“V. 1. Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando de suas lâmpadas, saíram a receber o esposo. — 2. Mas, cinco dentre elas eram loucas e cinco prudentes. — 3. As primeiras, tomando de suas lâmpadas, não levavam consigo azeite. — 4. As prudentes, porém, levavam azeite em seus vasos, juntamente com as lâmpadas. — 5. Como o esposo tardasse em chegar, começaram todas a toscanejar e por fim adormeceram. — 6. À meia-noite se ouviu este brado: Eis aí vem o esposo! Saí ao seu encontro. — 7. Todas aquelas virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. — 8. Disseram então as loucas às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, pois que as nossas lâmpadas se estão apagando. — 9. Ao que as prudentes responderam: Para que não suceda faltar-nos ele a nós e a vós, ide antes aos que o vendem e comprai-o para vós. — 10. Mas, enquanto elas o foram comprar, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para as bodas e a porta se fechou. — 11. Por fim, chegaram as outras virgens e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. — 12. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. — 13. Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora.” ( MATEUS, Cap. XXV, vv.1-13).
INTERPRETAÇÃO
Que o divino rabi ilumine vossos corações para todo o sempre!
Queridos irmãos, queridas irmãs! Pela graça e misericórdia do Pai, continuamos nós estudando esses maravilhosos ensinamentos para o engrandecimento de nossas almas.
Desta vez, o Divino Rabi invocou a figura de dez virgens.
Por que virgens? Porque se compreende serem elas isentas de todo pecado, imunes às tentações.
Viriam, pois, resguardadas ao mundo para o encontro divino dos seus esposos.
Isto nada mais é do que a vinda ao orbe terreno daqueles espíritos que, munidos do óleo da fé, vem em missão trazer, aos seus companheiros a palavra de Deus.
Como acabaste de ver, inebriadas, vislumbrando um destino diferente, esqueceram-se de trazer o óleo; as outras, prudentes, resguardam-se com esse líquido. Desceram elas e as tentações rodearam-nas. As trevas de um mundo imperfeito tentaram combate-las.
As que estavam na escuridão sentiram falta de luz, porque em contato com o mundo dominado pelas paixões, esqueceram-se de elevar o seu pensamento ao Senhor de Todas as Coisas, buscando a luz de Deus, enquanto as que acenderam as suas lamparinas puderam aguardar, felizes, a chegada dos seus esposos. Tinham dentro de si compreensão, fé, tolerância e puderam recebe-los de braços abertos.
A figura simbólica dos esposos representa as provações.
É a visita que o Senhor nos faz para calcular até que ponto estamos preparados para uma missão de maior responsabilidade.
Aqueles que têm os dons, que se resguardam em Cristo, que constitui o seu patrimônio espiritual, podem aconselhar como fizeram, indicando que fossem em busca de quem as pudesse suprir com o óleo da vida, mas ninguém os pode analisar.
Não sendo palpável aos irmãos terrenos, somente a balança espiritual poderá pesá-los e medi-los.
Quanto àquelas que não tiveram a prudência necessária, ao voltarem, encontraram as portas fechadas. Bateram em vão.
Por que meus irmãos? Porque todos nós temos que aproveitar a oportunidade.
Quando o Senhor nos concede uma graça, recebemo-la. Não nos preocupamos em julgá-la se é pequenina ou grande. Lembremo-nos apenas de que tudo nos vem de acordo com o que merecemos.
Vede, pois, irmãos diletos, que não é o egoísmo que alguns veem nesta parábola, mas, sim, ela nos ensina que devemos ser vigilantes, precavidos, porque o Senhor tem como filhos toda a humanidade e não pode apenas se dedicar a um, esperando que este desperte, que este queira, que tenha vontade de progredir.
Ele estende as Suas luzes e verão aqueles que puderem ver, escutarão aqueles que tiverem ouvidos de ouvir. Os que assim não fazem aguardarão outra oportunidade, porque, se examinardes o caminho de um astro em redor do sol, formando a sua elipse, cada dia ele estará a uma distância. Podemos, cronologicamente, marcar a sua nova passagem por aquele ponto que desejamos.
Ele faz, como o sol à sua volta espargindo luzes e bênçãos para que todos sejam atingidos da mesma maneira, voltando sempre, naturalmente decorrido algum tempo, ao ponto de partida.
Esta parábola se transforma também numa lição de paciência e de fé, porque aquele que confia no Senhor, saberá que jamais estará desamparado.
Novas oportunidades virão. Esforcemo-nos para que não as percamos. Que aproveitemo-las para a nossa própria felicidade.
Irmãos! Muni-vos com o óleo das bênçãos do Pai!
Ungidos por ele, estareis afastando de vós as tentações, as pedras do caminho que, por certo, irão ferir as vossas almas, trazendo-vos sofrimentos e dores.
Que o mundo possa acender, em todos os corações nele encarnados, a chama da paz, a chama do amor, para que as bodas, como paz celestial, sejam realizadas.
Que, para o bem da humanidade, elas se eternizem para todo o sempre.
Graças a Deus!
Que o Pai de amor e bondade vos ilumine!
(Extraída do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 77-80)
Julio Flávio Rosolen é Espírita, participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho, em Piracicaba, Estado de São Paulo, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros e colabora com o nosso Blog.
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