quarta-feira, 10 de novembro de 2021

A TEORIA DOS SONHOS - POR ALLAN KARDEC


É verdadeiramente estranho que um fenômeno tão vulgar quanto o dos sonhos tenha sido objeto de tanta indiferença por parte da Ciência, e que ainda estejamos a perguntar a causa dessas visões. Dizer que são produto da imaginação não é resolver a questão; é uma dessas palavras com o auxílio das quais querem explicar o que não compreendem, mas que nada explicam. Em todo caso, a imaginação é um produto do entendimento. Ora, como não se pode admitir entendimento nem imaginação na matéria bruta, é necessário crer que a alma entre nisso por algum motivo. Se os sonhos ainda são um mistério para a Ciência, é que ela se obstinou em fechar os olhos para a causa espiritual.

Procuram a alma nas dobras do cérebro, enquanto ela se ergue a cada instante à nossa frente, livre e independente, numa porção de fenômenos inexplicáveis só pelas leis da matéria, notadamente nos sonhos, no sonambulismo natural e artificial e na dupla vista à distância, não nos fenômenos raros, excepcionais, sutis, que exigem pacientes pesquisas do sábio e do filósofo, mas nos mais vulgares. Lá está ela, que parece dizer: Olhai e ver-me-eis; estou sob vossos olhos e não me vedes; vistes-me muitas e muitas vezes; vedes-me todos os dias; os próprios meninos me veem; o sábio e o ignorante, o homem de gênio e o ignorante me veem e vós não me reconheceis.

Mas há pessoas que parecem temer olhá-la de frente, e ter a prova de sua existência. Quanto aos que a procuram de boa-fé, até hoje lhes faltou a única chave que poderia tê-la desvelado. Essa chave o Espiritismo acaba de dar pela lei que rege as relações do mundo corporal com o mundo espiritual. Com a ajuda dessa lei e das observações sobre as quais se apoia, ele dá dos sonhos a mais lógica explicação jamais fornecida. Ele demonstra que o sonho, o sonambulismo, o êxtase, a dupla vista, o pressentimento, a intuição do futuro, a penetração do pensamento não passam de variantes e graus de um mesmo princípio: a emancipação da alma, mais ou menos desprendida da matéria.






peito dos sonhos, ele dá explicações precisas de todas as variedades que eles apresentam? Não. Ainda não. Nós possuímos o princípio, o que já é muito. Aqueles que podemos explicar pôr-nos-ão no caminho dos outros; sem dúvida faltam-nos alguns conhecimentos, que adquiriremos mais tarde. Não há uma única ciência que, de saída, tenha desenvolvido todas as suas consequências e aplicações; elas não se podem completar senão por sucessivas observações. Ora, nascido ontem, o Espiritismo está como a Química nas mãos dos Lavoisier e dos Berthollet, seus primeiros criadores; eles descobriram as leis fundamentais; as primeiras balizas fincadas puseram no caminho de novas descobertas.

Entre os sonhos, uns há que têm um caráter de tal modo positivo que racionalmente não poderiam ser atribuídos a simples jogo da imaginação; tais são aqueles nos quais, ao despertar, adquire-se a prova da realidade do que se viu e em que absolutamente não se pensava. Os mais difíceis de explicar são os que nos apresentam imagens incoerentes, fantásticas, sem realidade aparente. Um estudo mais aprofundado do singular fenômeno das criações fluídicas sem dúvida por-nos-á no caminho.

Enquanto se espera, eis uma teoria que parece permitir um passo no assunto. Não a damos como absoluta, mas como fundada na lógica e podendo ser submetida a estudo. Ela nos foi dada por um dos nossos melhores médiuns, em estado de sonambulismo muito lúcido, por ocasião do fato seguinte:

Solicitado pela mãe de uma jovem a lhe dar notícias de sua filha, que estava em Lyon, ele a viu deitada e adormecida, e descreveu com exatidão o apartamento em que ela se achava. Essa jovem, de dezessete anos, é médium escrevente; sua mãe perguntou se ela tinha aptidão para se tornar médium vidente. Esperai, disse o sonâmbulo, é preciso que eu siga o rastro de seu Espírito, que neste momento não está no corpo. Ela está aqui, na Villa Ségur, na sala onde estamos, atraída pelo vosso pensamento; ela vos vê e vos escuta. Para ela é um sonho, do qual não se recordará ao despertar.

Podemos, acrescenta ele, dividir os sonhos em três categorias caracterizadas pelo grau da lembrança que fica no estado de desprendimento no qual se acha o Espírito. São elas:

1.º ─ Os sonhos que são provocados pela ação da matéria e dos sentidos sobre o Espírito, isto é, aqueles em que o organismo representa um papel preponderante pela mais íntima união entre o corpo e o Espírito. A gente se lembra claramente e, por pouco desenvolvida que seja a memória, dele conserva uma impressão durável.

2.º ─ Os sonhos que podem ser chamados mistos. Deles participam, ao mesmo tempo, a matéria e o Espírito. O desprendimento é mais completo. A gente se recorda, ao despertar, para esquecê-lo quase instantaneamente, a menos que uma particularidade venha despertar a lembrança.

3.º ─ Os sonhos etéreos ou puramente espirituais. São produtos só do Espírito, que está desprendido da matéria, tanto quanto o pode estar na vida do corpo. A gente não se recorda, ou se resta uma vaga lembrança de que se sonhou, nenhuma circunstância poderia trazer à memória os incidentes do sono.

O sonho atual da jovem pertence a esta terceira categoria. Ela não o recordará. Ela foi conduzida para cá por um Espírito muito conhecido do mundo espírita lionês, e mesmo do mundo espírita europeu ─ o médium sonambúlico descreve o Espírito Cárita. ─ Ele a trouxe com o objetivo de que ela conserve, senão uma lembrança precisa, um pressentimento do bem que se pode colher de uma crença firme, pura e santa, e do bem que se pode fazer aos outros, fazendo-o a si próprio.

Ela diz à sua mãe que se ela se lembrasse tão bem em seu estado normal quanto se lembra agora de suas encarnações precedentes, não demoraria muito no estado estacionário em que está, porque vê claramente e pode avançar sem hesitação, ao passo que no estado ordinário temos uma venda sobre os olhos. Ela diz aos assistentes: “Obrigado por vos terdes ocupado comigo.” Depois beija sua mãe. Como é feliz! ─ acrescenta o médium, terminando ─ Como ela é feliz com este sonho, do qual não se recordará, mas que, nem por isso, deixará de lhe deixar uma salutar impressão! São esses sonhos inconscientes que proporcionam estas sensações indefiníveis de contentamento e de felicidade de que a gente não se dá conta, e que são um antegozo daquilo de que desfrutam os Espíritos felizes.

