José João virou atração da casa espírita, "Unidos iremos para o céu ou além", era o palestrante requisitado, e como toda casa espírita, haviam cúpulas do trovão, ou seja, grupos que se dividem falando da equipe e pessoas, José João, preferiu ficar na sua, palestrante mor, sempre entre os 10 mais da casa, não queria saber de confrontos, amigos o chamavam de o bom samaritano.









Certo dia, a presidência da casa, foi trocada, e José João, não teve seu púlpito renovado, já não era mais atração das quartas feiras super, era escalado, de sexta-feira, sábado, dias que no interior a frequência é menor.


Os amigos perguntavam se ele não sentia falta das quartas-feiras, e domingos, ele dizia, o importante é participar, ajudar, foi então que um assistido, chegou a JJ, e disse : "to namorando a Suzana, e não chores por mim.".


Suzana fora um amor secreto de JJ, que não amava a esposa, e tinha um amor secreto, aliás foi Suzana, um dos motivos que ele havia ido a casa espírita.
Pronto, o palestrante de primeira linha, já não olhava para Amarildo, do mesmo jeito de antes, "mulherengo dizia nas rodinhas das festas, nunca teve valor, casou 3 vezes, não tem juízo, o nosso Birmam, presidente da casa, tem razão, não dá para conviver com Amarildo.








Amarildo que não ligava para o que falavam dele, seguir na casa, ajudando, cursando, aprendendo, um dia ele saiu da casa, e quis o destino que Amarildo que havia acabado de reconstruir sua vida, perdesse tudo, longe, a beira de passar fome, foi procurado por Dona Julia, velha amiga do centro Unidos iremos para o céu, ela disse, "vou te ajudar, mas, você tem tantos amigos Amarildo, foi famoso, ajudou alguns, será que o João José não te ajuda? foi falar com ele.


Amarildo não queria dizer que naquela noite iria dormir, sem ter o que jantar para dona Júlia, que ligou para José João, e ele nunca ligou para Amarildo, certo dia Dona Julia, disse a JJ, falou com o Amarildo, e ele disse: "claro, mas, ele não precisa mais de mim, está bem mentiu o ilustre palestrante.


Os anos passaram e a pequena cidade "falarei de sua vida", abriu um novo centro espírita, o famoso, o "Céu é nosso", Birmam seguia no velho centro, e Amarildo, agora na capital, só olhava sua cidade, no Facebook, e foi então que abrindo uma das páginas na capitar, que viu, "esta noite no centro o céu é nosso, o pulpito de ouro vai receber, José João, o palestrante amigo, e Amarildo, apenas riu, pois nada mudava na sua cidade, apenas os nomes dos centros, já que poucos tinham aprendido a de fato o que seguir o espiritismo, e Allan Kardec.


O texto certamente fez você rir, porque todos nós conhecemos, um JJ, uma dona Júlia, uma Suzana, em vários nomes, um Birman, não é mesmo?


Porém o que devemos aprender, é que centro espírita, não é para falar da vida dos outros, nem tão pouco para criar estrelas, ou púlpito de ouro, nem dono de centro.
Ser espírita, é muito além de ir ao centro, ou estudar, é praticar a caridade sem ver a quem, o nosso fictício José João esqueceu, que fora da caridade não há salvação, e que o espírita de verdade ajuda até quem não gosta, é a velha história perdoar sete vezes sete, ou quantas vezes for necessário.








Ninguém pode ser o PALESTRANTE ILUMINADO, ninguém sabe mais, que ninguém nesta doutrina, existem os que possuem dois mil livros lidos, ou que estudam as obras diariamente, porém todos são iguais nesta doutrina que respeita a ciência, a Jesus, e seus ensinamentos, e os conceitos de caráter, moral, do espírito da verdade e de Allan Kardec.


Por isto a você amigo assistido, a você colaborador, não existe ninguém privilegiado, nem escolhido, somos todos médiuns, uns mais outros menos, todos com a capacidade de saber, de conhecer, porém, nem todos tem aquela pecinha do tamanho de um grão de mostarda.


Ajude, sempre quem puder, as vezes bastarão palavras, nem sempre é dinheiro, são tempos difíceis, e precisamos de fato lembrar o que é ser espírita.









Fé sempre, respeite sempre a todos, e a Suzana da nossa história está perguntando o nosso querido leitor, Suzana, eu não sei, Amarildo, segue tocando seu bandolim.


Confie, e ajuda-te e o céu te ajudará, e lembre, o espírita respeita á vida.







David Chinaglia, é espírita, palestrante, escritor, e divulgador da doutrina espírita, de acordo com os ensinamentos de Allan Kardec, e recebe e-mails sobre este blog no davidchinaglia@gmail.com .