segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Santidade High Tech: Carlo Acutis e a estratégia episcopal da permanência - Por Marcelo Henrique


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O exemplo da Igreja Católica com a canonização de Carlo Acutis sinaliza para o meio espírita um divisor de águas.

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Preliminares

Introdutoriamente, devo dizer que sou um pesquisador e escritor espírita, com praticamente quatro décadas e meia de estudo e prática da Filosofia Espírita. Neste sentido, em primeiro plano, todo e qualquer tema afeto à Espiritualidade é do meu interesse, independente da fonte ou do ambiente filosófico ou religioso em que seja o mesmo correlato.



Ato contínuo, já escrevi muitas vezes sobre temáticas religiosas e, em especial, acerca de fatos, personagens e episódios da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) e suas signatárias em todo o mundo. Já dissertei sobre os papas João Paulo II e Francesco, por exemplo, além de ter dissertado sobre o atual, Leão XIV. Também compus ensaios sobre destacados vultos do Cristianismo, além de Yeshua (Jesus de Nazaré), como, por exemplo, Antônio de Pádua, Francisco de Assis, Tereza de Jesus, Santa Paulina, Frei Galvão, entre outros.



Entendo, ainda preliminarmente, que os “santos” da Igreja são humanos dotados de um poder especial, que a religião cristã chama de “graça”, e que o Espiritismo conceitua como Mediunidade. Assim sendo, esta última, a faculdade mediúnica, natural aos encarnados e prodigioso instrumento de intercâmbio entre os dois planos ou mundos, o físico e o espiritual, nos possibilita entender melhor a distância que há entre o natural e o sobrenatural.



Na História da Humanidade, desde os primórdios, as sociedades tentaram compreender melhor os fatos que fugiam às triviais explicações do momento e, neste contexto, já que as Ciências se autodeclararam incompetentes para tratar de “artigos de fé”, as religiões – desde as ancestrais às contemporâneas – assumiram o protagonismo para explicar (dogmaticamente) fenômenos ou situações, ou dar respostas em termos de crença aos fiéis.



Os santos e sua importância

Devemos destacar que os “santos” (mulheres e homens “de Deus”) são figuras exponenciais ao chamado mundo cristão. Convenciona-se dizer que sua presença, seus feitos e a adoração dos cristãos sobre os mesmos – vale lembrar que os templos católicos em geral homenageiam um ou mais deles em seus “nomes”, como a Igreja Santo Antônio de Pádua que tive a alegria de frequentar durante uma década, bem no centro da capital de Santa Catarina, Florianópolis.



Diz-se que os santos e a devoção em torno deles “renova a fé cristã” e motiva os adeptos a se atentarem para as prescrições religiosas contidas em mandamentos e sacramentos, por exemplo. De outra sorte, ao serem mencionados os fatos da existência do Santo, se aproxima o mesmo dos próprios seres “comuns”, as mulheres e homens que, convertidos ao Cristianismo, buscam alcançar uma condição melhor nesta vida e na futura (almejando, neste caso, habitar o “Céu” da religião).



É comum, assim, que os fiéis tenham santos particulares, e se considerem protegidos ou abençoados pela santidade e, neste sentido, creditam a esse vínculo o sucesso e a felicidade alcançadas. Um elemento motivacional, que é, aliás, muito comum em diversos quadrantes da vida contemporânea, como, em especial, a vida profissional ou pessoal. O santo ou a santa, assim, bem pode ser uma espécie de “coach” invisível que nos guia em nossos passos.



O influenciador de Deus

Eis o codinome, o epíteto, a alcunha dada pelos crentes católicos a Carlo Acutis – o personagem que nos motivou a escrever este ensaio. Ou, também, o primeiro santo católico millenial, porque esta expressão remete aos nascidos entre os anos 80 e 90. Acutis nasceu em 3 de maio de 1991.



Carlo foi um jovem que faleceu em virtude de complicações decorrentes de uma leucemia, aos 15 anos de idade, em 12 de outubro de 2006. Coincidiu, portanto, com o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.