Disto ressalta que o Espírito encarnado pode sofrer transformações que lhe modificam as aptidões. Um fato que talvez não tenha sido suficientemente observado vem apoiar a teoria acima. Sabe-se que o esquecimento do sonho é um dos caracteres do sonambulismo. Ora, do primeiro grau de lucidez, por vezes o Espírito passa a um grau mais elevado, que é diferente do êxtase, e no qual adquire novas ideias e percepções mais sutis. Saindo desse segundo grau para entrar no primeiro, não se lembra do que disse nem do que viu. Depois, passando deste grau para o estado de vigília, há novo esquecimento. Uma coisa a notar é que há uma lembrança do grau superior para o inferior, ao passo que há esquecimento do grau inferior para o superior.

É pois bem evidente que entre os dois estados sonambúlicos de que acabamos de falar, passa-se algo análogo ao que ocorre entre o estado de vigília e o primeiro grau de lucidez; que o que se passa influi sobre as faculdades e as aptidões do Espírito. Dir-se-ia que do estado de vigília ao primeiro grau o Espírito é despojado de um véu e que do primeiro ao segundo grau é despojado de um segundo véu. Nos graus superiores, não mais existindo esses véus, o Espírito vê o que está abaixo e se lembra; descendo novamente a escada, os véus se refazem sucessivamente e lhe ocultam o que está acima, com o que ele perde a sua lembrança. A vontade do magnetizador por vezes pode dissipar esse véu fluídico e permitir a lembrança.

Como se vê, há uma grande analogia entre esses dois estados sonambúlicos e as diferentes categorias de sonhos descritos acima. Parece-nos mais do que provável que, num e noutro caso, o Espírito se ache numa situação idêntica. A cada degrau que ele sobe, eleva-se acima de uma camada de névoa; sua vista e suas percepções tornam-se mais casos.


Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, texto da Revista Espírita de 1864.

Caminhos de Allan Kardec - Por David Chinaglia


 

Allan Kardec, foi um homem notável, desde jovem, estudou pesquisou e nunca em nenhum momento, nem quando se viu acuado pela Igreja Católica, em Barcelona na queima dos livros do Evangelho Espírita se alterou.

Ligou a seu pai, que nomeou seu advogado, exatamente Jean Batist Roustaing, que se tornaria, por inveja, no futuro seu confrotador, e mesmo vencendo a causa, JB, usou metologias de Kardec, para fazer o seu espiritismo, e vender seus evangelhos.

Isto jamais pertubou Allan Kardec, que seguiu sua obra, seu compromisso, Kardec, deveria ser modelo e guia para todos os fanáticos que vemos falando de milagres que nunca vão ocorrer, no pós morte, as regras são claras, as escolhas também.

Kardec nos deu a escolha, eu pessoalmente escolhi seguir Kardec, ou seja seguir Jesus,mesmo não me vendo com a sua capacidade, resolvi unir forças nesta encarnação,.

Outro dia meu amigo Paulo, disse você virou um mecanico espírita, eu sorri, eu disse o importante, é que sigamos os imortais, e o que eles disseram e ensinaram a Kardec, as vezes não posso ser eu a faze-lo, então procuro unir talentos, e que eles se encontrem e ajudem pessoas, e que nos permita dar vazão ao conhecimento de Kardec.

Passados 167  anos dos tempos iniciais de pesquisas e ensinamentos de Kardec, muita coisa boa, e muito lixo é colocado no movimento espírita do Brasil, não percamos o foco no codificador, as respostas estão lá, LIVRO DOS ESPÍRITOS, releia, as perguntas mudam a cada minuto, a cada mês e a explicação do espírito da verdade e de outros, vão ficando claras.

Quase larguei o espiritismo por ver alguns egoístas se sobresaírem, confesso que quase desisti, mas, no meio de uma grande tempestade, ontem, um grande espírito meu amigo veio a terra me ajudar, a passar por aquele dia tão difícil que foi o 08/11/21, na minha jornada.

Em todos os momentos que falei com ele, a resposta foi estude de novo, leia de novo, perdoe, siga em frente, cada um dá o que tem, não desista.

E aqui estou novamente, preparando uma nova temporada, porque religiões e doutrinas, são falhas porque os homens são falhos, mas, Jesus e Deus, e os espíritos não são, eles sempre nos darão apoio, basta acreditar.

E quando a raiva passa, como num milagre uma mensagem chega, lhe dando um bálsamo, mesmo que seja um copo de água, e mais tarde a jarra vos será dada, para saciar toda sua sede.

Quando ouvir, ou ler absurdos, de médiuns, palestrantes, lembre, são humanos, vaidosos, alguns mentirosos, mas, são humanos, perdoe a eles, afinal só chegaremos em casa se tivermos entendido nossa missão.

Fé, perdão, e se quer mesmo atuar nesta doutrina, siga Kardec, é ainda ele, o melhor ponto de equilíbrio para que possamos conduzir, a verdade deste movimento, no Brasil e no mundo.


Bom dia, bom novembro, começa aqui uma nova etapa deste blog, e lembre o espiritismo é você, entenda ele como procura entender você, sem rancores passe o que tem de melhor, de Kardec e seu.

É hora de voltarmos aos CAMINHOS DE ALLAN KARDEC;



David Chinaglia, 63, é espirita, editor deste blog, segue a doutrina espírita no modelo ensinado por Allan Kardec, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com





 



sábado, 18 de setembro de 2021

Ainda sobre colônias, vales e outros cenários hipotéticos - Por Marcelo Henrique

                                 

Imaginar que os Espíritos – que são livres – estejam condicionados a viver em lugares circunscritos ou determinados é negar tanto a SABEDORIA divina quanto a LEI DE LIBERDADE que governa as individualidades.

Em nossas andanças espíritas, volta e meia somos perguntados acerca de cenários hipotéticos, que teriam sido apresentados por Espíritos, em relatos por meio da mediunidade.

Como premissa fundamental, devemos estabelecer que a mediunidade e o exercício mediúnico – com a consequente comunicação dos “mortos” – não é “patrimônio” do Espiritismo, existindo desde que o mundo é mundo. Por consequência, os Espíritos (desencarnados) são livres para se manifestarem sobre suas ideias, assim como os homens (encarnados), em grande parte dos países do planeta, também o são.



Secundariamente, devemos estabelecer como característica essencial dos Espíritos a sua condição progressiva como algo natural e compatível com os esforços individuais. Daí a dizer-se que, ao morrer, ninguém se transforma em sábio ou arauto de “verdades”. Por extensão, os “mortos” vêm falar das coisas que “dominam”, e o grau de conhecimento e sabedoria guarda compatibilidade com o que foram, enquanto encarnados.



Neste sentido, Kardec orienta seguidamente que não devamos nos “maravilhar” diante de certos relatos “extraordinários”, nem, tampouco, valorizarmos de modo excessivo a linguagem “rebuscada” ou “colorida” que eles utilizem. Assim como ele fez em relação a um sem número de mensagens que chegaram às suas mãos, ou aquelas produzidas em reuniões mediúnicas que ele presidiu – e questionou as Inteligências Invisíveis – o CONTEÚDO, isto é, a qualidade das informações deve estar SEMPRE À PROVA.



