segunda-feira, 29 de agosto de 2016

HOMEOPATIA - POR RICHARD SIMONETTI




1 – A Homeopatia é uma terapia espírita? 

Tem alguma relação, porém não podemos situá-la como terapia genuinamente espírita, até porque é anterior ao Espiritismo. Seus princípios foram estabelecidos por Samuel Hahnemann (1755-1843) no final do século dezoito. Sua obra fundamental, Organon da Arte de Curar, foi publicada em 1810, 47 anos antes de O Livro dos Espíritos. 

2 – Por que, então, há tantos médicos homeopatas espíritas e no receituário mediúnico os Espíritos dão preferência à homeopatia? 

Ocorre certa identidade de conceitos. Hahnemann proclamava que as enfermidades decorrem de problemas com a energia vital dos pacientes. O Espiritismo confirma a existência de correntes magnéticas a circularem em nosso organismo, cujos desajustes afetam o perispírito, com reflexos no corpo físico, originando variadas enfermidades. 



3 – Qual seria a ação da homeopatia? 

Numa manifestação publicada na Revista Espírita, em outubro de 1863, Santo Agostinho refere-se à homeopatia como matéria espiritualizada. Na homeopatia temos a alma do medicamento ou, mais exatamente, seu componente energético, liberado a partir do processo de dinamização da substância utilizada. Em tal condição, ela atua diretamente sobre o espírito, com reflexos salutares na economia física. 



4 – Algo semelhante à ação do passe magnético? 

Exatamente. Na homeopatia temos o magnetismo liberado da substância dinamizada, com propriedades específicas. No passe temos o magnetismo fornecido pelo passista e pelos Espíritos que o assistem, direcionado aos males do paciente. Tanto a homeopatia quanto o passe magnético estão nos domínios da medicina espiritual. 

5 – É possível fazer uso de ambos? 

Sem dúvida. É uma associação muito produtiva, geralmente recomendada por médicos desencarnados em receituário mediúnico nos Centros Espíritas. 

6 – Eliminando os problemas perispirituais, essa associação produz a cura definitiva? 

Não é tão simples. Embora seu alcance maior, tanto a homeopatia quanto o passe magnético ainda representam um tratamento de superfície, que atinge efeitos. É preciso eliminar as causas geradoras de nossos males. Estas residem em nosso íntimo, em nossa maneira de ver o Mundo e de viver. 




7 – E quando a doença é um problema cármico? 

Desajustes perispirituais mais graves, produzidos por um comportamento desatinado em vidas anteriores, podem ser amenizados com a homeopatia e o passe magnético, mas não nos isentam, paralelamente, dos depurativos da dor, cuja duração é imprevisível. 






8 – Kardec teve algum contato com Hahnemann? 

Hahnemann viveu seus últimos anos na França, onde foi sepultado, em 1843, aos 88 anos. Desconheço qualquer referência sobre essa possibilidade. Não obstante, por seus méritos o grande médico foi um dos mentores espirituais da Codificação. Em Obras Póstumas há duas consultas que Kardec lhe fez sobre questões doutrinárias. Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo nove, há belíssima mensagem de sua autoria, abordando o problema do temperamento, segundo ele subordinado muito mais às tendências do Espírito do que às características do corpo. Conclui, dizendo: Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. 





Richard Simonetti,81, é espírita, escritor, palestrante, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil, é colaborador deste blog desde 2012, onde escreve semanalmente, tem seus videos no You Tube, sites, e página no Facebook, contatos no e-mail acima.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

RECADOS DOS ESPÍRITOS (Revista Espírita - Allan Kardec) - Por Célia Bacchini







Em tempos complexos para a doutrina espírita, fizemos um apanhado em blocos de textos enviado pelos imortais na Revista Espírita, e no Livro dos Espíritos, crendo que temos que retornar ao trabalho de Allan Kardec e refazer a nossa base, Kardec foi a lição número 1 que os imortais nos deram, se não houve progresso, certamente não passamos na nossa primeira missão que era entender o que os espíritos queriam cientificamente, claramente, e não fanaticamente como nos impõe algumas religiões, devemos ler, estudar e aprender tudo, e sempre decidir com a razão, porém sempre consultando nosso coração, o que nos livrará de erros sobre erros, ou de ser um cego guiando cego, estude o Espiritismo, leia a Revista Espírita, em o Livro dos Espíritos temos um norte bem direcionado, vos apresento um trabalho de pesquisa, texto, da espírita Célia Bacchini de Piracicaba feito em blocos de fácil acesso e entendimento, para vossas reflexões.