No dia 7 de setembro último, Acutis foi canonizado pelo papa Leão XIV, em uma cerimônia ocorrida na Praça São Pedro, após ter sido beatificado em 2020. Vale dizer que o processo já estava concluso no pontificado de Francesco (Jorge Bergoglio), mas não foi efetivado em função da piora no estado de saúde do papa anterior, que levou, inclusive à sua morte, em 21 de abril do corrente ano.



O influenciador de Deus simboliza a condição do garoto ter usado a tecnologia para evangelizar, já que aprendeu programação para criar sites para a divulgação da fé católica. Segundo suas biografias, o garoto, herdeiro de empresas sólidas na área financeira e de seguros, optou por seguir a fé católica, dedicando-se à Eucaristia e à Evangelização, preferindo a riqueza espiritual à material [1]. Assim sendo, por isso, Carlo já é o “padroeiro da Internet”.



Flagrante, portanto, e humanizada a Santidade High Tech de Carlo Acutis.



A vida do jovem era similar aos de sua idade e geração, comum aos adolescentes dos anos 2000. Tinha amigos, frequentava os ensinos fundamental e médio, mas, segundo declarou sua mãe, Antonia Salzano, sua “qualidade extraordinária [...] foi ter aberto o coração para jesus e colocando Jesus em primeiro lugar na vida” [2].



O corpo do jovem foi trasladado para uma igreja na cidade de Assis (Itália), conforme seu desejo, onde foi coberto por um molde de cera para manter e reproduzir sua aparência física, estando trajado por roupas simples, iguais às que ele usava rotineiramente: blusa esportiva, calça jeans e tênis.



A santidade e a mediunidade

A Igreja Romana possui seus ritos para a admissão da beatitude e da santidade. Nos processos em questão, são avaliados os “milagres”, isto é eventos “sobrenaturais” que representam curas de enfermidades, geralmente. Para tanto, situações distintas envolvendo o nome do jovem e os pedidos de intercessão do mesmo para que melhoras da saúde física de doentes ocorressem foram analisadas pelo Vaticano, que confirmou as ocorrências.



As questões que fazem parte da retórica cristã-católica, no que concerne à oficialização da santidade são, para nós, espíritas, explicadas e entendidas em sua plenitude. Evidentemente, não só em termos do presente artigo, como em relação a todas as demais situações e circunstâncias presentes na cristandade merecem, de nós, espíritas, consideração e total respeito.



Nosso intuito, outrossim, é o de demonstrar que os fatos que são considerados como milagres são, na verdade, peculiares à natureza humana e pertencem, não ao cenário sobrenatural, mas ao natural. E, neste contexto, a mediunidade é o instituto genuinamente kardecista que deve ser invocado.



Há, para o Espiritismo, a continuidade da vida e a manutenção dos laços que vinculam os seres entre si. Também a “passagem” para a invisibilidade após o fenômeno morte repercutem na continuidade dos interesses (humanos) nos indivíduos que foram para o “outro plano” ou a “outra dimensão”. Em outras palavras, mantêm os seres suas afinidades, proximidades, gostos, vinculações e afetos, preocupando-se, portanto, seja com os mais caros, seja com outras pessoas e, até, com a humanidade em geral, sobretudo em causas sociais.



No caso das curas de enfermidades físicas, não se descarta a ação da “mediunidade de cura”, que é a manipulação espiritual de fluidos, por parte de um desencarnado (Espírito) por meio de um encarnado (médium). Mas é necessário entender a questão mais amplamente, considerando que, além da “medicina do Além” a ciência material (clínica) também pode contribuir para a minimização dos efeitos das enfermidades e, em alguns casos, o recrudescimento ou o desaparecimento da moléstia. Então, é possível cogitar de uma ação conjunta entre os dois “planos”, físico e espiritual, para a consecução do “milagre”, isto é, a cura.



A lição que a canonização nos deixa

A Igreja Romana dá uma clara demonstração de sua atualidade e da preocupação com os tempos contemporâneos, considerada, inclusive, a diminuição dos fiéis e o crescimento das igrejas neopentecostais e do islamismo no mundo.