Por isso, a “eleição” de médiuns como insuspeitos e a de Espíritos (desencarnados) como sábios é, sempre, uma TEMERIDADE. Os médiuns são, TODOS, criaturas falíveis e podem, apesar de sua bondade e moralidade, serem ENGANADOS ou CONVENCIDOS a tomarem erros como certezas, impropriedades como realidades ou, ainda, serem sugestionados a acatar aquilo que criaturas igualmente imperfeitas estejam lhe apresentado como verossímeis.



Voltando ao tema que ilustra o título (colônias, vales e outros cenários hipotéticos), contidos em obras tidas como mediúnicas – e devem, mesmo ser, porquanto a profusão do exercício mediúnico é uma característica da própria Humanidade encarnada, no intercâmbio com os seres invisíveis – devemos salientar que antes mesmo da Codificação, há registros de obras (não-espíritas, claro), versando sobre a matéria. Mas é na chamada “mediunidade brasileira”, sobretudo por meio do querido Chico Xavier, que as ilustrações contidas em algumas de suas obras ganharam certa notoriedade e “aceitação”.



Uma “mentira” ou ilusão quando é repetida sucessivamente pode ser considerada como verdade ou realidade, lembremos...



Voltando a Kardec, o Mestre francês foi enfático em orientar que não devêssemos “crer em tudo o que dizem os Espíritos”, mas lhes perscrutar a qualidade, a essência e o conteúdo, comparando os escritos (ou falas, considerando, também, a psicofonia) com a base espírita, sua principiologia e seus fundamentos.



Assim é que, em “O livro dos Espíritos”, na questão 87, o próprio Kardec questionou os Espíritos acerca da existência (ou não) de lugares circunscritos e determinados no espaço. No que recebeu a seguinte resposta, pontual e patente: “Os Espíritos estão por toda a parte”. Estando “por toda a parte” não há lugares pré-delimitados para ninguém, muito menos em caráter punitivo (umbrais, vales e quejandos).



Penso que grande parte das pessoas precisam de um “inferno” pra chamar de seu. Nossa herança cultural-religiosa, ainda gera em grande parte das pessoas uma dependência da salvação, onde benesses espirituais são distribuídas. E, também, há uma tendência muito forte de apresentar o dualismo maniqueísta de céu-inferno, colônia-umbral, purgatório-liberdade, que encampa grande parte dos discursos das igrejas na contemporaneidade. E isto “respinga” fortemente na ambiência espírita, apesar da lucidez de Kardec em rechaçar os conteúdos de caráter impositivo e prescricional das religiões em geral.



Complementarmente, voltemos à Introdução do próprio “O livro dos Espíritos”, mais especificamente no “Resumo da Doutrina dos Espíritos” (Item VI), em que Kardec resume (como o próprio nome diz) os principais ensinamentos dos Espíritos Superiores, em relação a distintas e numerosas temáticas. Vamos ao texto: “Os Espíritos não encarnados ou errantes NÃO OCUPAM nenhuma região DETERMINADA ou CIRCUNSCRITA; estão POR TODA PARTE, NO ESPAÇO e AO NOSSO LADO, vendo-nos e acotovelando-nos sem cessar. É TODA UMA POPULAÇÃO INVISÍVEL QUE SE AGITA EM NOSSO REDOR” (marcações nossas).



O texto acima é de uma clareza INDISCUTÍVEL. É Kardec que está falando, com fundamento em um incontável número de relatos (mediúnicos) acerca da “posição” dos desencanados no contexto da vida espiritual. Quando ele fala “vendo-nos e acotovelando-nos” ele demonstra uma realidade que muitos tendem a desconsiderar e, com isso, os muitos equívocos em relação àquilo que desejam, tais pessoas, seguir como CRENÇAS. A principal conclusão a que podemos chegar é a de que DUAS HUMANIDADES ocupam os mesmos lugares (planetários), com a consequência de que os desencarnados permanecem nos ambientes que lhes são caros, e com os quais mantém relações (os tais “laços de família” que não se extinguem nem se afrouxam, mas se “apertam”, já que a afinidade entre os que aqui estão e os que já se foram da materialidade para a imaterialidade, prossegue e permanece íntegra).



Imaginar que os Espíritos – que são livres – estejam condicionados a viver em lugares circunscritos ou determinados é negar tanto a SABEDORIA divina quanto a LEI DE LIBERDADE que governa as individualidades. Ainda que existam “restrições” (veja-se, por obséquio, a parte final da citada questão 87, de “O livro dos Espíritos”, onde se consagra que “nem todos [os Espíritos] vão a toda parte, porque há regiões interditadas aos menos avançados”, isto não significa que estejam presos, sobretudo em regiões “pantanosas” e “fétidas”, que só podem povoar o imaginário das pessoas crentes e excessivamente dependentes de alegorias e formatações derivadas das concepções religiosas INVENTADAS pelos próprios homens.



Umbrais não existem. Colônias não existem. Ou, melhor, EXISTEM. Mas, tão somente no IMAGINÁRIO das pessoas. Este imaginário pode ser correlacionado aos sonhos, devaneios e desejos que, TODOS, temos a cada dia. Lugares a visitar, condições materiais mais favoráveis, o casamento de um filho, a formatura de outro, uma viagem romântica, um trabalho em condições de satisfação e bons rendimentos, etc. Assim como o ser, em suas andanças, experimentando dificuldades, também imagina estar em lodaçais, em confinamentos, em prisões (mentais).



Libertar-nos destes condicionamentos e entender que não há restrições para a mobilidade dos Espíritos – além das destacadas na parte final do item 87, precitado – é o caminho para o REAL ENTENDIMENTO DO ESPIRITISMO.



Assim, você deve escolher acerca de quais “crenças” ou “verdades” você estará construindo o seu presente e o seu futuro. Lembrando que os “sonhos” e “ideias” que você acalentar, hoje, lhe acompanharão adiante, “do outro lado da vida”, como meras ilusões, ainda que as mesmas possam ser duradouras, mas não eternas, nem permanentes. Até o dia em que você, voluntária e conscientemente, QUISER, delas, SE LIBERTAR...



Você quer?



Marcelo Henrique, advogado, espírita, um dos coordenadores da ECK - Espiritismo com Kardec, grande sucesso nas redes sociais, é escritor, e ensina a doutrina espírita com base na codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog.

domingo, 5 de setembro de 2021

A PRECE - POR ALLAN KARDEC, DE A REVISTA ESPÍRITA 1861


Um dos nossos correspondentes de Lyon nos dirige o seguinte trecho de poesia. Ele entra muito no espírito da Doutrina Espírita para que nos furtemos ao prazer de lhe abrir espaço em nossa Revista.





