quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Espíritos: da Identidade à Idolatria por Marcelo Henrique

                               



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“Um Espírito pode não ocupar entre os seus semelhantes a posição que lhe atribuímos; mas se for verdadeiramente superior deve ter-se despojado de todo orgulho e de toda vaidade e, desde então, olha o sentimento e não as exterioridades” Allan Kardec (“Instruções práticas sobre as manifestações espíritas”).

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Entre a conduta de Kardec no contato com inúmeros Espíritos e a sistemática adotada nas instituições espíritas brasileiras, neste e no século passado, há um evidente e enorme hiato.



O professor francês, a seu tempo, empreendeu com as Inteligências Invisíveis uma série de diálogos produtivos, graças a presença e atuação dos médiuns com quem diretamente conviveu. Em paralelo, também se dedicou e se debruçou sobre um sem número de psicografias, enviadas por meio de cartas endereçadas à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, oriundas de outras partes da França, da Europa e, até, da América.

Kardec jamais se empolgou com as assinaturas, nem, tampouco, deu importância desmedida aos falíveis humanos do seu tempo, que detinham faculdades orgânicas para o exercício da Mediunidade. Tratou uns e outros com respeito, mas sem admiração idólatra ou desmedido entusiasmo. E olha que, das mensagens que selecionou e publicou, muitas delas continham assinaturas ilustres, de personagens gabaritados de vários tempos, não sendo necessário desfilar, aqui, seus nomes.





Para além da identidade grafada nas assinaturas, ele, racionalmente, buscou comparar os estilos com os textos que os mesmos produziram em vida, ou com seus traços biográficos. Muito além, também submeteu cada escrito aos crivos de verdade e utilidade (necessidade), para além do da bondade, também importante - todos atribuídos historicamente a Sócrates - em cada um dos textos que selecionou, afastando aqueles que descartou, por não cumpridores destes requisitos.

Observando, cuidadosa e criteriosamente, o MÉTODO de Kardec para a elaboração de suas obras, vamos constatar:


1) Critérios para a aceitação de mensagens:

a) concordância entre os relatos, ditados por diferentes Espíritos a distintos médiuns; ou, recebidas em locais diferentes; ou, ainda, recepcionadas em várias épocas;

b) logicidade, isto é, obediência ao padrão intelecto-cognitivo da época e não conflitiva com o padrão cientificamente estabelecido; e,

c) superioridade espiritual, ou seja, a competência demonstrada para tratar de certos temas.

2) Critérios para a classificação dos Espíritos, sobretudo os considerados Superiores:

a) linguagem digna (respeitosa, educada, benévola, sem maldade ou agressividade e não-coercitiva);

b) não-contradição, dentro do próprio texto ou, caso o Espírito já tivesse se pronunciado, entre o texto novo e o(s) anterior(es), por ele assinado(s);

c) linearidade, isto é, a apresentação do conteúdo sem falhas de lógica e sem conflitos com a filosofia e as ciências; e,

d) qualidade, na forma da inequívoca demonstração de possuir, o Espírito, conhecimento elevado (além da ciência da época ou sem desconhecer os padrões científicos vigentes) e elevação moral (o bem como mestre).

Vemos, por aí, na formatação das psicografias, uma quantidade imensa de textos que não atendem aos requisitos kardecianos, mas que, infelizmente, são tomados como conteúdo "complementar" à Doutrina dos Espíritos. O problema não é psicografar nem exercer a liberdade de pensamento e expressão. Longe disso. O problema continua sendo o de não perceber que, inobstante um linguajar poético, melífluo e com expressões de aparente moralidade, o contexto apresenta, seja para o Espírito seja para o médium, apenas a satisfação da vaidade e do orgulho, expressões das exterioridades mundanas, tendentes à idolatria cega, como, aliás, consta do texto selecionado para esta nossa conversação.





Mais Kardec, portanto. E menos mediunismo!




Marcelo Henrique é professor, advogado, pesquisador, jornalista, escritor, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espirita no Brasil, sendo o criador e um dos administradores da Rede ECK (Espiritismo com Kardec), que se destaca nas redes sociais, e na internet como um todo, é colaborador deste blog desde 2011.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Rivail (Allan Kardec), muito mais que um cientista pesquisador.

 


Hoje completamos 220 anos que chegou ao planeta terra, o ser humano, Hipollite Denisard de Léon Rivail, certamente o ano de 1804, acentuado de números agudos em sua composicao, foi marcante para todos nós seres humanos, Rivail certamente nao inventou o espiritismo como insistem alguns fanáticos, ele inventou uma forma lógica, racional, adulta, coerente de se comunicar com o plano espiritual, a partir de 1854, quando de fato se interessou e se atirou a fundo a questao da vida após a vida na terra.


Dizem em números que nao posso comprovar, que em todo o planeta terra, em 2024, apenas 150 milhoes de pessoas acreditam no Espiritismo no formato de Allan Kardec, pseudonimo adotado pelo Frances, Rivail.

Se consideramos 8 bilhoes de habitantes neste planeta, dos quais mais de 3 bilhoes, sao ateu, nao acreditam em nada, em vida após a vida, Deus, Maomé, Alá, Jesus, nada, apenas na vida no planeta terra, o trabalho de Rivail foi fantástico pois em apenas 14 anos estudando a doutrina e revelando metódos sérios, ele conseguiu de forma direta ou indireta que 2% da populacao Mundial, acredite em seus conceitos e descobertas.