O Catolicismo dá um recado claro para o rejuvenescimento da mensagem cristã, já que se apoia nas ações do jovem Carlo em dois flancos: 1) a condição de jovem, um indivíduo de vida comum similar aos dos demais adolescentes do nosso tempo; e, 2) o uso da internet, das ferramentas cibernéticas, das redes sociais para a difusão da mensagem com teor cristão, na linguagem adequada ao público a que se destina.



Eis, aí, o que está grafado no título deste ensaio: a estratégia episcopal da permanência.



Neste sentido, há duplo acerto porque a identificação do jovem com seus pares e suas demandas é um sinal evidente da sinergia e proporciona o engajamento que é a marca comum das redes sociais na atualidade. E, de outra sorte, a utilização da internet como meio de difusão da espiritualidade cristã representa uma amplitude direcionada a quem, por diversas mídias ou redes, também é “consumidor” destes produtos virtuais.



Olhando para eles, os católicos, sentimos um pouco de “inveja”, mas, como diz o dito popular, uma “inveja boa”, direcionada ao desejo de copiar as boas iniciativas e de poder ser igual (ou parecido) um dia. Justamente neste momento em que os resultados do Censo2022 recentemente divulgados (e já abordados aqui em nosso portal [3]) apontam para uma significativa redução do número de adeptos declarados do Espiritismo. Mas não somente isso...



Nós que atuamos no meio espírita somos testemunhas de um problema que vem desde a virada do milênio e tem se agravado: o conservadorismo espírita que se manifesta em vários aspectos, desde a dogmatização de conceitos, passando pela restrição aos modos de ser e de se manifestar, a postura rígida e flagrantemente sisuda, a limitação do direito de expressão e da criatividade dos adolescentes e jovens, além, é claro, a adoção de uma linguagem ultrapassada, com ênfase a uma reforma íntima que se constitui como obrigação e o desejo de habitar em lugares celestiais, como colônias espirituais.



A mensagem espírita precisa ser reavivada enquanto expressão da liberdade espiritual, na linguagem de cada ser ou grupo e com as peculiaridades que a ambiência planetária nos proporciona. Em outras palavras, os espíritas precisam “viver a vida no mundo físico”, aproveitando as situações condizentes à existência material, e não ficarem concentrados no porvir, numa hipotética vida espiritual.



Se é fato de que os espíritas não cultuam santos nem têm sacramentos e liturgias, é muito numeroso o quantitativo de espíritas que cultua “santos espíritas” (médiuns, palestrantes e os próprios Espíritos que ditam mensagens pela psicografia), estabelecendo um distanciamento equivocado entre seres que, por habitarem a mesma morada física (no caso o planeta Terra) se encontram, todos, mais ou menos, na mesma situação espiritual (em termos de progresso), salvo raras exceções. Todos, portanto, seres falíveis, em processo de despertamento e esclarecimento espiritual. Assim, a atitude católica de “santificar” um personagem comum, que teve uma vida juvenil igualmente simples e similar aos demais jovens, vai na contramão da postura dos espíritas, que buscam cultivar a santidade de determinados personagem, cunhando-os de Espíritos Superiores ou Espíritos Puros.



Juventude, Internet, Redes Sociais, Simplicidade, Autenticidade, Fraternidade, Alegria, Riso e Congraçamento: estas deveriam ser, inegavelmente, as marcas da nossa sociedade neste Terceiro Milênio, aproveitando as facilidades que a contemporaneidade nos fornece, sobretudo a condição de nos comunicarmos com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo e instantaneamente.



Nos parece que outro jovem, lá em Nazaré, de nome Yeshua, já teria dito isto: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt: 11;29). Ou, ainda, nos recomendou sermos “prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt: 10;16).



A atitude da Igreja Católica, portanto, nos sinaliza (meio espírita) um divisor de águas.



É hora, espíritas, de revermos os nossos métodos e de buscarmos o público jovem que seja imprescindível para a difusão das verdadeiras mensagens de Espiritualidade, que o kardecismo propõe para os temas da vida físico-material e suas interconexões com a ambiência espiritual. Sem eles, os jovens, a Doutrina dos Espíritos estará fadada a ser apenas um “plano de boas intenções” que figurou na História da Humanidade mas não teve forças nem empenho para, como propôs Kardec, se popularizar [4].