Que eu não posso, mortais, com meus fracos acentos
Dar-vos ao coração o mais sublime incenso!
Ensinar-vos aqui, no colher desta messe
O que é a prece em si mesma e o que é fazer a prece.
É um impulso de amor, de fluídico ardor
Que se escapa da alma e se eleva ao Senhor.
Sublimada expansão da humilde criatura
Que retorna à sua fonte e eleva a sua natura!
Orar não muda em nada a lei do Pai Eterno
Sempre imutável, mas o coração paterno
Derrama o seu influxo no que o implora
E assim redobra o ardor do fogo que o devora.
É então que ele se sente crescer e elevar
E pelo amor do próximo o peito pulsar.
Mais se expande no amor, mais o sublime Ser
Enche-lhe o coração com os dons do saber.
Desde então, santo anseio de orar pelos mortos,
Sob o peso da dor e pungentes remorsos,
Nos mostra as exigências do seu novo estado,
De a eles dirigir seu fluido suavizado,
Cuja eficácia, bálsamo consolador,
Penetra-lhes no ser como um libertador.
Tudo neles se anima; um raio de esperança
Ajuda-lhes o esforço, à liberdade os lança.
Assim como aos mortais vencidos pelo mal
Que um bálsamo supremo devolve ao normal,
Eles se regeneram pelo impulso oculto
De augusta prece, ardente, e seu divino culto.
Redobremos o ardor; nada se perde enfim;
Preces, preces por eles, preces até o fim;
A prece, sempre a prece, essa estrela divina
Faz-se foco de amor e no final domina.
Oremos pelos mortos, sim, e logo por
Sua vez nos lançarão doce raio de amor.


JOLY

Nestes versos, evidentemente inspirados por um Espírito elevado, o objetivo e os efeitos da prece são definidos com perfeita exatidão. Certamente Deus não derroga suas leis a pedido nosso, pois seria a negação de um de seus atributos, que é a imutabilidade; mas a prece age, principalmente sobre aquele que é seu objeto; é, a princípio, um testemunho de simpatia e de comiseração que se lhe dá e que, por isso mesmo, lhe faz sentir sua pena menos pesada. Em segundo lugar, tem por efeito ativo excitar o Espírito ao arrependimento de suas faltas e inspirar-lhe o desejo de repará-las pela prática do bem. Deus disse: “A cada um segundo as suas obras”. Esta lei, eminentemente justa, põe a sorte em nossas próprias mãos e tem como consequência subordinar a duração da pena à duração da impenitência. Daí se segue que a pena seria eterna, se eterna fosse a impenitência. Assim, se, pela ação moral da prece, provocarmos o arrependimento e a reparação voluntária, por ela mesma abreviaremos o tempo de expiação. Tudo isto está perfeitamente claro nos versos acima. Esta doutrina pode não ser muito ortodoxa aos olhos dos que creem num Deus impiedoso, surdo à voz que implora, e que condena a torturas sem fim suas próprias criaturas por faltas numa vida passageira; mas convir-se-á que ela é a mais lógica e mais conforme à verdadeira justiça e à bondade de Deus. Tudo nos diz, a religião como a razão, que Deus é infinitamente bom. Com o dogma do fogo eterno, é preciso ajuntar que ele é, ao mesmo tempo, infinitamente impiedoso, dois atributos que se destroem reciprocamente, pois um é a negação do outro. Aliás, o número dos partidários da eternidade das penas diminui dia a dia, o que é um fato positivo e incontestável. Em breve estará tão restrito que poderão ser contados, e mesmo que desde hoje a Igreja taxasse de heresia e, consequentemente, rejeitasse de seu seio todos quantos não creem nas penas eternas, entre os católicos haveria mais heréticos do que verdadeiros crentes e seria necessário condenar, ao mesmo tempo, todos os eclesiásticos e teólogos que, como nós, interpretam essas palavras num sentido relativo e não absoluto.

 

domingo, 13 de junho de 2021

EVANGELHO PARA OS ESPÍRITOS DEVE SER FEITO ?- Por David Chinaglia



Estimados amigos de jornada no planeta terra, aqui estamos, 13 de Junho, 2021, que Odisseia vivemos não amados ?

Energias pesadas, raiva e ódio no ar pela política Brasileira e Mundial, falta de paciência entre os encarnados, distúrbios e egos no MEB (Movimento Espírita Brasileiro), e os espíritos, como estão os necessitados, os não esclarecidos, os que recém partiram?

Hoje fui caminhar as margens da Ilha Porchat, com minha amada companheira, falávamos de amigos caros, que estão distante de mim, outros queridos que partiram, e algo raro havia ocorrido comigo ao despertar.

Senti vontade de levar um livro passear e este livro foi exatamente o Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, em minha mente logo veio o local que pretendia fazer a leitura.

Aqui em São Vicente, litoral de São Paulo, temos um posto de saúde destes básicos que atendem os aposentados, os passantes, os turistas, e que se encontra fechado, pois a prefeitura local sem profissionais, recrutou todos para a campanha de vacinação ao COVID 19.

Bem perto existe um jardim, com banco onde podemos ver coqueiros, bancos para olharmos ao mar, outro dia quando fui meditar, senti a presença de espíritos, e hoje entendi ser o melhor lugar para nossa leitura matinal dos domingos.

Fazer um evangelho para os espíritos passantes, que pela paz e beleza do local estão ali, é uma região de muitos espíritos esta do Itararé.
Temos a Igreja Católica de São Pedro, onde embaixo dela, inúmeros cidadãos, que estão depositados ali(cinzas), por opção pessoal, ou da família, as cinzas fora depositadas lá, lugar de paz, e reflexão.

Certa vez sozinho fui lá e fiz este evangelho, hoje optei pelo jardim da praia, e confesso, que conversando com minha patner disse:, "sem ser o conhecimento,e nossa inteligência, nada levamos deste mundo nada levamos, Lika."

Como que por interferência o texto que caiu foi o de Pascal, escrito em 1860, e que vou fechar este texto com a publicação de Kardec, em o Evangelho segundo o espiritismo, para vossa reflexão.

Li, e conversei com os amigos espíritos que lá estavam, alguns se foram, outros ficaram, e dois agradeceram, e seguiram.

Ao chegar em casa contei para um amigo querido, o fato, sem tanta riqueza de detalhe, porém como com ele isto é desnecessário, o seu "Hum..." foi decisivo para desenvolver este texto.

Podemos fazer Evangelho espírita para nós, e para os amigos espíritos, que se foram e estão ainda desorientados, ou por medo. espíritos que ficam na faixa paralela do planeta ? Sim, podemos, os que possuem conhecimento para tal, devem sempre que puderem dedicar um tempo a espíritos estranhos, é uma caridade.

Meu amigo famoso, médico e espírita Nubor Orlando Facure, me disse á algum tempo, que os centros precisam dedicar mais tempo aos vivos, e isto me levou a reflexão, e os mortos desorientados, só na casa espírita ?