David Chinaglia - Editor do blog




Mas por que permite Deus que assim seja? Deus não tem que nos prestar contas.




À medida que progridem, suas ideias se desenvolvem e a memória se apura. Familiarizam-se previamente com a sua nova situação e seu regresso ao convívio dos outros Espíritos já nada tem que lhes cause admiração. Encontram-se novamente em seu meio normal e, passado o primeiro momento de perturbação, se reintegram quase imediatamente.

Essa é a situação geral dos Espíritos no estado que chamamos de erraticidade. Mas o que fazem nesse estado? Como passam o tempo? Isto é de um interesse capital para nós. São eles mesmos que vão responder, como foram eles que deram as explicações que acabamos de transmitir, de vez que nada disto é fruto de nossa imaginação. Não se trata de um sistema saído de nosso cérebro. Julgamos pelo que vemos e ouvimos. Posta de lado qualquer opinião relativamente ao Espiritismo, hão de convir que esta teoria sobre a vida de além-túmulo nada contém de irracional. Ela apresenta uma sequência e um encadeamento perfeitamente lógicos, que fariam honra a qualquer filósofo.







Dissemos que ao entrar em sua nova vida o Espírito precisa de algum tempo para se reconhecer; que ali tudo lhe é estranho e desconhecido. Perguntarão como pode ser assim se ele já teve outras existências corpóreas. Essas existências foram separadas por intervalos durante os quais ele habitou o mundo dos Espíritos. Então esse mundo não lhe deve ser desconhecido, desde que não o vê pela primeira vez.



Várias causas contribuem para que essas percepções, embora já experimentadas, lhe pareçam novas. Como dissemos, a morte é sempre seguida por um instante de perturbação, mas que pode ser de curta duração. Nesse estado suas ideias são sempre vagas e confusas; a vida corpórea se confunde, até certo ponto, com a vida espírita e ele ainda não pode separá-las em seu pensamento. Dissipada a primeira impressão, as ideias pouco a pouco se aclaram e a ele volta, mas gradativamente, a lembrança do passado, pois essa memória jamais irrompe bruscamente. Só quando ele se encontra inteiramente desmaterializado é que o passado se desdobra à sua frente, como um espectro saindo de um nevoeiro. Só então ele se recorda de todos os atos de sua última existência, depois das existências anteriores e de suas várias passagens pelo mundo dos Espíritos. Compreende-se, pois, que durante um certo tempo esse mundo lhe pareça novo, até que ele se tenha reconhecido completamente e recuperado de maneira precisa a lembrança das sensações ali experimentadas.








Há sensações que têm por fonte o próprio estado dos nossos órgãos. Ora, as necessidades inerentes ao corpo não se podem verificar desde que não exista mais corpo. Assim, pois, o Espírito não experimenta fadiga, nem necessidade de repouso ou de alimentação, porque não tem nenhuma perda a reparar. Ele não é acometido por nenhuma de nossas enfermidades. As necessidades do corpo determinam necessidades sociais, que para eles não existem. Assim não mais existem as preocupações dos negócios, as discórdias, as mil e umas tribulações do mundo e os tormentos a que nos entregamos para suprirmos as nossas necessidades ou as superfluidades da vida. Eles têm pena do esforço que fazemos por causa de futilidades.
Eles têm todas as paixões e todos os desejos que tinham em vida (referimo-nos aos Espíritos inferiores) e seu castigo é o de não poder satisfazê-los. Isto é para eles uma tortura que julgam eterna, porque sua própria inferioridade não lhes permite ver o término, o que é também para eles um castigo.