Vamos nessa?



Notas do Autor:

[1] Alguns dados sobre a família Acutis estão disponíveis no endereço: <https://www.brasilparalelo.com.br/noticias/quem-sao-os-acutis-familia-do-primeiro-santo-millennial-da-igreja-catolica>. Acesso em 9. Set. 2025.

[2] Reportagem da Redação G1, disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/09/07/carlo-acutis-a-historia-do-jovem-catolico-1o-santo-millenial.ghtml>. Acesso em 9. Set. 2025.

[3] Especificamente, há o artigo “Espíritas em queda livre: diversas causas, um efeito, múltiplas preocupações”, disponível em: <https://www.comkardec.net.br/espiritas-em-queda-livre-diversas-causas-um-efeito-e-multiplas-preocupacoes-por-marcelo-henrique-e-marcus-braga/>. Acesso em 9. Set. 2025.

[4] Tivemos oportunidade de citar o texto kardeciano, no artigo “A mercantilização da formação do palestrante espírita”. In verbis: “Dois elementos hão de concorrer para o progresso do Espiritismo: o estabelecimento teórico da Doutrina e os meios de a popularizar” (grifos nossos), conforme consta de “Obras Póstumas”, de Allan Kardec, na dissertação “Projeto 1868”. O artigo em questão está disponível em: <https://www.comkardec.net.br/a-mercantilizacao-da-formacao-do-palestrante-espirita/>. Acesso em 9. Set. 2025.

domingo, 17 de agosto de 2025

SEGUINDO EM FRENTE, POR DAVID CHINAGLIA







Todos os dias o sol nasce, e claro com eles novas esperanças, já citei aqui, que nossas lutas maiores, são na verdade conosco mesmo, a estrada da vida, segue, para cada um de nós de acordo com nossas escolhas.

Tive a oportunidade de conversar com pessoas da doutrina espírita que admirei muito, poderia citar Alamar Régis, e sobretudo Richard Simonetti, que me marcou muito por nossas conversas.
Naqueles tempos na saudosa, Águas de São Pedro, num mini estúdio que passava noites e madrugadas, estudando o espiritismo, e fazendo contatos com estes amigos, e outros, que também na caída da noite e na madrugada escreviam e as vezes, nos davam a alegria de bate papo.

Este aprendizado levo comigo, nem sempre pude colocar em prática o que aprendi, porque tive lutas, e ainda tenho com coisas que priorizei certo ou errado.

Alamar dizia, "Meu querido, mais estudo, menos drama, menos envolvimentos com as histórias dos assistidos, e calma, se der faça, se não der não faça, mas, mantenha sua fé."

Richard falava de seu drama pessoal com uma doença que anda flertando em menor proporção comigo, e confesso que hoje penso muito no ele revelava naquelas noites, sempre antes da meia noite.

Convivi com médiuns, e orientadores que admirei, que me decepcionei, aliás talvez a mesma decepção que talvez tenha causado, pois nem sempre, devemos ver o nosso lado, mas, dos outros também, e desde que o país se dividiu entre a tirania, a democracia, e a corrupção, ver líderes espíritas mais a direita, decepcionou a muitos, mas, todos democraticamente tem o direito de em vida defender o que acreditam, mesmo que para nós estejam errados.

O planeta passa por um momento tenso, difícil, o mundo era passar por períodos muito duros previstos nos livros espíritas, na projeção social, e da humanidade.

Ontem já passou, as vezes ainda tenho dificuldade com isto, me lembro de coisas boas, e ruins, e vejo pessoas com o mesmo dilema, mas, claro que jamais voltará nem o bom nem o ruim.

Amanhã não sabemos, a única coisa que temos é o dia de hoje, já falei da próxima hora, ou das notícias que de repente mudam nossa vida, ou nos assustam.

A verdade que o caminho da vida, segue, cada um de nós na sua, na escolhida, de acordo com nosso livre arbítrio, mas claro que todas nossas decisões, escolhas, tem consequência, e as vezes a conta chega aqui ou no plano espiritual.