Não, a liberdade que Allan Kardec, teve de conversar e obter junto aos imortais, dados importantes, que constam nas obras espíritas, como o Livro dos espíritos, o Livro dos Médiuns, e a Genese, nos dão a certeza, que os espíritos tentam, mesmo os que partiram recentemente, necessidade de conversar e entender os acontecimentos.

Tenho lido ótimos trabalhos do ECK (Espiritismo com Kardec), agrupamento liderado pelo professor Marcelo Henrique, ótimas reflexões, que nos permitem olhar a caridade como algo a ser feito sobretudo com espíritos, além dos encarnados.

Hoje na praia pude sentir, que estamos presos a muita coisa material, a vida da terra, e daqui nada levaremos, nada, a não ser o conhecimento, a inteligência, como já disse e repito.
Talvez alguns sentimentos, e anotem, também levaremos os erros, afinal numa reencarnação, eles terão que ser depurados.

Então lembre, quando fizer um Evangelho dirija-se também aos desencarnados, alguns que podem estar do seu lado, na sua casa, na varanda, no jardim da praia, no bosque, ou nos lugares solitários que junto a natureza você pode rezar, meditar.

Sem se deixar influenciar, oriente, a eles, como um dia gostará de ser orientado, se estiver em algum tipo de desvio, de espaço lugar, que pode ocorrer pelo nosso materialismo, pelo nosso apego.

Pessoalmente digo sempre que ainda levaremos umas duas ou três encarnações para dar uma melhorada como deve ser, você não acha que se viver 90 anos, tudo está resolvido, ou entende que sim ? 

Na verdade as coisas são muito diferentes do que você leu lá atrás, nos primórdios do espiritismo, hoje sabemos, que o que você desejar é o que acontecerá, se houver muita lamentação, é nela que vibrará, enfim, o tradicional, o plantio é livre a colheita é obrigatória.

Ler o Evangelho Espírita em voz alta, ajudará sim, também aos espíritos desencarnados.

Busquemos melhorar dia a dia, se não com a forma ideal, com o melhor, nos preceitos de Jesus, e nas orientações de Allan Kardec, afinal tudo que temos aqui material, muitos amores, não seguirão conosco.
Procure focar em ti, mas, não se esqueça dos que andam perdidos pela terra, já desencarnados, uma prece, um texto poderá ajuda-los a enxergar novamente.

Bom domingo, e vamos ler novamente Pascal, para nossa pessoal reflexão, eu já fiz a minha com meus amigos lá da praia, faça a sua, e sigamos, pois, tudo que você quer para você, deseje para os demais seres humanos.



    Pascal, Genebra, em 1860 escreveu :


9. O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.

Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, à sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo?Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres.


David Chinaglia,63, espírita, escritor, palestrante, editor deste blog, segue o espiritismo conforme a codificação de Allan Kardec, e-mail sobre este texto para davidchinaglia@gmail.com

sexta-feira, 11 de junho de 2021

UMA NOVA GERAÇÃO DE ESPIRISTISTAS - POR MARCELO HENRIQUE

 



“O poder se torna maior quando ninguém pensa”, Sócrates.



A frase acima é recorrente, quase concêntrica. As organizações sociais - numa democracia ainda em construção - acabam se convertendo em nichos de concentração de poder. Não é raro ver-se, nas instituições espíritas, um poder central, geralmente construído a partir da hegemonia de grupos ou famílias que se alternam no poder. Há uma proeminência, não raro, dos mais longevos (em idade ou frequência), embora seja, também, comum, o aparecimento de pessoas tanto mais jovens quanto de menor tempo de "estada" na "casa", que ascendem ao poder.



Em muitas situações, há uma "aparência de liberdade", com a verbalização do "queremos saber a sua opinião". Mas isto dura até o momento em que aparecem as colisões com o pensamento do grupo (ou da pessoa) que lidera. Se os enfrentamentos forem mais constantes, a pessoa será "silenciada" (fraternalmente?) ou, até mesmo, "convidada" a se retirar, para "não turbar o ambiente" ou não ser "objeto na mão dos espíritos inferiores".



A tônica é que (ainda) não estamos suficientemente preparados para o desfile das ideais - até mesmo díspares ou divergentes - que poderiam levar, naturalmente, à discussão salutar, ao exame das diversas opções ou alternativas possíveis e à experimentação de novas teorias e práticas, na instituição espírita.



Não! O melhor é fazer silenciar! Em nome da "harmonia" do ambiente, a retórica do movimento espírita (tradicional) é não entrar em discussões, é não fomentar debates, é não abrir espaço para o "novo" (ainda que este novo não seja, necessariamente, tão novo assim, porquanto possa advir de vivências em outras entidades, espíritas ou não). E isso não significa, em absoluto, a "abertura" para "enxertias" ou a "desnaturação" das propostas genuinamente espíritas, fincadas nos fundamentos da Doutrina dos Espíritos.




A "zona de conforto" das instituições é baseada no "domínio do poder" (cargos, funções, presidência) e na oitiva de médiuns ou guias espirituais (?) que direcionam trabalhos e atividades. "A Espiritualidade é que governa", dizem eles.


Quando Kardec mencionava como ideais a existência de grupos pequenos e a (total) afinidade entre os membros partícipes - ideia de "família", tal a sinergia e a existência e o desenvolvimento de laços de afinidade entre os membros de uma instituição - ele acreditava no poder de persuasão e no convencimento pelo debate e pelo consenso (ainda que, em alguns casos, fosse possível a tomada de decisões pelo voto).



Por que o movimento espírita brasileiro se afastou dessas premissas? Talvez pela forte ascendência dos "passados" religiosos de muitos de seus frequentadores, dirigentes, palestrantes e médiuns, ainda acostumados e dependentes de regras (imutáveis?) estabelecidas por alguns e tomadas como balizas de modo tradicional, histórico e cronológico.



Com o aumento do número de pessoas descontentes com o "modus procedendi" dos líderes espíritas, tem-se o natural afastamento destas das instituições, partindo para uma atuação independente e desatrelada de qualquer organização formal. Ou, como se tem visto, a criação de novas entidades aglutinadoras, de modo físico, na forma de "novos centros", ou a reunião para discussão das ideias "progressivas" espíritas em fóruns especiais, em que não haja, apenas, a reprodução dos antigos (e conhecidos) conceitos, sob uma nova "roupagem" ou "maquiagem".

 

Voltamos a Kardec, para lembrar que o professor francês também esperava um “movimento espírita” diferente, no futuro, a partir do amadurecimento (individual e coletivo) e das certezas derivadas do pensar espírita. Está em “A Gênese”, o seu livro mais maduro – e recentemente “redescoberto” a partir da recuperação do texto original contido na quarta edição francesa, sem o conjunto de alterações/adulterações que, postumamente, uma ou mais pessoas fizeram em sua obra.