Célia Bachini, é divulgadora, pesquisadora da Doutrina Espírita segundo a codificação de Allan Kardec, passa a ser nova colaboradora deste blog, em sua página do Facebook(Célia Bachini), o seu trabalho é voltado a textos e comentários da obra de Kardec e outros secundários, é da cidade de Piracicaba, onde contribue na Sociedade Espírita Casa do Caminho e doa a nós hoje estes textos baseados em Kardec numa linguagem atual e reflexiva.





quinta-feira, 18 de agosto de 2016

NADA EM EXCESSO - POR RICHARD SIMONETTI




Conta Platão (428-348 a.C.), em seu Protágoras, que gregos famosos, que ele situa como os sete sábios da Grécia, reuniram-se no templo de Apolo, em Delfos, no século VI a.C. 
Eram Tales de Mileto, Pítacos de Mitilene, Bias de Priene, Sólon, Cleóbulo de Lindos, Mison de Khene e Chilon.
Após intensos debates fizeram gravar duas inscrições numa das paredes do templo. A primeira é bastante conhecida, sempre lembrada quando se cogita da edificação de uma vida melhor: 



                       Homem, conhece-te a ti mesmo.



Decifrando os enigmas de nossa personalidade, com o conhecimento de nossas imperfeições e mazelas, dúvidas e anseios, receios e contradições, colocamos ordem em nossa vida e nos habilitamos a caminhar com maior segurança.



Em O Livro dos Espíritos, no desdobramento da questão 919, numa das poucas respostas assinadas, o Espírito santo Agostinho (354-430), que colaborou na Codificação, explica que foi a partir de seu empenho em vivenciar essa máxima que se operou radical mudança em seu comportamento, ajudando-o a superar mazelas e ilusões. Recomenda:



Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra. Ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma…

Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.

Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: 

“Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?”
O comentário se estende. É longo, mas extremamente oportuno, oferecendo-nos um roteiro precioso em favor de nossa renovação. Vale conferir.

A segunda inscrição, igualmente importante, é menos conhecida: 

Nada em excesso.

Simples, não é mesmo, amigo leitor? No entanto, se bem observarmos, verificaremos que é um complemento indispensável da primeira. A maior parte dos males que nos afligem está relacionada com o fato de nos excedermos em nossas iniciativas.

O obeso é alguém que come demais...

O maledicente é alguém que fala demais…

O alcoólatra é alguém que bebe demais...

O avarento é alguém que quer dinheiro demais…

O deprimido é alguém que vê problemas demais...

O infeliz é alguém que pensa em si demais…

O neurótico é alguém que se preocupa demais…

O iludido é alguém que sonha demais…

O passional é alguém que se envolve demais…

A recomendação dos sábios gregos pode ser resumida em uma palavra: Disciplina. É preciso disciplinar nossos pensamentos e ações, cultivando prudência e comedimento.




Kardec reúne as duas recomendações numa máxima basilar, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII: 



Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.



O cumprimento dos postulados espíritas implica em empenho por decifrarmos os enigmas de nossa personalidade, analisando reações e impulsos que nos são marcantes, como ensina Agostinho. Paralelamente, cultivar comedimento, observada a disciplina fundamental: 


Nada em excesso.



Richard Simonetti,81, escritor, um dos grandes espíritas divulgadores da doutrina de acordo com a codificação de Allan Kardec, possui inúmeros livros que devem ser lidos por todo espírita como importantes reflexões,  é palestrante, uma das culturas mais respeitadas dentro da comunidade, é com muito orgulho que o temos como colaborador deste blog semanalmente. Suas páginas em Facebook e canais no You tube devem ser vistos pelos amigos da doutrina.


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O INTERMEDIÁRIO - POR DAVID CHINAGLIA



Quando vamos em busca de ajuda numa casa espírita, fatalmente cedo ou tarde, nos encontramos com um ou mais médiuns, que nos trarão palavras e consolos, um caminho, um norte em nossa vida.

Porém este "médium" é um escolhido ? É melhor do que o assistido ? tem poderes milagrosos para resolver toda e qualquer questão ?

A resposta é não.

Um médium como disse Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, é apenas uma ferramenta de todo um processo entre a vida material e a vida além da vida, ou seja, a vida na outra dimensão.

Imagine se este médium estiver em sua primeira encarnação, ele com certeza saberá menos que você, que está em idas e vindas a algum tempo.