Qual o segredo da vida, viver bem, guardar os momentos felizes, esquecer os ruins, as pessoas más que atravessam nossa vida, agradecer pelos bons que vida nos colocou, para em palavras ou auxílio, nos amparar, amigos, aqueles de verdade tenho poucos uns oito ou nove talvez, me considero um milionário neste item.

Não espero mais nada de ninguém, minha falecida mãe, Marília que partiu do planeta em 2016, dizia, "Cada um dá o que tem."

Alguns ainda me ensinam aos 67 anos, outros continuam a decepcionar, mas, o que importa que me deram a oportunidade de viver, bons e maus momentos.

Quando vou ao Hospital Guilherme Álvaro, onde faço tratamento a oito anos, conheço história fantásticas que ajudam a entender, sobretudo depois da pandemia que mudou a todos nós.

Basicamente o texto de hoje busca dizer que sempre é a esperança que nos move, a fé que nos protege, e que só duas coisas são certas na vida, o dia do nascimento que sabemos e dia da morte.

O da morte física, não sabemos, nem dia, nem que formato, logística, ocorrerá, por merecimento pedimos a Deus que seja sem sofrimento, mas, ela um dia virá.

Temos que nos preparar para viver, todo dia é um dia diferente, as vezes, um abraço de um filho, uma cachorra que nos dá um agrado, uma neta ou neto ligar, um amigo que a tempos não te procura liga, nos dão alegrias.

Não importa o tema, agradeça ser lembrado, a doutrina nos dá conforto, reze, centro espírita, ajuda, mas, não resolve a vida de ninguém, as pessoas por lá também tem problemas, dificuldades, não são escolhidos, muitas vezes estão até ou igualmente como estamos, e ainda acham tempo para nos doar.

O milagre está em você, De Lucca dizia, que Deus está no coração, no nosso coração, acredite no que lhe for melhor, mas procure perdoar, ninguém entende o que você passou, ou dará a você prioridades no lugar dos entes ou amigos mais próximos.

A vida vai durar o que está escrito para durar a cada um de nós, enquanto tivermos serventia para alguém ficaremos, as vezes, nem só por isto, mas, pelo que podemos plantar.

Não viva esperando milagres, eles até surgem, procure a felicidade onde ela já está dentro de você, ao começar escrever esta noite ladeado do velho companheiro Miguel, e de minhas lembranças vi fotos do passado deste blog, de minha vida, de saudosos familiares, enfim, nada é por acaso.

Confia, e confia muito em você, porque a vida é um instante, e deseje saúde, saúde é o que você realmente precisa, e de fé, para seguir, até onde estiver marcado.

Coisas boas você já fez e fará, e deixará lembranças, tenha certeza disto, procure viver, a morte virá um dia, e esteja calmo, até lá, leia livros, escute música, tenha paciência com as pessoas, e lembre a caridade começa na família, igreja queridos e queridas é coisa do homem, Deus ou Jesus está em seu coração, cuidado com os falsos profetas, e lembre não espere reconhecimento, viva, o blog está de volta, precisei parar por problemas pessoais, e agora vou dar novas matérias, até o dia que a espiritualidade permitir.

Uma boa semana, tenha forças, fé, jamais se entregue, que paz e a saúde esteja contigo.



David Chinaglia, 67, escritor, pesquisador, radialista, jornalista, é editor deste blog desde 2011, recebe e-mails sobre espiritismo no davidchinaglia@gmail.com, segue a doutrina na base apresentada por Allan Kardec, este blog foi fundado pelo amigo e espírita Rogério Luis Sarmento em Piracicaba em 2008,.
E lembre, agradecer a tudo todos os dias, é preciso.









 

sábado, 19 de abril de 2025

DIVALDO PEREIRA FRANCO ESTÁ PARTINDO - POR DAVID CHINAGLIA

 





Falar deste senhor, não é fácil, nem do homem, nem do médium, tão pouco da liderança espírita Brasileira, por isto eu pedi a uma pessoa que considero ser mais habilitado do que eu, para faze-lo, no entanto ele está impedido neste momento, amigos de Salvador, que tem acesso a Divaldo, nos informaram ontem que o médium está para deixar o planeta terra.