 Naturalmente o Mestre Rivail pensava e projetava o futuro, não só em relação ao movimento, como em face da Humanidade como um todo. Vejamos:


“Atualmente, um desses movimentos gerais é operado, destinado a promover a reorganização da humanidade. A multiplicidade das causas da destruição constitui um sinal característico dos tempos, porque essas causas aceleram o surgimento dos novos germes. São as folhas que caem no outono, e isso será substituído por outras folhas cheias de vida, porque a humanidade tem suas estações, assim como os indivíduos têm suas diferentes idades. As folhas mortas da humanidade caem impulsionadas pelas rajadas e sopros do vento, mas para renascer mais vigorosamente, pelo mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas purifica” (“A Gênese”, Capítulo XVIII – Os Tempos São Chegados – A Geração Nova. Item 34).



É nisto que acreditamos. Esta nova geração de espiritistas, livres pensadores, independentes e interessados no diálogo permanente, renascidos mais vigorosamente pelo sopro purificador da vida, sob a poesia rivailiana. Tal poderá ser o verdadeiro e decisivo passo para a redescoberta e a progressividade dos conceitos espíritas.



É nisto que acreditamos. E é sob tais bases e premissas que temos trabalhado com afinco! Nós e os Amigos Espirituais!

 


Marcelo Henrique é escritor, advogado, espírita, palestrante, um dos fundadores das páginas da ECK (Espiritismo com Kardec) nas redes sociais, um dos segmentos que mais cresceu nestes últimos anos, colabora com este blog.

ONDE ESTÁ A BONDADE DE DEUS ? LIVRO DOS ESPÍRITOS - POR ALLAN KARDEC

 




Em tempos tão complexos como estes, leia o Livro dos Espíritos, considerado a maior obra espírita de todos os tempos, foi escrita por Allan Kardec, que questionou com milhares de perguntas, os espíritos que vieram dar a ele a prova final da vida além da vida.

Sei que muitos estão a duvidar de Deus, por isto escolhi este trecho da obra de Kardec, é natural, que em tempos de um país a deriva ao atravessar a maior pandemia que o Mundo passa, que nos revoltemos, que questionemos Deus, e o plano superior, acalma teu coração, leia, medite, e se quiser mais, busque toda a obra de Kardec, que pode ser também encontrada na internet.

Vamos a um trecho de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:





Provas da existência de Deus.



4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?

“Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da criação. O universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

5. Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens trazem em si da existência de Deus?

“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.”

6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?

“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”

Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?

“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.”

Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?

“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? Além disso, que é o acaso? Nada.”

A harmonia que regula o mecanismo do universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

9. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?

“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem: vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”

Do poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à humanidade.

Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem.


Atributos da divindade.



10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

“Não; falta-lhe para isso um sentido.”

11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?

“Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.”

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.

12. Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar ideia de algumas de suas perfeições?

“De algumas, sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento.”

13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?

“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.”

Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.

É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o universo nenhuma estabilidade teriam.

É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.

É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do universo.

É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro Deus.

É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.
       
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Confie sempre em Deus, mantenha sua fé, estude, e lembre o plantio é livre a colheita para todos ricos ou pobres, poderosos ou não, terão a colheita obrigatória.



sexta-feira, 28 de maio de 2021

UMBRAL, É UMA ESCOLHA, NÃO UMA PENA IMPOSTA - POR DAVID CHINAGLIA




Estimados amigos de jornada no planeta terra, em tempos de milhões de mortos no planeta Terra, volta nas redes sociais, que o Umbral, está lotado, eu me pergunto que umbral cara pálida?

A visão do umbral que todos nós conhecemos vem da obra Nosso Lar de Chico Xavier, pelo espírito do repórter do além André Luiz, visão pessoal sua, construção, e plasma de vida, totalmente seu, seguido por espíritos afins a ele, André Luiz.

Eu admiro a aventura do espírito de André Luiz, mas, não admiro, a falta de conexão, com o bom senso e lógica de Allan Kadec, o codificador da doutrina espírita no Mundo.

Vamos falar de André Luiz, primeiro que este não é nome dele, para os críticos do pseudônimo utilizado por Rivail, André Luiz, foi um nome usado por Chico Xavier, e os redatores da Federação Espírita, que pegaram a obra de André Luiz/Chico Xavier, e deram o toque de romance, em primeiro ponto, para não haver confronto com a Igreja sobretudo.

André Luiz, ou Carlos, seu verdadeiro nome, viveram na terra, uma vida financeira de conforto, de fama como médico, de tardes de glamour no café Colombo, de muita champagne, de uma criação machista que teve, e naqueles tempos, lhe permitia ter suas aventuras amorosas extra casamento, o que sempre lhe deu peso moral, no seu confronto com a ciência.

André Luiz não foi o santo que as redes sociais tentam vender a esta comunidade, foi um homem normal, e dentro desta normalidade, com pecados, remorsos, e falta de perdão.

Sua cultura espiritual na terra, era a de um leigo normal, apresentado por amigos, a ciência espírita, nunca a seguiu, tomou conhecimento, Carlos ou André Luiz, viveram uma vida no planeta que lhe deu culpa, sua criação pessoal dos dramas de Umbral, de um lugar escuro, a partir do inferno de Dante, obra que em vida admirava, e havia lido, o levou a plasmar um inferno tipo este Umbral, que vemos no livro Nosso Lar, e que ficaram famosas no filme.

E junto com ele, haviam espíritos afins, que plasmaram inferno e punição após a morte, portanto meus caros se estudarem duramente a doutrina, verão que o umbral é plasmado de acordo a culpa, e a vida que você tem, o que deseja após a morte?






Já Allan Kardec, ao conversar com os imortais, fez questionamento do que seria os espíritos após a morte, e o que diz a maior obra de todos os tempos, a entrevista considerada a mais importante de todas, o Livro do espíritos.

Vejamos:

149. Que sucede à alma no instante da morte?
“Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente.”

150. A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?

“Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?”

a) — Como constata a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?

“Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.”

b) — A alma nada leva consigo deste mundo?



“Nada, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futilidade do que deixa na Terra.”




Em nenhum momento, os imortais disseram a Allan Kardec, sobre vai cair de cara no Umbral, viver no escuro, gritando, chorando, fazendo sexo nas pedras, bebendo ou pensando beber, nada, está claro, o núcleo importante.

Já André Luiz, se sentia culpado, não buscou criar, ou plasmar coisas positivas, lugares positivos, tudo para ele era a vida na Terra, sua vida pessoal e suas culpas, estudante do Inferno de Dante, caiu de cara na lama do seu umbral e de espíritos afins, não é uma punição geral, afinal, que Deus ou sistema seria este?

Vamos pagar pelos nossos erros morais e de carater quando ? aqui queridos, aqui na terra, aqui na mesma encarnação ou como na maioria com regras iguais, na próxima.

Então Umbral é uma escolha? Claro que é, seus pensamentos, o levarão onde quiser, praias, palácios, viagens, locais da infância, de flores, e tudo mais, plasmando a vida toda, Umbral, lama, noite, espíritos ruins, castigo, irá dar de cara no cenário que André Luiz relatou, portanto o Umbral naquele formato é uma experiência de André Luiz, copiada por milhões.

