segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O INTERMEDIÁRIO - POR DAVID CHINAGLIA



Quando vamos em busca de ajuda numa casa espírita, fatalmente cedo ou tarde, nos encontramos com um ou mais médiuns, que nos trarão palavras e consolos, um caminho, um norte em nossa vida.

Porém este "médium" é um escolhido ? É melhor do que o assistido ? tem poderes milagrosos para resolver toda e qualquer questão ?

A resposta é não.

Um médium como disse Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, é apenas uma ferramenta de todo um processo entre a vida material e a vida além da vida, ou seja, a vida na outra dimensão.

Imagine se este médium estiver em sua primeira encarnação, ele com certeza saberá menos que você, que está em idas e vindas a algum tempo.

Então perguntará o leigo como pode?

O sistema entre os Mundos e a criação, tem regras, tem técnicas, que nos fazem em primeiro lugar entender, que nem só de caridade e amor, vive a obra da construção de nossas vidas, estamos num processo evolutivo, logo de aprendizado continuo.

Se formos ao Livro dos Espíritos, tratando da questão 189, Kardec perguntou aos imortais,:"Desde o princípio da sua formação o espírito goza de plenitude de suas faculdades?" e a ele foi respondido que : "NÃO; porque o espírito, como homem, tem também sua infância. Em sua origem, os Espíritos não tem mais do que uma existência instintiva, possuindo apenas a consciência de si mesmos de seus atos, só pouco a pouco a inteligência se desenvolve.

Portanto precisamos acatar que podemos ser orientados, porém por quem de fato sabe orientar não podemos viver em crenças antigas ou focadas num só caminho, até porque somos críticos e todo critico precisa aceitar também seus erros, vide LM de Allan Kardec, é tipo assim resolva com suas atitudes.






Então meus amados e amadas, deste planeta, vamos um pouco devagar com as informações, o excesso delas nos confunde e não devemos idolatrar ou venerar médiuns, ou mesmo dirigentes, e ou palestrantes como pessoas que estejam num grau acima de nós.

Certo é que cego não pode guiar cego.

Ao longo da jornada espírita que propus divulgar e viver, encontrei em muitas casas, exatamente isto, cego, guiando cego.

O que importa aqui é saber quem me orientou sabe o que está fazendo ?

Quem falou na palestra sabe que reflexo isto terá na vida e na morte do corpo de quem o ouviu ?

Por isto não devem espíritas, palestrantes e médiuns faze-lo sem estudar podem ser enganados como grandes do passado foram, senão vejamos :

Quem dirige e encaminha soluções em nome do amor e de Jesus, tem na sua vida, resultados melhores ou iguais aos que propõe ?

Na maior parte dos que fazem a INTERMEDIAÇÃO não só da cultura, da educação espírita, mas, sobretudo da ajuda fraterna, não sabem o que estão fazendo precisam muito mais do assistido, já vi e senti o assistido salvar o trabalho, ou mesmo o médium, até a casa.

Quem alerta sobre erros doutrinários não quer saber mais que Deus, tão pouco ser seu professor, apenas encontrou lacunas que precisam ser preenchidas, e respondidas, ou não, ou alguém pode mais que outro neste campo?

Bem nisto eu diria que raramente alguns tem privilégios muito raro, tudo é aceitação e entendimento com base em estudos e atitudes do assistido e do intermediário.

Esta é a questão desta doutrina, estudo, aprendizado.

Importante o assistido saber que o médium como falamos o intermediário, é como o médico que vamos procurar precisa ter diploma ? não precisa ter estudo, conhecimento, e discernimento do que pode ou não falar, orientar, e assim como num médico devemos saber se o remédio, ou as orientações funcionaram ou nos levaram a cometer mais erros, uma vez que sem nossa modificação não existe cura nem melhora, ou seja, será como tomar aspirina resolvendo a dor na hora porém não sua causa e ou origem, isto dependerá sempre de nós.


Hoje antes de convidar a espiritualidade a me intuir fui fazer os livros andarem pela prateleira, quando mexemos em obras, espíritas, sentimentos novos aparecem, e sentimos que elas falam conosco, e as vezes até mesmo antes de abrir suas páginas achamos a resposta.


É preciso assim como na casa espírita estarmos abertos, e sermos corretamente ajudados, seja por um experiente intermediário, ou mesmo novato, porém que fale e trate com conhecimento do que está propondo.

Ao assistido é preciso também que ele não só fique com o passe, com as palavras, mas sobretudo mude suas atitudes.