Como falo sempre, ninguém tem acesso ao dia certo, hora certa, e na biografia deste espírita, consta que ele foi avisado que sua mãe partiria, mas, não o dia certo nem tão pouco a hora, o sistema que vivemos, as leis, nos impedem, de saber, de fato, a hora aproximada, o dia não, tanto que alguns médicos precisam já algum tempo, em meses, quando isto pode nos acontecer.

Podemos dividir a vida de Divaldo em várias partes, não poderemos jamais negar sua importância ao movimento espírita, inclusive e sobretudo após a morte física de Chico Xavier, como o segundo médium que mais aumentou a quantidade de espíritas pelo Brasil, falando primeiro do médium fala da parte mais fácil.

Todos os dias a mansão do caminho tem trabalhos espirituais de várias formas, o médium participava das principais, com uma agenda forte nos últimos anos, desde que luta novamente contra esta doença, Divaldo diminuiu suas viagens, mas, manteve seus compromissos com os espíritos.

Um Espírita que leva em média três mil pessoas a suas palestras e eventos, algumas com picos de 5 á 15 mil pessoas, precisa ser respeitado concordemos ou não com ele.

Nascido em 05 de Maio de 1927, em Feira de Santana na Bahia, Divaldo foi jovem por ajuda de uma tia, e de sua mãe, envolvido nas coisas da Doutrina Espírita.

Embora tenha escrito pelos espíritos de Bezerra de Menezes, Manoel Filomeno de Miranda, sua maior mentora e companheira foi Joana de Angelis, uma ex freira, que viveu, partiu do planeta, e seguiu ajudando com suas raízes católicas, suas convicções católicas influenciaram mais ainda a Divaldo, que também teve origem na doutrina católica, algumas coisas que podemos discordar do médium, mas, nem ele negaria sorrindo que é um espírita com pezinho na igreja, como diria Moura.

O espiritismo no entanto escreveu no Brasil, e em vários países, graças ao talento de Divaldo Franco, de sua inteligência, e diferente de Chico Xavier, de sua cultura, já que Divaldo teve oportunidade de aprender, estudar, e também de se melhorar, não só em línguas como fala, 05 idiomas até onde pude saber.

No entanto Divaldo fez uma obra consagrada aos pobres, e este talvez tenha sido seu cartão social, mantido e melhor apresentado, a Mansão do Caminho, que educa, alimenta, e ajuda milhares de crianças e famílias, não só em Salvador, mas em outras cidades também.

Certa vez um grande mestre do espiritismo me corrigiu quando defendi a obra social de Divaldo, e disse, "Isto nada tem a ver com o espiritismo que ele pratica."

E na verdade qual é o espiritismo de Divaldo, vos pergunto, bem, esta é hora que podemos criticar a posição do médium privilegiada, como eu não busco aplausos a muitos anos, sou sincero, Divaldo perdeu o trem da história no Brasil como maior educador espírita, por permitir os abusos da FEB, Federação espírita Brasileira, que é divida entre os conceitos de Kardec, únicos e verdadeiros desta doutrina e de Roosthing, e outros, que se aproveitaram da ausência de Rivail, como Kardec, para mudar o que de fato ensinaram os espíritos.

Aqui Divaldo diferente de Chico Xavier, tinha cultura e sabedoria para ter mudado o movimento, mas, como bom Baiano se calou, nos últimos anos, tomou partido na política a favor da extrema direita, o que causou sérios adversários, mas, sempre bem assessorado, superou certas problemáticas deste seu apoio político ao ex presidente Jair, e acabou retornando a sua base, perdeu seguidores, leitores, mas, sempre foi um batedor de recordes da FEB e das editoras em suas obras, porque o povo espírita acredita em Divaldo, sobretudo o leigo.

No entanto cabe lembrar que o maior vendedor de livros espíritas no Brasil, é Allan Kardec, ninguém nem mesmo Chico, vendeu mais que Kardec, ensinar é outra coisa, aprender está nas mãos e vontade de cada.