A alguns anos na novela A Viagem, Otávio personagem de Antonio Fagundes ao morrer, foi para um lugar florido, cheio de crianças, com sua ex mulher, sua mãe, amigos queridos, primeiro que o personagem não acreditava, logo, não plasmava nada de negativo, nas cenas do pós morte do personagem que foram usado de cenário o parque do Ibirabuera em São Paulo, era tudo paz, luz.

Já o personagem Alexandre, que se matou, foi para o que a autora se baseou ou seja o Vale dos Suicidas, vale de culpa, um umbral mais pesado, onde inclusive se insinua que os suicidas são abandonados por Deus, o que não é verdade.

Tracei este paralelo, porque estou vendo as redes sociais, ficarem infestadas de loucuras, e maluquices, ou de coisas que não irão acontecer, a menos que você plasme em vida.






Somos o pensamento que criamos, somos o que projetamos, medo de ficar sem dinheiro, nos levam a ficar sem dinheiro, medo de dores de cabeça, nos levam a dores de cabeça, medo, medo, pânico, criados por nossos pensamentos.

Tem um palestrante na onda agora, destes psicólogos, e dos bons, que usa o pensamento das pessoas para levarem ao sucesso, se chama William Sanches, milionário das redes sociais, um homem muito inteligente, que estuda o que ? pensamentos, terapia, auto ajuda, e promove vencedores, a partir do que mesmo ? Deles mesmos, de suas experiências, e de seu desespero em mudar, usando como diz um dos seus livros o "método poderoso para destravar suas crenças limitantes e criar uma nova realidade.






Pois bem amados, vamos pegar o Dr. Sanches, dar um banho de André Luiz nele, e André Luiz sairia do planeta completamente modificado,Sanches não vivia no tempo de AL, é um imaginário, nosso aqui, para você entender, e sendo assim, o umbral de André Luiz, mais ficaria como uma cenário do seu amado café Colombo, do que uma piscina de barro, com bebados e prostitutas ou assassinos, gritando.

A resposta é bons pensamentos, boas coisas, nos levam onde quisermos, você entendeu isto?

Eu escrevo sempre sem Allan Kardec, não é espiritismo, sem o método de Allan Kardec, este sim um destravador de crenças limitantes, não é possível considerar espiritismo lógico e cientifico.

A morte é uma passagem, li estes dias, que espíritos no plano espiritual, pedem ajuda para nós, sinceramente no que podemos ajudar ? Preces, ajudam, e muito, mas, sinceramente precisamos parar com este maravilhoso, que temos como intervir lá, não temos, eles tem como intervir aqui, quando nós deixamos, só quando deixamos.

Não tenho nada contra o espírito de André Luiz, até gosto de alguns relatos dele, alguns ele fo advertido por espíritos, e aqui na terra por J.Herculano Pires, sobre o como contava, o que falava, André, foi além do que devia, e nem tudo era como ele viu.







Você hoje encarnado, conhece a NASA ? imagine se lhe dessem a oportunidade de andar pela NASA, em laboratórios avançados, com coisas que você nunca viu, o que faria se lhe dessem um ZAP ? Ia escrever falando tudo o que viu, mesmo que não entendesse o processo e como aquilo tudo funciona na NASA.

Muitos relatos que você fizer nesta viagem imaginária poderia levar o planeta a uma guerra Mundial, quem sabe até inter galatica, pois nem tudo é como você viu, é preciso conhecimento.

Assim vejo André Luiz, ao falar do ministério do sexo em Nosso Lar, tema aliás oculto em vários centros espíritas, a barbaridade do significado real dos ovoídes, e sucessivamente, alguns relato que estavam acima dele, e como um jovem repórter, ele escreveu, psicografou, e deu asas a entendimentos que não são reais, como que teremos na vida após a vida.

Então André Luiz mentiu ? não, ele entendeu errado, na sua simplicidade, porque não era santo, não era privilégiado, apenas um espírito que pegou uma missão com Chico Xavier, fez algumas coisas boas, outras equivocadas.

Portanto o Umbral, no formato André Luiz, é sua escolha, quer ir? vá continue pensando com culpa e julgamento e sem perdão sobre si mesmo, outra coisas perispirito, não é uma cópia de tudo, pare com estes temas, que não irão agregar nada ao seu conhecimento, você está querendo aprender no Facebook o que demora anos de obras de Kardec e da ciência para ser entendido, então, não fanatize.




Kardec, nos deu estudos maravilhosos, compreenda Kardec, siga Kardec, não fique esperando maravilhoso, e sobre a morte, use seus desejos para onde quer ir, com quem quer ir, e se for permitido o quem, estará com eles, quanto a parte o plantio é livre, a colheita é obrigatória, isto é fato, tudo de errado que fizer aqui, pagará aqui, responderá aqui, mesmo que tenha que voltar muitas vezes para tal.

Porém existem espíritos no plano espiritual, que escolheram sofrer lá, e nos atormentar aqui, sim isto é fato.

E Sobre a morte ? Vamos de Allan Kardec, vou sofrer ? leia isto...




154. É dolorosa a separação da alma e do corpo?

“Não; o corpo muitas vezes sofre mais durante a vida do que no momento da morte; a alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito, que vê chegar o termo do seu exílio.”

Na morte natural, a que sobrevém pelo esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo.

155. Como se opera a separação da alma e do corpo?

“Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.”

a) — A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.”

Durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro envoltório, que do corpo se separa quando cessa neste a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação. Em outros, naqueles sobretudo cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica existir, no corpo, a menor vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida, mas uma simples afinidade com o Espírito, afinidade que guarda sempre proporção com a preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É, com efeito, racional conceber-se que, quanto mais o Espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela; ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que, em chegando a morte, ele é quase instantâneo. Tal o resultado dos estudos feitos em todos os indivíduos que se têm podido observar por ocasião da morte. Essas observações ainda provam que a afinidade que, em certos indivíduos, persiste entre a alma e o corpo, é, às vezes, muito penosa, porquanto o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso, porém, é excepcional e peculiar a certos gêneros de vida e a certos gêneros de morte. Verifica-se com alguns suicidas.

156. A separação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes da cessação completa da vida orgânica?

“Na agonia, a alma, algumas vezes, já deixou o corpo; nada mais há que a vida orgânica. O homem já não tem consciência de si mesmo; entretanto, ainda lhe resta um sopro de vida orgânica. O corpo é a máquina que o coração põe em movimento. Existe enquanto o coração faz circular nas veias o sangue, para o que não necessita da alma.”






E no caso do coma de meus amigos e parentes que podem estar na UTI, bem temos relatos, que enquanto se tratam, em como induzido, estão onde desejariam estar, ano passado vimos um exemplo dramatizado pela famosa série Grey´s Anatomy, onde a estrela do hospital Meredity, em coma vai uma praia em espírito se encontrar com o marido morto, com amigos mortos, porém não consegue abraça-los, como vimos na dramatização de A Viagem, onde nos sonhos Otavio morto, não conseguia beijar Diná, pois um deles estava vivo.