Então perguntará o leigo como pode?

O sistema entre os Mundos e a criação, tem regras, tem técnicas, que nos fazem em primeiro lugar entender, que nem só de caridade e amor, vive a obra da construção de nossas vidas, estamos num processo evolutivo, logo de aprendizado continuo.

Se formos ao Livro dos Espíritos, tratando da questão 189, Kardec perguntou aos imortais,:"Desde o princípio da sua formação o espírito goza de plenitude de suas faculdades?" e a ele foi respondido que : "NÃO; porque o espírito, como homem, tem também sua infância. Em sua origem, os Espíritos não tem mais do que uma existência instintiva, possuindo apenas a consciência de si mesmos de seus atos, só pouco a pouco a inteligência se desenvolve.

Portanto precisamos acatar que podemos ser orientados, porém por quem de fato sabe orientar não podemos viver em crenças antigas ou focadas num só caminho, até porque somos críticos e todo critico precisa aceitar também seus erros, vide LM de Allan Kardec, é tipo assim resolva com suas atitudes.






Então meus amados e amadas, deste planeta, vamos um pouco devagar com as informações, o excesso delas nos confunde e não devemos idolatrar ou venerar médiuns, ou mesmo dirigentes, e ou palestrantes como pessoas que estejam num grau acima de nós.

Certo é que cego não pode guiar cego.

Ao longo da jornada espírita que propus divulgar e viver, encontrei em muitas casas, exatamente isto, cego, guiando cego.

O que importa aqui é saber quem me orientou sabe o que está fazendo ?

Quem falou na palestra sabe que reflexo isto terá na vida e na morte do corpo de quem o ouviu ?

Por isto não devem espíritas, palestrantes e médiuns faze-lo sem estudar podem ser enganados como grandes do passado foram, senão vejamos :

Quem dirige e encaminha soluções em nome do amor e de Jesus, tem na sua vida, resultados melhores ou iguais aos que propõe ?

Na maior parte dos que fazem a INTERMEDIAÇÃO não só da cultura, da educação espírita, mas, sobretudo da ajuda fraterna, não sabem o que estão fazendo precisam muito mais do assistido, já vi e senti o assistido salvar o trabalho, ou mesmo o médium, até a casa.

Quem alerta sobre erros doutrinários não quer saber mais que Deus, tão pouco ser seu professor, apenas encontrou lacunas que precisam ser preenchidas, e respondidas, ou não, ou alguém pode mais que outro neste campo?

Bem nisto eu diria que raramente alguns tem privilégios muito raro, tudo é aceitação e entendimento com base em estudos e atitudes do assistido e do intermediário.

Esta é a questão desta doutrina, estudo, aprendizado.

Importante o assistido saber que o médium como falamos o intermediário, é como o médico que vamos procurar precisa ter diploma ? não precisa ter estudo, conhecimento, e discernimento do que pode ou não falar, orientar, e assim como num médico devemos saber se o remédio, ou as orientações funcionaram ou nos levaram a cometer mais erros, uma vez que sem nossa modificação não existe cura nem melhora, ou seja, será como tomar aspirina resolvendo a dor na hora porém não sua causa e ou origem, isto dependerá sempre de nós.


Hoje antes de convidar a espiritualidade a me intuir fui fazer os livros andarem pela prateleira, quando mexemos em obras, espíritas, sentimentos novos aparecem, e sentimos que elas falam conosco, e as vezes até mesmo antes de abrir suas páginas achamos a resposta.


É preciso assim como na casa espírita estarmos abertos, e sermos corretamente ajudados, seja por um experiente intermediário, ou mesmo novato, porém que fale e trate com conhecimento do que está propondo.

Ao assistido é preciso também que ele não só fique com o passe, com as palavras, mas sobretudo mude suas atitudes.

Me lembro de um médico que deu um diagnóstico errado num paciente e lhe causou danos terríveis, ao ser cobrado pelo pai, disse que o filho havia sido mal avaliado, porém que se levasse em conta que fora com boa intenção.

Aquele pai saiu do consultório certo de que o médico, não sabia do que falava, anos mais tarde o pai encontrou num restaurante com o médico e ele havia sofrido um AVC embora se recuperasse nunca mais seria aquele mesmo médico de antes.