Esta popularidade, tirou de Divaldo a chance de ser um novo digamos codificador Brasileiro, impondo com sua liderança as verdade de Kardec, algumas que defendeu, outras que Divaldo sempre se calou na hora de defende-las, e vamos lembrar aqui ao leigo, que Kardec, não inventou livros, nem teses, nada, ele foi orientado pelos espíritos que vieram a época lhe dar seu conhecimento, ele deu voz a verdade, que para quem é espírita de verdade, é a base de ser espírita.

Kardec, somente Kardec, os demais seguem a trilha ainda deixada pelo Frances,.

Então Divaldo querendo ou não, se calou dentro da FEB, pelos interesses sociais, e até pessoais o que vai lhe tirar para sempre um lugar mais adequado na história do Movimento Espírita do Brasil.

No entanto como divulgador, como psicografo de Manoel Filomeno de Miranda, que atingiu pontos que lembravam o espiritismo sério de Kardec, nas viagem de Divaldo inclusive as antigas, era possível ver um introdutor, melhor, e mais adequado, porém eu penso como dizem que Lúcifer(frase usada no filme Advogado do Diabo) pensa, a VAIDADE, é o pecado preferido dos espíritas famosos, e a que vai atrapalhar sua obra como um todo, Chico passou por isto, e Divaldo muito mais, pela sua inteligente, sua cultura.

Em 2011 quando comecei este blog, seguindo a pilastra construída por Rogério Sarmento, grande amigo de Piracicaba, falei com o Nubor Orlando Facure, e com o Alámar Régis, sobre Divaldo e a entrevista que nunca houve.

Facure me incentivou a ir tentar a Bahia, a minha entrevista que nunca pelo jeito vou conseguir, pois tinha inúmeras perguntas a Divaldo que para sempre nesta encarnação ficarão sem respostas.

Divaldo é cercado por uma assessoria digamos mais preocupada com a imagem pública do que com a obra, tanto que o máximo que consegui foi replicar uma matéria pública de um jornal da Bahia, através de ajuda de amigos em comum.

A entrevista, e quem sabe perguntar a ele a Joana coisas que o fizeram se afastar da base de Kardec, e porque criou um espiritismo paralelo, pois sem dúvida, isto ele fez com maestria, não poderei fazer, no entanto, não falarei sobre este tema agora, apenas um pitaco, para um texto futuro.





Algumas pessoas esperam para criticar Divaldo após sua morte, eu não participarei disto, eu tenho admiração pela obra social que me cativa, pelas obras de Filomeno, por coisas que Joana deu somente a ele, enfim analiso ele como um time grande de futebol, que coloca velocidade no começo, pensa no meio, faz gols importantes, mas, a caminho do fim, mostra um lado que nem mesmo os mais árduos defensores, gostaram.

Divaldo para mim, é um bom escritor, bom médium, teve momentos fabulosos, e momentos para ser esquecido, mas, lembrem, ele é humano,.

Divaldo, no entanto fez coisas importantes, e nem os Russos, irão criticar isto, poderia ter feito mais, sim poderia e deveria, se calou bravamente nas adulterações de obras de Chico Xavier e suas, feitas pelo chamado conselho de redação da FEB, aquele que se voce perguntar nao existe, mas é o que censura obras desde 1940.

Uns falam que por ordem da maçonaria, não sei, não fui convidado a esta parte, mas tenho amigos no alto comando do movimento e eles me contam coisas de anuência, que um líder não pode dar, esta é minha opinião pessoal, não estou indo pela opinião de A,B, ou C, que divirjam do grande médium, Divaldo Pereira Franco.

A morte nao santifica ninguém, muito menos um espírita, que agora sim será julgado por suas obras, claro que nao aqui, entre nós, e sim no plano.

Pessoalmente pelo bem social que Divaldo Franco deu na sua Mansão do Caminho, podemos dizer que não merecia sofrer assim, digamos um pensamento humano de todos para todos, e nao seria diferente com um homem que fez o que ele fez.

Seus livros por pelo menos mais 50 anos vão alimentar muita gente, irao vender mais, dizem que ele deixou uma obra com fortes revelacoes, aqui cabe aguardar.