Então primeiro não projete a morte, acredite ela virá, não escolha seguir o Umbral de André Luiz, escolha o lugar que se sentirá, seja o seu passaro encantado, pagamentos de seus erros, não se preocupe na hora certa você responderá, verifique antes, se já não está quitando aqui, o que desejava quitar lá.

A realidade além túmulo é uma vida, muito parecida com a daqui, numa primeira fase, depois quando você se elevar, haverão muitos compromissos a serem cumpridos, por este momento, reze, se anime, utilize bons pensamentos, e aceite a vida, e a morte, pois ambos são seu destino, o que acontece entre o dia que nasceu e o dia que vai morrer, tudo, rigorosamente tudo, poderá ser mudado, por você e seus pensamentos, escolha ser feliz aqui e agora, e depois lá também, será mais tranquilo.




Paz e bem que Jesus esteja conosco.



David Chinaglia, é escritor, palestrante, pesquisador da doutrina espírita, de acordo com a codificação de Allan Kardec, é editor e convidado deste blog, recebe e-mails, pelo davidchinaglia@gmail.com



 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

O ANIMISMO E AS FRONTEIRAS DA ESPIRITUALIDADE - Por Nubor Orlando Facure







Animismo:

Diz essa doutrina espírita que, a Alma é responsável pela sustentação de todas atividades orgânicas, especialmente das percepções, dos sentimentos e dos pensamentos.

Localizacionismo Cerebral:

Há mais de um século a neurologia vem revelando a relação que existe entre áreas nosso cérebro e as nossas atividades motoras, sensitivas, cognitivas, intelectuais mais complexas.

Hoje, as imagens de Ressonância mostram quais as áreas cerebrais estão em atividade quando fazemos escolhas, quando optamos por mentir, quando reconhecemos um rosto familiar, quando imaginamos um pássaro voando ou quando nos lembramos da nossa professora do primário.


A neurologia sabe que determinada área do cérebro estará ativa quando realizamos uma tarefa, mas, não afirma que é aquela área que executa a atividade testada.


Fenômenos anímicos:

“São fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação”.





Nesses quadros, é o Perispírito desdobrado, “fora do corpo físico”, quem atua mobilizando seus recursos, atuando “de fora para dentro”, da dimensão espiritual para a física, na produção de fenômenos motores, sensitivos, intelectuais, visuais provocando quadros típicos da psicopatologia humana.

Ocorrem alucinações, pseudocrises epilépticas, despersonalização, delírios persecutórios, fala ou escrita automática.

Quadros de uma clínica neurológica:





Dona Aparecida trata comigo há anos de uma Epilepsia,na sua última visita diz que a medicação mudou seu padrão de crises.
Ela, agora, quando desmaia, sente-se saindo do corpo e, de uma pequena distância vê seu corpo físico se debatendo. A sensação é horrível e dolorosa.

O uso de medicamento pode, realmente, mudar nossa atividade senso perceptiva, mas, o fenômeno do desdobramento que passou a ocorrer com Dona Aparecida é real e revelador dos dois planos da vida.



Seu Luiz me diz que não consegue dormir, não adianta fechar os olhos, permanece consciente, mas, em outro “ambiente”.

Diz que se sente levado para diferentes lugares e, ali vê outras pessoas, gente trabalhando, outros sendo socorridas, doentes em que faltam pedaços do corpo e ouros em um estado de torpor profundo.

Demorou para se acostumar com esse cenário.

Fiz uma série de perguntas e uma coisa muito curiosa ele me contou, é que já foi em lugares onde o piso é pegajoso, dificultando a caminhada.


Seu Nicanor conta que vinha bem com o tratamento, mas que de uns meses para cá voltou a ter a sensação que há muitos anos o incomoda:

Escapa-lhe a sensação de realidade, parece não existir o que percebe,para tudo que olha, fica na dúvida se o que vê é aquilo mesmo.

Sofre procurando uma palavra no seu vocabulário para tentar me descrever suas sensações, a esposa do seu Salomão me conta que enxerga os órgãos doente das pessoas.




Ela, ao se aproximar de determinadas amigas, sente-se estranha, como se não estivesse mais em seu próprio corpo. Nessa espécie de transe sonambúlico, ela enxerga no corpo das pessoas próximas, manchas e deformações que parecem indicar doenças nessas regiões.

Essa senhora, de pouca instrução, não tem nenhum conhecimento de anatomia só conseguindo apontar onde nota o problema orgânico revelado pelas manchas que vê.

Débora é uma jovem estudante de pedagogia.






Vai e volta de ônibus para a Faculdade e nessas viagens ela passa por fenômenos de desdobramentos. O ônibus para no sinal vermelho e ela assentada em seu banco nota subitamente que foi projetada para o lado de fora do ônibus, ficando parada na esquina.

O tempo transcorre normalmente e ela volta ao corpo físico quando o seu ônibus volta a rodar.

Lição de casa;

Esses diversos fenômenos que a psicopatologia médica reconhece existir, recebem rótulos diversos:

Alucinações corporais, autoscopia, delírio, mas, uma hipótese a ser estudada é a existência de um outro corpo que transita numa outra dimensão.

Seria um corpo mental num ambiente extrafísico

Melhor ainda, na doutrina espírita aprendemos que, são desdobramentos onde a Alma se emancipa do corpo, e a consciência interage com os planos espirituais que nos cercam.




Nubor Orlando Facure,80, é médico, neurologista, Espírita, escritor, foi o primeiro médico a falar de espiritismo, na Unicamp onde foi diretor, amigo pessoal de Chico Xavier, conviveu com o milagre de Uberaba por 50 anos, presenciou fatos históricos do Espiritismo no Brasil, é colaborador deste blog, onde escreve desde 2011, mostrando a relação do Espiritismo, com nosso cérebro, perispírito, e outros fenômenos, recebe e-mail sobre este tema e outras pelo 
lfacure@uol.com.br











significado de termos utilizados neste texto, para os leigos.
Animismo
substantivo masculino
1.
FILOSOFIA
cada uma das doutrinas que afirmam a existência da alma humana, considerada como princípio e sustentação de todas as atividades orgânicas, esp. das percepções, sentimentos e pensamentos.

2.
ANTROPOLOGIA
primeiro estágio da evolução religiosa da humanidade, no qual o homem primitivo crê que todas as formas identificáveis da natureza possuem uma alma e agem intencionalmente.

Localizacionismo Cerebral :
Esta doutrina, que tem sido comprovada muitas vezes na era moderna por equipamentos, apoiados por computadores, que possibilitam a visualização precisa de uma determinada função quando ela está sendo realizada pelo cérebro, é chamada de localizacionismo cerebral.