Lembrou-se do pai do que ocorrera com seu filho e disse, "quem sabe não foi por mal".

E amigos a mesma coisa pode ocorrer numa palestra, se o palestrante "santificar" o escritor que se baseou e se não corrigir erros por exemplo de uma obra venerada escrita nos anos 40, que hoje não tem sentido lógico.




Diz a história que Paulo de Tarso, falou para "ouvirmos tudo, pensarmos em tudo, mas não tomar partido sem ouvir o seu coração".

Assim não sei se Paulo realmente falou disto neste contexto, é importante que usemos nossa mente, nossa inteligência para separar o joio do trigo. Nós termos a escolha afinal é nossa vida não do intermediário, nem do suposto espírito.

Qual o objetivo escritor ? tomar cuidado com o que conta a alguns médiuns, não santificar dirigentes, palestrantes, uns até estão melhores, porém o fardo da obra de mediunidade não dá eles uma vida melhor que a do assistido, por isto mesmo, devemos ouvir com nossos corações e nossa inteligência o que é certo o que é errado.

Configurar posições, como unicamente certas vide exemplo do grande Chico Xavier pode nos trazer dores mais tarde, é precisar saber escutar, e ver que tudo depende unicamente de nós.

Quando deixamos de pagar um dívida seja por qual motivo, ela nos traz aprendizado e nos mostra o nosso caráter de intermediador de nossas vidas.

Numa dívida nunca levamos em consideração o que passa o credor, será que ele suportava a pendência?

E esta simples e rápida comparação não nos leva aos nossos próprios problemas ? Na verdade somos nós quem causamos 90% dos males, somos nós que julgamos, temos vaidade, contamos e falamos mentiras e nos esquecemos do princípio básico da reação no ato da ação.

Não podemos como disse Kardec terceirizar nossas dores, não devemos deixar de aprender nunca, porém nada se resolverá sem mudanças verdadeiras.

Não tem milagre e sobretudo sem merecimento.

Recentemente um amigo me ligou e disse: "Você não foi na palestra do nosso amigo?" e eu disse ele que não, que estava afastado daquele centro, que ninguém me lembrou e eu não me lembrei e acabei perdendo mais que uma palestra a chance de rever um amigo escritor de boa fala, e de alto conhecimento.

O problema não foi o intermediário foi meu erro de avaliação que o palestrante que um dia me afastou daquele casa, estava certo.
Neste caso ele não sabia mesmo do que estava falando o tempo mostrou, os dirigentes que não entenderam meu posicionamento também não, porém se eu tivesse evoluído teria superado, os acontecimentos, então falhei como intermediário de boas ações para mim mesmo.

Quem perdeu por querer mudar pessoas que não querem ser mudadas eu mesmo, logo, isto é apenas um exemplo e espero que o amigo leitor entenda que  o que busco é uma reavaliação dos senhores não sobre minhas experiências, e sim das vossas, pois elas que vos afligem, porém só vendo os erros de terceiros podemos acatar os nossos.

Lembre-se você é o que deseja ser, sua vida não está na mão de um intermediário, e sim na sua, você pode melhorar, o centro A,B,C ou D, pode lhe ajudar, porém sempre será sua a última palavra, sempre serão as suas decisões e escolhas que irão refletir a melhora ou piora da sua vida.

Deixemos de culpar tantos os espíritos assim, talvez o nosso maior obsessor, sejamos nós mesmos com nossos medos e aflições.

As obras de Allan Kardec em sua maioria nos dão o norte, o caminho a seguir, como o faremos é nossa escolha, por isto não tente pegar atalhos deixando nas mãos de intermediários o sucesso do seu destino.

E finalizando, lembre-se de Jesus, "vós sóis Deuses", e um Deus não pode depender unicamente de um intermediário tem que se modificar e ai sim ajudar a si mesmo e a outros que estejam no processo da vida envolvidos na mesma jornada.