Eu não vejo sucessor a Divaldo no movimento, um dia lá atrás vi Pedro, mas ele não quis, e este Pedro sabe que foi em Piracicaba, que lhe falei isto, e não estava sozinho, espíritos me diziam, mas, ele não quis entrar no sistema cruel do MEB, ah! tem politica e interesses neste Movimento, igual as igrejas, e cultos, etc, logo, demanda poder, e popularidade, e isto é complicado.
Este Pedro, foi embora até do país, embora permaneça dentro da doutrina, o Pedro que conheci seria o Divaldo dos novos tempos, sabiamente, ele recusou este fardo, diria hoje a ele de longa distancia, mas nunca esqueci sua mediunidade e seu talento na oratória, naqueles tempos.

Divaldo passa pelo MEB, pela Doutrina com a nota 7,5 para o item divulgador daria um pouco mais, 9,5, o professor cabe discussão pela omissão.


A nível de conhecimento meu amado professor Marcelo, é ao meu ver a melhor pena do Brasil, profundo conhecedor do movimento espírita, e da doutrina sobretudo, mas, ele tem outro rumo dentro do movimento, eu digo sempre quando vou escrever, me permita senhor andar perto do que a capacidade de Marcelo, das coisas que ele me ensinou.

Nubor disse que falo com o coração, não sei, os senhores é quem sabem, estou ausente, a chegada do fim dos tempos de Divaldo, dita por um grande amigo de Salvador, e por um espírito que me acompanha, Miguel, me fizeram chegar neste texto.

Como diria Célia, conhecimento nunca é demais, mas, as vezes, saber demais nos dá muitas responsabilidades, não se trata de gostar de ABCD, e sim de saber elogiar os acertos e apontar os erros, eu os tenho muito.






No entanto pessoalmente tenho muito a agradecer a Divaldo, e a Manoel de Miranda, foi numa obra via o grande mestre e amigo Paschoal Nunes, Sexo e Obsessão que aprendi certas coisas, deveriam ter um rumo diferente na minha vida, e também claro do mesmo autor, o estudo de Loucura e Obsessão, digo sempre que no seu auge, Paschoal, foi um educador espírita, de ótima qualidade, a anos não o vejo, mas, ele dizia que para um aprendiz de feiticeiro, eu ia seguindo.

Voltando a Divaldo Pereira Franco que em 05 de Maio de 2025, se conseguir chegar lá, fará 98 anos, dizem que ele esperava chegar ao 100 anos, para levar o aprendizado secular, não sei, está cansado, doente, e nas últimas horas, com notícias de novo de um alto desgaste, o que motivou a escrever as senhoras, e aos senhores.

Meus amigos, uma prece, para o professor Divaldo, cabe, você goste dele ou não, um pedido que fiz a Deus esta manha, que pela obra social dele, por alguns grandes momentos que teve com Joana, que pare de sofrer, como me relataram ontem.

Ao Universo, as energias, aos espíritos do Bem e a Jesus, forca companheiro Divaldo, e que na próxima e haverá próxima, porque diferente de Chico, você nunca quis ser santificado, tenha paz, e tranquilidade para realizar, tudo que nao conseguiu nesta.
Porém Divaldo, se impor mais, diante do alto comando, pois grandes ordens já foram descumpridas, até na maçonaria, e isto é outra história para outro dia, diria o saudoso Pinheiro Neto.

Não sei qual o destino e nem Divaldo sabe de Joana de Angelis, mas, que ela também aproveite a partida do amigo que está próxima, para lutar por causas que sempre acreditou quando viva, e nestes anos como desencarnada, quem sabe com outro trabalhador, ou de volta a terra, que é o destino da grande maioria, ou em um novo planeta, onde tudo está á começar.

Divaldo, obrigado, mesmo discordando bato palmas, pois em várias coisas pensamos igual, mas outras tantas de forma diferente.

Se chegada a sua hora, tenha o sorriso de sempre estampado, na sua chegada ao plano, e como Carlos falaria, até de repente.


David Chinaglia, 67 anos, editor deste blog, recebe e-mails pelo davidchinaglia@gmail.com, é jornalista, radialista, escritor, e palestrante, divulga o espiritismo nas bases de Allan Kardec.