Me lembro de um médico que deu um diagnóstico errado num paciente e lhe causou danos terríveis, ao ser cobrado pelo pai, disse que o filho havia sido mal avaliado, porém que se levasse em conta que fora com boa intenção.

Aquele pai saiu do consultório certo de que o médico, não sabia do que falava, anos mais tarde o pai encontrou num restaurante com o médico e ele havia sofrido um AVC embora se recuperasse nunca mais seria aquele mesmo médico de antes.

Lembrou-se do pai do que ocorrera com seu filho e disse, "quem sabe não foi por mal".

E amigos a mesma coisa pode ocorrer numa palestra, se o palestrante "santificar" o escritor que se baseou e se não corrigir erros por exemplo de uma obra venerada escrita nos anos 40, que hoje não tem sentido lógico.




Diz a história que Paulo de Tarso, falou para "ouvirmos tudo, pensarmos em tudo, mas não tomar partido sem ouvir o seu coração".

Assim não sei se Paulo realmente falou disto neste contexto, é importante que usemos nossa mente, nossa inteligência para separar o joio do trigo. Nós termos a escolha afinal é nossa vida não do intermediário, nem do suposto espírito.

Qual o objetivo escritor ? tomar cuidado com o que conta a alguns médiuns, não santificar dirigentes, palestrantes, uns até estão melhores, porém o fardo da obra de mediunidade não dá eles uma vida melhor que a do assistido, por isto mesmo, devemos ouvir com nossos corações e nossa inteligência o que é certo o que é errado.

Configurar posições, como unicamente certas vide exemplo do grande Chico Xavier pode nos trazer dores mais tarde, é precisar saber escutar, e ver que tudo depende unicamente de nós.

Quando deixamos de pagar um dívida seja por qual motivo, ela nos traz aprendizado e nos mostra o nosso caráter de intermediador de nossas vidas.

Numa dívida nunca levamos em consideração o que passa o credor, será que ele suportava a pendência?

E esta simples e rápida comparação não nos leva aos nossos próprios problemas ? Na verdade somos nós quem causamos 90% dos males, somos nós que julgamos, temos vaidade, contamos e falamos mentiras e nos esquecemos do princípio básico da reação no ato da ação.

Não podemos como disse Kardec terceirizar nossas dores, não devemos deixar de aprender nunca, porém nada se resolverá sem mudanças verdadeiras.

Não tem milagre e sobretudo sem merecimento.

Recentemente um amigo me ligou e disse: "Você não foi na palestra do nosso amigo?" e eu disse ele que não, que estava afastado daquele centro, que ninguém me lembrou e eu não me lembrei e acabei perdendo mais que uma palestra a chance de rever um amigo escritor de boa fala, e de alto conhecimento.

O problema não foi o intermediário foi meu erro de avaliação que o palestrante que um dia me afastou daquele casa, estava certo.
Neste caso ele não sabia mesmo do que estava falando o tempo mostrou, os dirigentes que não entenderam meu posicionamento também não, porém se eu tivesse evoluído teria superado, os acontecimentos, então falhei como intermediário de boas ações para mim mesmo.

Quem perdeu por querer mudar pessoas que não querem ser mudadas eu mesmo, logo, isto é apenas um exemplo e espero que o amigo leitor entenda que  o que busco é uma reavaliação dos senhores não sobre minhas experiências, e sim das vossas, pois elas que vos afligem, porém só vendo os erros de terceiros podemos acatar os nossos.

Lembre-se você é o que deseja ser, sua vida não está na mão de um intermediário, e sim na sua, você pode melhorar, o centro A,B,C ou D, pode lhe ajudar, porém sempre será sua a última palavra, sempre serão as suas decisões e escolhas que irão refletir a melhora ou piora da sua vida.

Deixemos de culpar tantos os espíritos assim, talvez o nosso maior obsessor, sejamos nós mesmos com nossos medos e aflições.

As obras de Allan Kardec em sua maioria nos dão o norte, o caminho a seguir, como o faremos é nossa escolha, por isto não tente pegar atalhos deixando nas mãos de intermediários o sucesso do seu destino.

E finalizando, lembre-se de Jesus, "vós sóis Deuses", e um Deus não pode depender unicamente de um intermediário tem que se modificar e ai sim ajudar a si mesmo e a outros que estejam no processo da vida envolvidos na mesma jornada.



David Chinaglia, 58, é espírita, escritor, palestrante, divulgador da doutrina espírita de acordo a codificação de Allan Kardec, também é editor deste blog, e tem seu endereço no Facebook onde divulga obras espíritas com os seguidores.

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