David Chinaglia, 58, é espírita, escritor, palestrante, divulgador da doutrina espírita de acordo a codificação de Allan Kardec, também é editor deste blog, e tem seu endereço no Facebook onde divulga obras espíritas com os seguidores.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

INVASÃO DOS BÁRBAROS - por Richard Simonetti







Nestes tempos de transição, em que a população mundial ultrapassa os sete bilhões de habitantes, a impressão é de estamos sofrendo, à semelhança do que ocorreu no passado com o Império Romano, uma invasão de bárbaros.

A diferença é que no pretérito estas hordas tinham uma conformação étnica, situando-se por hunos, visigodos, vândalos... Os bárbaros de hoje surgem das entranhas de nossa própria sociedade, pelas portas da reencarnação.





Se os fluxos migratórios do continente espiritual para o mundo físico, envolvendo multidões de Espíritos, obedecem à direção do planeta, confiada a Jesus, segundo nos informa Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, fica a pergunta: por que foram abertas as porteiras do Umbral, despejando sobre o plano físico multidões desvairadas, cuja característica principal é a agressividade e o desrespeito pela vida humana? 

Diríamos que estamos diante de uma contingência evolutiva.







O crescimento da população oferece a inteligências primitivas a oportunidade de um contato com as agruras da vida física, qual lixa grossa a desbastar suas imperfeições mais grosseiras, ao mesmo tempo em que sua presença perturbadora impõe às coletividades terrestres uma reavaliação de suas motivações existenciais.

Consideremos, em princípio, o comportamento do homem comum. Nas férias escolares milhões de brasileiros buscam descanso nas praias. Os fins de semana são marcados por multidões que procuram "sombra e água fresca" para cultivar a felicidade de não fazer absolutamente nada, dando tratos à fantasia, sob o embalo da indiferença que sempre sugere perigosas incursões no vício e na irresponsabilidade.

Não há por que censurar o descanso, o lazer, a viagem, a rede… O problema é que isso tudo que deveria ser parte da vida, costuma tornar-se a finalidade dela, sob inspiração do velho egoísmo humano.

Resultado: Prevalece a ideia de que todos os problemas que envolvem o país e a comunidade devem ser resolvidos pelo Governo, ao qual compete educar o ignorante, conter o agressivo, castigar o criminoso, sustentar o desempregado, promover o progresso, realizar nossos sonhos de prosperidade!

Não nos demos conta de algo elementar: o Governo é apenas uma representação da sociedade! Pouco poderá fazer se a população não se engajar decididamente nas iniciativas que visam promover o bem-estar social.

A decantada civilização cristianizada do Terceiro Milênio não será implantada por decreto celeste. Inútil esperar por ela, enquanto as coletividades terrestres não operarem fundamental mudança de comportamento, partindo do egoísmo para o altruísmo, dos interesses pessoais para as necessidades coletivas, das realizações efêmeras do individualismo exacerbado para as gloriosas construções do amor fraterno.

O confronto atual com Espíritos encarnados ainda presos ao primitivismo não seria necessário, se ao longo dos dois milênios que marcaram o advento do Cristianismo os homens houvessem aprendido as lições fundamentais de Jesus, exercitando o serviço do Bem e educando seus irmãos em Humanidade, com a força do exemplo.

Imaginemos uma mobilização de toda a população produtiva de uma comunidade, envolvendo a classe média e abastada, a oferecer de seus recursos, de seu tempo, de seu trabalho…

Não haveria problemas insolúveis. A própria subnutrição que aflige milhões de brasileiros, não é simples fruto de uma má distribuição dos bens da produção, de leis injustas criadas por minorias ambiciosas, como pretendem os socialistas de plantão.

Ela é sustentada muito mais pela omissão de considerável parcela da população que poderia algo fazer, mas simplesmente prefere fechar os olhos, transitando sem traumas e sem constrangimentos entre necessitados e sofredores de todos os matizes, em absoluta indiferença. 




Ingenuidade falar-se em justiça social ao peso de mudanças estruturais, leis ou regimes, num mundo orientado pelo supremo gerador de injustiças que é o egoísmo, a tendência de cada um por si e o resto que se dane!
        


Richard Simonetti, 81, escritor, espírita, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil, mais de 100 livros, palestras pelo Mundo afora, é colaborador deste blog semanalmente.