Para sempre todo espírita vai questionar em qual canoa deseja romper a dimensao, a séria, objetiva, fria em alguns momentos, lógica, cientifica de Rivail, ou agregar canoas religiosas, crencas que nao existirao da forma retratada, falsas informacoes que as igrejas perpetuam, como forma de manter, segurar um gama de quase 4 bilhoes de pessoas em todo mundo, para criar a balanca do medo e do equilibrio, com um inferno que nao existe, nao da forma sagaz divulgada, até porque o espiritismo criou sobretudo no Brasil, seu inferno TOP, que é o Umbral, este uma forma de escolha e nao de punicao.

Rivail, acreditava que cada qual responderá por suas atitudes, Jesus já dizia isto, mas em tempos, que a existencia de Jesus é questionada por mais de 2 bilhoes de pessoas, fiquemos pelo menos com o conteúdo, se preocupando menos com o homem de 2024 anos atrás.

Rivail em seu tempo tomou para si a forma de divulgar, segurou na sua revista espírita o que seria ou nao publicado, debateu com o espírito da verdade, democraticamente, o que a humanidade, sobretudo nascida na Franca seu maior foco entao, tinha capacidade mental de absorver.

De qualquer maneira, Rivail foi brilhante, um cientista da mente, da fé, sobretudo, um homem que nao admitia que tudo terminasse aqui.

E bravamente pesquisou, lutou, entrevistou, atrapalhou sua vida pessoal, sua saúde, para ir mais a fundo do que podia em 14 anos, se tornou também um mensageiro, que as vezes controlava o que deveria ser informado a grande maioria, mas, deixando seu seleto grupo de 60 a 80 pessoas informadas do que de fato era importante.

Confiou, eu penso que sua grande companheira o enganou ao colocar coisas no seu último livreto que gerou a obra chamada de Obras Póstumas, mas, sei que faco por parte, dos poucos, que acreditavam numa conspiracao dentro da Casa do Caminho de Kardec, afinal ele ficava de posse de informacoes, que num futuro seriam de suma importancia.

Tanto que duas pessoas na Franca, acreditam que Rivail deixou um digamos caderno de instrucoes, escondido ou guardado para ser publicado após sua morte, porém ninguém de fato o encontrou pois o guardiao, de tal instrumento sempre foi negado por Amélie.

Sim espíritas, temos conspiracoes contra nós desde o tempo de Rivail, elas cresceram no Brasil, sobretudo no entorno de Chico Xavier, que era apenas um transmissor, um homem simples, com acertos e falhas, nunca um santo como alguns falam em Uberaba que ele desejava ser lembrado.

Diferente de Chico Xavier, Kardec que nasceu católico, a partir de 1854, retirou suas crencas, embora nao combatesse diretamente da Igreja Católica, sabia que na verdade tanto os católicos como os protestantes criaram no em torno de Jesus, uma forma de controle, pelo medo e pela fé.

Já Rivail, quis nos revelar a simplicidade que teremos uma vida após a morte fisíca, qual vida, depende do que de fato somos aqui.

Nossos pensamentos, ele nos alinhou a Jesus como forma de nao esquecermos o que de fato Jesus em seu conteúdo quis dizer, somos o que queremos ser, seremos após a vida, o que plantarmos aqui, se voce vai cair com a cara na lama como fez André Luiz, é porque voce carrega a culpa, nao concedeu o perdao, até porque as fraquezas de André Luis quando encarnada eram iguais que 90% da populacao, crer, ter fé, depende da vida que voce leva, perdoar, vai de seu coracao, pare e pense se uma vida de 95 anos apenas, lhe dá o direito de conviver com o conteúdo Jesus em espírito, ou grandes espíritos.

Eu creio que nao, creio que seremos surpreendidos, e Rivail fala muito sobre isto, tem um problema a comunicao de Rivail é para poucos se realmente somos 150 milhoes de espíritas em todo o mundo, apenas uns 50 mil, em todo o mundo entenderam o que de fato foi Rivail, ele nos deu uma formula, nao da bomba atomica, nem de como viajar anos luz encarnado, mas de aceitar, que podemos ter uma vida espiritual, paralela, igual a temos aqui, como espíritos diferentes, ou iguais, depende do que for necessário.

Particularmente se seguirmos Rivail, temos que aceitar que neste momento ele pode estar neste planeta, reencarnado, pode estar lendo o que escrevo aqui sobre ele, pode estar envolvido em um novo projeto.

Certamente sobretudo no Movimento Espírita Brasileiro, tudo que o espírito da verdade e outros ensinaram a ele, está sendo rasgado, pois o MEB, mais parece uma filial da igreja católica ou as vezes até evangélica espírita, do que mentes abertas, ao livre pensar.

Podemos ter várias versoes de nós em várias dimensoes, sim podemos, o espírito é infinito, podemos nascer e renascer tantas vezes quanto necessário, sim podemos, o que nos espera, sinceramente, pouco importa, o que teremos pela frente serao na vida após a vida um seguir, um novo aprendizado, um comecar de novo, e se chegarmos lá sem conhecimento, voltamos ou aqui, ou em outro planeta.

Parabéns ao espírito de Rivail onde ele estiver, o conteúdo Kardec, apesar de modificado, nos deu a toda humanidade, uma esperanca, ou seja de fato existirmos, pois se tudo acabar aqui, nao passamos de animais que pensam, nao passamos de uma forma de vida improdutiva, como penso ao contrario, sigo e seguirei na canoa do Rivail, com seus ensinados ou seja com a bandeira do conteúdo de Jesus.


VIVA KARDEC, OBRIGADO RIVAIL, EM FRENTE... 

David Chinaglia, 66 anos, jornalista, radialista, espírita, pesquisador, divulgador da Doutrina Espírita condificada e ensinada por Allan Kardec, editor deste blog a 13 anos.